Brasil ainda estuda 2a aplicação da Janssen

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Ao longo desta semana, tanto o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos quanto a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) daquele país recomendaram que sejam aplicadas doses de reforço da vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson, a Janssen. O imunizante até então era aplicado em dose única. O CDC indica que o reforço seja feito para pessoas com 18 anos ou mais, pelo menos dois meses após receber a vacina.

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— Há dois braços de estudos conduzidos pela Janssen, com uma dose e com duas doses. As respostas imunes com duas doses são melhores, mas à época os estudos clínicos com uma dose tinham sido suficientes para demonstrar sua eficácia naquele cenário de pandemia, então licenciou-se com uma dose. O que motivou a rediscussão nos EUA foi justamente a duração da proteção, já que se constata que indivíduos com dose única acabam tendo uma perda de proteção mais precoce — explica o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

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Em junho, o Ministério da Saúde recebeu dois lotes de Janssen, utilizados para aplicar 4.823.786 doses no Brasil. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 301.831 doses deste imunizante foram aplicadas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, no momento, a Johnson & Johnson está conduzindo no país um estudo sobre dose de reforço da vacina, mas que ainda não houve solicitação do laboratório para que seja avaliada e incluída na bula do imunizante a dose de reforço.

“A indicação em bula depende da apresentação de dados que sustentem a necessidade e eficácia desta dose adicional”, informou a agência, em nota enviada a GZH.

A Janssen, por sua vez, relatou que os estudos citados pela Anvisa mostraram que quando a segunda dose da vacina foi aplicada seis meses após a primeira, os níveis de anticorpos aumentaram nove vezes após uma semana e continuaram a subir para 12 vezes mais após quatro semanas. Com o reforço administrado dois meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram de quatro a seis vezes mais do que os observados após a dose única.

A fabricante informa que fornecerá à Anvisa e outros órgãos reguladores, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), os mesmos dados apresentados à FDA, “para auxiliar na tomada de decisão e estratégias locais de administração de vacinas, conforme necessário”.

O Ministério da Saúde foi consultado pela reportagem, mas até o fechamento deste texto não havia respondido sobre o planejamento envolvendo a aplicação ou não da segunda dose de Janssen. De acordo com dados da pasta, o Brasil ainda receberá 36.198.450 doses do imunizante até dezembro. Na última quarta-feira (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que 7,8 milhões de ampolas são esperadas ainda para novembro. Desta forma, se for instituída a D2 de Janssen no Brasil, o país teria em novembro doses suficientes para completar o esquema vacinal de quem já recebeu uma primeira aplicação (4,8 milhões de pessoas).

A possível mudança não deve ter grande impacto no Plano Nacional de Imunizações (PNI), uma vez que, entre as doses aplicadas na população brasileira até o momento, apenas 1,9% foram Janssen. A maior parte dos brasileiros recebeu AstraZeneca (41,4% das doses).

— Acredito que a decisão de revacinação da Janssen será mundial e que o próprio fabricante mudará o esquema primário para duas doses. Temos muito poucos brasileiros vacinados com Janssen e vamos receber cerca de 36 milhões de doses ainda neste ano, que serão suficientes para terminar esses esquemas começados. Independentemente da bula, acredito que o próprio Ministério da Saúde vai optar por dar uma segunda dose para a população. O andamento depende do ministério e da chegada de vacinas em novembro, esse é o tempo que vamos ter para rediscutir e recomendar a revacinação de Janssen — afirma Kfouri.

Rio Grande do Sul

A vacinação com a Janssen no Rio Grande do Sul começou no final do mês de junho. Foram vacinadas 301.831 pessoas com o imunizante, a grande maioria adultos sem comorbidades, segundo informa a SES. A atual etapa de vacinação de reforço no RS, que é feita com vacina da Pfizer, já contempla pessoas que fizeram inicialmente a dose única de Janssen. A secretaria não soube informar, no entanto, quantas pessoas que foram vacinadas com Janssen inicialmente já receberam a dose de reforço de Pfizer. No momento, a campanha é restrita a profissionais da saúde ou idosos com 60 anos ou mais, após seis meses da segunda ou única dose, ou 28 dias de intervalo para indivíduos imunodeprimidos.

Fonte: Zero Hora

Webinar debate a vacinação no mercado de trabalho

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Pessoa recebendo imunizante; Webinar debateu a vacinação no mercado de trabalho

A Associação Brasileira dos Anunciantes (ABA) promoveu um seminário virtual que teve como tema a coleta e uso de dados da vacinação da Covid-19 pelas empresas. O foco está nos desafios da legislação para a obrigatoriedade ou não da imunização e também sobre a coleta dessas informações em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

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Participaram do encontro a Dra. Regina Aparecida Duarte, desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, e a Dra. Caroline Cavassin, líder do GT de Privacidade e Proteção de Dados da entidade e DPO da Unilever.

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A obrigatoriedade de vacinação no mercado de trabalho

Dra. Regina expôs o panorama legal sobre a obrigação da vacinação no ambiente de trabalho. A desembargadora reforçou que, mesmo que o artigo 5º da Constituição preveja a garantia à liberdade, o artigo 7º reforça que é função do empregador prover um ambiente seguro para o trabalho.

A magistrada expôs também que outras leis já previstas, como os artigos 157 e 158 da Consolidação das Leis do Trabalho e o artigo 19 da Lei de Benefícios da Previdência, reforçam a necessidade de um local de trabalho seguro para os profissionais.

Para finalizar, Dra. Regina fez eco à defesa do Supremo Tribunal Federal de que a vacinação deve ser compulsória (o colaborador deve ser instruído a se imunizar) e não obrigatória.

Em caso de recusa, a desembargadora disse que o caminho é manter o profissional em questão em regime de teletrabalho. Caso não haja essa possibilidade, o ideal seria uma realocação desse colaborador para um setor onde isso seja possível. Se isso também não for viável, a pessoa pode ser desligada da empresa.

O tratamento dos dados sobre a vacinação

Em sua participação, Dra. Caroline explicou como deve ser realizada toda a parte de coleta, tratamento e armazenagem dos dados relativos à vacinação dos profissionais.

Segundo a executiva, alguns pilares devem ser adotados para a coleta dos dados:

  • A finalidade dessa coleta deve estar bem estabelecida e esclarecida para os titulares dessas informações
  • Somente as informações estritamente necessárias devem ser colhidas
  • Todo o processo deve ser transparente para os colaboradores
  • Se houver a necessidade da armazenagem desses dados, eles devem ser mantidos seguros

Dra. Caroline também deu alguns exemplos práticos como a não necessidade de se saber qual imunizante foi tomado pelo profissional, apenas se ele está vacinado.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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São João repudia ato preconceituoso de colaboradora

 

As Farmácias São João decidiram vir a público para esclarecer e repudiar a atitude preconceituosa de uma colaboradora da rede que atuava na área de recrutamento.

Em um áudio que circula nas mídias sociais desde o dia 18 de outubro (segunda-feira), ela orientava seus colegas a evitar a contratação de candidatos gordos, gays e com piercing para vagas de emprego, porque a empresa “lida com saúde”. A profissional foi demitida por justa causa.

Imediatamente após ter conhecimento do fato, a São João instaurou um procedimento de sindicância administrativa interna para identificar a autoria e veracidade do áudio, com direito à ampla defesa dos envolvidos. A averiguação revelou que o áudio partiu de uma colaboradora sem o conhecimento da direção e por meio de um canal paralelo, não reconhecido oficialmente pela empresa.

Em nota oficial, a rede confirmou se tratar de “um ato totalmente isolado de uma colaboradora, que não condiz com as práticas da empresa”. “Basta adentrar em nossas lojas e perceberá as diversidades”, completou. A rede reafirmou também seu compromisso e respeito incondicional com a diversidade e inclusão.

A São João veiculou ainda um vídeo gravado por Ricardo Breier, representante jurídico da rede. Nele a empresa informa que aplicou as penalidades expressas na legislação trabalhista e já se colocou à disposição das autoridades policiais para colaborar na continuidade das investigações.

Confira a nota na íntegra:

São João

Nota de esclarecimento

A Rede de Farmácias São João vem, por meio de nota, novamente, reafirmar seu compromisso e respeito incondicional com a diversidade e inclusão. Como já foi comunicado, a empresa repudia toda e qualquer manifestação que possa contrariar ao ideal e valores de respeito aos direitos humanos. Há consciência de que a pluralidade é direito de todos e faz parte da Democracia em qualquer Estado de Direito, sendo que ratifica e solidifica o desenvolvimento sustentável e a preservação das liberdades individuais.

Neste cenário, nossa Política Interna repudia veementemente toda e qualquer forma de preconceito. Opiniões que contrariem esse ideal, não refletem nossos valores e princípios.

A partir desse pressuposto, o processo de contratação promove a diversidade, a inclusão e a cultura de vedação de quaisquer tipos de discriminação. Uma simples visita às lojas pode comprovar que esse é um compromisso real.

Em decorrência do áudio veiculado nas mídias sociais, informamos que no dia 18/10/2021, foi instaurado o procedimento de Sindicância Administrativa Interna para apuração e conhecimento da amplitude dos fatos, para a identificação de sua autoria e responsabilidades administrativas.

Foi realizada averiguação dos fatos, com respeito ao contraditório e a ampla defesa, colhido os depoimentos internos e ao final, constatou-se que o áudio foi enviado por uma colaboradora sem o conhecimento da Direção e através de um canal paralelo, não reconhecido oficialmente pela empresa. Foi um ato totalmente isolado de uma colaboradora, que não condiz com as práticas da empresa. Basta adentrar em nossas lojas e perceberá as diversidades.

A Sindicância Interna resultou na aplicação das penalidades expressas na Consolidação das Leis do Trabalho.

Reforçamos nosso compromisso com a comunidade, colaboradores, autoridades e ao final, ficamos à disposição para maiores esclarecimentos, caso necessário.

Departamento de RH – Rede de Farmácias São João


Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/nova-lei-de-licitacoes-traz-mais-insercao-de-venda-a-varejistas/

Nova regulamentação para entrega de medicamentos deve impulsionar uso de tecnologias de gestão e armazenagem

Outubro de 2021 – A partir de abril de 2022, todo medicamento distribuído em solo brasileiro deverá estar catalogado e serializado, sob exigência da Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, pelo Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM). Esse processo será feito por meio de um código bidimensional inserido na caixa dos produtos, parecido com um QR Code, que permite que informações sobre o medicamento, como data de validade, número de série e registro na Anvisa, sejam visualizadas na web.

Veja também: IFA produzido no Brasil passa por controle de qualidade nos EUA

Por conta deste novo cenário, os fornecedores de serviços logísticos terão que se adaptar à nova regulamentação (RDC 319), uma vez que a distribuição e entrega destes produtos só poderá ser feita por empresas que passarem por um rígido processo de checagem de qualidade feito pela Anvisa. Sendo assim, a validação de produtos e checagem de etiquetas, processos que soam como aparentemente pequenos, ganharão uma nova relevância com a mudança na lei.

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‘É um processo que pode soar como uma grande burocracia, mas é uma burocracia necessária, já que o controle vem como um forte potencial para proteger o mercado de medicamentos falsificados ou de baixa qualidade’, afirma Anderson Benetti, head de Produto de Logística na Senior Sistemas, empresa especializada em sistemas de gestão com forte atuação no segmento logístico.

Benetti aponta como essas etapas, que passarão a ser obrigatórias com a nova legislação, servem para garantir uma ‘chancela de boas práticas’ à empresa responsável pela Logística.

‘Num primeiro momento, são avaliadas as instalações e infraestruturas da companhia, para então ser feita uma análise de desempenho em tempo real, com acompanhamento de ações, status de entregas, etc’.

Além desses processos, a Anvisa também fiscalizará as tecnologias que estão em uso, por isso é esperada uma alavancagem na adoção de sistemas que contribuem para uma maior organização e eficiência na armazenagem de produtos, como as de WMS (Warehouse Management System).

‘Estarmos falando de medicamentos, que podem influenciar diretamente a qualidade de vida de uma pessoa. É imprescindível que toda análise seja feita o mais minuciosamente possível. O uso de tecnologias para a gestão, como a de WMS, será fundamental para garantir a eficiência nos processos, e afastar também qualquer possibilidade de erros humanos’, diz Benetti.

Dados revelam que o mercado de logística vive um período de grande aquecimento. O WMS da Senior Sistemas aponta um crescimento de 81% no volume de pedidos realizados via e-commerce no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. O número reforça que prestar atenção em quem maneja o produto, além do produtor em si, se tornou fundamental para manter a qualidade e o desempenho das atividades logísticas no mercado atual.

Fonte: 2A+ Farma

Drogaria é proibida de usar marca parecida com a de rede concorrente no DF

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Uma empresa que atua em determinado segmento e que se utiliza de palavras, cores e imagens de um concorrente já consolidado no mercado pode levar à confusão de consumidores e comete concorrência desleal.

Juiz entendeu que marca de farmácia imitava identidade visual de concorrente

Com base nesse entendimento, o juiz Ricardo Faustini Bagliol, da 3ª Vara Cível de Ceilândia (DF), determinou que uma farmácia situada naquela região parasse de se utilizar de marca figurativa já relacionada à rede Drogarias Pacheco em seu endereço físico e nas redes sociais.

Conforme os autos, a drogaria já havia sido notificada para que deixasse de usar o logo, cores e imagens que remetiam ao trade dress da concorrente, mas manteve o uso desses elementos.

“A imitação nesse caso, se aproveita do investimento feito por anos para a construção de identidade visual da rede de drogaria. Essa identidade, composta pelo conjunto de cores, forma de disposição das imagens, mensagens, sensações, e aparência, criam uma conexão com o consumidor e seu uso indevido por terceiros pode ocasionar confusão entre consumidores e desvio de clientela”, explica a advogada Mariana Valverde, sócia de Moreau Valverde Advogados, escritório que representa a Drogaria Pacheco na ação judicial juntamente com a equipe do jurídico interno da empresa.

Além de deferir a tutela antecipada, o magistrado estipulou prazo de 15 dias para que sejam adotadas as providências necessárias para que cesse o uso da marca sob pena de multa diária de R$ 500, limitada a R$ 15 mil.

Fonte: Consultor Jurídico

Veja também:https://panoramafarmaceutico.com.br/com-forte-crescimento-do-segmento-de-farmacias-e-drogarias-mapfre-alerta-para-as-coberturas-necessarias-ao-negocio/

Butantan anuncia início de testes de soro anti-covid em humanos

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Soro anti-covid – Após obter autorização da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), recebida no dia 15, o Instituto Butantan prepara-se para iniciar a fase de testes em humanos do seu soro anti-covid. Não foi divulgada a data para início dos testes. Trata-se da primeira forma de tratamento após o contágio pelo vírus com chances reais de alcançar eficácia cientificamente comprovada.

::Próxima pandemia é inevitável, e OMS corre para que fracasso da covid-19 não se repita::

Segundo o instituto, as análises serão realizadas em três fases, em um modelo similar ao que cientistas de todo o mundo submeteram as vacinas contra a covid-19. Os ensaios serão realizados em pacientes do Hospital do Rim e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ambos na capital paulista. O novo medicamento tem como objetivo principal o tratamento de pacientes imunossuprimidos, como transplantados e pacientes oncológicos, infectados com a covid-19. Neste grupo, a taxa de mortalidade do vírus pode chegar a 65%.

‘A expectativa é que esse soro anti-covid, uma vez administrado nos pacientes que podem desenvolver complicações, neutralize o vírus e reduza o risco de a pessoa apresentar sintomas graves’, afirma a gerente de produção do Núcleo de Produção de Soros do Butantan, Fan Hui Wen. Nas duas primeiras fases de testes, serão avaliados fatores como a segurança, eficácia e escalonamento de doses. Já na terceira fase, avalia-se a eficácia geral para buscar, enfim, aprovação para aplicação em larga escala.

Papel animal

Antes de chegar à fase de testes em humanos, o projeto do novo medicamento pelo Butantan passou pela aplicação do novo medicamento em cavalos, uma técnica utilizada em todo o mundo e na qual o instituto paulista é uma das grandes referências.

::A pandemia escancarou a dependência do Brasil na economia em saúde::

‘Há um agente muito importante na produção de qualquer soro hiperimune: o cavalo. É por meio da aplicação do antígeno nesse animal que é possível obter um soro rico em anticorpos e capaz de combater a doença. A gente faz todos os testes de controle para termos certeza de que esse vírus está inativo. Então não tem nenhum risco para os animais, nem para os operadores ou para a população que venha a precisar desse soro’, explica o diretor de produção do Butantan, Ricardo Oliveira.

O projeto do soro anti-covid envolve servidores públicos do Butantan de diferentes áreas de atuação, assim como foi o desenvolvimento da vacina CoronaVac, realizada de forma rápida e eficaz, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O imunizante teve efetividade largamente comprovada pelos bons resultados nas fases de testes e também em aplicação no mundo real.

Ciência e história

O Instituto Butantan foi fundado em 1901, tendo completado 120 anos em fevereiro. Criado pela urgência de combater um surto de peste bubônica que se espalhou pelo porto de Santos, à época, o laboratório teve como primeiro diretor o médico sanitarista Vital Brazil. Em sua equipe, ele contou com o trabalho do também médico Oswaldo Cruz e o surto na cidade do litoral paulista foi controlado.

Rapidamente, a experiência já acumulada por Vital Brazil em seus estudos sobre os venenos de cobras levou o instituto a se especializar na criação de soros antiofídicos. Mesmo obrigado cronicamente a lidar com baixos orçamentos, o Butantan tornou-se a grande referência mundial na criação pioneira destes antídotos.

Atualmente, a entidade, que foi mantida pública pela resistência da sociedade e dos seus trabalhadores, produz 13 tipos diferentes de soros, todos usando a tecnologia baseada em cavalos, de uma fazenda em Araçariguama, no interior do estado. São antídotos contra venenos de cobra, escorpião, aranhas, lagartas. Também são fabricados remédios para tratamento contra difteria, tétano, botulismo e raiva.

Fonte: Agência Brasil de Fato

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Não há comprovação de que vacinas anticovid causem distúrbios menstruais

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Vacinas – Publicações que reúnem alegações de que as vacinas contra a covid-19 causam distúrbios no ciclo menstrual foram compartilhadas mais de 250 vezes desde pelo menos 20 de outubro nas redes sociais. No entanto, não há estudos científicos até outubro de 2021 que confirmem essa relação e especialistas consultados pela AFP ressaltaram a dificuldade em detectar uma causa para essas mudanças do ciclo. Segundo a Anvisa, não há alteração de sinal de segurança relevante na relação eficácia-segurança da vacina.

‘Absolutamente normal. Acontece. É isso aí’ , diz uma postagem feita no Twitter , acompanhada por quatro capturas de tela contendo relatos sobre alterações no ciclo menstrual após a vacinação contra a covid-19.

Conteúdo semelhante também circulou no Facebook ( 1 , 2 , 3 ).

Publicações com alegações similares circularam em espanhol e em um conteúdo checado pela AFP em francês .

Procurada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) informou ao Checamos em 21 de outubro de 2021 que recebeu, até o momento, 309 notificações que ‘relatam suspeitas de relação entre o evento adverso (alteração menstrual) com o uso da vacina [contra covid-19]’. A entidade também afirmou que a informação da notificação é de responsabilidade do notificante e destacou que ‘os relatos não indicam alteração de sinal de segurança relevante na relação eficácia-segurança da vacina’ .

‘Os dados nacionais são semelhantes aos dados internacionais, que também não indicam alteração no perfil de segurança’ , acrescentou a Anvisa.

‘[Essa discussão] surgiu porque, principalmente no Reino Unido, algumas mulheres começaram a relatar que estavam tendo alteração no ciclo menstrual logo [no período] seguinte à vacinação. Eles não conseguiram ainda estabelecer uma relação de causa e efeito porque justamente isso pode acontecer em mulheres que não tomaram a vacina e, quando todo mundo toma a vacina, fica difícil ver se tem a ver com a vacina ou não’ , explicou ao Checamos Mirian Dal Ben , médica infectologista do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo.

Em agosto de 2021, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para Saúde ( MHRA ) do Reino Unido afirmou que estava analisando relatos de alterações menstruais suspeitas de serem possíveis efeitos colaterais das vacinas contra covid-19. ‘A avaliação rigorosa feita até esta data não corrobora uma ligação entre mudanças no ciclo menstrual e sintomas correlatos e as vacinas contra covid-19’ , disse em um comunicado .

‘De qualquer forma, não teve nada permanente, a maior parte delas foram alterações que já se normalizaram no próximo ciclo’ , afirmou Dal Ben.

Na França, a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos para Saúde ( ANSM ) indicou no final de julho passado um “sinal potencial” de distúrbios menstruais após a vacinação. No entanto, em seu relatório de farmacovigilância publicado no início de agosto, sinalizou que até o momento não era possível “estabelecer uma relação entre a vacinação e distúrbios menstruais” .

Por sua parte, em agosto de 2021, a Agência Federal de Medicamentos da Bélgica confirmou à equipe de verificação da AFP ter recebido notificações de distúrbios menstruais após a administração de vacinas contra a covid-19: “Trata-se principalmente de notificações de ciclos alterados (ciclo prolongado ou encurtado, sangramento inter-menstrual), alterações na intensidade do sangramento (menstruação mais ou menos profusa) e no sangramento pós-menopausa’ .

‘A grande maioria desses efeitos colaterais não foram graves e se resolveram espontaneamente. Até o momento, nenhuma relação de causa e efeito pode ser estabelecida’ com a vacinação, acrescentou a agência belga.

‘Esses distúrbios ocorrem o tempo todo na vida das mulheres em geral porque os ciclos menstruais são extremamente sensíveis às mudanças no ambiente e ao estresse’ , disse a imunologista francesa Sophie Lucas à AFP em 26 de agosto de 2021. ‘Quando observamos mudanças no ciclo menstrual, muitas vezes é extremamente difícil dizer o que as causa’ , explicou.

Entrevistado pela AFP em 27 de agosto de 2021, o ginecologista Yannick Manigart , chefe da clínica médica do hospital CHU Saint-Pierre, em Bruxelas, disse que, após ter consultado 15 colegas, não ouviu sobre nenhum caso de oscilações menstruais após a vacinação.

‘Os distúrbios menstruais podem acontecer por vários motivos’ , afirmou, acrescentando: ‘Podem ser por desequilíbrio hormonal, estresse, fuso horário? No contexto da vacinação, podem estar ligados a um estresse intenso’ .

A ginecologista Axelle Pintiaux também disse à AFP desconhecer quaisquer distúrbios menstruais após a vacinação contra a covid-19. Mas ressaltou que os confinamentos levaram a oscilações do ciclo: “Algumas mulheres ganharam peso, o metabolismo mudou, ou elas começaram a praticar muito esporte e apresentaram uma amenorreia funcional [ausência de menstruação] ” .

‘O que é mais importante falar é que, diante disso, algumas fake news começaram a surgir falando que talvez a vacina trouxesse infertilidade – o que também não é verdade. O sistema de vigilância americano já publicou dados com mais de 35 mil gestantes mostrando que a taxa de complicações na gestação comparada com o período pré-vacinal é a mesma’ , acrescentou a infectologista Dal Ben.

Fonte: Estado de Minas online

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Pfizer defende eficácia de seu imunizante em crianças

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Pfizer  – A farmacêutica americana Pfizer afirmou anteontem (22) que sua vacina contra covid-19 é 90,7% eficaz em crianças entre 5 e 11 anos, o que abre margem para aplicação nesse público nos EUA. Atualmente, o imunizante da marca é o único aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adolescentes de 12 a 17 anos no Brasil. Especialistas apontam que, caso a aplicação entre crianças eja aprovada pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, são boas as chances de que a Anvisa siga um caminho similar no Brasil.

Um grupo de conselheiros externos da FDA está marcado para se encontrar na próxima terça-feira, e votar se a agência deve ou não autorizar o uso do imunizante em crianças de 5 a 11 anos. A publicação do resultado e a revisão das evidências submetidas pela Pfizer está prevista para a sexta-feira seguinte. Segundo os documentos entregues pela farmacêutica, os eventos adversos registrados nas crianças não sugeriram nenhuma preocupação sobre a segurança do imunizante nesse grupo. Antes, a empresa já havia afirmado que o perfil de segurança no público infantil é comparável ao de jovens entre os 16 e 25 anos.

Mesmo com o futuro aval, o Brasil precisará encarar alguns desafios para que este público seja incluído no Programa Nacional de Imunização (PNI), algo que preveem apenas para o próximo ano. José Cássio de Moraes, doutor em Saúde Pública e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), explica que a Anvisa costuma levar em consideração as decisões da FDA. Porém, ainda é necessário que a Pfizer faça a solicitação formal e entregue os documentos à agência brasileira para que a bula da vacina seja alterada.

‘A gente já sabia desse estudo (em crianças) e a perspectiva que tínhamos é de que realmente funcionaria, porque esse público responde melhor às vacinas do que a população mais velha’, aponta ele. ‘Acho que facilita muito e pesa o fato de já ter sido aprovada por outra agência reguladora de respaldo’, completa Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacina, que observa que os critérios do órgão estadunidense são tão rigorosos quanto os do brasileiro.

Ambos também concordam que a vacinação contra a Covid em crianças é essencial, principalmente para diminuir as taxas de transmissão do vírus no País. Apesar de a mortalidade neste grupo ser menor em comparação aos adultos e idosos, o Brasil é o vice-campeão mundial de óbitos infantis pelo coronavírus, atrás apenas do Peru. ‘Apesar de o porcentual dos óbitos entre 5 e 11 anos ser pequeno, com o total geral de mortes chegando a mais de 600 mil no Brasil isso já pode significar algo considerável. É um risco menor, mas existe’, observa Cássio. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)

Fonte: Cruzeiro do Sul

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Black Friday: desconto vai ter, mas não o suficiente para garantir ‘precinho’

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O varejo está contando as horas para o início da Black Friday, principal data de vendas do setor. Se fosse seguir o calendário original, a promoção aconteceria no dia 26 de novembro, última sexta-feira do próximo mês. Mas o comércio brasileiro ampliou há muito tempo a extensão da Black Friday: por aqui, temos o mês, a quinzena e a semana de descontos.

Neste ano, uma série de fatores estão pressionando os preços dos produtos mais desejados da Black Friday, como TVs, videogames e smartphones. Como eles já encareceram muito, o receio é que não haja margem para dar bons descontos aos clientes.

Especialistas ouvidos pelo 6 Minutos dizem que vai ter desconto, sim, na Black Friday deste ano. A dúvida é saber se o percentual de redução será suficiente para convencer o consumidor a gastar seu rico dinheirinho.

‘A Black Friday deste ano é o grande evento do ano do varejo. As empresas vão trabalhar com otimização do mix de produtos e buscar a melhor oferta para estimular a demanda. Neste ano, temos mais descontos e melhores condições de pagamento do que em 2020’, diz Fernando Baialauna, diretor da consultoria GfK.

Vai ser Black Friday de descontinho? É bem provável. O problema, segundo Baialuna, é que os preços já subiram demais. De janeiro a agosto, o videogame acumula uma alta de 61%. No mesmo período, os tablets, que ganharam sobrevida com as aulas remotas, encareceram 59%. E as TVs de tela fina subiram 28% (veja tabela mais abaixo).

‘Em 2020, o varejo ofereceu menos descontos do que em 2019. Neste ano, os descontos voltaram. A questão é que os preços eram mais estáveis em 2019 e agora subiram demais. Então, o consumidor perde a referência de preço. Quando o comércio dá um desconto de 10%, 15%, o cliente compara com o preço de 2019 e acha que não compensa’, diz Baialuna.

Se depender da indústria de eletroeletrônicos, vai ter promoção. ‘Estamos fazendo esforços para fazer da Black Friday um momento de preço mais acessível ao consumidor, mais que em qualquer outro momento do ano’, diz José Jorge do Nascimento Júnior, presidente da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos).

Se os descontos não vão ser uma Brastemp, dá para contar que os preços vão parar de subir? José Jorge do Nascimento Júnior, da Eletros, diz que os preços não subiram nesse percentual levantado pela GfK na indústria. ‘Esse aumento todo não está saindo da indústria. A indústria não fez esse aumento de 28% na TV’, afirma ele.

Segundo ele, o aumento médio de preços do setor gira em torno de 7% a 10%. ‘Temos esse aumento por conto ambiente de negócios no Brasil e da conjuntura que estamos vivendo.’

O que está pressionando os custos do setor? A lista é imensa. ‘A pressão é muito alta. O custo de produção subiu, os insumos nacionais e importados estão mais caros. Temos o problema da variação cambial, que encarece toda a cadeia. E enfrentamos um aumento absurdo de aumento do custo do frete marítimo. A gente pagava US$ 1.000 por container e agora estamos pagando US$ 30 mil’, afirma o presidente da Eletros.

Com tanta coisa jogando contra, vai ter consumidor para gastar na Black Friday? A expectativa é que o consumidor saia às compras, mesmo com preços mais altos e com o desemprego em alta. ‘A população espera a Black Friday para trocar seus equipamentos. Ou para comprar mais produtos, uma TV a mais para o quarto. E tem as pessoas que esperam para comprar uma lavadora melhor, por exemplo. O consumidor tem a expectativa de encontrar preços menores na Black Friday’, afirma Nascimento Junior.

Além disso, existe um movimento de premiunização em alguns segmentos, caso dos smartphones. ‘O consumidor quer telas de TV maiores, smartphones mais potentes, isso continua neste ano’, diz o diretor da GfK.

Com preços tão altos, essa vai ser a Black Friday de outros produtos e serviços? Os especialistas em varejo trabalham com esse cenário. ‘Devemos observar a volta do consumo de serviços, impulsionado pelo avanço da vacinação. Já faz algum tempo que a Black Friday vem se transformando em uma data de consumo de outras categorias menos tradicionais’, afirma Eduardo Yamashita, COO da consultoria Gouvea Ecosystem.

Além disso, a inflação de serviços subiu menos que a de bens de consumo. ‘Eletroeletrônicos, higiene e beleza devem continuar sendo os carros-chefes de vendas. Mas devemos ter uma surpresa com o consumo de serviços, beneficiando esse setor’, diz Yamashita.

Para Baialuna, as categorias relacionadas ao convívio social também devem se desatacar. ‘Vimos no mundo todo um avanço do consumo de revanche, de coisas que as pessoas não puderam fazer no auge da pandemia. Isso deve criar oportunidades para o setor de turismo, bares, restaurantes, bebidas e entretenimento.’

Vai vender mais? A expectativa é que as vendas empatem em volume com 2020, mas aumentem em faturamento, já que os preços aumentaram. ‘Em volume, as vendas devem ser iguais ou menores que no ano passado’, diz Baialuna.

Pelas estimativas da Eletros, o setor termina o ano com um crescimento em volume de 5% em relação a 2020 – a projeção inicial era de avanço de 10%.

Fonte: 6 Minutos

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Do laboratório à seringa: veja como as vacinas contra a Covid-19 são produzidas

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Desde o surgimento da pandemia de Covid-19, a busca por vacinas e, posteriormente, sua eficácia contra o vírus, ganharam o noticiário. O assunto passou a dominar as conversas entre amigos e parentes. Mas como um imunizante é feito? Qual o tamanho do delicado caminho que é percorrido pelos cientistas até que uma vacina possa estar disponível no posto de saúde?

Os imunizantes contêm mínimos fragmentos do organismo que causa a doença ou as matrizes para fabricar essas pequenas partes. As fórmulas são compostas, ainda, por ingredientes que tornam a vacina eficaz e segura para a população. Até que o produto final seja aprovado e liberado, todos esses componentes com nomes complicados são testados pelos pesquisadores: antígeno, conservantes, estabilizadores, surfactantes, resíduos, diluentes e adjuvantes.

Até que entrem no programa de vacinação de um país, as vacinas passam por três fases, assim como os medicamentos. Antes disso, porém, exames e avaliações determinam que antígeno (o componente ativo que ativa a reação do sistema imune) deve ser usado para gerar uma resposta satisfatória do organismo. Esta etapa não envolve testes em humanos – as vacinas experimentais são usadas primeiro em animais.

Cumpridas as três fases, os resultados são reunidos em ensaios elaborados pelos cientistas. A partir daí, há uma série de trâmites a serem seguidos, como análises de eficácia e segurança para aprovação das entidades reguladoras e de saúde. Uma vacina pode, então, ser descartada ou aprovada de acordo com os relatórios apresentados.

Este ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou a autorização para o uso emergencial da Sputnik V no Brasil, apesar de já ser aplicada em outros países. O motivo foi que as exigências regulatórias brasileiras não foram cumpridas. Todas as vacinas incorporadas ao plano nacional seguem sendo monitoradas para que se tenha certeza sobre sua segurança.

Além da apresentação de documentos, o processo de aprovação dos imunizantes contra a Covid-19 envolveu visitas de técnicos a centros de produção e envase.

Anticorpos

Considerados soldados do nosso organismo, estão sempre de prontidão para entrar em ação a qualquer sinal de antígenos (1). O problema é quando o invasor, desconhecido, ‘confunde’ os anticorpos, deixando-os sem reação e abrindo caminho para uma nova doença (2).

Por isso as vacinas têm partes enfraquecidas ou inativadas de um determinado organismo, que não causam a doença, mas estimulam o sistema imunológico a atuar contra o inimigo. Alguns tipos de vacina necessitam de várias doses, espaçadas por determinado período, para garantir a produção de anticorpos de longa vida e o desenvolvimento de células de memória.

Os ingredientes de uma vacina

Antígeno: É o componente ativo que gera uma resposta do sistema imunológico ou a matriz para fazer o componente ativo. Está presente em todas as vacinas e pode ser uma pequena parte do organismo que provoca a doença (como uma proteína ou um açúcar) ou ser todo o organismo na forma enfraquecida ou inativada.

Conservantes: Essas substâncias impedem que a vacina seja contaminada depois que o frasco é aberto (no caso de um recipiente ter mais de uma dose). Quando o frasco contém apenas uma dose, o uso de conservantes é dispensável. O conservante mais comum é o 2-fenoxietanol.

Estabilizadores: São usados para evitar reações químicas na vacina, além de impedir que o produto tenha aderência às paredes do frasco. Normalmente são usados açúcares, aminoácidos, gelatina e proteínas para estes fins.

Surfactantes: Responsáveis por manter todos os ingredientes da vacina misturados, impedem o depósito e a aglutinação dos elementos que estão na forma líquida da vacina.

Resíduos: Estão presentes nas vacinas em quantidade tão ínfima que são medidos como parte por milhão ou partes por mil milhões. Resquícios das substâncias usadas durante a produção dos imunizantes, podem incluir proteínas de ovos, levedura ou antibióticos.

Resíduos: São eles que diluem uma vacina até a concentração correta. A substância mais usada para esta finalidade é a água esterilizada.

Adjuvantes: Nem todas as vacinas contêm este ingrediente, que melhora a resposta imunológica. Pode ser, por exemplo, uma pequena quantidade de sais de alumínio, que não causam problemas de saúde nem mesmo a longo prazo, como já comprovado pela ciência.

Fases de testes

Fase 1

A vacina é aplicada em um pequeno grupo de voluntários, geralmente jovens e adultos saudáveis. O objetivo é avaliar a segurança do imunizante, confirmar se gera uma resposta do sistema imunológico e determinar a dosagem correta.

Fase 2

Com a dosagem definida, o grupo de voluntários cresce para algumas centenas. Nesta fase, os cientistas continuam avaliando a segurança e a capacidade da vacina em gerar uma resposta do sistema imunológico.

Aqui, os participantes têm as mesmas características do público-alvo a que o imunizante se destina. Fazem parte deste grupo pessoas que não receberam a proteção para determinar se as reações entre os vacinados estão ligadas ou não ao produto.

Fase 3

O grupo passa a ser formado por milhares de voluntários, aumentando assim a quantidade de dados à disposição dos cientistas. Normalmente a terceira fase acontece em vários países, garantindo que o desempenho será satisfatório entre diferentes populações.

Nas etapas 2 e 3, tanto especialistas quanto voluntários não sabem quem recebeu a vacina ou o placebo (substância sem efeito físico, mas de caráter psicológico). Chamado de ‘ensaio cego’, este artifício evita influência nas avaliações sobre segurança e eficácia. Os envolvidos são informados somente após a conclusão dos estudos.

Tipos de imunizantes

Duas das vacinas mais usadas contra a Covid-19 no Brasil, a AstraZeneca e a Coronavac usam tecnologias diferentes. O imunizante fabricado pela Fiocruz recorre ao vetor viral, quando apenas uma parte do código genético do novo coronavírus é usado; já o produto produzido pelo Butantan tem o vírus inteiro, mas também não causa a doença porque foi inativado (o mesmo acontece nas vacinas da gripe).

Vacina de ovo

Em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o início dos testes da ButanVac em humanos. O imunizante do Butantan é desenvolvido a partir da introdução de um vírus modificado que contém proteína da Covid-19 em ovos embrionados de galinhas. Isso já acontece na vacina contra a gripe (o instituto produz anualmente 80 milhões deste imunizante usando ovos). A tecnologia foi desenvolvida por cientistas na Icahn School of Medicine de Mount Sinai, em Nova York, nos Estados Unidos.

Exceção pandêmica

Em emergências sanitárias como a atual, o uso emergencial de vacinas pode ser posto em prática. Regulamentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o processo é rápido, porém rigoroso. Neste caso, é levada em conta a relação entre os riscos e os benefícios, de forma que os imunizantes cheguem à população o mais rapidamente possível. Em relação à pandemia de Covid-19, cientistas de todo o mundo trabalharam em várias fases ao mesmo tempo, conseguindo de forma ágil chegar às vacinas que vêm sendo aplicadas.

Fabricação e armazenamento

Após aprovação, as vacinas passam a ser fabricadas em grande escala. Armazenadas em frascos de vidro, devem ser capazes de suportar temperaturas extremas, para que mantenham sua integridade até chegar à população de todo o mundo. A maioria dos imunizantes deve ser refrigerada entre 2 e 8°C. Em abril deste ano, a Anvisa atualizou as exigências de armazenamento da vacina da Pfizer contra Covid-19: entre -25° e -15°, por um período de até duas semanas. Até então, os frascos precisavam ficar em temperaturas que variavam de -90° a -60°.

Controle de qualidade

Mesmo depois de incorporadas ao plano nacional de imunização, as vacinas continuam sendo monitoradas pelas autoridades locais e pela OMS. Entre outros fatores, são analisados os efeitos adversos, a segurança e eventuais quedas na eficácia.

Fonte: Portal IG

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