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Mirou o etilismo e acertou no câncer!

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Ela tinha 38 anos e câncer de mama que se disseminou em metástases pelos ossos que a levaria à morte breve. Ela bebia muito e os médicos pararam o tratamento contra o câncer e administraram o Dissulfiram uma droga muito popular para diminuir a ansiedade e desencorajar o vício de beber. Com o nome comercial Antabuse e Antabus, para se ter sucesso deve ser acompanhada de tratamento psicológico.

A dose para o tratamento do etilismo é 250 a 500mg uma vez por dia pela manhã, após 12 horas de abstinência de álcool. O período de ingestão deve se prolongar até 1 ano. Esta droga inibe a enzima que decompõe o álcool e potencializa os efeitos ruins do álcool como pressão arterial, taquicardia, náusea, vômito, confusão mental, fraqueza, rubor, sudoração e cefaleia. Quanto maior o consumo de álcool, o Dissulfiram piora muito mais os efeitos colaterais, perdendo-se o prazer de tomar álcool.

A paciente com câncer de mama metastático descrita veio morrer apenas 10 anos depois, em um dia que bebeu muito e caiu de uma janela. Os médicos realizaram uma necropsia e surpreendentemente constataram que praticamente o câncer nos ossos havia desaparecido, restando uma ou outra célula perdida na medula óssea.

Isto ocorreu em 1971 e desde então poucos pesquisadores se aprofundaram no esclarecimento molecular de como o Dissulfiram atuaria nas células cancerosas. Em trabalho publicado na “Nature” em dezembro de 2017, pesquisadores dinamarqueses, suecos e tchecos liderados por Jiri Bartek, revelou que ele atua suprimindo ou bloqueando a renovação de proteínas ligadas à proliferação celular.

Este estudo foi paralelo a dados na Dinamarca onde existe o mais detalhado e perfeito registro da saúde de sua população, incluindo 240 mil casos de câncer entre 2000 e 2013 com detalhes mínimos de tudo que o paciente ingeriu como alimentos e drogas. Mais de 3 mil pacientes com câncer haviam tomado Dissulfiram com redução de 34% dos casos de morte nos pacientes com câncer de próstata, mama e intestino.

As perspectivas de uso do Dissulfiram no tratamento do câncer são muito boas, mas tem um lado perverso que nos leva a considerar na humanidade e ciência. Muita gente acredita, romanticamente, que cientistas e pesquisadores procuram a cura e ou a descoberta para melhorar a vida e contribuir com o progresso.

DILEMA FREUDIANO

Quando se refere a pensamentos de Sigmund Freud existem aqueles que se entusiasmam e os que se exasperam por não “concordarem”. Uma de suas frases mais conhecidas diz: “o que move o mundo é sexo ou dinheiro”. Se analisarmos profundamente todos os aspectos da humanidade não tem como não dar razão a ele! O caso dos efeitos benéficos do Dissulfiram contra o câncer ressalta este pensamento freudiano.

A indústria farmacêutica representa o principal ramo de negócios no mundo, em volume e valores muito mais superiores que o segundo lugar, o setor de energia. Os remédios para os cânceres são muito caros, muito mais que os outros, alegando-se as pesquisas e desenvolvimento necessários.

Governos de várias partes do mundo tem enfrentando o aumento assustador de sífilis congênita e um dos motivos é não encontrar o remédio para comprar. Como a penicilina é muito barata, sem patente para uma comercialização exclusiva, não vale a pena mais industrializar e comercializá-la. “Dane-se as pessoas, o que vale o é o dinheiro”, este é o lema do capitalismo liberal e do pensamento freudiano: o que vale é sexo e dinheiro!

Voltando ao efeito anticâncer do Dissulfiram deve-se lembrar que é uma droga há muito tempo usada no tratamento do etilismo, muito barata e que tem sua patente liberada. As patentes valem de 15 a 25 anos e depois todos podem fabricar e comercializar o produto. Esta é uma das preocupações dos autores do artigo: as indústrias farmacêuticas dificilmente se interessarão em produzir e comercializar o produto!

As pessoas se beneficiam muito ao ler o livro “A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos: como somos enganados e o que podemos fazer a respeito” de Marcia Angell, ex-editora de uma das principais revistas científicas do mundo. Se beneficiaria mais ainda os profissionais de saúde como médicos, cirurgiões dentistas, farmacêuticos, biólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, esteticistas, terapeutas e outros.

Observatório

E agora? – Estudo com a mais requintada metodologia de análise revelou que a suplementação da alimentação com cálcio e vitamina D não evita fraturas. O trabalho foi publicado no “Journal of Association American of Medicine” e envolveu 33 pesquisas com 55 mil pacientes. Conclusão: nenhum suplemento de cálcio e ou vitamina D reduz o risco de fraturas independente de dose, sexo e histórico de fraturas.

Frentistas – A concentração de vapores de solventes aumenta a possibilidade de surdez por toxidade. Fernanda Zuchi e equipe da Fonoaudiologia USP-Bauru pesquisou e encontrou efeitos da baixa exposição destes solventes em frentistas de postos de combustíveis. Sugeriram que estes profissionais devam ser incluídos em programas de prevenção da perda auditiva com avaliações periódicas. Está no “Audiology Comunication Research”!

Fonte: JCNET

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