O lucro da Hypera Pharma segue decepcionando. De acordo com o balanço referente ao terceiro trimestre, o indicador ficou em R$ 376,4 milhões, uma queda de 24,6% em comparação com o mesmo período de 2023. As informações são do Valor Investe.
Outro recuo identificado foi o do lucro líquido, que caiu 25,9%, fechando em R$ 370 milhões. De acordo com a farmacêutica, a baixa se justifica pelo início de um processo de otimização do capital de giro. A expectativa da companhia é que, uma vez finalizada, a otimização amplie a geração de caixa em R$ 2,5 bilhões até 2028.
A receita líquida foi outro indicador negativo. Apesar do R$ 1,91 bilhão registrado, o montante caiu 10,4% no comparativo anual. A razão para o movimento, segundo a empresa, foi a redução em seus níveis de estoque, o que acarretou em uma diminuição dos dias de contas a receber.
Com uma queda de 29,4%, o Ebitda entre julho e setembro somou R$ 561,3 milhões. O Ebitda das operações continuadas também caiu de forma acentuada, 29,6%, fechando em R$ 561,2 milhões.
Tanto as despesas gerais e administrativas (R$ 309,6 milhões), quanto aquelas destinadas ao marketing (R$ 347,1 milhões) tiveram alta, respectivamente de 10,4% e 5,9%.
Lucro da Hypera caiu, mas alguns pontos melhoraram
Apesar da queda no lucro, a Hypera afirma que conseguiu avançar em temas como o tempo de entrega. Com um novo centro de distribuição recém-inaugurado, a farmacêutica apontou que a sua demanda por medicamentos agudos (analgésicos e antitérmicos para pacientes não crônicos) foi mais estável, trazendo mais tranquilidade ao negócio.
A normalização na demanda por esses remédios também beneficiou o sell-out do laboratório. As vendas ao consumidor final cresceram 11% no período. O fluxo de caixa operacional (R$ 738,1 milhões) foi recorde para o período e o fluxo de caixa livre (R$ 551,8 milhões) subiu 23,2%.
Balanço é o primeiro após rejeição de fusão
O balanço referente ao 3T24 é o primeiro divulgado após a Hypera Farma rejeitar a proposta de fusão oferecida pela EMS. Na ocasião, a farmacêutica do Grupo NC se aproximou oferecendo o negócio após os primeiros rumores de um trimestre aquém do esperado.
A fusão foi negada por meio de um fato relevante e de um comunicado contundente com a assinatura de João Alves de Queiroz Filho, fundador da empresa.