Líder na média de mortes por Covid, América do Sul só imunizou 16,75%

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Atual epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a América Latina tem a maior média móvel de mortes por milhão de habitantes em todo o mundo. Neste momento, cerca de 5,6 mil pessoas morrem a cada dia nos países sul-americanos, que sofrem para vacinar toda a população: apenas 16,75% dos habitantes estão completamente imunizados contra a Covid-19.

Os dados foram levantados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nas estatísticas disponibilizadas pelo Our World in Data, apoiado pela Universidade de Oxford. O cálculo de mortes e de vacinas aplicadas foi proporcional à população de cada continente.

Não há divisão por idades, o que impede que seja feita uma análise com dados limitados à população adulta (muitos países, como o Brasil, ainda não incluíram vacinação para menores de 18 anos em seus planos nacionais).

A Colômbia registra o recorde proporcional de mortes por Covid-19 entre as nações latino-americanas. O país enfrenta uma terceira onda da pandemia, em meio a manifestações sociais contra o governo e à desigualdade que assola o país. Com uma população de 50 milhões de habitantes, o vizinho brasileiro registrava, na segunda-feira (19/7), média móvel de 9,6 mil mortes a cada milhão de habitantes.

O Brasil, na mesma proporção, ocupa atualmente o 5º lugar nessa lista, com 5,7 mil mortes por milhão. O país registra declínio nos óbitos desde o dia 27 de junho.

Desde fevereiro deste ano, a explosão na quantidade de mortes por Covid-19 na América do Sul ganhou outra dimensão, e chamou a atenção da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Em abril, a diretora-geral da entidade, Carissa Etienne, afirmou que ‘em nenhum lugar as infecções são tão preocupantes quanto na América do Sul, onde os casos estão aumentando em quase todos os países’.

Etienne também explicou sobre como as questões da pandemia aprofundam a desigualdade nos países: ‘Embora muitos de nós tenhamos tido a sorte de continuar trabalhando durante a pandemia no conforto e na segurança de nossas casas, metade de nossa força de trabalho depende da economia informal – e ficar em casa significaria abrir mão de seus meios de subsistência’.

Um dos indicadores que demonstram essa desigualdade é a de vacinação da população contra a Covid-19. O número de pessoas totalmente imunizadas no bloco de países ainda é muito baixo: apenas 16,75%. A América do Norte e a Europa apresentam uma porcentagem maior de proteção completa da população: 35,87% e 35,17%, respectivamente.

Após atingirem o pior momento da crise, em janeiro deste ano, os EUA viram o número de mortes cair vertiginosamente já em meados de fevereiro. O país, responsável pela maior parcela de óbitos provocados pelo vírus em todo o mundo (609 mil até agora) viu uma queda no número graças aos incentivos para a imunização. A região, que era então líder no ranking, tem o indicador de média de mortes em queda desde então.

Na esteira do problema, a vacinação no Brasil reflete nesse número. O país representa 49% de toda a população de 430 milhões de habitantes do continente. Atualmente, 16,7 % de toda a população brasileira está com o ciclo vacinal completo, segundo dados do consórcio de imprensa*.

O público-alvo do Plano Nacional de Imunização (PNI) neste momento (acima de 18 anos) inclui 158 milhões de brasileiros. Ao contrário de outros países, como Estados Unidos e Israel, ainda não há vacinação para menores de idade adotada como política federal. Entre as pessoas vacinadas até o momento, 34.357.342 tomaram duas doses, o que representa 22% da meta.

No Brasil, a imunização para menores de 18 anos com comorbidades ainda não está incluída no PNI, mas foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já está sendo adotada por alguns estados.

Nesta quinta-feira (22/7), a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, começará a vacinar jovens de 15 a 17 anos, medida que veio após o governo estadual incluir adolescentes com comorbidades no plano local de vacinação. A vacina autorizada para aplicação nesse grupo é a Pfizer, única aprovada pela Anvisa para essa faixa etária.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) também incluiu o grupo no plano de vacinação estadual, e prometeu começar as imunizações em 23 de agosto.

Segundo dados do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais, quando o Brasil alcançar 100 milhões de doses aplicadas, o número representará 63,2% da população elegível (acima de 18 anos) vacinada em território nacional.

Para Werciley Júnior, infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Lúcia, a imunização dos brasileiros encontra problemas recorrentes no estoque de vacinas disponíveis.

‘Mesmo com duas fábricas de vacinas no Brasil, nós tivemos problemas de entrega de materiais para a produção (IFA). Além disso, apenas há pouco tempo tivemos a oportunidade de vacinar com os imunizantes da Pfizer e a Janssen. A expectativa era que até o segundo semestre, a maior parte da população já estivesse imunizada. Mas precisamos que o governo garanta vacinas e que elas sejam aplicadas assim que cheguem’, explicou o especialista.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/coronavac-tem-863-de-efetividade-contra-mortes-por-covid-19-no-chile-diz-estudo/

Presidente da Assembleia de MS visita Butantan e pede vacinas a Doria

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Em agenda marcada por diversos encontros com outros tucanos do estado de São Paulo, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), solicitou nesta quarta-feira (21) ao governador paulista, João Doria (PSDB), envio de doses extras da vacina Coronavac ao Estado.

O titular visitou o Instituto Butantan, na capital paulista, junto ao presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, e do vice-presidente, Roberto Faé, onde conheceu parte do processo de produção do antígeno, bem como da Butanvac, primeiro imunizante produzido integralmente no Brasil, que já obteve autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para estudos clínicos, visando ser aplicada futuramente.

Além desse encontro, Corrêa também cumpriu agenda oficial na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), onde foi agraciado com uma réplica do Monumento às Bandeiras, entregue pelo presidente Carlão Pignatari (PSDB), que esteve, no início de julho, em MS.

A convite de Doria, o parlamentar também esteve no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde foi recebido pelo ex-presidente da Alesp e atual Chefe da Casa Civil, Cauê Macris (PSDB).

‘Foram agendas muito produtivas, onde pudemos estreitar laços em benefício da população de ambos estados, ainda mais nesse momento que vivemos, onde a colaboração e o trabalho conjunto pelo bem do Brasil é que vão nos fazer superar os enormes desafios que temos pela frente’, afirmou Corrêa.

Fonte: Campo Grande News

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/pais-tera-mais-vacinas-do-que-o-previsto-em-agosto/

Justiça nega pedido para empresa postergar entrega de 30 mil máscaras

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A Justiça negou pedido da empresa Fabio Equipamentos e Suprimentos de Informática Eireli para postergar por mais um mês a entrega de máscaras de proteção N95 à Prefeitura de Campo Grande. A empresa entrou com pedido na ação movida pelo município alegando que este havia aceitado a troca da máscara a ser fornecida e que por isso, precisaria de mais tempo para a entrega – 15 dias -, que deveria ter sido feita em 7 de abril de 2021.

Para o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, ‘ao passo que a Sesau tenha concordado com a troca do marca do material, não há informação que tenha aceitado também a remessa dos itens em tão longo prazo’, citando que a empresa teria pedido mais 15 dias para repor a remessa inicial de 30 mil máscaras que deveriam ter sido entregues. Ao todo, os lotes vencidos pela empresa contabilizam 150,7 mil itens.

‘Destaca-se que os produtos foram solicitados no mês de março (quase quatro meses atrás) e, ante a urgente necessidade, não há que se esperar que o Município de Campo Grande aguarde mais um mês para a remessa de novas máscaras’, destaca o magistrada em despacho que analisou o pedido da defesa da empresa.

Assim, ela continua obrigada a entregar, em 24 horas, 30 mil máscaras, à Sesau, sob pena de multa. A mesma empresa, em setembro do ano passado, foi multada pelo Governo do Estado, através da SES (Secretaria de Estado de Saúde) em R$ 32,6 mil pelo mesmo motivo: não entregar máscaras N95. O total contratado era de 100 mil unidades, ao custo de R$ 163 mil.

Enquanto as máscaras não chegam, profissionais continuam usando produtos que já foram reprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que são alvo de outra ação, desta vez, na Justiça do Trabalho.

Fonte: Campo Grande News

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/governo-bolsonaro-pagou-r-775-milhoes-a-mais-por-lote-de-mascaras-diz-site/

Compra da Sputnik V ainda mais incerta

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Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, o secretário estadual de Saúde, André Longo, falou sobre as dificuldades que cercam a compra a vacina russa Sputnik V, cuja compra e importação de doses é pleiteada pelo Consórcio Nordeste junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A chegada das doses, que já estava com data marcada para a próxima quarta-feira (28), agora corre risco devido à postura do Ministério da Saúde.

‘Pernambuco fez a contratação de quatro milhões doses da vacina Sputnik ao Fundo Soberano Russo, por 9,95 dólares cada, e nós estávamos trabalhando junto à Anvisa. O Consorcio Nordeste está todo mobilizado para tentar viabilizar a importação dessa vacina. Já havia tratativas anteriores com o Ministério da Saúde para incorporar essa vacina ao Plano Nacional de Imunização (PNI), mas no momento em que a Anvisa colocou alguns condicionantes que a gente conseguiu superar, e já estavávamos praticamente com a data para importação da vacina no dia 28 de julho, fomos surpreendidos pelo Ministro da Saúde dizendo que não eram mais necessárias essas vacinas, pondo incerteza do aproveitamento delas no PNI, como tinha sido definido’, explicou o secretário.

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/teste-positivo-da-covid-19-cresce-quatro-vezes-em-seis-meses/

Ontem, o jornal Valor Econômico publicou a informação de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pretende rescindir o contrato de compra das vacinas sob a alegação de que não foram aprovadas pela Anvisa.

Diante das incertezas, o secretário André Longo explicou que os governadores redigiram um documento público cobrando uma posição ao ministério em relação à incorporação ou não do imunizante ao PNI. Ele também destacou as dificuldades impostas pela atitude de Queiroga.

‘Isso tem impacto nas tratativas com o Fundo Soberano Russo, que aguarda definição para ter clareza. Essa incerteza é muito ruim para os envolvidos e para a população que quer vacina no braço’, afirmou Longo.

eficácia

O secretário ainda acrescentou que a Sputnik V, cuja eficácia contra a variante indiana (Delta) do coronavírus em testes foi de 90%, já é utilizada em dezenas de países, e recentemente foi aprovada para uso emergencial no Chile, além de estar em uso na Argentina, outro país vizinho ao Brasil, sem ter causado nenhum efeito colateral sério.

Fonte: Diário de Pernambuco

País terá mais vacinas do que o previsto em agosto

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OMinistério da Saúde anunciou ontem que aumentou para 63,3 milhões a previsão de doses de vacinas contra Covid-19 que devem ser entregues em agosto pelos laboratórios contratados. A previsão anterior era de 60,5 milhões de unidades.

Segundo a pasta, a nova projeção representa um aumento superior a 50% em relação a julho, quando o país deve receber 40,4 milhões de doses previstas.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/teste-positivo-da-covid-19-cresce-quatro-vezes-em-seis-meses/

Ontem, o ministério confirmou que recebeu do Instituto Butantan mais 1,5 milhão de doses da Coronavac. Os imunizantes serão incluídos no Programa Nacional de Imunização (PNI) e distribuídos para os estados e Distrito Federal.

Além das vacinas recebidas, o instituto aumentou a expectativa de entrega para o próximo mês de 15 milhões para 20 milhões de doses. A entrega de imunizantes da Pfizer também foi ampliada, passando de 32,5 milhões para 33,3 milhões.

Além dessas doses, o Brasil também vai contar com a entrega de 10 milhões de doses da AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com a pasta, 164 milhões de doses de todas as vacinas contra a Covid-19 que fazem parte do PNI foram distribuídas aos estados. Do total, foram aplicadas 126,6 milhões, sendo 91,4 milhões de primeira dose e 35,1 milhões de segunda dose e dose única.

Segundo o ministério, o número de pessoas que receberam a primeira dose representa mais da metade da população-alvo (57%) de 160 milhões de pessoas com mais de 18 anos no Brasil. Quem está com a imunização completa (segunda dose ou dose única) representa 21,7% da população-alvo.

Por meio do vacinômetro do Ministério da Saúde, a população pode acompanhar o andamento da vacinação em todos os estados. (Agência Brasil)

SPUTNIK

O Ministério da Saúde decidiu rescindir o contrato para a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. De acordo com informações do jornal Valor Econômico, o anúncio só depende da conclusão de análises jurídicas.

Para justificar a decisão, a pasta pretende argumentar que o imunizante não conseguiu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que seria uma das exigências do contrato de aquisição da vacina.

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Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que tanto a vacina russa quanto a indiana Covaxin não devem entrar no PNI, pois o país já garantiu 600 milhões de doses de outras vacinas contra a Covid-19. (Estado de Minas)

Fonte: Diário de Pernambuco

Argentina ameaça romper contrato da Sputnik V por atrasos na entrega

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O governo argentino tem pressionado o Fundo Russo de Investimento Direto por atraso no fornecimento da vacina Sputnik e chegou a ameaçar suspender o contrato. A informação foi revelada pelo jornal La Nación, que publicou nesta 4ª feira (22.jul.2021) um e-mail enviado no dia 7 de julho pela assessora presidencial Cecilia Nicolini à cúpula do fundo. Eis a íntegra (168 KB) do documento, em inglês.

No texto, a assessora do governo de Alberto Fernández diz que a situação é ‘crítica’. Segundo ela, o Fundo Russo teria deixado de entregar mais de 18,7 milhões de doses, sendo 5,5 milhões para a aplicação da 1ª dose e 13,1 milhões para aplicação da 2ª dose.

‘A essa altura o contrato inteiro corre risco de ser publicamente cancelado’, pressiona. ‘Nós entendemos a escassez e a dificuldade de produção alguns meses atrás. Mas agora, 7 meses depois, nós ainda estamos muito atrasados, enquanto começamos a receber doses de outros fornecedores regularmente, com cronogramas que atendem às nossas necessidades.’

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Nicolini menciona ainda que o governo argentino têm enfrentado processos devido à falta de vacinas. ‘Vocês estão nos deixando com pouquíssimas opções para continuar lutando por vocês e por esse projeto. Como eu também já mencionei, nós, enquanto autoridades públicas, estamos enfrentando ações legais devido aos atrasos nas entregas, colocando em risco nosso governo’, diz ao final do e-mail.

A Argentina foi o 1º país da América Latina a aprovar o uso emergencial da Sputnik em dezembro de 2020. O contrato firmado previa entrega de cerca de 30 milhões de doses. Segundo o jornal La Nación, a vacina russa é a ‘aposta mais contundente’ do plano de imunização argentino.

De acordo com o britânico The Guardian, o país está testando misturar vacinas para substituir as doses atrasadas da Sputnik. O país também aplica os imunizantes da AstraZeneca e da Sinopharm.

A Argentina é o 11º país com mais mortes por milhão por covid-19 no mundo, segundo o ranking atualizado diariamente pelo Poder360. Até às 18h06 desta 5ª feira (22.jul), o país tinha 102.818 vítimas ao todo da pandemia, com 2.253 mortes a cada milhão de habitantes.

No Brasil, o contrato de compra da Sputnik também corre o risco de ser rompido, bem como o da Covaxin. Segundo publicado pelo jornal Valor Econômico, o Ministério da Saúde apenas aguarda a conclusão de análises jurídicas para fazer o anúncio.

Segundo a publicação, o órgão deve afirmar que a vacinas não conseguiram aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para justificar a rescisão dos contratos. É o que tem afirmado o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Segundo ele, o Brasil não precisa das doses dos imunizantes para vacinar todos os adultos até o fim de 2021.

A agência autorizou no dia 4 de junho a importação dos imunizantes em caráter excepcional e temporário, com restrições, mas não deu aprovação para uso emergencial. De acordo com o órgão, ‘os aspectos de qualidade, segurança e eficácia da vacina foram atestados por meio do registro concedido pela autoridade sanitária da Rússia’.

Frente ao cenário de instabilidade em relação à vacina, os governadores do Nordeste têm pressionado o Ministério da Saúde para formalizar uma posição sobre a inclusão do imunizante no PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Ao Poder360, o Ministério da Saúde afirmou que os contratos da Sputnik e da Covaxin ‘seguem em análise’.

Fonte: Poder 360

Capacete Elmo, um ano salvando vidas e demonstrando relevância da pesquisa aplicada

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‘Quando vi o capacete, senti uma luzinha lá no fundo do poço. Eu sabia que aquele capacete ia me curar’. A esperança sentida em julho de 2020 pela aposentada Maria Irismar Morais, paciente que usou o capacete Elmo, se concretizou graças ao trabalho de muitas mentes e aos apoios de várias instituições de iniciativa pública e privada. Exatamente um ano depois, Dona Irismar, 71 anos, moradora de Jaguaribe (CE), também tem a satisfação de contar que foi a primeira a se recuperar de Covid-19 depois de utilizar o equipamento desenvolvido no Ceará e já utilizado em milhares de pacientes no Brasil.

O capacete foi idealizado em abril de 2020 em uma força tarefa público-privada de combate à crise sanitária que uniu, além da Fundação Edson Queiroz e da Escola de Saúde Pública do Ceará, um pool de instituições públicas e privadas, como a Secretaria da Saúde do Estado, a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), a Universidade Federal do Ceará (UFC), a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CE) e a Esmaltec, empresa do Grupo Edson Queiroz.

O professor da Universidade de Fortaleza, Herbert da Rocha, um dos coordenadores do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Cidades (Lapin) da Unifor, atuou diretamente na concepção do Elmo. Com formação em design industrial, o professor da Unifor atuou no desenvolvimento do produto e nos estudos de usabilidade. Para ele, ‘foi algo incrível’ ter participado desse processo que resultou em uma solução que já ajudou a salvar tantas vidas.

‘Como designer industrial, a maior satisfação que um profissional pode ter é justamente quando algo que ele se dedicou tanto, passou meses estudando, trabalhando, pensando, encontrando problemas, achando soluções, de repente se concretiza, né? E, nesse caso, se concretiza de uma forma tão especial ajudando na recuperação de pessoas que estavam doentes numa doença que até o presente momento não existe um tratamento medicamentoso’, ressalta. Então, para Herbert da Rocha, fazer parte desse projeto trouxe, além da realização profissional, muita realização pessoal.

O capacete de respiração assistida é composto basicamente de três componentes: uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes.

O capacete de respiração assistida é composto basicamente de três componentes: uma argola rígida, por onde entram os tubos com provimento de oxigênio; uma base flexível de látex ou silicone, que se ajusta ao pescoço do paciente; e uma coifa de PVC, que é o capacete propriamente dito, montado sobre os outros dois componentes.

Para o professor, o Elmo é um exemplo da importância da pesquisa aplicada. Em meio aos desafios atravessados durante a pandemia de Covid-19, os resultados obtidos pelo equipamento reafirmam a missão da Unifor: ‘contribuir para o desenvolvimento socioeconômico, científico e cultural, por meio da formação de profissionais de excelência, da pesquisa e da extensão universitária’.

Histórico

O uso do capacete Elmo ainda durante a fase de testes clínicos no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci contribuiu para que Maria Irismar se recuperasse do quadro grave de Covid-19, quando chegou a ficar com 70% dos pulmões comprometidos. O médico pneumologista, intensivista e um dos idealizadores do dispositivo, Marcelo Alcantara, avaliou novamente a aposentada um ano após ela ter recebido alta. ‘A dona Maria Irismar está muito bem, com a capacidade pulmonar dentro da normalidade. Está muito satisfeita, mostrando que é possível se recuperar da Covid-19 e que o Elmo é uma ferramenta que pode colaborar decisivamente nesse processo’, pontua o médico, que também é o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

Os testes em pacientes desenvolvidos entre junho e outubro do ano passado no hospital da rede pública estadual evidenciaram a eficácia do aparelho. Além disso, foram fundamentais para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizasse a produção do capacete Elmo em escala industrial. Das pessoas tratadas para fins da pesquisa, 60% se beneficiaram e não tiveram de ser intubadas.

Apenas nos primeiros seis meses de uso, o capacete Elmo já tratou mais de três mil cearenses na rede pública estadual nos primeiros seis meses de uso, de acordo com a ESP. Por ser uma tecnologia nova, o manejo clínico do capacete Elmo requer capacitação. A ESP/CE já treinou mais de 1.200 profissionais de saúde desde dezembro de 2020, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, além de engenheiros clínicos.

Fonte: G1.Globo

Estudo mostra que CoronaVac reduz em 41% casos sintomáticos de Covid-19 em idosos com mais de 70 anos; mortes caem 71%

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Um estudo científico publicado nesta quarta-feira (21) mostrou que a CoronaVac reduziu em 41,6% os casos sintomáticos de Covid-19 em idosos com mais de 70 anos no estado de São Paulo. A pesquisa, feita com 43 mil pessoas entre janeiro e abril, apontou ainda uma eficácia de 59% na redução de hospitalizações e de 71% para mortes provocadas pela doença.

O trabalho foi realizado por cientistas ligados ao grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against COVID-19 (Vebra Covid-19) e foi apoiado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

O percentual de proteção foi calculado 14 dias após a aplicação da segunda dose da vacina, e variou conforme a idade dos indivíduos.

No grupo mais jovem, com idade de 70 a 74 anos, a eficácia foi de 61,8% na proteção contra casos sintomáticos, de 80,1% contra hospitalizações e de 86% contra mortes. Já entre os maiores de 80 anos a eficácia foi de 28% contra casos, 43,4% contra hospitalizações e 49,9% contra mortes.

Os autores do artigo afirmam que a pesquisa teve como alvo pessoas com mais de 70 anos porque este foi o grupo que recebeu a maior parte das doses de CoronaVac durante o início da campanha de vacinação.

“Nós restringimos nossa população do estudo a idosos porque eles eram um grupo prioritário para vacinação e receberam a grande maioria das doses de CoronaVac durante os estágios iniciais da campanha no Brasil. Como resultado, uma comparação direta da eficácia do CoronaVac entre populações mais velhas e mais jovens não é possível”, dizem os autores.

“Nós restringimos nossa população do estudo a idosos porque eles eram um grupo prioritário para vacinação e receberam a grande maioria das doses de CoronaVac durante os estágios iniciais da campanha no Brasil. Como resultado, uma comparação direta da eficácia do CoronaVac entre populações mais velhas e mais jovens não é possível”, dizem os autores.

Dados preliminares deste estudo já haviam sido divulgados no final de maio. Agora, os pesquisadores atualizaram os percentuais de hospitalizações e óbitos verificados entre os participantes.

A pesquisa foi feita em um período no qual a variante gamma (P.1), detectada inicialmente em Manaus, já representava boa parte dos casos no estado.

Os dados foram publicados em uma plataforma de pré-prints. Por isso, o estudo é considerado uma versão prévia, já que ainda está passando pela revisão de outros cientistas.

Eficácia geral da CoronaVac

Outros estudos publicados após o começo da vacinação também mostraram que a CoronaVac é eficaz em reduzir casos e mortes provocadas pela Covid-19.

Estudo clínico final divulgado no início de abril mostrou que a a eficácia mínima para casos sintomáticos de Covid-19 atingiu 50,7%. O número foi maior do que o verificado no estudo preliminar, com resultados iniciais divulgados entre dezembro e janeiro, que mostraram eficácia de 50,3%.

A pesquisa publicada em abril mostrou ainda que a eficácia da CoronaVac pode chegar a 62,3% com um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina. Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda que a aplicação da CoronaVac seja feita respeitando este intervalo.

O artigo científico, encaminhado para revisão e publicação na revista científica Lancet, mostra ainda redução de 83,7% das hospitalizações.

Eficácia da CoronaVac: veja 10 perguntas e respostas

Eficácia da CoronaVac: veja 10 perguntas e respostas

O índice de eficácia global aponta a capacidade do imunizante de proteger em todos os casos – sejam eles leves, moderados ou graves. O número mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%.

Participaram do estudo, realizado entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020, 12.396 voluntários em 16 centros de pesquisa brasileiros. Todos receberam ao menos uma dose da vacina ou placebo. Desse total, 9.823 participantes receberam as duas doses.

Fonte: G1.Globo

Moradores de SP enfrentam perrengues para receber segunda dose de vacina contra a Covid

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“Não vou esperar não. Tenho problema de coluna e não aguento ficar muito tempo em pé nessa fila”, disse Rosiclei Pacheco, 66, à reportagem da Folha. A dona de casa estava irritada com a vacinação contra a Covid-19 na UBS Prof. Humberto Cerruti, na Vila Cisper, zona leste da capital paulista.

No início da tarde de quarta-feira (20), Rosiclei procurava uma fila específica para pessoas que deveriam tomar a segunda dose de uma das vacinas disponíveis, mas precisou se misturar aos que aguardavam pela primeira dose. Uma segunda fila no pequeno pátio da UBS reunia pessoas que queriam receber a vacina contra a gripe.

O tempo foi passando, e o medo da aglomeração fez a dona de casa desistir de concluir a sua imunização. “Eu venho outro dia quando isso aí estiver melhor.”

Minutos depois, outra mulher, que falou com a reportagem sem se identificar e que estava na UBS para receber a segunda dose, também abandonou a fila.

Moradores da cidade de São Paulo têm enfrentado problemas para concluir a imunização contra o coronavírus. A Folha visitou cinco locais de vacinação na cidade e notou que a desorganização e a falta de filas separadas para atender quem precisa da primeira e da segunda dose somadas à grande demanda e ao número insuficiente de profissionais de saúde têm causado lentidão nos atendimentos.

Na UBS Prof. Humberto Cerruti, os profissionais de saúde se revezavam na aplicação de quem entrava na unidade e quem chegava de carro em um espaço montado no lado de fora da unidade. Segundo um funcionário que não quis se identificar, os problemas são maiores no início da tarde, porque o número de funcionários diminui no horário de almoço.

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A maioria dos que estão buscando a segunda dose são pessoas mais velhas e que podem precisar de mais cuidados. Elas têm esbarrado com gente mais jovem que ainda está iniciando a imunização pelos 600 locais de vacinação espalhados na cidade. Nesta semana, cerca de 740 mil moradores com idades entre 30 e 34 anos foram incluídos no calendário de vacinação contra a Covid-19.

Mais gente à procura da vacina fez piorar o atendimento da UBS de Itaquera, também na zona leste da cidade. As doses são aplicadas num espaço que também faz coleta de material biológico para exames clínicos e está ao lado da farmácia, que entrega medicamentos gratuitos à população.

Os serviços disponibilizados em espaços tão próximos têm gerado aglomeração. A servidora Kátia Vidal, 53, tentava mais uma vez receber a segunda dose da vacina na quarta (21). Na terça (20), ela ficou 1h45 na fila e desistiu da espera porque não tinha mais tempo de horário de almoço.

Quando falou com a Folha, ela segurava a senha de número 63. Minutos depois, recebeu a numeração 58, mas sem saber se conseguiria tomar a segunda dose de Coronavac. “É muita bagunça e desorganização. Eu vejo também que são muitos procedimentos para poucos funcionários”, disse a servidora.

Quando foi receber a primeira dose, ela também percebeu que a unidade de Itaquera só começou a aplicar as vacinas contra a Covid-19 duas horas depois de já estar aberta. “A demanda de vacinas que não sejam de Covid por aqui é muito grande”, conta.

A Folha esteve ainda nas UBS Dr. Humberto Pascale, em Santa Cecília (centro), na UBS Dr. Manoel Joaquim Pera, na Vila Madalena (zona oeste) e no Centro de Saúde da Dr. Arnaldo. As três unidades tinham filas específicas para atender as pessoas com a segunda dose e funcionários para cadastrar os lotes das vacinas no cartão de vacinação.

Segundo a gestão de Ricardo Nunes (MDB), a população pode monitorar o fluxo da vacinação pelo Filômetro, uma ferramenta online que informa se os postos com vacina registram lotação.

Para quem busca a segunda dose, a prefeitura recomenda a ida aos locais de vacinação à tarde porque neste período a procura por vacina cai. Diz ainda que é preciso realizar o pré-cadastro no site Vacina Já (www.vacinaja.sp.gov.br) para agilizar o tempo de atendimento.

Sobre os problemas apontados nas UBSs da zona leste, a Secretaria Municipal de Saúde informou, por nota, que vai reorientar as unidades para priorizar o atendimento aos idosos que estiverem nas filas. Disse também que nem todas as unidades conseguem separar filas para a primeira e segunda doses devido ao tamanho do espaço físico.

A Coordenadoria Regional de Saúde Leste também afirmou, por nota, que as pessoas passam por triagem e são direcionadas para filas distintas de primeira e segunda dose da vacina contra a Covid-19 para evitar aglomeração dentro da UBS Humberto Prof. Humberto Cerruti.

A coordenadoria também disse que o quadro de funcionários das duas UBSs está completo e que o volume de atendimento é esperado de acordo com a redução da idade para vacinação. Sobre a UBS de Itaquera, afirmou que as salas de vacinação iniciam seus atendimentos às 7h.

Fonte: Folha de Londrina Online

Exame sorológico não prova que vacinas deixam de proteger

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É enganoso vídeo publicado no Facebook e Twitter no qual um médico afirma que o diagnóstico negativo de um exame sorológico que fez provaria que a Coronavac não gera imunidade contra a covid-19. Especialistas ouvidos pelo Comprova explicam que o exame não é capaz de medir o nível de proteção garantida por vacinas, pois mede apenas a quantidade de anticorpos neutralizantes, que representam só parte do sistema imunológico humano.

Conteúdo verificado: Em um vídeo publicado nas redes sociais, o médico Delano Santiago Pacheco diz que foi imunizado com duas doses da Coronavac. Porém, ao fazer dois testes sorológicos não teria apresentado anticorpos neutralizantes suficientes contra o Sars-CoV-2. Ele conclui que a vacina não serviu para ele.

Médico engana ao associar o resultado de um teste de anticorpos neutralizantes à eficácia da vacina Coronavac. Os anticorpos só são uma das defesas ativadas após uma imunização e também não se sabe qual a quantidade necessária deles para garantir uma proteção.

Tanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) não aconselham a realização desse tipo de exame após a vacinação por esses dois motivos.

Conforme explicado pela imunologista do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), Anna Castelo Branco, esse tipo de teste só serve para saber se a pessoa teve contato com o vírus, o que não assegura que ela tenha ou não imunidade contra a doença.

O vídeo foi removido das redes sociais dele, mas circula em outros perfis, como o da ex-deputada federal pelo PTB do Rio de Janeiro Cristiane Brasil. Em outra publicação, do mesmo médico, ele admite que os anticorpos não são a única forma de defesa contra o vírus produzida após a vacinação.

Como verificamos?

O primeiro passo feito pelo Comprova foi procurar saber quem era o médico que falava no vídeo. Com isso, fomos tentar entender que teste ele tinha feito, o que esse exame mede e se ele serve para apontar a eficácia de uma vacina. Para isso, além das notas técnicas divulgadas pela Anvisa e pela SBIm, consultamos a imunologista do ICB-USP Anna Castelo Branco.

Também tentamos entrar em contato com Delano, responsável pelo vídeo, pelo e-mail disponível no site da Câmara Municipal de Divinópolis (MG), onde ele é suplente, e pelo número de WhastApp divulgado em sua página do Facebook, mas até o fechamento dessa checagem, não obtivemos retorno. Além disso, tentamos falar com a ex-deputada federal pelo PTB do Rio de Janeiro Cristiane Brasil pelo Facebook.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 22 de julho de 2021.

Verificação Testes sorológicos não são capazes de medir eficácia de uma vacina

Existem dois tipos de testes sorológicos para a covid-19 disponíveis no mercado. Esses exames servem para medir se a pessoa tem anticorpos contra o vírus. O mais simples deles mede se a pessoa tem anticorpos de memória, o IgG – nesse caso só se sabe se a pessoa teve contato com o vírus. O segundo tipo de teste é um pouco mais detalhista. Ele mede se a pessoa tem os chamados anticorpos neutralizantes, que servem para impedir a entrada do vírus na célula. Não fica claro no vídeo exatamente qual o teste que o médico fez, mas ao que parece ele fez um exame de anticorpos neutralizantes.

O problema desse exame é que ainda não há estudos que demonstrem qual a quantidade de anticorpos neutralizantes necessária para impedir uma infecção. De acordo com explicação do site do Laboratório Exame, a única indicação do teste é para quem deseja saber se já teve contato com o vírus da covid-19.

Segundo a imunologista Anna Castelo Branco, nenhum teste sorológico disponível no mercado tem a capacidade de medir a eficácia de uma vacina. ‘Ainda não foi estabelecida qual é exatamente a necessidade de anticorpos que são necessários para bloquear a entrada do vírus na célula’, destaca Anna.

Além disso, ela lembra que os anticorpos neutralizantes são só uma das defesas ativadas pela vacina. Para as outras não há testes capazes de fazer a medição. ‘O segundo ponto é que o sistema imunológico é treinado em várias frentes diferentes, como se fosse um exército composto por vários batalhões. O anticorpo é só um desses batalhões, mas a gente tem a imunidade inata, que é primeira linha de defesa, e a adaptativa’, ressalta.

O próprio médico, autor do vídeo, fez essa explicação em outra postagem após a repercussão da primeira. No novo vídeo, ele adota um tom diferente e, apesar de não desmentir o primeiro, diz que o teste sozinho não é capaz de determinar que uma pessoa não está imune. Ele afirma que, além dos anticorpos, existem outras defesas que são ativadas com a vacina, mas que não há como medi-las.

Anna Castelo Branco explica que o médico usa conceitos corretos, mas ele erra ao dizer que a vacina não foi capaz de protegê-lo, já que a defesa não é feita somente pelos anticorpos. ‘Ele é muito enfático em dizer que não está protegido e isso não é verdade. Ele pega uma única informação e tira uma conclusão clínica. Esse dado isolado de uma única pessoa não representa nada quando a gente fala de eficácia de uma vacina. O que é mais real são os ensaios clínicos que são feitos em várias pessoas. E a Coronavac tem alta efetividade, principalmente no que é prioridade, que são os casos graves e mortes’, destaca.

Uma análise da resposta imunológica provocada pelas diferentes vacinas em uso, publicada na revista científica Nature em julho, apontou que as respostas apresentadas têm sido diferentes e que ainda não há como saber qual dessas defesas é mais eficaz contra a covid-19. Os autores concluem que estudos futuros devem ser feitos analisando as pessoas que se infectaram mesmo estando vacinadas. ‘Análises abrangentes e cuidadosas de todos os dados imunológicos, comparando as respostas pós-vacina iniciais em indivíduos que foram infectados após a vacinação com aqueles que não foram, acabarão por fornecer uma resposta.’

Com a repercussão do vídeo, a Secretaria de Saúde de Divinópolis (Semusa) emitiu uma nota pública em que contesta a fala do médico. Na publicação, o órgão apresenta orientações da Anvisa e da SBIm que desaconselham o uso de testes sorológicos após a vacinação.

Segundo a SBIm, em nota técnica de março deste ano, testes sorológicos não são recomendados após a vacinação por não terem a capacidade de medir de forma correta se a pessoa está imunizada. ‘A complexidade da imunidade pós-vacinal ou mesmo após doença natural, no entanto, não corrobora a realização dos testes, pois os resultados não traduzem a situação individual de proteção’, afirma.

A instituição lembra ainda a fragilidade do método, já que a imunização não é formada apenas por anticorpos. ‘A complexidade que envolve a proteção contra a doença torna desaconselhável a dosagem de anticorpos neutralizantes com o intuito de se estabelecer um correlato de proteção clínica, pois certamente não se avalia a proteção desenvolvida após vacinação apenas por testes laboratoriais ‘in vitro’ através da dosagem de anticorpos neutralizantes’, destaca.

Em nota técnica, a Anvisa também se manifestou contra a realização dos exames. A agência destaca que, para que esses testes pudessem ser de alguma forma utilizados, seria indispensável saber a quantidade de anticorpos que são necessários para neutralizar o vírus. ‘Assegurar a proteção ao vírus, seja pela imunidade adquirida após uma infecção ou desenvolvida após a vacinação, requer estudos que verifiquem a quantidade de anticorpos necessária para a efetividade da proteção. A avaliação por quanto tempo estes anticorpos ficam viáveis no organismo e que seja verificado também a sua funcionalidade, isto é, a sua capacidade de neutralização. As informações quanto à proteção ao Sars-CoV-2 ainda não foram estabelecidas pela ciência’, diz. ‘Independentemente do resultado de um ensaio sorológico, devem ser seguidas as orientações e cuidados quanto ao distanciamento social, uso de máscaras e higienização das mãos’, completa.

O mesmo entendimento foi destacado pelo Instituto Butantan, fabricante da Coronavac no Brasil. ‘Testes sorológicos não servem para avaliar se alguém está protegido ou não contra a covid-19. Os testes de anticorpos detectam a presença de anticorpos em determinado momento, sendo úteis apenas para identificar pessoas que foram expostas ao vírus, não para garantir se alguém está protegido ou não contra a doença. Mesmo a Anvisa recomenda não utilizar estes testes para avaliar a proteção’, explicou em post no Instagram.

O que se sabe sobre a eficácia da Coronavac

A Coronavac foi aprovada para uso emergencial no Brasil pela Anvisa em janeiro de 2021 e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho. A vacina teve uma eficácia global de 50,38% na fase três dos testes clínicos no Brasil.

Além dos testes clínicos, um estudo feito pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, vacinou cerca de 75% da população adulta e constatou queda de 80% nos casos sintomáticos de covid e de 86% nas internações, além da redução de mortes em 95%.

Outra pesquisa, feita no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, apontou queda de 80% nos casos de covid-19 entre os 22 mil funcionários vacinados com a Coronavac.

Quem é Delano Santiago Pacheco?

O médico se formou em medicina pela Unigranrio, no Rio de Janeiro, e é pós-graduado em dermatologia pelo Centro de Medicina Especializada, Pesquisa e Ensino (Cemepe). Ele foi eleito vereador de Divinópolis em 2012, pelo PRTB, e reeleito em 2016, pelo MDB. Também foi candidato em 2020, mas ficou como suplente. Delano é clínico geral e dermatologista. Ele atende em uma clínica própria em Divinópolis e no Hospital Bom Pastor.

Por que investigamos?

Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos sobre a pandemia e sobre políticas públicas do governo federal. Em julho de 2021, os participantes decidiram também iniciar a verificação da desinformação envolvendo possíveis candidatos à presidência da República. Desde então, o projeto tem monitorado nomes que vêm sendo incluídos em pesquisas dos principais institutos.

Conteúdos sobre vacinas ou tratamentos contra a covid-19 são ainda mais necessários, já que podem induzir a população a recusar medidas de prevenção, como as vacinas, e se expor a riscos durante a pandemia. O conteúdo verificado aqui teve 8,2 mil visualizações e mil interações no Facebook. Já no Twitter, foram mais de 3,1 mil visualizações e 300 curtidas.

O Comprova já mostrou que o Diagnóstico positivo de Doria não indica ineficácia da Coronavac, que a Infecção de Rodrigo Faro não prova ineficácia da vacina contra a covid-19, que as vacinas usadas no Brasil passaram por testes de segurança e eficácia; que são enganosas as postagens afirmando que quem tomou CoronaVac se protegeu pela metade; que um imunizante não precisa ser estudado por dez anos para ser seguro; e que a OMS não recomendou a aplicação de uma terceira dose da CoronaVac.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; ou ainda aquele que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Fonte: Correio Braziliense Online