Novo programa da Panvel visa contratação de profissionais 50+

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Novo programa da Panvel
Classe representa quase 40% do profissionais fora do mercado – Foto: Divulgação

O Geração 50+, novo programa da Panvel, promove a inclusão e o desenvolvimento dessa classe de profissionais por meio de incentivos de contratação. A iniciativa do grupo, formado pela rede varejista de mesmo nome, a distribuidora de medicamentos Dimed e o laboratório Lifar, conta também com ações posteriores a efetivação. As informações são do portal Consumidor RS.

O programa oferecerá inscrições para todas as vagas abertas da companhia, um processo seletivo inclusivo com etapas de triagem, entrevistas e admissão, além de um acompanhamento especializado que pode variar de 30 a 90 dias após o início dos trabalhos. A Panvel se comprometerá a prestar todo o suporte necessário por esses profissionais ao longo de sua carreira na empresa

Novo programa da Panvel mira parcela importante do mercado

A aposta nos profissionais 50+ é embasada na análise de dados do mercado, como a taxa de rotatividade (turnover) 49% menor quando comparada com a de faixas de idade inferiores. Entre os profissionais fora do mercado de trabalho, 38,8% fazem parte desse grupo, fator que pode ser um importante facilitador em eventuais negociações.

“O programa reforça o compromisso do Grupo Panvel com a valorização da experiência e diversidade geracional em nossos times. Profissionais com mais de 50 anos trazem uma riqueza de experiências que fortalecem a cultura da empresa e contribuem para o crescimento sustentável da companhia”, afirma Lívia Moraes, diretora de Cultura, Pessoas e ESG do Grupo Panvel.

Anvisa estuda retenção de receita do Ozempic

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Retenção de receita do Ozempic
Medicamento exige a assinatura de um médico na prescrição, mas receita ainda não é retida / Foto: Canva

A retenção de receita do Ozempic e demais medicamentos à base de semaglutida está sendo discutida pela Anvisa. O remédio blockbuster da Novo Nordisk, destinado ao tratamento do diabetes tipo 2, convive com o uso off label e indiscriminado para o emagrecimento, realidade que a agência deseja controlar com a mudança. As informações são do UOL e da Folha de S. Paulo.

Atualmente, o fármaco conta com tarja vermelha, ou seja, é necessário apresentar uma receita no ato da compra, mas ela não será retida. Entidades como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) manifestaram apoio à pauta.

Na visão das entidades, exposta por meio de carta aberta, além dos riscos inerentes ao uso da semaglutida sem acompanhamento médico, a demanda fora da indicação da bula pode prejudicar a oferta do medicamento para quem realmente precisa.  A proposta deve ser avaliada pela diretoria colegiada no começo de 2025.

Retenção de receita do Ozempic é só uma das estratégias 

Além da retenção de receita, a Anvisa também estuda a possibilidade de estabelecer prazos de validade para a prescrição (90 dias) e criar mecanismos para monitorar os resultados da medida. Em paralelo, especialistas defendem que ações de conscientização também são necessárias.

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, discorda que a melhor forma de controlar o uso indiscriminado do Ozempic seja a retenção de receita. Para ele, tal decisão pode fortalecer o mercado ilegal. “Se der um Google em Ozempic, vai aparecer Ozempic em gotas, que não existe”, alerta.

Três milhões de unidades foram vendidas em 2024 

Segundo dados da IQVIA, três milhões de unidades do Ozempic foram vendidas no Brasil em 2024. O instituto de pesquisa ainda aponta que, nos últimos seis anos, a venda do medicamento teve um salto de 663%.

Apenas neste ano, R$ 4 bilhões foram movimentados com a comercialização dos remédios Ozempic, Saxenda (liraglutida), Victoza (idem), Xultophy (insulina degludeca com liragutida) e Rybelsus (semaglutida), todos fabricado pela multinacional dinamarquesa.

Venda de medicamentos em supermercados volta à pauta

MEDICAMENTOS EM SUPERMERCADOS,MIPs, supermercados, varejo farmacêutico
Foto: Canva

A venda de medicamentos em supermercados, atacarejos e estabelecimentos assemelhados ganhou um novo capítulo. Entidades do canal alimentar e representantes da Câmara dos Deputados articulam-se para criar um requerimento de urgência para o Projeto de Lei (PL) 1774/19, o que abriria caminho para a votação da proposta ainda neste ano.

De autoria do parlamentar Glaustin da Fokus (Podemos-GO), a redação do PL prevê a comercialização de MIPs até em quitandas, sem nenhuma previsão de uma farmácia dentro do estabelecimento ou da presença obrigatória de um farmacêutico para assistência ao consumidor. Sob intensa pressão do setor supermercadista, os defensores da proposta argumentam que é necessário ampliar o acesso a esses remédios e baratear os preços a partir do aumento da concorrência.

No fim de novembro, o presidente da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, chegou a se reunir com os deputados federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ) para discutir pautas de interesse do setor. No mesmo período, a entidade esteve reunida com representantes do governo em encontro na Esplanada dos Ministérios, ao lado da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados.

Coincidentemente, os médicos e deputados federais Vitor Lippi (PSDB-SP) e Zacharias Calil (União-GO) gravaram um vídeo pedindo celeridade para a discussão do projeto. Eles sugeriram apenas a adequação do texto original para incorporar a presença obrigatória de um farmacêutico.

Entidades e conselhos reagem contra medicamentos em supermercados

A tentativa de liberar a venda de medicamentos em supermercados despertou reações imediatas do setor farmacêutico. Entidades como Abrafarma, Sincofarma/SP, Fenafar, Conselho Federal de Farmácia e os CRFs já se posicionaram.

“Os argumentos em favor da proposta são rasos e injustificáveis. Os MIPs já estão disponíveis nas mais de 93 mil farmácias presentes em território nacional e, mesmo fora das gôndolas, envolvem o apoio de um profissional farmacêutico em 77% das ocasiões. A saúde dos brasileiros não pode ficar aos cuidados da vendinha da esquina”, critica Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

O executivo atenta ainda para a segurança em torno do consumo desses medicamentos. “Remédios respondem, em média, por 40% dos casos de intoxicação por ano no Brasil, e as internações decorrentes geram para o SUS um custo superior a R$ 60 bilhões. Banalizar a exposição e comercialização desses produtos só agravaria o quadro atual. A pandemia nos ensinou que lugar de medicamento é na farmácia”, observa.

Atualmente, 54% das pessoas que necessitam usar medicamento de uso contínuo no Brasil já abandonam o tratamento depois de seis meses. E um dos fatores é econômico. “Liberar medicamento que trata sintomas em qualquer lugar equivale a dizer ao paciente que ele pode abandonar sua doença e cuidar somente da dor de cabeça. No médio e longo prazo teremos pessoas mais doentes e menos produtivas ou com menos expectativa de vida”, adverte.

Mena Barreto também rebate as alegações de redução drástica nos preços a partir da aprovação do projeto. “Dados da Nielsen apontam que supermercados vendem produtos comuns aos dois canais a valores 45% a 55% maiores. Qual seria a mágica desses estabelecimentos para vender mais barato um produto cuja carga tributária chega a 36%? Valorizamos a liberdade de mercado, mas jamais às custas da fragilização do sistema sanitário”, contesta.

Para o Sincofarma/SP, as farmácias desempenham papel fundamental para garantir o uso seguro e racional dos medicamentos. “Permitir a venda fora das farmácias é desvalorizar esse trabalho e colocar a saúde da população em segundo plano. Estamos mobilizados para informar a sociedade sobre os perigos dessa medida e para defender o papel das farmácias como centros de saúde e cuidado responsável”, diz o manifesto da entidade.

Em comunicações dirigidas aos 400 mil farmacêuticos credenciados, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) questiona de que lado ficarão os deputados federais e senadores. Do lado da saúde pública ou dos empresários?

Já a Fenafar postou nas suas redes sociais, no dia 10 de dezembro, que farmacêuticos estiveram em Brasília numa intensa movimentação para barrar o projeto de lei. “Medicamentos não são mercadorias comuns. Eles exigem controle, orientação e acompanhamento por profissionais farmacêuticos, para garantir o uso responsável”, comenta o presidente Fábio Basílio.

Uma novela sem fim

O debate sobre os MIPs em supermercados poderia ter acabado em 2004, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela proibição definitiva da venda de medicamentos em outros estabelecimentos. Mesmo assim, o Congresso Nacional vem mantendo viva a discussão sobre o assunto.

  • Em 2009, o deputado Sandro Mabel tentou autorizar novamente a liberação por meio da MP 549/11. Apesar de aprovada como “contrabando” na Câmara dos Deputados, foi vetada em 2012 por Dilma Rousseff
  • Em fevereiro de 2018, o projeto de lei de Ronaldo Martins (PRB-CE) foi encaminhado para a Comissão de Seguridade Social. No entanto, saiu da pauta pelo fato de o parlamentar não ter sido reeleito. O então presidente Michel Temer sinalizou apoio à iniciativa depois de analisar um pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para agilizar a votação
  • Em junho de 2019, foi a vez de o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) sugerir a alteração da lei, após encontro com executivos da entidade supermercadista
  • A Câmara Municipal de São Paulo ensaiou um movimento similar em 2020, mas no fim aprovou um projeto do vereador Gilberto Natalini (PV-SP) para vetar os remédios isentos de prescrição não apenas em supermercados, como também em bares, lanchonetes, hotéis e restaurantes
  • Em junho de 2021, foi a vez de o governo federal estudar a possibilidade de lançar uma MP. O ministro da Economia Paulo Guedes chegou a defender publicamente a venda nesses estabelecimentos justamente no maior fórum do setor supermercadista
  • Em agosto de 2022, a Câmara dos Deputados recolocou o tema na pauta, incluindo o pedido para votação em regime de urgência

Novo gerente de contas na AstraZeneca

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AstraZeneca, Giuliano Pagliuca
Foto: Acervo pessoal

A multinacional farmacêutica AstraZeneca anunciou seu novo gerente de contas-chave, Giuliano Pagliuca. Com 12 anos de experiência no setor farmacêutico, o executivo assume a posição após dois anos na Farmoquímica, onde exercia a mesma função.

Formado em publicidade pela Anhembi Morumbi, cursou pós-graduação em administração de empresas e marketing do esporte na ESPM. Durante sua carreira atuou em outros players do mercado como Pfizer, Alcon e USK Under Skin.

Contato: Giuliano.pagliuca@astrazeneca.com

Receita da Pfizer pode chegar a R$ 390 bilhões em 2025

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Receita da Pfizer
Laboratório espera desempenho similar ao de 2024 nos produtos de Covid-19 / Foto: Freepik

Mesmo sem o protagonismo de seus produtos relacionados à Covid-19, a receita da Pfizer deve ficar entre US$ 61 bilhões e US$ 64 bilhões (R$ 373,5 bilhões e R$ 391,9 bilhões). As informações são do Estadão Conteúdo.

Os dados foram revelados na projeção financeira da farmacêutica, divulgada na última terça-feira, dia 17. O montante está em linha com o previsto pelo mercado, que estava na casa dos US$ 63,22 bilhões (R$ 387,1 bilhões).

Outro dado anunciado foi a previsão do lucro líquido por ação do laboratório. A companhia trabalha com a expectativa de US$ 2,80 a US$ 3 (R$ 17,15 a R$18,37) a cada papel. Tal resultado refletiria um crescimento entre 10% e 18% na comparação com o ano anterior. As projeções do mercado também ficam no meio desse espaço.

Receita da Pfizer pode ser impactada pelo Medicare 

De acordo com a Pfizer, caso a reformulação do programa Medicare – sistema de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos – saia do papel, a farmacêutica pode sofrer um “impacto desfavorável”. Na projeção dessa semana, o laboratório já considerou uma redução na casa dos US$ 1 bilhão (R$ 6,1 bilhões) em sua receita.

Indústria farmacêutica ainda depende da importação de IFAs

importação de IFAs
Farmacêutica brasileira busca consolidar produção nacional – Foto: Canva

Um levantamento divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde revelou que a indústria farmacêutica brasileira ainda é muito dependente da importação de IFAs (Insumos Farmacêuticos Ativos), com 90% desses produtos tendo origem estrangeira.

A escassez do material de origem nacional se dá pela complexidade do desenvolvimento de cada ingrediente, que envolve um longo processo de pesquisa e estudo, iniciado em pequena escala, com reações químicas que produzem alguns gramas do insumo farmacêutico ativo.

Posteriormente, o processo é escalonado para reatores com capacidades que variam de menos de um litro até algumas dezenas de litros, etapa em que o processo de fabricação e a qualidade do IFA são confirmados, antes de alcançar a produção industrial da ordem de quilogramas.

“O tempo que leva desde o início do estudo e desenvolvimento em pequena escala até o primeiro escalonamento do IFA é de cerca de um ano. O processo de transferência de tecnologia para unidade industrial, por sua vez, dura entre três e seis meses para ser concluído. Após isso, ainda precisamos realizar as etapas de validação de processo e validação de limpeza”, explica Edison Wendler, gerente da Specialità.

Farmacêutica brasileira busca diminuir importação de IFAs

A Specialità, parte do grupo Prati-Donaduzzi, é uma das poucas companhias brasileiras que rema em um caminho contrário ao setor, produzindo esses insumos no país.

A planta da farmacêutica, localizada em Toledo (PR), se dedica à pesquisa e desenvolvimento de processos produtivos para obtenção de IFAs. “Trabalhamos com uma indústria de transformação. O que entra no processo nunca é igual ao que sai”, detalha o executivo.  “Aqui na Specialità, empregamos substâncias químicas simples e, por meio de reações químicas, construímos moléculas mais complexas, que são os IFAs. Produzimos, de fato, uma nova estrutura química”, finaliza.

Após o atendimento de todas as premissas regulatórias e o recebimento do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), emitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os IFAs podem ser comercializados. A farmacêutica planeja ainda anunciar dois novos insumos em 2025, com outra dupla de lançamentos em fases iniciais de pesquisas com o início das comercializações prevista para 2026.

“Nosso foco são IFAs estratégicos, com maior valor agregado e visão de futuro. Trabalhamos hoje, para que no futuro, estejamos prontos para a comercialização”, afirma Edison.

Kimberly-Clark redesenha área comercial para se aproximar das farmácias

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Kimberly-Clark
Estratégia visa atender demanda do consumidor / Foto: Divulgação

De olho no crescente mercado de cuidados pessoais nas farmácias, a Kimberly-Clark quer fortalecer sua presença no setor. E os números reforçam esse posicionamento. Segundo a companhia, em 2024, 40% de seu faturamento virá do varejo farmacêutico. O resultado está em linha com o registrado pelo setor. Segundo a Mtrix, em 2023, a busca por esses produtos nas farmácias cresceu 7,2% em comparação com o ano anterior.

O Panorama Farmacêutico recebeu, em primeira mão, a informação de que a multinacional irá redesenhar sua área comercial. A operação será dividida em dois braços: o das grandes redes, cuja venda é direta, e o atendimento das farmácias independentes por meio de distribuidoras.

Além disso, a fabricante adotará outras estratégias, como o fortalecimento da gerência de vendas no canal e o investimento em recursos analíticos proprietários, que ajudarão a melhorar a experiência tanto das lojas, quanto dos consumidores.

Relação da Kimberly-Clark com as farmácias será potencializada por IA 

Por meio de parcerias com empresas de tecnologia, uma das táticas adotadas pela Kimberly-Clark será uma inteligência artificial para definir o melhor sortimento para cada PDV. Segundo a fabricante, farmácias que adotarem as indicações podem ter um avanço na casa dos 70% em suas vendas, em comparação com aquelas lojas que não acatarem as sugestões.

“O abastecimento das lojas tem muitas complexidades envolvidas. Por isso, cada cliente que opta por adotar as nossas sugestões de mix se beneficia, maximizando sua rentabilidade e proporcionando a melhor experiência de compra para seus consumidores”, comenta o diretor de excelência comercial, Maury Mejlachowicz.

Mercado ainda está concentrado em poucas mãos 

Apesar do crescimento, o mercado de consumer health ainda não é tão capilarizado. Um estudo da IQVIA apontou que, nos últimos 12 meses até agosto, a movimentação total do segmento foi de R$ 103,6 bilhões, dos quais as 15 companhias com maior fluxo de vendas detêm 50,09% do faturamento no país.  A Kimberly-Clark figura na lista, ocupando a 10ª posição, com R$ 2,6 bilhões em vendas nas farmácias no período.

Instituto Butantan solicita registro de vacina única contra a dengue

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vacina única contra a dengue
Butantan busca registro de vacina inédita contra a dengue – Foto: Freepik

O Instituto Butantan finalizou na última segunda-feira, dia 16, o pedido de registro junto à Anvisa da Butantan-DV, vacina única contra a dengue, equipada com tecnologia inédita.

A data marcou a entrega da última leva de documentos necessários para a análise do imunizante, que, caso aprovado, se tornará o primeiro do mundo a combater a doença com uma dose única.

Os ensaios clínicos do imunizante foram encerrados em junho deste ano, quando o último participante completou cinco anos de acompanhamento. Recentemente, a candidata à vacina teve seus dados de segurança e eficácia divulgados no New England Journal of Medicine, que mostram 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática. Resultados da fase 3 do ensaio clínico publicados na The Lancet Infectious Diseases mostraram, ainda, uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.

“É um dos maiores avanços da saúde e da ciência na história do país e uma enorme conquista em nível internacional. Que o Instituto Butantan possa contribuir com a primeira vacina do mundo em dose única contra a dengue mostra que vale a pena investir na pesquisa feita no Brasil e no desenvolvimento interno de imunobiológicos. Vamos aguardar e respeitar todos os procedimentos da Anvisa, um órgão de altíssima competência. Mas estamos confiantes nos resultados que virão”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.

Vacina única contra a dengue do Butantan poderá ser utilizada em massa

Após a conclusão do estudo, e em caso de aprovação, a temática será transferida para a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) que irá estudar a possível incorporação da vacina ao SUS. Essa análise técnica leva em consideração uma série de pontos, entre os quais os resultados clinicamente relevantes, como a redução de internações e de absenteísmo ao trabalho; benefícios e riscos no longo prazo para a população brasileira; além do potencial de inovação tecnológica que a incorporação introduzirá no sistema.

Com um novo retorno positivo mais de um milhão de unidades poderão ser disponibilizadas para o Ministério da Saúde ainda em 2025, com outras 99 milhões sendo enviadas durante os dois anos seguintes. A definição dos critérios de vacinação da população deverá ser feita pelo Ministério da Saúde, por meio do PNI.

Um varejo farmacêutico resiliente às dificuldades

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VAREJO FARMACÊUTICOFarmácias, Edison Tamascia, associativismo
Foto: Divulgação Febrafar

Ao refletir sobre 2024, é possível perceber que o ano foi desafiador para o varejo farmacêutico – com algumas surpresas, mas dentro das expectativas do mercado. A despeito das dificuldades gerais, o mercado comportou-se de maneira positiva.

Embora a média de crescimento do mercado de farmácias deva fechar o ano de 2024 em cerca de 10% no faturamento em relação ao período anterior, alguns grupos conseguiram resultados muito mais expressivos.  O segredo para esse crescimento está na adaptação às novas exigências e na capacidade de inovar.

As discussões sobre o futuro da nossa atividade não mais se limitam a preço. Precisamos falar sobre a experiência do consumidor. O mix de produtos diversificado, atendimento de qualidade e uma estrutura física e digital bem desenvolvida tornaram-se elementos fundamentais para se destacar.

No cenário atual, as grandes redes e modelos de associativismo, mais especificamente as associadas à Febrafar, vêm se consolidado como protagonistas do setor. O associativismo permite às farmácias independentes acesso a ferramentas de gestão, marketing e digitalização, que facilitam a competitividade. As empresas que não se adaptarem a esse novo perfil de mercado, no qual o consumidor exige mais e mais serviços, enfrentarão dificuldades para manter sua relevância.

O desafio da transformação digital no varejo farmacêutico

O varejo farmacêutico tem na transformação digital um dos pontos mais desafiadores e, ao mesmo tempo, um celeiro de oportunidades. Quem conseguir avançar nessa frente, implementando soluções de delivery e otimizando processos e atendimento, estará mais preparado para o futuro e ainda potencializará a loja física, que continua a ser o ambiente mais importante para as farmácias.

Digitalizar-se não é apenas uma tendência, mas uma necessidade. As varejistas que não se adaptarem estão sob risco de perder mercado para as concorrentes que oferecem conveniência e serviços online. Esse movimento, porém, não se restringe ao ambiente de vendas.

A comunicação digital, por meio de redes sociais, aplicativos e plataformas como o Google Meu Negócio, tornou-se uma maneira eficaz de atrair e fidelizar clientes. Os consumidores de hoje buscam praticidade e agilidade. E as farmácias precisam estar onde seus clientes estão ou então se tornarão invisíveis.

A comunicação visual do PDV é outro elemento estratégico. A forma como a empresa se apresenta ao consumidor, sua estrutura física, layout e organização impactam diretamente na decisão de compra. Cada detalhe tem valor. Ambiente antigo, desorganizado e sem a presença digital adequada perde pontos rapidamente com o cliente.

A pressão sobre as farmácias independentes

As farmácias independentes e as redes regionais, por sua vez, enfrentam uma pressão crescente para se adaptarem. O desafio não reside apenas na competição com as grandes, mas também em se modernizar e oferecer um serviço mais completo e diferenciado.

Nesse contexto, o pequeno e médio varejo pode recorrer a soluções individuais. Contudo, o caminho mostra-se muito mais simples por meio de associações com redes que oferecem suporte adequado, seja na gestão de vendas, no marketing digital ou no desenvolvimento de novas modalidades de atendimento ao cliente.

Entretanto, uma preocupação é que o associativismo não pode se limitar a uma compra coletiva de produtos. É preciso ser uma plataforma que forneça as ferramentas necessárias para a transformação digital e a adequação ao novo perfil do consumidor.

Tendências para 2025: o caminho da digitalização e diversificação

Em 2025, as tendências que já começaram a se consolidar devem seguir em expansão. A digitalização continuará a ser uma das principais frentes de crescimento. A diversificação do portfólio será fortalecida. As farmácias que souberem agregar à sua cesta produtos além dos medicamentos, como itens de bem-estar, cosméticos e saúde, terão maior sucesso. Isso requer mudança de mentalidade. Não se trata de vender mais, mas de vender melhor.

Impactos da reforma tributária e expectativas para o futuro

Embora o ano de 2024 não tenha trazido mudanças bruscas no cenário regulatório, há uma expectativa em relação às mudanças legais. A reforma tributária, principalmente, deve trazer mais competitividade ao mercado.

A proposta aprovada no Congresso Nacional tem o potencial de reduzir a carga burocrática e aumentar a competitividade, permitindo que as farmácias possam se concentrar mais no atendimento ao cliente e menos em processos fiscais complicados.

O mercado farmacêutico em 2025

O ano de 2024 foi um reflexo disso, e as expectativas para 2025 são de continuidade dessa evolução, com uma forte tendência à digitalização e adaptação às novas demandas do consumidor. O setor farmacêutico está em um processo de transformação que impõe visão estratégica, capacidade de adaptação e um foco contínuo na experiência do cliente.

* Edison Tamascia é um empresário com 50 anos de experiência no varejo farmacêutico. É presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e um dos principais promotores do associativismo no país

Redepharma mira assistência farmacêutica em 109 lojas

REDEPHARMARede de farmácias, varejo farmacêutico, farmácias, assistência farmacêutica, Abrafarma
Atualmente, 83 dos 98 PDVs da varejista já têm salas de orientação clínica / Foto: Divulgação

A Redepharma, uma das 15 maiores redes do grande varejo farmacêutico nacional, aposta na assistência farmacêutica como pilar para 2025. O objetivo é que 109 lojas contem com os serviços do programa Pharmaclínica.

Atualmente, 83 dos 98 PDVs da varejista já têm salas de orientação clínica, distribuídas pelos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. “As 26 novas unidades previstas para o próximo ano, o dobro das aberturas que efetivamos em 2024, já serão inauguradas com essa estrutura”, explica o diretor comercial Evandro Melo, em entrevista exclusiva ao Panorama Farmacêutico.

O rol de serviços mantidos pela rede contempla vacinação, aferição de pressão, exames rápidos, bioimpedância, aplicação de medicamentos injetáveis, colocação de brincos, acompanhamento farmacoterapêutico (consulta farmacêutica para o acompanhamento em tratamentos), consulta farmacêutica, eletrocardiograma e teleinterconsulta farmacêutica. Entre os exames de análises clínicas disponíveis estão os de Beta HcG (exame rápido de gravidez), dengue, hemoglobina glicada, PSA (exame rápido de antígeno específico da próstata), Covid/Influenza/VSR e perfil lipídico (exame de colesterol e triglicerídeos).

Em média, a Redepharma registra 6 mil atendimentos por mês. “O farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível e qualificado para atender e orientar. Além disso, a farmácia é o estabelecimento de saúde mais acessado e bem distribuído do país. Com a assistência farmacêutica, conseguimos inserir a farmácia na jornada de saúde da população, desafogando o sistema público”, reforça a coordenadora farmacêutica Jéssica Souza.

Assistência farmacêutica na Redepharma ganhou fôlego na pandemia

De acordo com Jéssica, as iniciativas da Redepharma com foco na assistência farmacêutica ganharam fôlego na pandemia, com o advento dos exames rápidos de Covid-19. “A testagem durante os picos de contágio do novo coronavírus mostrou a competência do farmacêutico para essa atuação”, declara.

Foi somente após a criação da RDC 786 que a rede investiu de forma massiva na realização de exames clínicos. “A Anvisa divulgou a RDC 786 no fim de 2023. Então, durante 2024, consolidamos a realização desses exames em nossas unidades”, afirma.

Procura sobe 100% com campanha

No último mês de novembro, a Apsen anunciou, em parceria com a Abrafarma e a Clinicarx, a campanha FelizIdade. Por meio dela, a farmacêutica promoveu um mutirão com a meta de democratizar o acesso a exames de PSA nas redes de farmácias associadas à entidade. E a Redepharma destacou-se nessa iniciativa, ao aplicar 6% de todos os exames ofertados pelo laboratório “Tamanha participação, mesmo com apenas 83 lojas, mostra nossa força e compromisso com a população das cidades atendidas”, celebra Jéssica.

“Tradicionalmente o público +50 masculino não busca esse tipo de testagem. Por meio de nossos esforços em comunicação e uma equipe engajada, conseguimos romper essa barreira”, comemora Melo.

Importância da assistência farmacêutica ganhou a internet 

E a importância do atendimento farmacêutico não se traduz apenas em números. No último mês de novembro, um caso ocorrido em João Pessoa (PB) acabou viralizando nas redes sociais. Uma paciente com desconforto na visão procurou uma farmacêutica da Redepharma para solicitar um colírio. A profissional, por sua vez, ofereceu-se para fazer alguns serviços, como a aferição da pressão.

Ao ministrar o exame, a farmacêutica detectou um quadro de pressão arterial elevada e aconselhou o encaminhamento imediato da paciente a um hospital, onde foi constatado o risco de infarto iminente. “A própria paciente publicou um relato em suas redes sociais, agradecendo nossa colaboradora”, finaliza a coordenadora.

REDEPHARMA
Fundação:
1983
Sede administrativa: Campina Grande (PB)
Capilaridade: 98 lojas em três estados – Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte
Operação de assistência farmacêutica: 83 salas nos três estados acima
Principais serviços clínicos: vacinação, aferição de pressão, bioimpedância, aplicação de medicamentos injetáveis, aplicação de brinco, acompanhamento farmacoterapêutico, consulta farmacêutica, eletrocardiograma, teleinterconsulta farmacêutica, PSA e Covid/Influenza/VSR
Exames de análises clínicas: Beta HcG, dengue, hemoglobina glicada, HIV/sífilis e perfil lipídico