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Preço emperra lançamento de paracetamol injetável

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paracetamol injetável

Diversas unidades de saúde e hospitais do Brasil estão sendo afetados pela falta de dipirona, utilizado no controle da febre e na redução da dor. Outro medicamento, o paracetamol injetável, é uma alternativa à dipirona, por ser também um analgésico não opioide. Mas uma barreira vem impedindo sua comercialização e ela se chama preço.

Em abril de 2020, logo no início da pandemia da Covid-19, a Anvisa aprovou o registro do medicamento para as farmacêuticas B.Braun, Fresenius Kabi e Halex Istar. Porém, o valor estipulado para a comercialização do produto pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) representa um entrave.

“O paracetamol injetável já é utilizado fora do Brasil há mais de 15 anos. Temos o registro da Anvisa para esse medicamento há aproximadamente dois anos, contudo, o valor determinado pela CMED o torna inviável”, explica a gerente de Unidade de Negócios Farma da B.Braun, Julia Medeiros (foto) em entrevista exclusiva ao Panorama Farmacêutico durante a Hospitalar.

Paracetamol injetável supriria uma lacuna de mercado

A comercialização do paracetamol injetável no Brasil supriria uma necessidade dos pacientes que, por diversos motivos, não podem utilizar anti-inflamatórios como dipirona e ibuprofeno, evitando também que precisem utilizar opioides. “O paciente brasileiro fica com menos uma alternativa terapêutica. Se ele fica impossibilitado de tomar o medicamento por via oral, por qualquer razão ele já teria que pular para os opioides, que apresentam uma série de riscos”, explica a executiva.

As regras de precificação da CMED são motivo de discussão por organizações do setor e empresas. Um dos problemas seria que o órgão regulador não levaria em conta os custos das embalagens, apenas da fórmula. Tanto a dipirona como o paracetamol injetável são produzidos fora do país e seriam apenas envasados nacionalmente.

Disparidade de preços

Para dimensionar a disparidade de preços, Julia explica que 100 ml do paracetamol injetável devem ser comercializados por um valor em torno de R$ 3, de acordo com o estipulado pela CMED. Já 100 ml de água para injetáveis têm valor registrado em R$ 8. “Isso não faz sentido, uma vez que o paracetamol injetável é uma embalagem com água para injetáveis mais o medicamento”, conta Julia.

A B.Braun estima que poderia iniciar o processo de importação do paracetamol injetável de sua planta na Espanha para comercialização no Brasil assim que o preço fosse ajustado. O objetivo é, posteriormente ao lançamento, passar a produzir o medicamento na fábrica de São Gonçalo (RJ). “Essa mudança solucionaria uma demanda mercadológica e traria benefícios significativos para os pacientes brasileiros”, afirma a gerente.

O processo já passou pelo Ministério da Economia e a Casa Civil pediu vistas, o que significa que a pasta tem quatro reuniões para analisar a proposta, mas o prazo ainda pode ser estendido.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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