Nelson Mussolini assume direção do ComSaúde-Fiesp

Nelson Mussolini
Comitê se tornou um departamento recentemente – Foto: Divulgação

O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini,, foi designado para o cargo de diretor do Departamento do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (ComSaúde-Fiesp).

O departamento exerce o papel de figura de apoio às entidades da cadeia produtiva de saúde, biotecnologia e nanotecnologia. Previamente atuante como um comitê de mesmo nome, o ComSaúde-Fiesp se segmenta entre as divisões de saúde, que avalia toda a cadeia produtiva do setor, desde dispositivos médicos, hospitais, clínicas e farmacêuticas.

Também envolve as áreas de biotecnologia, nanotecnologia e tecnologias convergentes. O objetivo é garantir a aplicação dos conceitos de promoção conjunta de políticas e ações de estímulo ao desenvolvimento de tecnologia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Resolução confirma indicação de Nelson Mussolini

A nomeação de Mussolini foi oficializada por Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, por meio da resolução n° 003/25. O Mussolini é advogado e conta com mais de 40 anos de experiência no canal farma, adquiridos ao longo de suas passagens por players como Novartis, Eurofarma e Sindusfarma.

Como gerir as vendas no delivery da sua farmácia?

VENDAS NO DELIVERYProcfit, orientação empresarial, delivery,
Foto: Freepik

As vendas no delivery não são nenhuma novidade para as farmácias brasileiras. Mas a evolução rápida da digitalização e seu impacto nos hábitos de consumo tornaram o modelo de entrega muito mais complexo e desafiam a gestão tradicional.

“Hoje em dia, consideramos delivery toda compra que não é feita na loja. Isso abrange desde o televendas tradicional, o WhatsApp, que demanda uma entrega, e também formatos como o clique e retire ou lockers, que pressupõem a ida do cliente ao PDV apenas para retirar o produto comprado digitalmente”, explica Victor Paula, coordenador de implantação na Procfit.

 

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Com a expansão desse conceito, a dificuldade na administração dos negócios cresceu na mesma proporção que a oportunidade de novas comercializações. Neste cenário, a centralização surge como opção para potencializar os canais digitais.

Dados de vendas no delivery devem ser centralizados…

Paula começa apontando que a centralização de dados relativos ao delivery é um ponto-chave para uma gestão assertiva desse modal de vendas. “Plataformas como WhatsApp, iFood e até mesmo o e-commerce já possibilitam uma gestão individualizada do negócio. Mas, sem uma visão unificada, podem surgir gargalos que prejudicarão toda a operação”, alerta.

Para o coordenador, essa estratégia é mandatória para evitar a temida ruptura. “E esse cenário passou a ser ainda mais preocupante com o advento dos canais digitais. Afinal, com um aplicativo como o iFood, o cliente pode comprar na sua farmácia a poucos metros de casa ou em uma concorrente a quilômetros de distância”, afirma.

Outro destaque levantado pelo especialista diz respeito à experiência no uso das ferramentas e no recebimento do produto. “Por vezes, o atendente da farmácia privilegia o cliente que está na unidade em detrimento daquele que busca os meios virtuais. É preciso capacitar sua equipe para entender que as vendas no delivery ou presencias têm o mesmo peso”, aconselha.

… mas sem perder o olhar individualizado

Paula faz um último alerta. É necessário unificar os dados, mas manter também um olhar individualizado para cada plataforma que compõe esse complexo sistema. Afinal, a experiência do usuário deve ter o mesmo padrão de excelência em qualquer ferramenta.

“É claro que cada farmácia terá uma plataforma mais estratégica para seu negócio. Mas isso não quer dizer que as demais devem ser preteridas. É preciso entender os ruídos presentes na jornada do consumidor em cada uma delas e solucioná-los”, finaliza.

Quais benefícios corporativos devo oferecer à minha equipe?

BENEFÍCIOS CORPORATIVOSorientação empresarial, varejo farmacêutico
Foto: Freepik

Em um cenário onde o turnover é tão comum, a oferta de benefícios corporativos pode ser um diferencial interessante para a sua farmácia, agregando valor ao processo de atração e retenção de talentos. As informações são do Varejo S.A.

Mas, na hora de definir quais benefícios conceder à sua equipe, não basta escolher os mais comuns ou que estão em moda. É preciso entender as reais necessidades do seu time. Estudos de consultorias especializadas em gestão de pessoas, inclusive, avaliam que o nível de satisfação dos colaboradores pode ser até 20% maior quando esse tema é tratado de forma customizada.

 

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“Pesquisas mostram que colaboradores mais satisfeitos são, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e, quando atuam em vendas, conseguem resultados 37% melhores”, afirma a vice-presidente do SERAC, Carla Martins.

Benefícios corporativos são divididos em duas categorias 

Segundo a vice-presidente, os benefícios corporativos podem ser divididos em duas categorias. A primeira considera itens básicos como vale-transporte e refeição. A segunda reúne os opcionais, entre os quais auxílio-academia ou universidade corporativa.

Independentemente da categoria, é importante entender se os valores ofertados estão de acordo com a realidade da região onde sua farmácia está localizada. “Se não for suficiente, o colaborador pode se sentir desvalorizado”, alerta Carla.

Benefícios podem ser atrelados a metas

O uso dos benefícios permite ainda reforçar comportamentos positivos. Para a especialista, é possível estabelecer metas para reverter situações do dia a dia.

“Se houver uma alta taxa de absenteísmo, por exemplo, a empresa pode implementar incentivos por assiduidade, ajudando a valorizar quem mantém uma presença consistente”, explica.

Mas como eu escolho? 

A executiva finaliza apontando cinco pontos de atenção na hora de definir quais benefícios corporativos inserir na sua farmácia. São eles:

  • Os benefícios devem estar sempre alinhados à cultura da empresa
  • Realize pesquisas periódicas para saber se os benefícios atuais estão de acordo com a expectativa dos colaboradores
  • Sempre avalie se o benefício ofertado tem um valor competitivo
  • Benefícios atrelados ao desempenho podem dar um gás adicional para sua equipe
  • Mantenha o pacote de benefícios em atualização constante, para se manter alinhado às melhores práticas de mercado

Conselho da Hypera é palco de nova disputa com a EMS

Conselho da Hypera
Carlos Sanchez, controlador da EMS e acionista da Hypera, mostra que ainda não desistiu de fusão / Foto: Divulgação

Depois de uma proposta de fusão mal recebida, agora o conselho da Hypera é o mais novo foco da disputa com a EMS. A farmacêutica controlada por Carlos Sanchez quer indicar conselheiros, enquanto o fundador do laboratório concorrente, João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, deseja reocupar uma cadeira para evitar o avanço. As informações são do Brazil Journal e do Valor Econômico.

Conselho da Hypera é palco de disputa em dois atos 

EMS quer entrar 

Segundo apurações do Brazil Journal, Carlos Sanchez tem buscado apoio junto à investidores da Hypera para conseguir indicar até três conselheiros na próxima assembleia. Um dos possíveis indicados seria Lírio Parisotto que, além de ser um grande investidor, é amigo pessoal do controlador da EMS.

Apesar de ser um nome de peso na Bolsa de Valores, Parisotto tem menos ações da antiga Hypermarcas que Sanchez. Respectivamente, cada empresário detém entre 1,5% e 3% e 6% e 8% dos papéis.

Sem o apoio de outros interessados, ambos, caso peçam voto múltiplo, poderiam eleger um conselheiro.

Júnior quer voltar 

Ainda como parte de seu plano para blindar aproximações de Sanchez, João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, quer voltar ao conselho da Hypera. O fundador da farmacêutica já figura como candidato oficial ao board.

O executivo tinha direito a indicar três conselheiros, um dos quais foi ele próprio. Os outros sócios (Votorantim e Maiorem) podem indicar mais dois nomes cada. João Schimidt, presidente do Votorantim, também foi indicado.

A informação foi noticiada em primeira mão por Lauro Jardim, do O Globo, e confirmada pelo Valor Econômico.

Acionistas tentam blindar farmacêutica 

No começo do mês o Votorantim SA dobrou sua participação na Hypera, passando a deter 11% da farmacêutica. O movimento foi parte das defesas orquestradas pelos sócios majoritários do laboratório contra as investidas da EMS.

Essa não foi a primeira vez que um dos principais investidores da companhia adotou a estratégia. No passado recente, Júnior já havia aumentado sua participação acionária em duas ocasiões.

De acordo com a carta do conglomerado industrial, a empresa iria “iniciar um diálogo com os atuais acionistas controladores da Hypera sobre seu eventual papel na governança”. O objetivo já era indicar candidatos ao conselho de administração.

Entenda a lei da saúde mental e seus impactos para farmácias

LEI DA SAÚDE MENTALSaúde mental, farmácias, orientação empresarial
Foto: Freepik

A atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora n º1) e a implementação da Lei da Saúde Mental 14.831/24 exigirá que as empresas promovam um ambiente de trabalho psicologicamente harmonioso. Até o fim de maio, será necessário que as companhias estipulem regras claras sobre o tema e façam com que problemas dessa natureza entrem para a lista de riscos ocupacionais.

Em 2024, foram registradas 472.328 licenças médicas devido a questões de ordem psicológica, um aumento de 68% em relação a 2014, segundo o Ministério da Previdência Social. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reforça que o labor pode ser um fator positivo para a saúde mental, ao proporcionar estrutura, propósito e interação social. No entanto, também se torna prejudicial em ambientes com pressão excessiva, metas irrealistas ou jornadas exaustivas, o que impõe especial atenção dos gestores de farmácias.

 

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A psicóloga Rosemary Andriani destaca que a promoção da saúde mental deve ser um processo contínuo e adaptado às particularidades de cada organização. Ela enfatiza que o ponto de partida é a liderança, que deve incentivar práticas de autocuidado e bem-estar. “A mudança deve considerar os aspectos físicos, emocionais e psicológicos dos colaboradores para alcançar resultados efetivos”, ressalta.

Entre as medidas mínimas recomendadas, destacam-se:

  • Treinamento e conscientização:capacitação em temas como estresse, ansiedade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e Burnout
  • Política de saúde mental:estabelecimento de ações preventivas, de detecção e tratamento de problemas psicológicos
  • Acesso a serviços especializados:benefícios ou parcerias que disponibilizem psicoterapia, psiquiatria e outros recursos
  • Ambiente físico saudável:condições adequadas, como boa iluminação, ventilação e espaços para descanso
  • Gestão do estresse:medidas como horários flexíveis, pausas regulares e estratégias de redução de esgotamento
  • Suporte aos colaboradores:apoio emocional e assistência aos que enfrentam dificuldades psicológicas
  • Monitoramento contínuo:avaliação constante da eficácia das iniciativas e da saúde mental geral dos trabalhadores

Para empresas que desejam ir além, a especialista sugere programas de bem-estar que contemplem meditação, ginástica laboral, suporte para dependentes, treinamento de gestores sobre saúde mental e parcerias com profissionais da área.

Do ponto de vista corporativo, os empregadores podem se beneficiar com maior produtividade, redução de absenteísmo e turnover, além da melhora da reputação e do clima organizacional. Para os colaboradores, os ganhos incluem autoestima, desenvolvimento profissional e relações interpessoais mais saudáveis. Rosemary também enfatiza a importância de os trabalhadores assumirem um papel ativo em sua saúde mental, investindo em autoconhecimento, autocuidado e buscando apoio quando necessário.

Em relação aos resultados, a psicóloga destaca que já no curto prazo (de 3 a 6 meses), ações informativas e pontuais podem reduzir o estresse e melhorar o clima organizacional. “Em médio e longo prazo, os efeitos incluem maior engajamento, produtividade, eficiência e a consolidação de uma cultura organizacional mais respeitosa”, acredita.

De acordo com Marlene Capel, diretora da B2P, consultoria especializada no acompanhamento e gestão de funcionários afastados por razões médicas, cumprir a determinação da NR-1 não é atender somente à exigência legal, já que a prática gera benefícios diretos aos resultados das empresas.

“Promover um ambiente mentalmente saudável é garantir uma estratégia gerencial inteligente, colaborando com a redução dos afastamentos e de gastos com o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) . Organizações que investem na prevenção de riscos psicossociais tendem a atrair, engajar e reter melhor os talentos, sendo diferenciais competitivos no mercado de trabalho”, afirma.

Roubo de cargas de medicamentos gera alerta no setor

ROUBO DE CARGAS DE MEDICAMENTOSRoubo de cargas, medicamentos, cargas
Foto: Freepik

Márcia Arbache, especial para o Panorama Farmacêutico

O roubo de cargas de medicamentos vem acendendo o sinal de alerta no setor farmacêutico. Entidades ligadas aos setores de transporte e distribuição buscam, interna e externamente, caminhos para combater a crescente incidência de casos.

A Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especializados Excepcionais e Hospitalares (ABRADIMEX), que representa as 15 maiores empresas atuantes no setor, planeja ir a Brasília (DF) agendar reuniões com o senador Jayme Campos (União-MT). O parlamentar é autor do projeto de lei que torna mais rigorosas as punições para esse tipo de crime. A proposta altera artigos do Código Penal, de 1940, que trata de roubo circunstanciado e receptação qualificada.

A matéria está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aguardando a escolha do relator. Se aprovada sua constitucionalidade, começará a tramitar no parlamento. “Queremos colaborar com sugestões para a redução de um problema crônico que debatemos há anos. Estamos falando de uma classe de medicamentos para doenças de alta complexidade, que exigem acondicionamento e manuseio diferenciados. É um problema de segurança e saúde pública”, adverte o presidente executivo da entidade, Paulo Maia.

Segundo ele, há períodos de maior e menor incidência dos delitos, mas eles são contínuos. Com alto custo e valor agregado, os medicamentos destinam-se ao tratamento de doenças oncológicas e autoimunes, por exemplo. Esses fatores os tornam alvos de bandidos. “São produtos termolábeis com rígido controle de temperatura e, quando repostos no mercado por meios escusos, não há como saber se foram apropriadamente conservados”’, ressalta.

Roubo de cargas de medicamentos reverbera em vendas online

Ao chegar ao paciente, existe o risco de o remédio não atender efetivamente à sua necessidade, o que pode provocar danos irreversíveis à saúde e até levá-lo à morte. Maia acrescenta que indícios de que o medicamento pode ter sido roubado ocorrem, principalmente, no ambiente digital, por meio de vendas cujos descontos chegam a 50%. ‘’Uma oferta muito barata chama a atenção. É fora do contexto. Operamos com uma margem muito pequena de 2% a 8%’’, completa.

Maia acrescenta que essas ‘’promoções’’ podem indicar que o produto não tem origem lícita. “As distribuidoras são credenciadas pela indústria farmacêutica. As empresas desse setor passam por um processo de qualificação que avalia a estrutura e as condições de operação e transporte, além da fiscalização da Anvisa, para que sejam autorizadas a vender os fármacos”, observa.

Estudo da Overhaul, multinacional de soluções de monitoramento de carga, aponta que do total de todos os tipos de cargas roubadas no Brasil, 2% se referem a medicamentos. Deste total, 36% desse montante é subtraído dos centros de distribuição, saqueado por marginais, e 64% é espoliado em assaltos aos veículos durante o transporte da mercadoria. A maioria desses delitos (85%) ocorre nas regiões Sudeste e Sul.

ABRADIMEX busca mecanismos para impedir reposição online no mercado

Além do custo da perda de vidas, as distribuidoras também se veem obrigadas a elevar custos operacionais para se precaverem de riscos. Algumas já estão adaptando carros-fortes aos requisitos de controle de temperatura para aumentar a segurança nos trajetos. “Seguradoras do Rio de Janeiro estão se recusando a vender apólices quando se trata desse tipo de transporte. Quando o fazem os preços são mais elevados’’, destaca.

Maia explica que quando a carga roubada é recuperada, os medicamentos são imediatamente incinerados. Mas nem sempre isso acontece e o que a ABRADIMEX pretende é buscar mecanismos para tentar impedir a reposição online desses fármacos. ‘’É um ambiente sem regulação no qual não é possível identificar quais são os distribuidores não credenciados. Teria que haver uma investigação da Polícia Federal’’, complementa.

Ele relata que as empresas do setor já vêm procurando se adequar para garantir o transporte mais seguro das cargas, com a contratação de escoltas e mudanças de rotas e horários. E sublinha que o prejuízo maior, no entanto, é para o paciente e para a sociedade. ‘’No caso de medicamentos especiais com que trabalhamos, é a vida das pessoas que está em jogo’’, finaliza.

Sindicato de transportadores ratifica apreensão do setor

Gylson Ribeiro, diretor da divisão de transporte de produtos farmacêuticos, do Sindicato das Empresas de Transportes de cargas de São Paulo e Região (Setcesp), avalia que grande parte do avanço tecnológico dos sistemas de gerenciamento de risco se deve justamente ao elevado número de casos de roubos de medicamentos.

Os produtos de alto valor agregado tornaram a indústria do setor alvo preferencial para os ataques. ‘’Essa prática intensificou-se em meados dos anos 1990 e as seguradoras deixaram de dar cobertura a esses sinistros. As indústrias tiveram que recorrer a seguros internacionais, também exigido às transportadoras’’, relata.

Ele lembra que a Resolução 430 da Anvisa, que entrou em vigor em 2021, restringiu o credenciamento de empresas para esse serviço. Sao 90 artigos aos quais elas tiveram que se enquadrar para atender aos critérios de controle de qualidade e segurança. ‘’O volume de movimentação foi reduzido de 12 para três toneladas, o que representou um limite de R$ 1,5 milhão embarcado e o consequente encarecimento do frete’’, avalia.

O Setcesp representa cerca de 38 mil transportadoras, sendo 1.700 delas associadas à entidade. Desse universo, segundo Ribeiro, são cerca de 20 habilitadas ao transporte de medicamentos, número que veio decaindo devido às exigências legais para a movimentação de carga de fármacos, cujos requisitos elevam o custo operacional das empresas.

Os veículos são monitorados e rastreados por meio de ferramentas de inteligência logística, acompanhados por carros de segurança e, às vezes, escolta de agentes. As medidas preventivas envolvem também o ‘’cadastro positivo’’ dos motoristas, feito pelas seguradoras, para verificar se há antecedentes de envolvimento do condutor em ocorrências de roubos.

Segundo Ribeiro, há ainda análise de risco para o transporte de determinados tipos de medicamentos – diferentes dos termolábeis –  que precisam de cadeia climatizada, de 15° a 30°, para o controle de temperatura desde a produção até a entrega dos produtos. ‘’São fatores que, junto com o reforço na segurança, acabam tornando a atividade mais custosa’’, frisa.

Transporte ilegal ligado a receptadores de mercadorias roubadas

Ele cita ainda casos de fabricantes de medicamentos passando produtos, desinformadamente, a transportadoras não licenciadas. Essas últimas, por sua vez, repassam a carga a distribuidoras de renome do setor. Ribeiro acredita que essa ação faz parte de um esquema de receptação ilegal para a venda dos produtos no varejo. ‘’Não se compra remédio em camelô, precisa haver uma rede de distribuição oficial no mercado’’.

Com um trabalho voltado para a questão regulatória, o Setcesp tem atuado em conjunto com órgãos como polícias militares e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para reforçar a fiscalização quanto ao roubo de cargas em geral. De acordo com levantamento da NTC&Logística, da qual Ribeiro é integrante da diretoria, os medicamentos figuram entre os cinco tipos de carga mais roubadas no país.

Nova CFO na Funcional

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Funcional Health Tech, Fabiana Nunes
Foto: Divulgação

A Funcional Health Tech recrutou Fabiana Nunes para o cargo de CFO. A executiva assume a posição com o objetivo de fortalecer a governança financeira, impulsionar a eficiência operacional e contribuir para o crescimento sustentável da empresa.

Formada em contabilidade e direito pelo Mackenzie, acumulou passagens por grandes empresas como Telefônica, Claro, CSN, Prosegur e I-Systems ao longo de seus 30 anos de carreira.

“Além dos números, desenvolvi a habilidade de estruturar processos, otimizar resultados, formar times de alta performance e promover a evolução sustentável dos negócios. Assumir um cargo de liderança na área financeira não é apenas uma conquista pessoal, mas um passo importante para a representatividade feminina no mercado. Chego à Funcional para contribuir com essa causa, mas também para auxiliar que a empresa siga expandindo de forma estruturada, com processos sólidos e decisões financeiras estratégicas que impulsionem inovação e sustentabilidade”, afirma Fabiana.

Contato: fabiana.nunes@funcionalcorp.com.br

Alckmin quer reduzir prazo de registro de patentes

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Registro de patentes
Aporte será utilizado para modernizar sistemas e tecnologia de informação do instituto / Foto: Jose Cruz / Agência Brasil

O prazo para o registro de patentes no Brasil irá cair pela metade. É o que afirma o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin. Para alcançar essa meta, o governo prevê injetar R$ 90 milhões no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). As informações são do Valor Econômico.

O montante será destinado para a área de tecnologia de informação (TI) e sistemas. A expectativa é que, já em 2026, o processo, que hoje leva quatro anos, seja realizado em no máximo dois. Em paralelo, o governo também espera a redução do tempo de registro de marca dos atuais 18 meses para apenas um.

Além do aporte em tecnologia, o órgão também ganhará novos colaboradores. Atualmente, o INPI trabalha com 400 profissionais e outros 120 deverão ser contratados.

Registro de patentes mais célere tem boa repercussão 

Ainda em janeiro de 2024, o setor farmacêutico já clamava por prazos menores para o registro de patentes. O apoio, que partiu da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), veio na esteira do anuncio da política de incentivo à indústria.

“Os tempos de análise e concessão de patentes variam bastante entre os setores tecnológicos, com as patentes biofarmacêuticas historicamente enfrentando os maiores prazos do INPI”, reforçou Renato Porto, presidente-executivo da entidade, em declaração ao Valor Econômico.

Novartis firma acordo de compartilhamento de risco do Zolgensma

Zolgensma
Presidente da Novartis Brasil comemorou acerto – Foto: João Risi/MS

O Ministério da Saúde e a Novartis firmaram, no início da semana, o primeiro acordo de compartilhamento de risco da história do SUS. O modelo de parceria permitirá que o sistema público de saúde forneça o Zolgensma – um dos medicamentos mais caros do mundo indicado para bebês com atrofia muscular espinhal (AME).

Trata-se de uma doença neuromuscular genética rara, degenerativa e progressiva, causada pela ausência ou deficiência de um gene chamado sobrevivência do neurônio motor 1 (SMN1), que leva à perda irreversível de neurônios motores, afetando as funções musculares.

Compartilhamento de risco do Zolgensma foi aprovado pela CONITEC

O acordo de compartilhamento de risco foi oficializado após aprovação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), e representa um desafio tanto para o governo, quanto para a indústria, pois é uma novidade no país e envolve toda a cadeia de saúde.

“Este feito inédito no Brasil inaugura no país uma nova fronteira de acesso a tratamentos inovadores. Os pacientes de AME e suas famílias estão mais perto de ter no sistema público a primeira terapia gênica que atua na causa raiz da doença”, comemora Sylvester Feddes, presidente da Novartis Brasil.

Trata-se de um modelo inovador de acesso, baseado em valor, que vincula o pagamento do produto aos desfechos clínicos apresentados pelos pacientes. Por isso, a construção dessa parceria ressaltou a necessidade de uma colaboração estruturada e integrada.

Brasil discute estratégias para incentivar a produção de IFAs

PRODUÇÃO DE IFAs
Diretoria da Abiquifi: “Brasil precisa avançar de uma condição de zero autonomia para cerca de 20%” – Foto: Divulgação

A pandemia de Covid-19 evidenciou a vulnerabilidade do Brasil na produção de IFAs, cuja dependência do insumo farmacêutico importado chega a 95%. O alerta partiu de Norberto Prestes, presidente executivo da  Abiquifi, durante a abertura do IV Seminário Internacional de IFAs Latam, cujo primeiro dia ocorreu nesta segunda-feira, dia 24, em São Paulo (SP) e segue até terça-feira.

O encontro reuniu empresários do setor farmoquímico brasileiro e autoridades do governo federal, assim como convidados internacionais. “Precisamos, urgentemente, avançar de uma condição de zero autonomia para cerca de 20%, o que já garantiria um mínimo atendimento à nossa demanda interna por insumos farmacêuticos ativos”, afirma.

Segundo dados da Anvisa, somando todos os medicamentos com registro no Brasil, chega-se a um total de 2 mil IFAs que são utilizados para a produção desses fármacos. “Nós produzimos em torno de 100 e estas nem são as moléculas mais inovadoras. Em sua grande maioria, são moléculas livres de patentes, o que representa cerca de 5% da produção”, acrescenta. Outro dado alarmante é que a América Latina representa somente 3% do mercado de IFA no mundo.

Até a década de 1990, o Brasil chegou a contabilizar 50% de produção de ingredientes ativos. “Mas com a abertura das importações, feita de maneira abrupta, sem analisar os impactos na indústria nacional, as farmoquímicas começaram a fechar as portas e o mercado passou a direcionar esforços para a importação de insumos, valendo-se especialmente do advento da China como polo de produção global”, reforça Prestes.

Produção de IFAs é questão de soberania

Outro ponto crucial para a produção de IFAs é a ausência de empresas no país que trabalham com os chamados intermediários – matérias-primas utilizadas para viabilizar os insumos. “Existem medicamentos que requerem cinco intermediários para a produção de uma molécula e nenhum deles é comprado no Brasil”, ressalta Prestes.

A Abiquifi, juntamente com 11 entidades, incluindo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), também vem discutindo com o governo federal medidas para incentivar a produção interna de intermediários.

“Trata-se de uma questão de soberania nacional e uma visão de política de Estado. É fundamental a concessão de subsídios às farmoquímicas que estiverem produzindo para que elas mantenham um preço competitivo como fornecedoras de insumos, ganhem tração e consigam não só suprir as necessidades nacionais em caso de guerras ou pandemias, como também exportar”, explica Prestes. Em 2024, as companhias brasileiras exportaram US$ 550 milhões em IFAs.

Parcerias e financiamentos

Para que a meta de 20% de produção de insumos seja atingida, uma das propostas é que as Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDP) voltem a vigorar como alicerce para a saúde pública.

Dados da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde (SCTIE/MS) revelam os benefícios da produção de IFAs no Brasil. No período de 2011 a 2017, o país economizou R$ 4,68 bilhões em redução dos preços de medicamentos destinados à rede pública, por conta da redução do valor praticado por fornecedores que se beneficiaram de IFA nacional.

Outra boa notícia é que apenas entre 2023 e 2024, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os investimentos destinados a projetos na área da saúde mais que dobraram. “O montante liberado saltou de R$ 1,77 bilhão para R$ 4,23 bilhões”, informa Carla Reis, chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços da Saúde da Área de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do banco.

Também no último ano, foram submetidos à Finep 113 pedidos de financiamento para projetos de incentivo à produção nacional. Deste total, 20 projetos que somam R$ 218 milhões já foram aprovados.

Fiocruz realiza censo para mapeamento de empresas produtoras

Segundo o último Censo 2024/25 realizado pela Fiocruz, em parceria com a Abiquifi e Abifina, o mercado nacional tem vantagem competitiva mais robusta entre os países da América Latina, por ser uma espécie de hub de abastecimento da região.

“Temos uma Anvisa classificada mundialmente no nível 4 de 5 em confiabilidade como agência reguladora. E até 2027 devemos atingir a nota máxima”, ressalta Jorge Costa, assessor técnico da vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.

Jorge Costa e Silvania Dantas
Fiocruz: Jorge Costa, assessor técnico da vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde; e Silvania Dantas, assessora de Planejamento e Gestão / Foto: Ana Claudia Nagao

Neste terceiro censo (anteriormente ocorreram em 2007 e 2013) foram mapeadas 40 empresas produtoras de IFAs, com realização de visitas presenciais. A conclusão é de que há uma boa estrutura para expandir a capacidade ociosa em tempo curto e sem necessidade de muitos investimentos.

“Cerca de 80% destas companhias investem em P&D, num percentual que varia de 1% a 15% do faturamento bruto na esfera privada. Em empresas públicas, como o Instituto Butantan e na Fiocruz, o aporte pode chegar a 50%, uma vez que tudo o que é arrecadado é reinvestido dentro da cadeia produtiva”, ressalta Costa.

O próximo passo é aproveitar parte da metodologia para mapear competências, dificuldades e sinergias com países como Argentina, Colômbia, México e Uruguai. Por aqui, um dos maiores empecilhos apontados pelos gestores das farmoquímicas é a falta de servidores na Anvisa para fazer a análise dos pedidos.

Outra situação que tem prejudicado o produtor nacional e apontada pelos executivos das empresas no censo, é a prática da troca proposital do código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) por parte de multinacionais que importam o insumo de vísceras bovinas/suínas. “A colocação errada do NCM com valores muito abaixo do mercado tem como objetivo pagar menos impostos, o que gera uma concorrência desleal. A sugestão é criar uma agenda com o MDIC, a fim alertar para esse tipo de fraude fiscal”, ressalta Costa. 

Empresas e o IFAs estratégicos

Das 40 empresas mapeadas no censo realizado pela Fiocruz, duas são farmacêuticas que possuem divisão farmoquímica: o Laboratório Cristália e a Libbs. Já o setor de biotecnologia conta com instituições públicas – BioManguinhos/ Fiocruz (RJ); Instituto Butantan (SP); Fundação Ezequiel Dias (MG); Instituto Vital Brazil (RJ) e Tecpar (PR). Na esfera privada, praticamente todas farmoquímicas são de capital 100% nacional, como Globe, Nortec e Blanver.

O próximo passo do Censo 2025 é elencar os IFAs estratégicos para produção nacional e elaborar políticas públicas para definir a implementação de qual empresa fará o quê. Um exemplo emblemático de medicamento que se encaixa neste perfil é a enzima L-asparaginase, indicada para tratar leucemia infantil e que não tem produção no Brasil.

“No passado tivemos um desabastecimento grave do produto e o Inca chegou a criar um grupo multidisciplinar para tratar desta emergência. Lembro-me de que em uma destas reuniões um médico fez um apelo emocionado alertando sobre a perda de vários pacientes pediátricos em função da indisponibilidade do remédio. Crianças que poderiam estar vivas e evoluíram para óbito por falta do ingrediente farmacêutico ativo”, finaliza Costa.

Tipos de insumos farmacêuticos ativos

IFA sintético – Produzidos à base de petróleo, compõem a maioria dos medicamentos consumidos atualmente

IFA biológico – Utiliza-se material como bactérias e vírus para produção do medicamento, tal como as vacinas

IFA de origem vegetal – Um exemplo é a pilocarpina, extraída do Jaborandi, presente em soluções oftálmicas

IFAs de origem animal – A heparina, um anticoagulante extraído da mucosa intestinal de bovinos e suínos, tem a capacidade de transformar o Brasil em um dos líderes mundiais na produção deste insumo, dada a dimensão do rebanho presente no país