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Farmácias encabeçam avanço do varejo em 2021

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Farmácias

Em um ano de incertezas na economia, as farmácias ganharam fôlego como âncoras do varejo nacional. O setor alcançou faturamento recorde e vem sustentando a evolução percentual na casa dos dois dígitos, impulsionado por fusões, mudanças na direção e novos modelos de negócios baseados na assistência à saúde e na transformação digital.

Avanço acima de 15% e receita por nicho

Com base nos últimos 12 meses até setembro, a IQVIA aponta uma receita total de R$ 144 bilhões – 15,3% acima do mesmo período anterior. É o maior percentual de crescimento entre todos os segmentos do varejo e o canal farma ampliou também sua representatividade no setor, ao passar de um share de 10,3% para 12,9%.

As grandes redes detêm quase metade do faturamento, mas observam um avanço consistente do associativismo, das franquias e das farmácias independentes, cuja participação se aproxima de 40%.

Market share do varejo farmacêutico (em %)

Fonte: IQVIA

Para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileiro de Varejo e Consumo (SBVC), a resiliência do pequeno e médio varejo farmacêutico endossa uma característica muito marcante no setor. “É uma atividade ainda pautada pela atuação regional. Apenas cinco redes estão em pelo menos dez estados do país”, lembra. Até o último mês de novembro, a Pague Menos era a única com presença em todas as unidades da Federação. Agora ganhou a companhia da Raia Drogasil, que fincou bandeira nos três estados onde ainda não atuava – Acre, Amapá e Roraima.

Concorrência acirrada entre as grandes redes

Enquanto observam o incremento de outros nichos, as grandes redes acirraram a concorrência entre si e celebram o maior índice de crescimento em uma década. Com faturamento superior a R$ 49,6 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, elas avançaram 17,39% em relação ao mesmo período de 2020. “O canal farma, que já vinha ganhando relevância como espaço de consumo e conveniência, assumiu protagonismo na pandemia por ser um centro primário de atenção à saúde”, comenta Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

O movimento rumo à atenção primária, aliás, deu o tom às operações da Raia Drogasil, líder do varejo farmacêutico nacional. A principal estratégia da companhia é a implementação de hubs de saúde em 2,4 mil pontos de venda até 2022, ecossistema que ganha força com a aquisição de healhtechs. Esses espaços estão integrados à plataforma Vitat, que contempla serviços de teleorientação médica, nutricional, psicológica e física.

Ações, fusões e reações

As redes imediatamente atrás da Raia Drogasil protagonizaram alguns dos fatos mais marcantes do ano. Em maio, a Pague Menos anunciava a compra da Extrafarma por R$ 600 milhões, engatando um namoro que o Panorama Farmacêutico antecipou com exclusividade. A operação ousada do terceiro maior player do grande varejo respingou na segunda colocada. Em julho, o Grupo DPSP mudava de direção depois de cinco anos e, três meses depois, já anunciava uma injeção de R$ 350 milhões em 80 novas lojas e em reformas dos PDVs existentes.

Não menos agressivas, outras redes exploram a rota da consolidação regional. É o caso das Farmácias São João, que atingiram a marca de 900 lojas em dezembro, todas na Região Sul.

Associatismo no caminho da evolução digital

Segundo a IQVIA, o comércio digital já responde por 7% das vendas em farmácias. Até setembro, o faturamento já empatava com o total de R$ 2,8 bilhões contabilizados em 2020. E essa área em ascensão vem sendo o pilar do mercado associativista.

A Febrafar, por exemplo, colocou em prática neste ano uma solução de inteligência artificial para dinamizar os sistemas operacionais e de gestão dos PDVs, em sincronização automática com fornecedores da indústria e do atacado. “É uma evolução do app que disponibilizamos em 2020, para facilitar o mapeamento do fluxo de vendas e a interpretação dos hábitos dos clientes”, destaca Edison Tamascia, presidente da entidade que soma 12 mil farmácias em 55% dos municípios brasileiros. Outra estratégia é a adesão plena das associadas a lojas virtuais de fabricantes como a Colgate-Palmolive.

Na Farmarcas, a meta é lançar o projeto de e-delivery ainda no primeiro trimestre. “Desde 2018 temos o aplicativo e agora vamos evoluir para um sistema que permitirá a efetivação das compras em cada loja. Isso representa um esforço de desenvolvimento imenso, pois teremos estoques e precificação de 1.350 farmácias atualizados em tempo real”, enfatiza o diretor geral Paulo Costa. O grupo também passou a atuar com uma ferramenta própria de geomarketing, que subsidia as redes afiliadas a mapear os melhores pontos para abertura de unidades e os perfis de consumo do entorno.

A Associação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias e Drogarias (Abrafad), por sua vez, aposta em uma central de negócios para alcançar 5,2 mil lojas até o próximo ano. Para isso, assinou recentemente acordos de cooperação com as farmacêuticas EMSHypera Pharma e Sanofi. “Esses laboratórios passaram a integrar um time de parceiros que já agregava a Sandoz e grandes distribuidoras como PanpharmaProfarma e SantaCruz”, pontua o diretor executivo Nílson Ribeiro.

Os 15 maiores grupos do varejo farmacêutico nacional

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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