Com drible no teto de gastos, aposta do mercado para juros encosta em 11%

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A inflação recorde de setembro já tinha sido uma má notícia para quem achava que o Banco Central (BC) não precisaria subir mais os juros do que o que já estava sendo esperado.

Foram os desdobramentos da última semana, porém, que precipitaram uma nova onda de fortes revisões para cima. Eles incluíram um aumento de última hora no Auxílio Brasil, uma possível expansão do teto de gastos, uma debandada de secretários do Ministério da Economia e o dólar voltando para mais de R$ 5,60.

Desde então, diversos bancos, corretoras e casas de análises divulgaram novas projeções para a Selic, a taxa básica de juros do país. Elas indicam não só que a Selic deverá ficar mais alta, como deverá também subir mais rápido.

Por trás da nova visão está o aumento do risco às contas públicas que afrouxar o teto de gastos traz, na visão dos investidores, e, principalmente, o dólar mais alto que esse receio causa, o que tem impacto direto na inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana para anunciar a nova Selic, na quarta-feira (27). A taxa está atualmente em 6,25%, e poucos discordavam que iria subir em mais 1 ponto desta vez, para 7,25%, conforme vinha sinalizando o próprio BC.

Com as reviravoltas dos últimos dias, porém, esse consenso caiu, e vários economistas já acham que a próxima alta deverá ser de 1,25 ou até 1,5 ponto – ou seja, a Selic pode chegar a 7,5% ou 7,75% já na próxima quarta-feira.

Se confirmado, será o primeiro aumento de mais de 1 ponto de uma só vez que o BC faz na taxa básica desde 2003.

Juros acima de 10%

A subida mais forte, implica, também, em uma Selic que vai acabar mais alta. Se, até aqui, a maioria dos economistas apostava que ela iria parar entre 8,5% e 9,5% até o começo do ano que vem, agora as apostas abaixo do 9% minguaram e já há até aqueles que falam da taxa passando dos 10%.

É caso do UBS BB, que projeta a alta mais agressiva nesta reunião, de 1,5 ponto, e uma Selic indo até os 10,25% no início de 2022, ante os 9,25% projetados antes, de acordo com relatório enviado a clientes na quinta-feira (22).

Na mesma linha, o banco Mizuho também aposta no aumento de 1,5 ponto na quarta-feira e em uma Selic ainda mais alta ao final, de 10,75% em março do ano que vem.

‘Perdemos a âncora fiscal, que é o teto de gastos, e o risco fiscal aumentou. Mais risco implica em mais câmbio, e mais câmbio gera mais inflação’, explica a economista-chefe da gestora de investimentos Armor Capital, Andrea Damico, que também aguarda um aumento de 1,5 ponto tanto nesta reunião do Copom, quanto na próxima, em dezembro.

‘A única reação que o Banco Central pode ter é acelerar o ritmo [de alta], e os juros poderiam chegar ao patamar em torno de 10,5% ou 11% no ano que vem’, diz ela.

A meta para a inflação no ano que vem é de 3,5%, mas as projeções dos economistas já estão falando em valores acima dos 4%.

Com o dólar agora voltando a pressionar, essas expectativas devem piorar ainda mais – e é para conseguir colocar estes 4% de volta para perto da meta de 3,5% até o fim do próximo ano que o BC vai se vendo obrigado cada vez mais a cogitar uma Selic maior.

Atualmente, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está acima dos 10% em 12 meses.

Dólar mais alto, de novo

‘Dificilmente, agora, o dólar voltará para os R$ 5,20, a não ser que alguma arrumação considerada positiva pelo mercado seja feita’, diz a economista-chefe da Panamby Capital, Tatiana Pinheiro.

‘Talvez não fique nos R$ 5,60 de agora, mas certamente será um patamar mais depreciado do que se imaginava há dois meses, e o impacto do câmbio para a inflação é enorme.’

Pinheiro ainda mantém a expectativa no aumento simples de 1 ponto na Selic na reunião do Copom desta semana, além de uma taxa final nos 9,25% no início de 2022 – mas não descarta surpresas.

‘O cenário de inflação que tínhamos já apontava para uma Selic que não ficaria abaixo de 9,25%’, disse, mencionando os níveis já altos do IPCA, as novas pressões trazidas pela retomada do consumo com a abertura da economia e também a crise hídrica e energética, que deve ainda continuar puxando a conta de luz para cima.

‘O que as novas projeções estão trazendo acima disso [9,25%] é o peso direto do que aconteceu nesta semana’, continuou Pinheiro, referindo-se a todos os desdobramentos em torno do novo Auxílio Brasil e da flexibilização do teto de gastos.

Fonte: CNN Brasil

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Negócios da L’Oreal sobem para níveis pré-pandêmicos

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O principal negócio de cosméticos da L’Oreal ultrapassou os níveis de vendas de antes da pandemia e a inflação que preocupou os mercados não parece estar afetando a fabricante da linha Maybelline, agora que os consumidores voltaram a usar maquiagem e perfume. A empresa reportou um crescimento de vendas ajustado de 13% no terceiro trimestre, superando as expectativas dos analistas.

‘As grandes empresas não parecem se incomodar com mais alguns períodos de lockdown ou problemas na cadeia de suprimentos’, disse Bruno Monteyne, analista da Sanford C. Bernstein. ‘A boa notícia é que o crescimento tem uma base ampla tanto em termos regionais, quanto entre as diferentes divisões da empresa.’

A campanha global de vacinação significa que as restrições ao vírus diminuíram, e os consumidores agora podem fazer festas de casamento e aniversários e comer fora. O uso da máscara ao ar livre na França, por exemplo, não é mais obrigatório, o que está impulsionando as vendas de batons e bases.

O CEO Nicolas Hieronimus disse que os pilares do mercado chinês são ‘extremamente positivos’.

Sua unidade de dermocosméticos, que inclui marcas como CeraVe e SkinCeuticals, foi a que apresentou melhor desempenho, com crescimento de 28% no período. A unidade de produtos ao consumidor, que inclui marcas como Maybelline, que vendem batons e rímel e também produtos para os cabelos, superou seu desempenho no mesmo período de 2019.

Fonte: Bloomberg Línea

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Prefeito sanciona Lei do sistema de plantão das farmácias

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Plantão das farmácias – O presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Pedro Ignácio Seffrin, juntamente com os vereadores José Valdir Linhar (Tati) e Jean Bogoni, entregaram ao prefeito Ricardo Endrigo, que sancionou, a Lei que regulamenta o plantão nas farmácias de Medianeira. A Lei foi aprovada na câmara, após uma audiência pública ser realizada com os proprietários dos estabelecimentos farmacêuticos do município, e disciplina o horário de funcionamento e sistema de plantão das farmácias, drograrias e drugstores localizadas no município. De acordo com a Lei as farmácias, drogarias e drugstores, localizadas no perímetro urbano do município de Medianeira, funcionarão das 07h30 às 19 horas de segunda à sexta-feira e aos sábados das 07h30 às 12h30. Após sancionada a Lei fica instituído o serviço obrigatório de plantão 24 horas pelo sistema de rodízio semanal, por ordem de sorteio, com a participação de dois estabelecimentos, preferencialmente localizados em pontos equidistantes entre si. O rodízio do plantão será efetuado de segunda à sexta-feira das 19h às 7h30 do dia subsequente, nos finais de semana das 12h30 do sábado às 7h30 da segunda-feira, e feriados, respeitando os plantões conforme escala pré-estabelecida pela Secretaria Municipal de Saúde. As farmácias, drogarias ou drugstores que não estiverem de plantão suspenderão as atividades às 19h nos dias de semana e às 12h30 no sábado e não estão autorizadas a funcionar nos feriados. O estabelecimento que não estiver de plantão e extrapolar o horário estabelecido, terá suas portas fechadas imediatamente e sofrerá aplicação de multa.

Fonte: Jornal A Voz do Paraná

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Como o governo arrasta a decisão sobre a cloroquina no SUS

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Cloroquina – A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), órgão que orienta o Ministério da Saúde sobre protocolos clínicos e terapias adotados no sistema público de saúde, decidiu na quinta-feira (21) abrir uma consulta pública sobre o uso de medicamentos como a cloroquina no tratamento da covid-19. A medida foi tomada depois que uma reunião de seu colegiado, feita para analisar um parecer desfavorável ao remédio, terminou com um empate de 6 votos a 6.

O adiamento de uma decisão sobre o tema beneficia o governo federal em meio às discussões sobre o relatório final da CPI da Covid, que deve ser votado em 26 de outubro no Senado. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou em depoimento aos senadores que só iria se posicionar sobre a cloroquina depois de uma decisão da Conitec. Com isso, o relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve ser votado antes de uma definição oficial sobre o uso do remédio.

Neste texto, o Nexo mostra qual o papel da Conitec e como um órgão que deveria ser técnico tem sido politizado pelo governo Bolsonaro e arrastado para o centro de uma discussão sobre tratamentos ineficazes que já foi superada pela ciência.

Como funciona a Conitec

A incorporação de tecnologias no SUS (Sistema Único de Saúde), que é responsável por oferecer assistência médica gratuita para mais de 211 milhões de brasileiros, é feita por uma comissão ligada ao Ministério da Saúde desde 2006, quando foi criada a Citec (Comissão para

Incorporação de Tecnologias). Em 2011, ela foi substituída, por meio de uma lei, pela Conitec, responsável por fazer recomendações. A palavra final sobre uma eventual incorporação, exclusão ou alteração de tecnologia no sistema público de saúde é do Ministério da Saúde.

As análises dos processos de incorporação precisam ser feitas em até 180 dias (prorrogáveis por mais 90 dias) e se basear em evidências científicas, além de considerar eficácia, acurácia, efetividade, segurança e custo-benefício de uma tecnologia previamente registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

No caso da covid-19, por exemplo, a Anvisa aprovou medicamentos como o antiviral remdesivir, mas ele foi barrado pela Conitec – além de não ser recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), um único tratamento com a substância pode chegar a R$ 17 mil.

O plenário da Conitec é formado por 13 integrantes, sendo sete deles indicados pelo Ministério da Saúde – um deles é designado para exercer a presidência. Os demais integrantes são indicados pelo Conselho Federal de Medicina, Conselho Nacional de Saúde, Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e Anvisa.

As críticas ao modelo

Para os especialistas em saúde pública, o modelo de organização da Conitec permite interferências políticas. Em entrevista ao Nexo, na quinta-feira (21), a professora Rosana Teresa Onocko Campos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), defendeu a necessidade de ‘reforços institucionais, de governabilidade e de governança’ para o órgão.

‘Quando você está falando da incorporação tecnológica no SUS, que dá cobertura universal a um país do tamanho continental como o Brasil, estamos falando de muito dinheiro, milhões e bilhões. Ter controle da sua autonomia em relação aos grupos que detêm o poder econômico é muito importante para a defesa da saúde pública da população’, disse.

No Reino Unido, por exemplo, que também tem um sistema público de saúde robusto, chamado NHS (National Health Service), as recomendações sobre a incorporação de tecnologias são feitas pelo NICE (National Institute for Health and Care Excellence), órgão independente que não é vinculado organizacionalmente ao formulador de políticas da saúde.

O relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros também aponta o problema. ‘Observa-se, na Conitec, a existência de um conflito de interesses, uma vez que a ATS [Avaliação de Tecnologias em Saúde] é realizada por uma comissão integrante do próprio formulador de política pública, o Ministério da Saúde, possuindo atores diretamente interessados no resultado dessa avaliação’, diz trecho do documento.

No caso do parecer analisado pela Conitec na quinta-feira (21), contrário ao uso da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19, dos seis votos contrários ao documento, cinco foram de representantes do Ministério da Saúde e o sexto do Conselho Federal de Medicina, órgão alinhado ao presidente Bolsonaro e que autoriza a prescrição de medicamentos ineficazes com base no princípio da autonomia médica.

A Conitec e a cloroquina

O órgão não estava envolvido nas discussões sobre a cloroquina até ser citado por Marcelo Queiroga em seu primeiro depoimento à CPI da Covid, em maio. Questionado sobre seu posicionamento em relação ao medicamento, o ministro afirmou que o tema estava sob análise da comissão. Como a última palavra para decidir pela incorporação ou não era dele, o ministro disse que esperaria uma manifestação do órgão.

A CPI decidiu, então, questionar a Conitec para saber quando havia sido feita a solicitação para analisar o tema, e o órgão respondeu que isso ocorreu depois do depoimento de Queiroga à comissão. Segundo os senadores, o episódio mostrou que, ao longo da pandemia, não houve ‘protocolo clínico ou qualquer diretriz terapêutica oficial sobre o tratamento precoce’. ‘O Estado tem operado no escuro’, diz o relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros. Sem uma diretriz, os médicos continuam podendo receitar cloroquina para pacientes com covid-19 nos sistemas público e privado de saúde, com o consentimento deles, se acharem adequado.

Ouvido novamente pela CPI em junho, o ministro afirmou: ‘Volto a repetir: esse assunto é motivo de discussão na Conitec, que vai elaborar o protocolo clínico, uma diretriz terapêutica. Se não houver questionamentos acerca do que for ali colocado, morreu o assunto: o protocolo clínico está lá’. Uma decisão final da comissão, portanto, se acatada pelo ministério, poderia encerrar o assunto.

As interferências políticas

O documento encomendado pelo Ministério da Saúde entregue para análise da Conitec foi elaborado por um grupo de pesquisadores coordenado pelo médico pneumologista Carlos Carvalho, da USP (Universidade de São Paulo). O parecer afirma que a ‘azitromicina e a hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento de pacientes ambulatoriais com suspeita ou diagnóstico de covid-19’.

A análise do documento estava marcada para 7 de outubro, quando a comissão iria se manifestar finalmente sobre o tema, antes da entrega do relatório final da CPI da Covid. Por pressão do governo, descontente com a conclusão do parecer, o tema foi retirado da pauta da reunião.

Em depoimento à CPI da Covid, em 19 de outubro, o assessor técnico do Conasems, Elton Chaves, que integra o plenário da Conitec, disse que todos no órgão estavam ‘ansiosos na expectativa de já analisar esse documento’.

‘É uma expectativa dos gestores e das gestoras municipais de saúde ter uma orientação técnica para que a gente possa organizar os serviços e orientar os profissionais na ponta. Então, por isso, a nossa surpresa [pela retirada da análise da pauta do órgão]’, afirmou.

Para a CPI, Queiroga ‘não agiu para que a manifestação ocorresse e, quando pôde, agiu para que ela não ocorresse’, diz trecho do relatório apresentado por Calheiros.

Na quinta-feira (21), o documento foi finalmente analisado, mas terminou com um empate de 6 votos a 6. O voto da Anvisa, que seria favorável ao documento e encerraria a discussão, não foi contabilizado. A agência disse que seu integrante acompanhou a reunião de modo remoto e precisou desligar por algumas horas por causa de um voo.

‘Até a hora em que o membro da Anvisa saiu da reunião, não havia sido definido o horário da votação do relatório. Ao chegar a Brasília às 14h20, o representante entrou na plataforma da reunião e percebeu que esta havia sido finalizada e que o relatório com diretrizes do tratamento ambulatorial da covid-19 já havia sido votado’, afirmou o órgão.

A consulta pública

Com o empate devido à votação mesmo sem a participação da Anvisa, o órgão decidiu colocar o tema em consulta pública, para obter ‘informações, opiniões e críticas da sociedade’ sobre o tema.

Ao longo de 20 dias, são disponibilizados dois formulários eletrônicos – o primeiro deles serve para obter ‘contribuições técnico-científicas’, e o segundo, para coletar ‘relatos de experiência ou opinião’. Essas contribuições são analisadas pelo plenário do órgão. Só depois disso, os integrantes do colegiado fazem a recomendação final, e um relatório é encaminhado ao secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, que decide sobre sua incorporação.

Integrantes que participaram da reunião da Conitec disseram à TV CNN Brasil que a consulta pública poderia ser mais uma manobra do governo, que estaria mobilizando grupos para pedir e pressionar pela liberação do tratamento precoce.

Fonte: Nexo Jornal

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Com baixíssimas coberturas, Pernambuco convoca pais e responsáveis para reta final da campanha de vacinação para crianças e adolescentes

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Com coberturas vacinais baixíssimas em crianças e adolescentes, o Estado de Pernambuco convoca os pais e responsáveis a comparecer aos postos de saúde nesta reta final da Campanha de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação. A iniciativa, que termina na próxima sexta-feira (29), é voltada para crianças e adolescentes até os 14 anos e busca garantir a proteção para diversas doenças neste momento em que se constata queda na procura pelos imunobiológicos, um dos reflexos do isolamento provocado pela pandemia da covid-19.

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Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a indicação para pais e responsáveis é procurar a sala de vacina mais próxima de casa e levar a caderneta de vacinação para que o profissional do local avalie as doses que estão em atraso, a fim de poder disponibilizá-las. Para os menores, uma das preocupações é a poliomielite, doença sem caso no Brasil há mais de três décadas, mas que, se não houver a proteção correta, pode ressurgir, devido ao registro de casos em outros países. A cobertura vacinal contra pólio, em Pernambuco, está em 66,63% para menores de 1 ano, em 51,98% no 1º reforço (15 meses a 18 meses) e em 40,10% no 2º reforço (5 anos). O recomendado é que a cobertura vacinal contra a doença esteja em 95%. Afinal, a poliomielite se espalha em populações com baixa cobertura vacinal, e o vírus tem o potencial de causar paralisia.

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Para as crianças mais velhas, precisa-se lembrar da imunização contra o HPV, indicada para meninas entre 9 e 14 anos, prevenindo câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal, e para meninos entre 11 e 14 anos, protegendo contra câncer de pênis, ânus e orofaringe.

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, fez um alerta. “Estamos preocupados com a baixíssima cobertura das vacinas para esse público. Muitas das doenças que são evitáveis por esses imunizantes são ainda mais graves para as crianças do que a covid-19. Com as atuais coberturas, todos, mas especialmente as crianças, estão correndo perigo. É cada vez mais latente o risco do retorno de doenças que estavam erradicadas ou com baixa ocorrência, até porque não atingimos meta para nenhuma das vacinas indicadas para o público infantil em 2021′, destacou André Longo.

Além disso, importante destacar a imunização contra a covid-19 para quem tem a partir dos 12 anos – e que a vacina contra o coronavírus agora pode ser feita juntamente a outras do calendário.

Baixas coberturas

Atualmente, a cobertura vacinal em Pernambuco para os imunobiológicos indicados às crianças menores de 1 ano se configura da seguinte forma: BCG (71,95%), pneumocócica (68,63%), pentavalente (66,87%), poliomielite (66,63%), meningocócica (65,43%) e rotavírus humano (65,03%). A situação se repete quando observado o público maior de um ano de idade: hepatite A (62,89%), tríplice viral – doses 1 e 2 (72,19% e 44,02%), meningococo C (66,30%), pneumocócica (66,08%), poliomielite – 1º reforço (51,98%) e 2ª reforço (40,10%), dTp – 1º reforço (57,57%) e 2ª reforço (47,26%) e varicela (63,86%).

‘Os municípios devem elaborar estratégias que possibilitem o acesso desse público-alvo de maneira efetiva e rápida. Alternativas podem ser criadas, como a abertura de postos de saúde ou pontos de vacinação nos fins de semana, e até mesmo ir às escolas realizar a imunização no local’, afirmou a superintendente de Imunizações do Estado, Ana Catarina de Melo.

A campanha de multivacinação segue até o dia 29 deste mês. Durante esse período, estarão disponíveis 18 vacinas. Para as crianças com menos de 7 anos, serão disponibilizadas vacinas de BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C, febre amarela, tríplice viral, varicela, hepatite A e DTP. Quem tem entre 7 e 14 anos pode receber vacina de hepatite B, tríplice viral, febre amarela, varicela, difteria e tétano adulto, meningocócica ACWY, HPV, e dTpa, por exemplo.

Fonte: Jornal Do Commercio (PE)

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Filmes orodispersíveis podem ser uma alternativa aos comprimidos e cápsulas

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Orodispersíveis  – Quem convive com idosos e crianças sabe que muitas vezes é difícil deles deglutirem ou até mesmo aceitarem os comprimidos e cápsulas necessárias. Pensando nisso, os filmes orodispersíveis foram criados. São medicamentos ou suplementos que se dissolvem na boca quando entram em contato com a saliva da língua, ocorrendo assim a absorção rápida.

‘A experiência não poderia ser melhor, é uma forma farmacêutica revolucionária que apresenta uma absorção mais rápida e eficaz do que cápsulas e comprimidos’ afirma Luana Lemos Aires, Farmacêutica da Viva Mais Pharma. Os filmes orodispersíveis se dissolvem em poucos segundos, não necessitam de água e são absorvidos diretamente da mucosa oral.

Além da aceitação entre crianças e idosos, qualquer pessoa pode usar e se beneficiar desta forma farmacêutica. Entre os diversos produtos que o público encontra na Mais Viva Pharma, se destacam os filmes orodispersíveis de Vitamina B12, grandes aliados no tratamento de osteoartrites e combate à anemia, e de Vitamina D3, que fortalece o sistema imunológico e aumenta a absorção de cálcio.

Também se destacam os filmes de Melatonina que ajudam a tratar a insônia, reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono. Na Mais Viva Pharma, os clientes também encontram o filme orodispersível de Cetoprofeno, que atua no tratamento de lombalgia, torcicolo, tendinites, além de outras dores articulares e musculares.

Os consumidores podem conferir estes e outros produtos no site da Mais Viva Pharma, contando com entrega gratuita para todo o Sul e Sudeste em compras acima de R$ 150,00, e para todo o Brasil em compras acima de R$ 190,00. A Mais Viva Pharma é registrada na Anvisa – nº 537602.

Fonte: Correio do Povo

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Mudança no teto foi feita para gastar mais em ano eleitoral

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O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados querem uma alteração na regra de correção do teto de gasto que, na prática, expande as despesas do governo acima do esperado em 2022, ano eleitoral. A mudança na regra é feita porque a inflação acumulada em 12 meses até dezembro (8,7%) será superior do que a apurada até junho (8,35%). Desde o início do Plano Real, isso ocorreu 12 vezes. Em outras 16 situações, o acumulado até junho foi maior.

A inflação oficial do país é medida pelo IPCA, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Há outros indicadores que acompanham os preços, como INCC, com metrologia diferente.

Na prática, a manobra permitirá ao governo ter mais dinheiro para gastar no ano eleitoral. A alteração do texto foi incluída na emenda constitucional dos precatórios (dívidas judiciais). Nas contas do governo, ajudará a abrir espaço de R$ 39 bilhões no Orçamento de 2022. A cifra pode ser maior dependendo do nível da inflação no final do ano. Isso também dificulta o trabalho na elaboração da peça orçamentária.

O mês de julho não foi escolhido à toa durante a criação da regra fiscal, em 2016, no governo de Michel Temer. O Orçamento começa a ser elaborado pouco tempo depois, em agosto, e deve ser aprovado até o final do ano.

Com essa alteração, só será definido o tamanho oficial do teto quando o IBGE soltar a inflação de dezembro, com o acumulado em 12 meses. A divulgação só é feita em janeiro do ano seguinte.

Ou seja, o governo vai passar a enviar o Orçamento ‘sem saber quanto realmente’ pode gastar no ano seguinte. O teto será ‘flexível’ durante a elaboração da peça orçamentária. Vai depender das projeções que o governo terá sobre a inflação. Se errar para cima, os gastos podem ser maiores. Se errar para baixo, menores. Porém, depois, será necessário um ajuste.

Esse tipo de correção quando as projeções saem erradas já é comum na gestão de algumas despesas, como aposentadorias e pensões, que são reajustadas pelo INCC fechado em dezembro. No início do ano seguinte, o governo tem que fazer adaptações no orçamento, como congelamento de algumas despesas, para respeitar as regras fiscais.

Um dia depois de pedir demissão, o secretário Bruno Funchal (Tesouro e Orçamento) disse que o teto de gastos traz previsibilidade à economia, estimula os investimentos produtivos e, consequentemente, o crescimento econômico. Funchal saiu do cargo depois da mudança sugerida pela Câmara com o apoio do governo. O texto ainda precisa ser aprovado pelos congressistas.

Em entrevista à imprensa na 6ª feira (22.out), o ministro da Economia disse que as mudanças no teto para financiar mais gastos, como auxílio de R$ 400 aos mais pobres, não abalaram os fundamentos fiscais do país. Os investidores ainda não gostaram da ideia. Resultado: queda do Ibovespa e alta do dólar.

Fonte: Poder 360

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Facebook exclui live em que Bolsonaro relaciona falsamente vacina a aids

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Vídeo também foi excluído do Instagram. É a primeira vez que empresa suprime live do presidente. Declaração mentirosa com o objetivo de alimentar paranoia contra vacinas anticovid provocou repúdio de médicos e políticos.O Facebook apagou na noite deste domingo (24/10) a última live semanal do presidente Jair Bolsonaro, transmitida na quinta-feira. O vídeo também foi excluído do Instagram, que pertence à empresa.

Em nota, o Facebook afirmou que as políticas da plataforma ‘não permitem alegações de que as vacinas de covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas.’

O motivo da exclusão foram declarações de Bolsonaro que associaram falsamente as vacinas contra covid-19 ao risco de desenvolver aids.

Esta foi a primeira vez que o Facebook excluiu uma live semanal de Bolsonaro.

Até o último fim de semana, a empresa só havia se limitado a apagar, em março de 2020, um vídeo em que Bolsonaro aparecia afirmando falsamente que a cloroquina era uma ‘cura’ contra a covid-19. YouTube e Twitter também já excluíram ao longo da pandemia vídeos em que o presidente aparecia fazendo declarações falsas.

No entanto, a live da última quinta ainda permanecia no YouTube na manhã desta segunda-feira.

Mentira sobre aids

No vídeo da última quinta-feira, Bolsonaro leu um texto afirmando que vacinados com as duas doses contra a covid-19 estariam desenvolvendo a ‘síndrome da imunodeficiência adquirida’ – o nome oficial da aids – ‘mais rápido do que o previsto’ e que tal conclusão era supostamente apoiada em ‘relatórios oficiais do governo do Reino Unido’.

No entanto, não há estudos do governo do Reino Unido que mencionam tal risco. Entidades médicas e cientistas imediatamente desmentiram o presidente em redes sociais.

A notícia falsa citada por Bolsonaro foi publicada originalmente pelos sites Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva, este último um site antivacinas que já veiculou fake news ao longo da pandemia. Os dois sites se basearam numa página em inglês conhecida por espalhar teorias conspiratórias.

O site Aos Fatos apontou que os textos divulgados por Stylo Urbano e Coletividade Evolutiva inseriram de maneira fraudulenta uma tabela que não existia em documentos oficiais das autoridades sanitárias do Reino Unido.

Bolsonaro parece ter se dado conta na live sobre o potencial de sanções das redes sociais e se limitou a ler apenas o título e recomendar aos espectadores a procurarem ler o material. ‘Não vou ler porque posso ter problemas com minha live.’

Não é a primeira vez que Bolsonaro menciona estudos inexistentes para embasar sua agenda negacionista. Em fevereiro, ele mencionou um ‘estudo de uma universidade alemã’ para afirmar que o uso de máscaras são ‘prejudiciais a crianças’. No entanto, como a DW Brasil revelou, o tal ‘estudo’ não passava de uma mera enquete online altamente distorcida. Da mesma forma, a notícia havia sido divulgada inicialmente por ativistas negacionistas antes de chegar ao presidente.

Bolsonaro tem feito declarações contra vacinas desde o ano passado. Num dos casos mais notórios, ele comemorou publicamente uma suspensão temporária de testes sobre a eficácia da Coronavac. Ele também continua se recusando a tomar qualquer vacina contra a covid-19. É o único líder de um país do G20 que ainda não o fez.

Repúdio

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) foi um dos grupos que desmentiu a fala de Bolsonaro que associou vacinas à aids. Em nota, a entidade repudiou ‘toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente’. A nota foi endossada pela Associação Médica Brasileira (AMB).

No Twitter, a epidemiologista Denise Garrett, do Instituto de Vacinas Sabin (EUA), reiterou que nenhuma das vacinas para covid-19 aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) causam HIV. Ela também chamou Bolsonaro de ‘inescrupuloso’, ‘mentiroso’ e ‘criminoso’.

A microbiologista Natalia Pasternak também usou o Twitter para afirmar que nenhuma vacina faz com que as pessoas desenvolvam aids.

Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à CPI da Pandemia que envie ao Supremo Tribunal Federal (STF) um requerimento com uma compilação das mentiras divulgadas por Bolsonaro na live semanal. O senador deseja que o documento seja anexado no inquérito das fake news que tramita no tribunal.

Já o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que Bolsonaro faz ‘terrorismo de Estado’. ‘Isso não é apenas fake news, é mais do que uma simples mentira – isso é terrorismo de Estado. A Justiça precisa frear essa loucura’, escreveu o senador no Twitter.

Na semana passada, o relatório da CPI da Pandemia imputou nove crimes a Bolsonaro, inclusive o de ‘incitação ao crime’ por espalhar sistematicamente notícias falsas e incitar o desrespeito às medidas contra a pandemia. O relatório também apontou que Bolsonaro comanda uma rede de fake news com a participação de seus filhos e blogueiros bolsonaristas.

Fonte: Isto É Online

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País cria vagas, mas salário de contratação ‘encolhe’ em tempos de inflação e desemprego

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O país está criando mais empregos com carteira assinada em 2021, mas, com a disparada da inflação e com o número ainda elevado de desempregados disputando uma vaga, os salários oferecidos estão cada vez mais baixos.

Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que a remuneração média real de contratação – descontada a inflação – está menor do que a oferecida há 1 ano em dois terços das ocupações que mais geram vagas no país.

‘Das 100 principais profissões, só um terço delas só conseguiram ganhar da inflação. É o menor índice do ano e, agora, com a inflação já passando de 10% em 12 meses está ficando mais difícil. Isso vai corroendo os ganhos’ , afirma o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.

‘Das 100 principais profissões, só um terço delas só conseguiram ganhar da inflação. É o menor índice do ano e, agora, com a inflação já passando de 10% em 12 meses está ficando mais difícil. Isso vai corroendo os ganhos’ , afirma o economista Fabio Bentes, autor do levantamento.

O estudo foi feito a partir do dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), considerando as 100 ocupações com o maior número de brasileiros empregados, que correspondem a 72% do estoque total de empregos formais no Brasil.

No comparativo do salário inicial médio pago em agosto com o que era oferecido em agosto do ano passado, só 34% das profissões ganharam da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Veja no gráfico abaixo:

Salário médio é o menor dos últimos 12 meses

Segundo os dados do Caged, o salário médio real de admissão no país no mercado formal foi de R$ 1.792,07 em agosto – o menor valor dos últimos 12 meses. Descontada a inflação, o valor representa uma queda de R$ 25 em relação a julho (R$ 1.817) e de R$ 113 na comparação com agosto do ano passado (R$ 1.905).

‘A ocupação entre as profissões está crescendo. Mas, embora o mercado de trabalho esteja reagindo, essa aceleração dos preços nos últimos meses está corroendo ganhos de renda do mercado formal de forma sistemática desde junho”, afirma Bentes.

‘A ocupação entre as profissões está crescendo. Mas, embora o mercado de trabalho esteja reagindo, essa aceleração dos preços nos últimos meses está corroendo ganhos de renda do mercado formal de forma sistemática desde junho”, afirma Bentes.

Os números do Caged mostram que o país continua gerando vagas com carteira assinada em todos setores da economia, apesar da perda de fôlego da economia nos últimos meses. Segundo os dados oficiais, nos oito primeiros meses do ano foram criadas 2,2 milhões de vagas. Os dados do IBGE mostram, entretanto, que ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país.

‘Do ponto de vista de geração de vagas no mercado formal, 85% das profissões estão gerando mais vagas do que destruindo, o que é bastante positivo. O grande problema é que do ponto de vista da renda, dois terços das profissões que mais geram vagas estão perdendo da inflação em um momento que o país tem uma taxa de desemprego ainda muito alta’, destaca o economista.

‘Do ponto de vista de geração de vagas no mercado formal, 85% das profissões estão gerando mais vagas do que destruindo, o que é bastante positivo. O grande problema é que do ponto de vista da renda, dois terços das profissões que mais geram vagas estão perdendo da inflação em um momento que o país tem uma taxa de desemprego ainda muito alta’, destaca o economista.

Ele explica que, nas poucas ocupações com ganho real nos salários de admissão, a alta está associada a uma maior demanda neste período de reabertura da economia ou à escassez de mão de obra qualificada, com destaque para as áreas de TI (tecnologia da informação), comércio eletrônico e de saúde.

‘O salário de admissão de um médico clínico é de quase R$ 8.500, o que representa um ganho real de mais de 15% em 12 meses. Mas para a maioria das ocupações, os salários de admissão são baixos, para pessoas que ganham até dois salários mínimos’, observa.

Segundo o levantamento da CNC, em 59 das 100 profissões que mais empregam no país o salário inicial é de no máximo 2 salários mínimos (R$ 2.200).

Menor poder de barganha

Além da inflação nas alturas, o número elevado de pessoas disputando uma vaga no mercado de trabalho é outro fator que comprime o espaço para ganhos reais nos salários de contratação. Ou seja, para sair do desemprego, os candidatos têm aceitado a ganhar um valor menor.

‘Diante da demanda absurda por vagas de emprego, a tendência nos setores que você tem uma facilidade de entrada maior é que o salário médio de entrada não seja reajustado pela inflação que está muito alta’, afirma o economista da CNC.

‘Quem está procurando emprego tem boas chances de encontrar, mas essa vaga não vai pagar o mesmo salário real em relação ao ano passado. Talvez só no ano que vem, mas vai depender do país controlar um pouco mais a inflação”, acrescenta.

‘Quem está procurando emprego tem boas chances de encontrar, mas essa vaga não vai pagar o mesmo salário real em relação ao ano passado. Talvez só no ano que vem, mas vai depender do país controlar um pouco mais a inflação”, acrescenta.

Para quem já está empregado, a situação também é de arrocho salarial. Segundo o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 50,5% dos acordos e convenções coletivas realizadas no país entre janeiro e setembro resultaram em reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até a data-base.

A expectativa atual do mercado para a inflação em 2021está em 8,69%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2022, a projeção está em 4,18%.

Profissões em alta e em baixa

O levantamento da CNC listou ainda as profissões que mais abriram novas vagas de trabalho com carteira assinada no país em 12 meses e as que mais perderam entre as 760 ocupações mais representativas do Caged.

Cargos do setor de serviços e do comércio continuam dominado o ranking de geração de emprego formal. Veja no quadro abaixo:

Na contramão, ocupações nas áreas de transportes urbanos, setor bancário e educação lideram a lista das profissões que mais perderam postos de trabalho com carteira assinada em 1 ano.

“Na área de educação, o quadro é triste no que se refere à geração de vagas, principalmente para profissionais do ensino superior. O EAD avançou de braçada na pandemia. Uma sala pode ter hoje 1 mil alunos. Antigamente você tinha uma sala com 30, 40 alunos. Então, para esses profissionais, retomar a ocupação está muito mais difícil do que para outras categorias’, afirma Bentes.

“Na área de educação, o quadro é triste no que se refere à geração de vagas, principalmente para profissionais do ensino superior. O EAD avançou de braçada na pandemia. Uma sala pode ter hoje 1 mil alunos. Antigamente você tinha uma sala com 30, 40 alunos. Então, para esses profissionais, retomar a ocupação está muito mais difícil do que para outras categorias’, afirma Bentes.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/nao-e-igual-no-mundo-todo-inflacao-no-brasil-deve-fechar-ano-maior-que-a-de-83-dos-paises/

Juros altos e economia em desaceleração pioram o cenário para 2022

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Faltando pouco mais de dois meses para o ano terminar, o desempenho da economia não trará surpresas. A retomada do setor de serviços é firme, graças ao avanço da vacinação, enquanto as vendas de fim de ano seguem promissoras. Os economistas em geral confiam que a parcela da população de renda mais alta e menos afetada pelo custo de vida elevado seguirá consumindo no pós-pandemia, enquanto há ligeira melhora para a população de renda mais baixa, devido ao trabalho temporário típico de fim de ano, do auxílio emergencial e do crédito.

Há, porém, uma preocupação com o próximo ano, particularmente com o primeiro trimestre, quando as taxas de juro continuarão muito altas, não haverá amparo às micro e pequenas empresas, o ritmo da atividade econômica estará bem mais lento e o crédito vai desacelerar com um número recorde de famílias endividadas. ‘É possível que tenhamos uma ligeira recessão no início do ano que pode ser revertida no decorrer dos meses’, acredita Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e ex-diretor do Banco Central, acrescentando que todo início de ano traz um rosário de contas a pagar: tributos, taxas e material escolar.

Uma pesquisa da Febraban com 16 instituições financeiras, entre 29 de setembro e 5 de outubro, mostra um ligeiro recuo na projeção de crescimento da carteira de crédito de 2022, de 7,8%, em agosto, para 7,4%. ‘O cenário para o mercado de crédito se mostrará mais desafiador, diante do aumento da Selic e das perspectivas mais modestas de crescimento, além da própria base de comparação mais elevada’, diz a entidade. Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, a Acrefi, explica que o movimento do crédito acompanha e influencia o desempenho da economia. Ou seja, se a atividade acelera, ele ajuda nesse crescimento e quando fica mais seletivo, há retração. ‘Num cenário de crédito mais caro e a atividade recuando, as instituições também tendem a ficar mais restritivas na concessão de empréstimos.’

Tingas acredita que o início de 2022 será difícil para as pessoas físicas e as micro e pequenas empresas, uma vez que as grandes podem recorrer a outras fontes de recursos, como o mercado de capitais. ‘Até agora, as linhas do auxílio emergencial ajudaram na estabilidade da inadimplência, assim como o crédito, com as compras parceladas do cartão de crédito, o cheque especial, mas, depois, o consumidor partiu para o consignado’, observa. ‘Contudo, já começamos a sentir uma frequência nos atrasos, o que evidencia maior dificuldade de pagamento das dívidas.’ A taxa de inadimplência, no entanto, ainda segue estável em 3%, apesar da alta de 2,5 pontos porcentuais na taxa de juros média cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito em 12 meses, conforme o último relatório de crédito do BC.

A mais recente Pesquisa Mensal de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores da CNC mostra que o número de famílias com dívidas a vencer alcançou 74% em setembro, alta de 1,1 ponto porcentual em relação a agosto, e de 6,8 pontos ante setembro de 2020, ‘o maior incremento anual da série histórica’. O endividamento das famílias com até dez salários mínimos de renda mensal é ainda mais expressivo, chegando a 75,3%. Freitas lembra que os números do BC também apontam um endividamento recorde dos consumidores com o sistema financeiro, com 60% de famílias tendo compromissos financeiros a vencer junto a bancos e financeiras. Somente em recursos livres, o estoque de crédito às famílias chegou a 1,4 bilhão de reais em setembro, aumento de 11% no ano, com o avanço nas concessões. A expansão acontece na maioria das modalidades, com destaque para duas que são associadas ao curto prazo e ao endividamento: o cheque especial e o cartão de crédito, principalmente parcelado e rotativo.

A possibilidade de Bolsonaro romper o teto de gastos com um auxílio de 400 reais atiçou os especuladores

No caso das micro e pequenas empresas, a situação não é diferente. ‘Em setembro, foram 5,3 milhões de empresas inadimplentes. É um número elevado, só 500 mil a menos que o recorde histórico de 5,8 milhões registrado em março do ano passado, quando começou a pandemia’, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa. Ele detalha que de junho a agosto houve um recuo por causa do crédito subsidiado do Pronampe, que ainda dá certo fôlego. Mas é insustentável no longo prazo, em particular nos próximos meses. ‘É bem provável que no fim deste ano, ou início de 2020, os números de inadimplência das empresas voltem a subir, uma vez que, provavelmente, não teremos nova rodada de recursos subsidiados do Pronampe. E se tiver, vai ser pouca coisa’, observa.

Na avaliação de Freitas, a calibragem da taxa Selic pelo BC terá papel decisivo na magnitude da desaceleração da economia. Ele espera o fim do aperto monetário para janeiro, com a Selic em 9%. Depois, dependendo do comportamento da inflação, a taxa pode recuar. No entanto, ‘conviveremos um período com juros reais elevados e a economia desacelerando’, acrescenta. O xis da questão é que a inflação, hoje, decorre de choque de oferta, e não de demanda. ‘Se o aperto for muito forte, haverá recessão’, alerta. Para Tingas, da Acrefi, ‘a alta dos juros pode até ajudar a reter algumas remarcações de preços e segurar as margens, mas não adianta porque a maior parte da alta é custo, então a tendência da inflação é voltar de forma mais lenta’.

O presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, vai mais fundo: ‘As pressões inflacionárias têm aumentado, elevando o custo de produção das empresas e reduzindo fortemente a capacidade de consumo da população. A fome, a vulnerabilidade social, a pobreza e a desigualdade vêm crescendo. Esta situação, além de dramática do ponto de vista social, restringe sobremaneira a capacidade de demanda agregada do País, reduzindo o potencial crescimento da economia’. Além da pressão nos preços oriunda de alimentos, combustíveis e energia, preocupa o avanço da inércia inflacionária e a continuidade de uma política monetária restritiva, que piora o custo e as condições de crédito aos tomadores finais e, com isso, arrefece a demanda e compromete o ritmo de recuperação da economia, destaca Lacerda.

De todas as variáveis que afetam a inflação, o dólar é uma das mais preocupantes. ‘Contamos com uma acomodação dos índices em 2022, mas o câmbio seguirá pressionado pela volatilidade dos preços das commodities no mercado internacional, juros e inflação. A crise institucional e o ano eleitoral abrirão espaço para ações defensivas e mesmo especulativas, causando instabilidade nos preços dos ativos’, adverte Lacerda, que também é professor da PUC de São Paulo. Em recente relatório, o economista reduziu as projeções de crescimento do PIB para 4,6% em 2021 e de 1,5% para apenas 1%, em 2022.

Freitas, da CNC, defende que o BC lance mão de outros instrumentos para não punir demais a economia, as famílias e as empresas, desde atuações mais fortemente no mercado de câmbio por meio dos leilões, ‘pois estamos em uma condição favorável com o volume elevado de reservas que pode ser utilizado nessas operações’, e mesmo, possivelmente, rever as metas de inflação – até para o BC não perder credibilidade com um eventual descumprimento.

No início da semana, por sinal, além de diversos leilões de swap cambial infrutíferos, depois que a cotação bateu em 5,57 reais, o BC recorreu à da moeda no mercado à vista, pela primeira vez desde 15 de março passado. Não conseguiu, porém, segurar a especulação com a moeda atiçada pela preocupação do mercado com a possibilidade de o governo de Jair Bolsonaro, no afã de se reeleger a qualquer custo, rompesse o teto de gastos, principal âncora fiscal do País, com um auxílio turbinado de 300 reais para 400 reais. Juntamente com o dólar, subiram os juros expressos nos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) que balizam as operações de empréstimos dos bancos. Ou seja, mesmo que o BC tente evitar subir a Selic, o mercado faz o trabalho de encarecer o crédito, diante da incerteza com a questão fiscal.

Assim, não é de estranhar o fim do otimismo com o cenário econômico verificado no fim do primeiro semestre deste ano. O último Boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira 18, consolidou números mais pessimistas para alguns indicadores: a projeção do IPCA de 2021 subiu de 8,59% para 8,69%, enquanto para 2022 ficou quase estável em 4,18%. Já as projeções do PIB de 2022 caíram de 1,54% para 1,50%, enquanto para este ano permaneceram em 5,01%. Para completar, essas estimativas foram captadas antes de a China divulgar um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2020, frustrando as expectativas de analistas pelo mais baixo desempenho registrado pelo país nos últimos anos. O Brasil, segundo economistas, vai ser impactado pelo menor crescimento chinês, que afetará o desempenho até agora recordista das exportações.

Fonte: Carta Capital Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/juros-altos-e-economia-em-desaceleracao-pioram-o-cenario-para-2022/