Como as consumidoras negras impulsionaram o mercado de beleza brasileiro na última década?

0

Costuma-se dizer que o conceito de beleza é subjetivo. Mas será mesmo que estamos livres de lentes e que o entendimento do que é bonito está imune a interferências? Certamente, não. Basta checar as imagens que, por décadas, absorvemos das novelas, dos filmes, das propagandas, das revistas (nós, inclusas) e dos desfiles de moda. Referências que constroem um léxico imagético e interferem, junto de vivências e outros aspectos sociais, no entendimento do que é belo.

‘Ele está nos olhos de quem vê? Não, ele também é uma construção social. E essa arquitetura determina a estética na sociedade em que estamos inseridos – por sua vez, estritamente ocidental e colonialista’, afirma Katiúscia Ribeiro, doutora em filosofia africana.

Sim, isso significa que qualquer fuga do padrão branco-liso-magro-fino é vista com estranhamento. Problema: a recusa vira sintoma, inclusive quando falamos na indústria da beleza. Traços são negligenciados também em termos de serviços e ofertas de produtos. Felizmente, o mercado está em transformação no Brasil, especialmente dos últimos dez anos para cá. O primeiro degrau, talvez, se relacione ao cabelo. O processo de transição capilar, que teve um boom a partir de meados de 2014, fez com que as cacheadas e crespas passassem a abraçar a textura natural – o que foi além da aparência física e se tornou um movimento de resgate à identidade.

‘Começou no Orkut e encontrou espaço no YouTube. Mulheres que já assumiam os fios naturais por resistência ou que tiveram quedas, queimaduras no couro cabeludo depois de tantos procedimentos químicos passaram a buscar outras alternativas, porque o mercado tradicional não estava nem aí para elas. O que aprendiam e dava certo era compartilhado em vídeos e postagens’, conta a influenciadora digital e jornalista Carla Lemos, autora do livro ‘Use a Moda a Seu Favor’ (Record), que viveu e acompanhou de perto a movimentação.

Os experimentos mil eram pautas, e as protagonistas acumulavam seguidoras ávidas por conhecimento empírico. Tal demanda empurrou as marcas de beleza, que começaram a repensar linhas específicas ou até ampliar portfólio. Não dava mais para ignorá-las.

‘Havia uma obsessão antifrizz nos anos 2000. Se você fosse vaidosa, bem-sucedida e cuidasse de si, tinha que alisar o cabelo e deixar os fios no lugar. A gente não se via nem em novelas, porque as personagens cacheadas e crespas não eram quem o público almejava ser’, lembra Carla.

‘A internet foi muito importante ao aumentar o alcance das questões de raça e gênero, mas também dos novos referenciais de beleza”, completa.

A bolha, então, estourou. O discurso focado em ‘domar as madeixas’, finalmente, não era mais tolerado. Fórmulas também precisaram ser revistas. Se as consumidoras queriam volume, os novos finalizadores deveriam entregá-lo.

‘O movimento da transição capilar que a consumidora iniciou fez com que tivéssemos que nos mexer porque atendíamos quase que exclusivamente essa mulher’, explica Kamila Fonseca, diretora de marketing da Salon Line, rótulo com um dos maiores portfólios dedicados aos cachos e crespos do mercado brasileiro, incluindo cuidados para tranças afro.

Teve quem surfou na onda sem mudança real de mentalidade? Sim, mas o saldo ainda é positivo, aponta a jornalista Luanda Vieira. Expert em beleza com passagem por grandes títulos, como a Vogue e esta Glamour, ela acredita que não havia outra saída para quem quisesse se manter relevante.

‘Sempre digo que as empresas mudam no amor ou na dor. Mesmo que não acreditem na causa, sabem que vão deixar de existir se não olharem para mulheres negras. Não ter diversidade e inclusão mexe diretamente no lucro’, aponta. Se antes a prateleira ficaria vazia, hoje encontramos itens customizados para cada necessidade. ‘No passado, não tínhamos nem produtos focados no nosso tipo de cabelo e, hoje, até o xampu pode ser personalizado’, diz Luanda.

Mas não é só de haircare que se faz uma penteadeira decolonial. Em setembro de 2017, Rihanna dava uma pausa nas criações musicais e seguia imersa na Fenty Beauty. O diferencial? A dela era uma das primeiras marcas de beleza a já entrar no mercado com 40 tons de base disponíveis, das mais pálidas ao tom retinto, para além de subtons – essenciais para que a cobertura seja imperceptível e não manche de alaranjado ou acinzentado. A marca chegou a ser apontada pela revista Time como uma das 25 melhores invenções daquele ano. Quase cinco anos depois, também podemos dizer que ela impulsionou toda uma categoria: quem não tinha correu atrás para fazer também. E quem tinha passou a comunicar melhor.

‘Fenty Beauty deu um passo e não tinha como retroceder. As marcas não poderiam olhar para aquilo e seguir inertes, até porque os consumidores entenderam que não precisariam mais passar o perrengue de ficar misturando bases’, analisa Luanda. Carla Lemos acrescenta que a comunicação também foi ponto-chave. ‘Diziam que tons para peles negras não vendiam. Então chegou Riri e virou best-seller. Por quê? Faço o paralelo com uma frase que Beyoncé cita no documentário ‘Beychella’: ‘A gente não pode ser o que a gente não vê’. Como vai vender maquiagem para pele negra, se as pessoas não se enxergam naquele lugar? Rihanna mostrou, com imagens, que nós poderíamos, sim’, reflete.

O mesmo incômodo de uma estrela da música batia na administradora de empresas carioca Rosangela José. Fundadora da marca Negra Rosa Cosméticos, especializada em pele negra, ela e a sócia, Ana Heller, entraram no game para atender uma parcela da população que está longe de ser pequena e invisível – 56,1% dos brasileiros se autodeclaram racializados.

‘Eu, como mulher negra e consumidora, sabia da falta de produtos para nós. Sou do tempo em que os cosméticos nacionais não se importavam se a pigmentação funcionaria na gente’, conta.

O rótulo nasceu em 2016, a princípio com três tons de batons. No ano seguinte, chegaram cinco tons de base, incluindo opções para a pele retinta, que é justamente a que mais tinha dificuldade em comprar. Somam sete variações de base, além de sombras, blush, iluminador, corretivos e batons. Em uma ampliação mais recente, a Negra Rosa também investiu numa linha capilar. ‘As marcas precisam se adaptar. E não foi um movimento que partiu delas, mas uma exigência inicialmente do público’, diz Rosangela.

O mesmo não se pode dizer, entretanto, da seara de cuidados. E não estamos falando de skincare. Considerada uma das especialidades mais ‘brancas’ da medicina, a dermatologia custa para atender peles negras. O problema é primário: há lacunas profundas na própria literatura médica. ‘Quando cheguei a esta especialidade, vi que não havia sequer referências nos livros’, afirma Katleen Conceição, dermatologista especializada em pele negra, que tem Taís Araújo e Lázaro Ramos entre os pacientes célebres.

As mesmas questões foram enfrentadas por Monalisa Nunes, também dermatologista e negra. ‘O que vejo, na prática, é que as pacientes já receberam muitos ‘nãos’ – por exemplo, ouviram que peeling ou depilação a laser não podem ser realizados em pele negra – quando o tratamento era possível. O importante é que o profissional esteja apto e tenha estudado para isso’, diz a médica.

É preciso estar preparado mesmo, porque as questões também são específicas e, assim como pacientes com outros diagnósticos, carecem de soluções. Entre as principais reclamações de quem chega aos consultórios estão as manchas escuras que surgem com facilidade na pele negra em razão da maior produção de melanina.

Junto com as queixas, vem o medo dos tratamentos. ‘É uma pele que exige cuidado mais delicado. Ainda é muito reproduzida a máxima de que, por ter mais colágeno e elastina, a pele negra é mais resistente, mais rígida? Sendo que é o contrário: ela tende a ser mais sensível, pigmentar com maior facilidade, e tem mais chance de queloide’, elucida Monalisa.

Dos procedimentos clínicos aos frascos da farmácia, as peculiaridades devem ser levadas em consideração. Aliás, já nem pega bem propor ‘clareamento’ – ‘branqueamento’, então, nem se fala. Prova disso é que termos assim vêm sendo banidos das embalagens. Há dois anos, por exemplo, a L’Oréal removeu todas as palavras com conotação parecida, caso de ‘whitening’, dos produtos. O movimento rolou depois que a filial indiana da Unilever anunciou que mudaria o nome de seu creme para clarear a pele, “Fair & Lovely” (algo como “Clara & Bonita”), após denúncias de que se tratava de uma alcunha racista. Há otimismo (ainda que tardio) no ar, entretanto. Assim analisam as duas especialistas. ‘Muitas empresas me procuram para dar consultoria sobre cosméticos que, de fato, atendam a população negra brasileira. Acho que será cada vez mais fácil encontrá-los’, aposta Katleen.

Ancestralidade é caminho de futuro

‘O modelo de sociedade vigente é o modelo da branquitude. Então, por mais que você tenha uma aceitação estética, como a do cabelo, você ainda passa por um processo que faz com que a sua subjetividade não te reconheça como belo’, aponta Katiúscia Ribeiro.

Fazendo um paralelo com Frantz Fanon, que discorre sobre o assunto em ‘Pele Negra, Máscaras Brancas’, livro lá de 1952, ela explica quea negação aos traços negroides ainda é comum – ainda que estejamos falando daquele momento a sós, de frente para o espelho. ‘Por mais que você enxergue beleza, há uma estrutura que vai dizer que o belo é o outro. E essa busca por traços mais afilados, por traços fora dos padrões da negritude, é a busca da branquitude. Como diz Fanon, é colocar a máscara branca para ser aceita’, explica.

Para a filósofa, é urgente que resgatemos outros modelos de estética, seja por nós mesmas, seja para que presente e futuro sigam em revisão. ‘Os filtros no Instagram, a cosmética, os produtos dermatológicos, os tratamentos de pele? Há uma indústria por trás disso e ela também atende a uma proposta ocidental de mundo. O resgate à ancestralidade é um resgate à história. História é poder, e a construção desse poder é capaz de reconstruir um olhar sobre si mesmo’, diz, certeira.

Fonte: Glamour Brasil Online

Skincare fermentado: tudo o que você precisa saber sobre a tendência

0

Skincare fermentado Você já ouviu falar em skincare fermentado, e ficou sem saber o que isso significa? Calma, que a gente te ajuda! Fermentação é um processo conhecido quando falamos de alimentos, como vinho, cerveja e iogurte. Eles podem ser ótimos para o seu organismo – e para sua pele. Estes ingredientes são uma aposta sustentável no mundo dos dermocosméticos e já até fazem parte da sua rotina, afinal, para obter o ácido hialurônico sinteticamente precisamos deste método. Vamos entender mais?

O que é fermentação?

A fermentação feita em laboratório aproveita microrganismos, como bactérias, para decompor ingredientes de cuidados com a pele em diferentes compostos. Para nos dar uma luz sobre como isso funciona conversamos com Marília Tamaki, farmacêutica, formada pela Universidade de São Paulo, e analista de pesquisa e desenvolvimento da Creamy.

‘A fermentação é um processo que a gente conhece há muito tempo, a gente faz pão, vinho, e recentemente começamos a usar esse método também nos ingredientes de cosméticos. Basicamente, é a mistura de algum extrato, óleo, ou açúcar com bactérias e fungos que são selecionadas para este processo de fermentação. Eles vão reagir com esse outro ingrediente, que vão funcionar como alimento dessas bactérias e fungos para transformar esse material’, explica ela.

‘Durante esse processo, há uma quebra dessas substâncias e é isso que nos interessa, esses metabólitos, subprodutos dessa fermentação eles vão ter algumas características específicas, proteínas e outros elementos que terão benefícios na nossa pele’, completa. Os ingredientes fermentados podem vir da natureza ou por um procedimento sintético.

‘Como estamos quebrando as moléculas de um substrato, com a fermentação vamos ter um produto final com um tamanho molecular menor e isso para o skincare é ótimo. Dessa forma, a gente consegue uma melhor fermentação desses ativos em nossa pele. E por conta desse processo, o produto final tem menos resíduos, acaba sendo mais puro já que estamos transformando esse material’, conta Marília Tamaki.

Como a fermentação pode ser benéfica para a pele?

Como dito, a fermentação é uma forma de tornar os componentes menores e aumentar o potencial de absorção na sua pele. ‘Os produtos derivados desses ingredientes podem causar menos irritações na pele, são mais suaves e também há maior eficácia. Quando você tem um ingrediente fermentado, você vai diminuir o tamanho dele, facilitando a penetração na pele para fazer a ação que você quer, seja hidratação, aumento de colágeno ou controle da oleosidade’, explica a farmacêutica. ‘E claro que isso depende também de outros fatores, princípio ativo e da formulação como um todo. Mas, no geral, eles vão ser muito bons’.

A fermentação é uma nova forma de chamar um processo já conhecido

Segundo a especialista, o termo fermentação é uma roupagem diferente para o que já era conhecido como prebióticos, probióticos e pós-bióticos. Já tinha ouvido falar disso? Esses são componentes dos dermocosméticos. Entenda a diferença entre eles:

Prebióticos: ‘Eles vão ajudar as bactérias boas a proliferar na pele, estimulando o crescimento delas e diminuindo o das nocivas’, explica Marília. Eles funcionam como uma espécie de alimento para as bactérias boas.

Probióticos: Os probióticos são os microrganismos em si e tem uma polêmica em relação a eles. ‘Como que vou garantir que os conservantes não vão matar os microrganismos ou se o mesmo não vai causar uma contaminação?’, comenta a especialista. ‘Tem bastante pesquisa acerca disso, mas a gente dá preferência para os pré e pós bióticos’, completa.

Pós-bióticos: ‘Esses são ingredientes que já passaram pela fermentação, ou seja, os subprodutos que serão estudados para ver quais ações eles têm na pele’.

Em suma, a fermentação não é um processo novo e sim um novo termo para um método já conhecido. ‘Essa questão de pré e pós-bióticos ainda é pouco difícil de entender, mas se você fala de fermentação todo mundo sabe. A gente usa fermento no bolo, usa a fermentação para fazer cerveja, vinho. Essa nomenclatura fica mais próxima da nossa realidade, talvez por isso esteja crescendo tanto’, conta Marília Tamaki.

Onde podemos encontrar ingredientes fermentados?

‘Vários ingredientes que usamos faz tempo são obtidos com fermentação como ácido hialurônico, que vemos em todos os produtos. Ele pode vir de origem animal mas também é obtido por fermentação. Também o ácido málico, o glicólico e o esqualano’, explica a farmacêutica.

E por falar em origem animal:

Marília Tamaki conta também que no ramo dos dermocosméticos os produtos de origem animal estão cada dia mais escassos: a pegada agora é a obtenção de certos derivados artificialmente. Como no caso citado acima.

Outro ponto positivo é que esse é um método sustentável também, pois são utilizados microrganismos vivos. ‘Sempre teremos aquela fonte de energia para transformar esses materiais’, pontua Marília. Além disso, essas substâncias, justamente pelo processo de fermentação, têm uma vida útil maior.

E por falar em sustentabilidade, geralmente o termo está atrelado à natureza e vivemos uma fase em que grande parte dos produtos prezam por ingredientes naturais. Marília também explica que nem sempre esse é o melhor caminho quando falamos de dermocosméticos.

‘Não necessariamente algo que é natural é mais seguro, quando temos processos naturais, há muito mais dificuldade em isolar o que é bom. Claro que existe o controle de qualidade, para entendermos o que está no extrato, mas é algo que foge do controle, pois depende muito do horário que você colheu a planta, da estação do ano’, analisa. ‘Já quando temos o processo sintético, feito em laboratório que é todo controlado, a gente tem mais certeza de que os ingredientes no final não terá impurezas e nem traços de moléculas nocivas para nossa pele. Então, é um bom balanço, ter ingredientes naturais e sintéticos’.

Fonte: Claudia Online

Auxílio para taxistas e caminhoneiros começa a ser pago em agosto

0

Cerca de dez dias após a promulgação da emenda constitucional que ampliou benefícios sociais, o Ministério do Trabalho e Previdência divulgou hoje (25) o calendário para o pagamento dos auxílios a caminhoneiros e taxistas afetados pela alta do preço dos combustíveis. Os benefícios serão pagos de agosto a dezembro, com a parcela de agosto sendo paga em dobro em relação às demais parcelas.ebcebc

As parcelas de julho e de agosto do Auxílio Caminhoneiro serão pagas juntas em 9 de agosto, somando R$ 2 mil. As demais parcelas, que serão pagas até dezembro, equivalerão a R$ 1 mil. Em relação ao Auxílio Taxista, o limite máximo de cada parcela soma R$ 1 mil, podendo atingir R$ 2 mil em agosto (pagos em datas diferentes no mesmo mês), mas os valores efetivos dependerão do número de taxistas cadastrados pelas prefeituras. Caso haja mais taxistas cadastrados que o previsto, o valor para cada um ficará menor.

O Auxílio Taxista começará a ser pago em 16 de agosto. As prefeituras terão até domingo (31) para informar a lista e o número de beneficiários ao governo federal.

Confira os calendários para os dois benefícios

Auxílio Caminhoneiro

Parcela Data de pagamento Dados ativos no Ministério da Infraestrutura
Julho e agosto 9/8 (valor em dobro) até 22/7
Setembro 24/9 até 11/9
Outubro 22/10 até 9/10
Novembro 26/11 até 13/11
Dezembro 17/12 até 4/12
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência

Auxílio Taxista

Parcela Data de pagamento Dados enviados pela prefeitura
Julho 16/8 até 31/7
Agosto 30/8 até 15/8
Setembro a dezembro sem data definida` até 11/9
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência

Quem tem direito?

Poderão receber o Benefício Emergencial aos Transportadores Autônomos de Carga (BEm Caminhoneiro) os transportadores de carga autônomos cadastrados até 31 de maio no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTR-C). O cadastro precisa estar ativo, com exigência de CPF e Carteira Nacional de Habilitação válidos.

Cada transportador receberá o valor fixo, independentemente da quantidade de veículos que possuir. Todos os meses, o Ministério da Infraestrutura repassará ao Ministério do Trabalho e Previdência os dados atualizados do RNTR-C.

Em relação ao Auxílio Taxista, terão direito ao benefício os motoristas de táxi registrados nas prefeituras, titulares de concessões ou alvarás expedido até 31 de maio. Não será necessária qualquer ação por parte dos taxistas. Em caso de dúvidas, o motorista deve entrar em contato com a prefeitura para verificar o cadastro municipal. A prestação das informações caberá inteiramente às prefeituras (ou ao governo do Distrito Federal, no caso da capital federal).

Auxílio Brasil

O pagamento da parcela de agosto do Auxílio Brasil foi antecipado. Tradicionalmente realizado nos dez últimos dias úteis de cada mês, o pagamento, que ocorreria entre 18 e 31 de agosto, passou para o intervalo entre 9 e 22 de agosto.

As novas datas foram publicadas no Diário Oficial da União de hoje. Conforme a emenda constitucional promulgada no último dia 14, as parcelas mínimas terão o valor de R$ 600 até o fim do ano. As datas de pagamento de setembro, outubro, novembro e dezembro não mudaram. Os benefícios continuarão a ser pagos nos últimos dez dias úteis de cada mês.

Fonte: Agência Brasil

Conheça ações que ajudam a evitar a exaustão da equipe

0

A pandemia de covid-19 acentuou casos de estresse, ansiedade e exaustão da equipe. No momento em que as organizações começam a definir um novo modelo de retorno aos escritórios prevendo maior flexibilidade, incertezas internas e externas contribuem para uma forte sobrecarga emocional.

De acordo com Wagner Gattaz, psiquiatra e professor titular de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, houve um aumento de 40% no número de pessoas com quadros de ansiedade, depressão e burnout no último ano. “O burnout leva a um sofrimento grande, pois compromete a felicidade no trabalho, que é onde passamos grande parte de nosso tempo”, afirma.

Para Oliver Kamakura, sócio de consultoria em Gestão de Pessoas da EY Brasil, o indicador de burnout aumentou no último ano e está “fundamentalmente associado à ansiedade”. “E a ansiedade, por sua vez, muitas vezes está associada à falta de direção das empresas em definir, por exemplo, como será o modelo de trabalho nesse retorno aos escritórios. A regra está aberta e as empresas não tomam uma direção”, explica o consultor.

Como as empresas podem, então, evitar a exaustão no trabalho e manter o time criativo? Na entrevista abaixo, o psiquiatra Paulo Wagner Gattaz falar sobre o burnout, como diminuir seu risco e a atuação das lideranças com o time.

 

Ainda que as empresas estejam voltando à normalidade (trabalho presencial ou híbrido), há um impacto psicológico de tudo o que foi vivido durante a pandemia. Como isto se refletiu na saúde mental dos trabalhadores?

Vivemos tempos difíceis, com forte sobrecarga emocional causada pela insegurança gerada pela pandemia: medo de contrair a Covid-19, insegurança quanto à manutenção do emprego, e tudo isso agravado pelo afastamento social e pela diminuição de possibilidades para o lazer e relaxamento do trabalho. Esta pressão gerou um estresse que contribuiu para um aumento de 40% da ansiedade, das depressões e do burnout. Principalmente o burnout leva a um sofrimento grande, pois compromete a felicidade no trabalho, que é onde passamos grande parte de nosso tempo.

 

Quais são as características do burnout?

O burnout, ou síndrome de esgotamento no trabalho, é caracterizado por três dimensões. A primeira é um esgotamento emocional, caracterizado por cansaço constante e falta de energia para o trabalho. A segunda, uma despersonalização, que se manifesta por uma atitude negativa e distanciamento das pessoas, com descaso pelas convenções sociais e uma descrença na integridade, na bondade e na honestidade das pessoas. A terceira é uma autoavaliação negativa, com sentimento de fracasso e incompetência.

 

E quais são os sintomas do burnout?

Ocorrem queixas físicas e mentais, como mal-estar generalizado, falta de energia, exaustão física e mental, insônia, dificuldade de concentração e raciocínio, irritabilidade, dores e tensões musculares. São sintomas parecidos com os que ocorrem numa depressão, com a diferença que no burnout os sintomas ocorrem apenas na situação de trabalho, podendo a pessoa ser feliz e produtiva fora dele. A depressão compromete o bem-estar geral da pessoa, enquanto o burnout afeta apenas o bem-estar relacionado ao trabalho.

 

O burnout foi incluído, a partir de 2022, como um fenômeno ocupacional na Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde. Isto significa que o burnout passou a ser visto como uma doença do trabalho?

Não. Embora ele esteja incluído da CID, ele está incluído no capítulo de “Fatores influenciando o estado de saúde ou o contato com serviços de saúde”, mas que não são classificados como doenças. Nesta mesma categoria estão incluídas outras condições, como o sedentarismo, a pobreza e a ameaça de perder o emprego. Embora o burnout, por definição, se manifeste no trabalho, dizer que ele é uma doença do trabalho é o mesmo que dizer que a pobreza ou o emprego ameaçado também sejam condições patológicas.

 

Quais sinais mostram que uma equipe está beirando a exaustâo, em risco de burnout?

Raramente, o burnout acomete toda a equipe ao mesmo tempo. Geralmente, a exaustão acomete indivíduos mais vulneráveis e que apresentam comportamento de risco: são aquelas personalidades  ambiciosas e perfeccionistas, que querem se tornar insubstituíveis e por isso não conseguem delegar, não conseguem dizer “não” e nem estabelecer limites, se sobrecarregando com o trabalho e deixando de lado suas necessidades pessoais, como família e lazer. Para desencadear o burnout, estes comportamentos de risco interagem com fatores de risco do ambiente de trabalho, como excesso de demanda combinada com falta de autonomia e baixo apoio social. O burnout resulta, então, de uma vulnerabilidade individual combinada com o risco ambiental. Os sinais precoces são uma queda gradativa da produtividade, com dificuldade para tomar decisões, procrastinação e conflitos gerados por uma maior intolerância e irritabilidade. Queixas físicas generalizadas, com aumento de procura dos serviços de saúde e afastamentos, ocorrem também com frequência nestas fases iniciais do esgotamento.

 

O que os colaboradores podem fazer para diminuir estes riscos, principalmente considerando os efeitos do trabalho remoto?

Nestes mais de 2,5 anos de pandemia, estamos aprendendo a conviver com ela e reconhecemos alguns comportamentos que ajudam a superar estes tempos difíceis com menos sofrimento físico e mental. O trabalho em casa necessita de alguns ajustes para manter-se saudável e produtivo.

 

E como as lideranças podem atuar para manter o time produtivo e criativo,  evitando a exaustão no trabalho?

O líder tem de estar presente para dar o foco nas metas comuns e evitar micromanagements (estilo de gestão em que o líder controla de perto o trabalho de seus funcionários). Estar presente significa garantir acessibilidade, estabelecer metas claras e expectativas transparentes. A criatividade é estimulada conferindo autonomia para o colaborador, dando-lhe espaço para decidir como e quando atuar para atingir as metas estabelecidas. Isto vale também para o trabalho remoto, onde é primordial o respeito aos ritmos individuais e à flexibilidade de horários, permitindo que cada um aproveite ao máximo o seu pico circadiano [ao longo de 24 horas] de atividade biológica e mental. E, finalmente, o líder deve adotar uma comunicação assertiva, com reconhecimento sincero e feedback construtivo frente aos seus liderados.

 

Em que momento o profissional deve levar a questão ao gestor?

O primeiro passo é o profissional reconhecer, detectar em si mesmo a instalação de um processo de esgotamento no trabalho. Isto torna-se possível com um programa de informação sobre saúde mental dentro da empresa. Neste programa os gestores devem, também, ser preparados para acolher sem preconceitos colaboradores em sofrimento mental, encaminhand-os para ajuda médica e psicológica. O burnout, junto com a depressão e a ansiedade, ao lado do imenso sofrimento que causam, estão entre as causas mais frequentes de queda de produtividade no trabalho. A boa notícia é que elas podem ser diagnosticadas com precisão e tratadas com eficácia, reduzindo o sofrimento e aumentando a performance pessoal e profissional dos colaboradores.

Fonte: Diário do Comércio

Movimento do comércio sobe 0,9% no 1º semestre de 2022

0

O movimento do comércio acumulou alta de 0,9% no 1º semestre de 2022 ante igual período de 2021. Porém, no acumulado em 12 meses, a indicador aponta queda de 0,8%.

Os dados, da empresa de inteligência analítica Boa Vista, também apontam que o indicador antecedente, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o território nacional, também cedeu 0,8% entre os meses de maio e junho.

Já o desempenho do varejo no mês sucedeu uma alta de 1,7% em maio, e encerrou o 2º trimestre de 2022 com estabilidade em relação ao 1º trimestre.

Na série de dados originais, o indicador avançou 0,6% na comparação interanual, e 3,1% na comparação do 2º trimestre de 2022 ante igual período do ano passado.

Em maio, a liberação do FGTS já não havia surtido o efeito esperado, e em junho não foi diferente: em um cenário de inflação e juros altos, também pesa sobre o varejo a competição com serviços, que parece estar mais acirrada, diz Flávio Calife, economista da Boa Vista.

“Nesse período, o impacto tende a ser maior nas categorias que dependem mais do crédito, e para amenizar isso, alguns prazos estão ficando maiores”, explica. “Mas o risco da operação é maior e, mesmo que as parcelas caibam no bolso, o custo deste risco está embutido nelas”,

Assim, o consumidor, de modo geral, tende a focar no consumo de itens básicos, como alimentos e combustíveis. Em julho, o efeito da PEC dos Combustíveis já deve aparecer, e isto deve estimular a demanda nessas categorias, completa.

A despeito da queda observada na análise de longo prazo, a expectativa é de que o varejo encerre o ano em alta, até porque a base de comparação daqui para frente não é tão forte –  lembrando que o indicador no 2º semestre de 2021 havia caído 2,0% ante igual período de 2020. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio 9do IBGE), seguiram na mesma direção.

Fonte: Diário do Comércio

Consumidor segue pessimista, mas com melhora em algumas faixas de renda

0

A confiança do consumidor brasileiro se manteve praticamente estável em julho, com 91 pontos e, portanto, no campo do pessimismo. O índice é considerado otimista quando está acima dos 100 pontos. Novamente, notou-se otimismo entre o grupo com renda de R$ 1.559 a R$ 5.195.

Em contraponto ao grupo anterior, a confiança dos entrevistados com renda acima de R$ 5.195 até R$ 15.585 se manteve no campo pessimista. Os dados são do Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em conjunto com a PiniOn.

A pesquisa foi realizada com 1.676 pessoas, de todas as regiões do País.

A percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira atual se mantém presente, e se reflete em menor disposição para aquisição de bens e itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão.

O fim das restrições e a maior mobilidade social, além do aumento da ocupação, das injeções de recursos oriundos do saque do FGTS, da antecipação do 13º de aposentados e pensionistas, e dos reajustes de salários do funcionalismo público estadual e municipal são os fatores que explicam o aumento da confiança em determinados grupos analisados, de acordo com o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.

Quanto às classes mais altas, que demonstram mais pessimismo, ele argumenta que o sentimento se relaciona à renda e informações.

“Essas famílias contam com renda relativamente mais elevada e, portanto, são menos beneficiadas por recursos extras e auxílios governamentais, além de acompanharem mais de perto os cenários de incerteza interna e mundial”, completa.

Para o economista, porém, os dados sinalizam recuperação da confiança do consumidor com base, principalmente, na melhora da expectativa da situação financeira futura.

Fonte: Diário do Comércio

Veja o que pesa contra e a favor do consumo neste semestre

0

Qual é o comerciante que não fica entusiasmado quando sabe que o cliente vai ter mais dinheiro no bolso para gastar?

A chamada ‘PEC Kamikaze’, que coloca R$ 41,2 bilhões nas mãos de parte da população brasileira até o final do ano é, portanto, bem-vinda, a despeito do desarranjo fiscal que ela pode causar.

A grande dúvida do momento, de acordo com lojistas e economistas, é se o cenário econômico e político, desfavorável ao consumo, pode anular o efeito das tais benesses bilionárias.

Tradicionalmente, o segundo semestre do ano é sempre mais favorável para o comércio, até porque dezembro, em razão do Natal, é o melhor período de vendas para o setor.

Neste ano de juros e inflação em alta, eleições fortemente polarizadas em outubro, Copa do Mundo em novembro, o que os varejistas podem esperar?

Pergunta muito difícil de responder, dizem os comerciantes consultados, até porque os recursos da ‘PEC Kamikaze’ só começam a chegar às mãos dos consumidores em agosto.

A pedido do Diário do Comércio, comerciantes e economistas destacaram os prós e os contras do consumo neste segundo semestre de 2022.

PRÓS

Depois de dois anos seguidos de queda, a massa real de rendimento dos trabalhadores brasileiros deve subir 3,7% em 2022, de acordo com projeções da MacroSector Consultores.

Em 2020, a massa real de rendimento caiu 6,6% e, em 2021, 0,2%. O pessoal ocupado deve subir 8%, após cair 6,9% em 2020 e subir 3,6% em 2021, de acordo com a consultoria.

“Para o comerciante que estava com a corda no pescoço, quase sem ar para respirar, vai ser um alívio a injeção de R$ 41,2 bilhões na economia”, diz Fabio Silveira, sócio da MacroSector.

As condições de mercado, de acordo com ele, já estavam mais favoráveis até mesmo antes da aprovação da ‘Pec Kamikaze’, em razão do aumento do pessoal ocupado.

A massa real de salário, de R$ 260,9 bilhões por mês, prevista pela MacroSector para 2022, já apontava para um crescimento. No ano passado, o valor foi de R$ 251,6 bilhões por mês.

“O cenário está mais favorável. O país não está dando marcha à ré, está andando para a frente, devagar, depois do tombo de 2021”, diz ele.

A demanda por crédito, que cresceu 8,5% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2021, de acordo com a Boa Vista Serviços, é outro indicador a favor do consumo.

Até porque o varejo não depende somente de salários para ter bom desempenho.

O acesso ao crédito é também muito importante, especialmente para os setores que comercializam produtos mais caros, como carros, eletroeletrônicos e móveis.

Apesar de ter registrado uma queda de 1,9% em junho em relação a maio, a demanda por crédito, de acordo com a Boa Vista, ainda é muito forte e deverá encerrar o ano em alta.

CONTRAS

Após cair 3,5% no ano passado, o rendimento real médio do trabalhador brasileiro deve cair 4,2% neste ano, para R$ 2.685 por mês, de acordo com a MacroSector.

No ano passado, este número era R$ 2.803 e, em 2020, de R$ 2.904. Há mais pessoas ocupadas, o que elevou a massa real de rendimento, só que os salários diminuíram.

É o que geralmente acontece com o mercado de trabalho durante uma crise econômica, uma troca de pessoal com salários mais altos por empregados com salários mais baixos.

Outro indicador desfavorável ao consumo é o de inadimplência do consumidor.

O número de inadimplentes, com atrasos de pagamento acima de 72 dias, cresceu 12,3% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2021, de acordo com a Boa Vista.

No período de 12 meses terminados em junho, o aumento no número de pessoas com dívidas em atraso, que soma pouco mais de 61 milhões, de acordo com a Boa Vista, é de 7,5%.

“A inadimplência deve continuar subindo neste semestre. A situação do país é delicada em razão da alta da inflação e dos juros”, diz Rafael Ciampone, economista da Boa Vista.

A maior parte da renda extra que será injetada na economia, de acordo com ele, deverá ir para o consumo de alimentos, que sofre forte pressão inflacionária.

Até fevereiro deste ano, último dado do BC, a taxa de inadimplência de pessoa física estava em alta – subiu de 4,17% para 4,37% ao longo do ano passado.

A taxa já maior, de 4,61% registrada em janeiro deste ano, subiu para 4,71% em fevereiro (último dado divulgado pelo BC).

A projeção da Boa Vista é que a taxa de inadimplência do consumidor chegue a 5,4% neste ano, próxima à registrada em maio de 2020, de 5,6%.

O que pode também atrasar o pagamento das dívidas e a recuperação do crédito na praça, afirma Ciampone, são os juros, já elevados, que devem continuar em ritmo de alta.

No início do ano, a Boa Vista trabalhava com projeção de juros de 10,5% para o final deste ano. Recentemente, elevou a taxa para 10,75%.

“Este ganho que parte da população terá para consumir vai ter um custo lá na frente. Não é à toa que as projeções para a inflação e para os juros estão subindo”, afirma o economista da Boa Vista.

ANSIEDADE

Em uma das regiões comerciais mais tradicionais de São Paulo, o Bom Retiro, varejistas devem se reunir na semana que vem para tentar projetar o que vem por aí para o setor.

Lojistas ouvidos pelo Diário do Comércio afirmam que o clima é de ansiedade. Há grande expectativa em relação à reação do consumidor a partir de agosto.

Por enquanto, mesmo em época de liquidação de inverno, com descontos chegando a 70%, as vendas estão fracas em regiões comerciais tradicionais de São Paulo.

“É muito difícil fazer qualquer projeção. Vivemos uma situação estranha. Este mês, por exemplo, as vendas estão mais fracas do que de costume”, afirma Nelson Tranquez, vice-presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) do Bom Retiro.

Com 36 lojas, das quais 24 próprias e 12 franquias, a rede MOB, especializada em roupas femininas, ainda não conseguiu atingir a receita de antes da pandemia.

No primeiro semestre deste ano, o faturamento real da rede foi 20% menor do que o registrado em igual período de 2019.

“Ano de eleições, polaridade na política, desemprego elevado, preços subindo, insegurança com o cenário econômico, tudo isso pega no bolso”, diz Ângelo Campos, sócio da MOB.

As benesses bilionárias do governo devem ajudar o comércio, mas a retomada das vendas deve ocorrer a partir do ano que vem, para Aldo Macri, presidente do Sindilojas-SP.

Os efeitos da falta de insumos na produção ainda são sentidos, diz ele, agravados com a guerra na Ucrânia. “Acredito numa melhora deste cenário somente a partir de 2023.”

Para Silveira, apesar da taxa de inadimplência estar subindo, não está explodindo, o que pode ser um bom sinal para o comércio, pelo menos neste momento.

Fonte: Diário do Comércio

Farmácias investem em capacitação contra a síndrome de burnout

síndrome de burnout

Mais um exemplo internacional para o varejo farmacêutico brasileiro. Segundo reportagem do Pharmacy Times, as farmácias dos Estados Unidos estão procurando maneiras de apoiar suas equipes no combate à síndrome de burnout e desenvolver um modelo de atendimento farmacêutico.

A síndrome de burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Nos Estados Unidos é um dos problemas de saúde mais prevalentes entre os farmacêuticos, em função do aumento de responsabilidades e métricas de desempenho desafiadoras.

Existem várias causas do esgotamento generalizado, que foi significativamente exacerbado pela pandemia de Covid-19. Além do aumento do estresse nesse período, a frustração contínua com os programas de benefícios farmacêuticos, as métricas de desempenho e a pressão pelo status de fornecedor contribuíram para o aumento dos níveis de burnout entre os profissionais do varejo farmacêutico.

Educação como forma de evitar a síndrome de burnout

De acordo com a American Pharmacists Association (APhA), educar pacientes, formuladores de políticas públicas e até gerentes de farmácia sobre o burnout é essencial para desenvolver recursos adicionais e expectativas realistas para a equipe da farmácia. Além dos esforços de educação, mudar o fluxo de trabalho na farmácia pode melhorar significativamente o burnout. Esforços como a incorporação de tecnologia podem dar aos farmacêuticos mais tempo para se concentrar no atendimento centrado no paciente, em vez de tarefas repetitivas, por exemplo.

“Exemplos de melhorias incluem a incorporação de processamento centralizado de prescrição, melhoria de nosso aplicativo móvel para pacientes e desenvolvimento de mensagens automatizadas para nossos pacientes”, afirma Omer Gajial, vice-presidente executivo de farmácia e saúde da Albertson’s Companies.

Gajial acrescentou que a Albertson’s também introduziu uma ferramenta de agendamento durante a pandemia, que permite aos pacientes agendar consultas para vacinas e doses de reforço da Covid-19, bem como outras imunizações de rotina. A implementação de soluções como essa pode ser particularmente importante, pois os farmacêuticos assumem significativamente mais responsabilidades e avançam em direção ao status de provedor.

Na Albertson´s os técnicos de farmácia podem cumprir uma variedade de funções para dar aos farmacêuticos mais tempo para se concentrarem no atendimento ao paciente. “Nossos técnicos estão na linha de frente dos cuidados de saúde comunitários. Eles não se concentram apenas no cumprimento da prescrição, mas com treinamento adequado, são capazes de realizar imunizações e auxiliar os farmacêuticos nos serviços de consulta clínica. Eles são um recurso inestimável para nossos pacientes, ao mesmo tempo em que permitem que nossos farmacêuticos passem mais tempo cuidando dos pacientes”, ressalta Gajial.

Avançando para o futuro, o modelo de atendimento farmacêutico continuará evoluindo para oferecer atendimento integral com uma visão mais holística dos pacientes. Os farmacêuticos também continuarão a expandir os serviços, incluindo imunizações, consultas, testes no local de atendimento, prescrição, serviços de saúde mental e cuidados veterinários. Junto com essa expansão, no entanto, as farmácias devem ter infraestrutura e os funcionários da farmácia devem ter suporte suficiente para prestar esse atendimento.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

CFF se une ao MPF para suspender cursos EaD de farmácia

0

cursos EaD

 A 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Goiás concedeu ao Conselho Federal de Farmácia (CFF) autorização para figurar como Amicus curiae em Ação Civil Pública que pede a suspensão dos cursos EaD na saúde.

A expressão em latin Amicus curiae é utilizada para designar uma instituição que recebe a chancela da Justiça para fornecer subsídios às decisões dos tribunais.

Segundo o próprio CFF, a decisão abrange as novas autorizações e a fiscalização de cursos de graduação na área da saúde na modalidade de Ensino a Distância (EaD) em todo o país. A ação é movida pelo Ministério Público Federal (MPF) de Goiás contra a União (Ministério da Educação).

A intenção da procuradora Mariane Guimarães era de obtenção de liminar obrigando não só a suspensão, mas a entrega de relatórios detalhados das vistorias realizadas em até 90 dias, inclusive com previsão de multa de até R$ 100 mil por danos morais coletivos. O pedido foi negado, mas a procuradora afirma que recorrerá da decisão. Independentemente desses desdobramentos, a ação continua tramitando.

Farmácia é uma que mais tem cursos EaD

De acordo com a Comissão de Educação do CFF, com a flexibilização da normatização promovida pelo MEC a partir de 2017, o número de vagas EaD na graduação em todos os cursos da saúde passou de 527,5 mil para 1,7 milhão em quatro anos.

A farmácia é o quinto curso da saúde com maior número de vagas de EaD, com 205,2 mil. Esses e outros dados foram juntados na ação, para embasar o pedido do MPF. “Além de estudar a fundo o EaD, também temos lutado de forma incansável pelo ensino presencial de qualidade e nos sentimos representados com a iniciativa do MPF”, diz o presidente do CFF, Walter Jorge João.

Na ação civil pública, o MPF-GO pede a suspensão dos cursos até o fim da tramitação do Projeto de Lei nº 5.414/2016 ou até a devida regulamentação do art. 80 da Lei nº 9.394/96. A fiscalização solicitada deverá ser presencial, abrangendo todas as autorizações já concedidas no país.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Drones no varejo acirram disputa Walmart e Amazon

0

drones no varejo

Os drones no varejo ganham relevância na disputa entre duas gigantes do setor. Com a expansão das entregas no estado do Arkansas, incluindo medicamentos, o Walmart deu início ao plano para enfrentar a concorrência com a Amazon.

A meta é ambiciosa: permitir que 4 milhões de lares dos Estados Unidos usufruam dessa inovação até o fim do ano. Além do Arkansas, mais cinco estados deverão ser pilotos desse projeto de expansão – Arizona, Flórida, Texas, Utah e Virgínia.

O vice-presidente sênior de inovação e automação, David Guggina, foi um pouco mais comedido na meta. “Podemos entregar mais de 1 milhão de pacotes em um ano”, afirmou ao portal Drug Store News. A expansão dos drones acompanha uma tendência seguida de perto pela direção da companhia, que vai ao encontro do próximo normal do varejo global.

Drones no varejo com MIPs e hub de entrega

Entre 8 e 20h, os clientes do Walmart poderão encomendar desde medicamentos isentos de prescrição, como Tylenol, até fraldas e pães para hot dog – disponíveis também nas farmácias locais. A entrega por drones giraria em torno de 30 minutos, com US$ 3,99 de taxa de entrega e compras a partir de US$ 10.

Os PDVs que aderirem à entrega por drones abrigarão um hub de entrega DroneUp, incluindo uma equipe de pilotos certificados, operando de acordo com as diretrizes da Força Aérea Americana.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico