Relatório produzido pela Auditoria Nacional do Sistema Único de Saúde (AudSUS), em parceria com o Instituto Cuida Brasil, revela que o programa Farmácia Popular levaria mais de 20 anos para zerar um passivo de 2.227 processos de suspeita de fraude a serem auditados. As informações são do Metrópoles.
Segundo o estudo, que será entregue à equipe de transição do governo eleito, com um efetivo limitado, os servidores conseguem auditar, em média, 100 processos relacionados ao programa por ano.
Desmonte do Farmácia Popular
João Paulo Martins Viana, diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores do Sistema Nacional de Auditoria do SUS (Unasus Sindical), ressalta que o custo para auditar os processos parados ultrapassa R$ 130 milhões, levando em consideração “a atual metodologia para realizar auditoria, os custos da realização de uma auditoria, o tempo da sua execução, e a quantidade de servidores existentes na AudSUS”.
Para Gustavo Pires, secretário-executivo do Instituto Cuida Brasil, o Farmácia Popular tem sido alvo de um desmonte. Segundo ele, a grande fila de processos a serem auditados impossibilita a investigação de possíveis irregularidades – que, se fossem comprovadas, seriam punidas e teriam a verba recomposta. “Ter recursos e não chegar a quem precisa é o mesmo que não ter. O Farmácia Popular precisa de mais dinheiro, mas também precisa que esse dinheiro seja fiscalizado para que não se perca no caminho”, destaca.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico