Depósito clandestino de medicamentos é fechado em Ubá

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A Polícia Civil identificou um depósito clandestino de medicamentos em Ubá na segunda-feira (23) durante a Operaçao “Drug Stored”. Os policiais também apreenderam cerca de R$ 1,5 milhão em produtos ilegais destinados a fins terapêuticos e medicinais. A ação contou com apoio de fiscais da Vigilância Sanitária do município.

“Nessa operação, foram apreendidos diversos medicamentos de uso restrito – sem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – e de origem ignorada, com informações de fabricação em diversos países como Irlanda, Índia e Rússia, sem nenhum registro no Brasil”, explicou o delegado Douglas Mota, responsável pela investigação.

Conforme Douglas Mota, foram apreendidos 400 frascos de substância que tem valor de mercado unitário de R$ 1.350, além de outras sem registro na Anvisa e consideradas de alto custo. Além disso, os policiais encontraram cerca de 400 mil luvas de látex.

Investigações

De acordo com as investigações, uma organização criminosa teria se instalado na cidade e utilizava uma empresa de fachada para aplicar estelionato em distribuidoras de medicamentos e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) hospitalares. O grupo também tem atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Ainda segundo a Polícia Civil, apurações indicaram ainda que “eles realizavam o armazenamento e a distribuição de medicamentos de uso restrito de procedência ignorada e sem registro na Anvisa“.

Os investigados por praticarem a atividade criminosa estão sujeitos às penas que, se somadas, podem alcançar 31 anos de reclusão.

As investigações prosseguem pela Delegacia de Narcóticos, unidade que integra a 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Ubá, pertencente ao 4º Departamento da corporação.

Fonte: G1.Globo

IPCA-15 desacelera, mas ainda é alto

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ipca 1O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,59% em maio e ficou 1,14 ponto percentual abaixo da taxa de abril (1,73%). O resultado, porém, é o maior para o mês desde 2016 (0,86%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93%. Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram elevação de preços, exceto o item habitação, que recuou 3,85%, influenciado pela queda de 14,09% na energia elétrica.

Em abril, o IPCA-15 registrou um aumento bem maior que o esperado. Em maio o índice desacelerou, mas ainda superou a expectativa do mercado financeiro. O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,20%, acima dos 12,03% registrados em abril.

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior alta veio do grupo de produtos de saúde e cuidados pessoais, com 2,19%, que contribuiu com 0,27 ponto percentual no índice de maio. O item de maior influência no grupo e no IPCA-15 do mês foi o de produtos farmacêuticos, com aumento de 5,24% nos preços – e 0,17 ponto de impacto no resultado – , registrado após o reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

Também pressionaram o resultado do grupo os itens de higiene pessoal, que apresentaram alta de 3,03%, com impacto de 0,11 ponto no índice do mês, o segundo mais elevado. Já o maior impacto (0,40 ponto) no resultado do IPCA-15 de maio foi do grupo de transportes, que registrou alta de 1,80%. O resultado apresentou desaceleração em relação aos 3,43% de abril.

Para o economista Vinícius do Carmo, apesar de ter ficado bem abaixo do resultado de abril, o IPCA-15 de maio foi superior à expectativa do mercado (0,45%), demonstrando que a pressão inflacionária ainda não está sob controle. ‘Os principais responsáveis pelo índice continuam sendo os preços administrados, puxados por transportes, em decorrência dos combustíveis, e os remédios’, explicou.

O economista ainda pontuou que oito dos nove grupos de produtos tiveram aumento, sendo a maior alta registrada por medicamentos e cuidados pessoais (2,1%). ‘A Anvisa autorizou reajustes de até 10% para alguns remédios. Isso fez muita diferença na medição. Outro responsável pela subida no mês foram os transportes, compreendendo preço de combustíveis, fretes e, especialmente, passagens aéreas’, disse.

Para os próximos meses, o economista avalia que o índice ainda será positivo. ‘Mas com aumentos cada vez menores. Se não aparecerem novos fatores, é claro. Mas todas previsões anualizadas já foram atualizadas para cima, com previsões de 7,9% a 8,5% no ano’, explicou.

Despacho grátis de bagagem vai a sanção

A Câmara dos deputados concluiu, ontem, a votação da Medida Provisória 1089/21, que proíbe a cobrança do despacho de bagagem nos voos nacionais e internacionais. A proposta segue para a sanção presidencial. De acordo com a MP do Voo Simples, o limite de peso para o despacho gratuito volta a ser de 23kg para voos nacionais e de 30kg para voos internacionais. No início de maio, o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) irá vetar a proibição da cobrança de bagagem despachadas em viagens aéreas. ‘Vetar. Em 2019, ele [Bolsonaro] já vetou uma vez. Por 16 votos, não derrubaram o veto. É muito ruim ter algo assim fixado numa lei’, disse, em entrevista ao Valor Econômico.

Fonte: Correio Braziliense Online

EUA avaliam liberar vacina da varíola do macaco para pessoas de alto risco

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vacinaOs Estados Unidos estão avaliando um pedido de liberação da vacina contra a varíola dos macacos para pessoas de alto risco. O país tem um caso confirmado da doença e quatro suspeitos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Nos Estados Unidos, a vacina da Jynneos tem autorização para ser aplicada contra a varíola dos macacos. Segundo o CDC, o país tem um bom estoque dos imunizantes caso seja preciso a aplicação em massa.

Na segunda-feira (23/5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o surto de varíola dos macacos fora da África pode ser combatido com boas práticas de higiene e comportamento sexual seguro e que, por isso, não há urgência para uma vacinação em massa.

Normalmente, a vacina contra a varíola comum protege também contra a dos macacos. Porém, a maior parte dos países não vacina mais contra a doença, já que ela foi erradicada em 1980.

No Brasil, ainda não há nenhum caso. Porém, o Ministério da Saúde criou uma sala de situação para acompanhar os casos no mundo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também emitiu nota pedindo a adoção de medidas como distanciamento físico, uso de máscaras de proteção e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus no Brasil.

A varíola dos macacos é provocada por um vírus que infecta animais e raramente os humanos. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. O mais característico são as lesões na pele que se assemelham a catapora.

Fonte: Correio Braziliense Online

Varíola dos macacos: Anvisa esclarece que não recomendou isolamento

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota nesta terça-feira (24) esclarecendo as recomendações feitas pela agência para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. Segundo a Anvisa, foram apenas reforçadas a adoção das medidas que já estão em vigência em aeroportos e em aeronaves e que são destinadas a proteger ‘o indivíduo e a coletividade não apenas contra a covid-19, mas também contra outras doenças.’

Na nota, a Anvisa esclarece que não recomendou o ‘isolamento’ como uma medida para o enfrentamento à varíola dos macacos.

‘De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola do macaco pode ser transmitida aos seres humanos através do contato próximo com uma pessoa ou animal infectado, ou com material contaminado com o vírus. O vírus pode ser transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama’, diz a nota.

Anvisa informou que atua consoante com as ações das agências internacionais e de organismos mundias de saúde e que permanece monitorando a evolução dos casos da varíola dos macacos, mantendo um contato constante com o Ministério da Saúde. ‘Tão logo se justifique, serão propostas as medidas sanitárias, quando cabíveis, em aditamento às regras existentes e vigentes no Brasil.’

A doença

A varíola de macaco é uma doença pouco conhecida porque a incidência é maior na África. Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) há 131 casos confirmados de varíola dos macacos, registrados fora do continente africano e 106 outros casos suspeitos, desde que o primeiro caso foi relatado em 7 de maio.

Diante do quadro, o Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos no Brasil. A medida, anunciada pela pasta na noite desta segunda-feira (23), tem como objetivo elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença.

“Até o momento, não há notificação de casos suspeitos da doença no país”, informou o Ministério da Saúde, em nota. A pasta afirma que encaminhou aos estados um comunicado de risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença.

Fonte: Agência Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/anvisa-sugere-mascara-e-isolamento-para-adiar-chegada-de-variola/

Walmart expande drones no varejo de olho na Amazon

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drones no varejo

Um olho no peixe, outro na Amazon. O Walmart decidiu expandir sua rede de entrega por drones no varejo, com o claro objetivo de enfrentar a concorrência com a multinacional de tecnologia.

Até o fim do ano, a meta é permitir que 4 milhões de lares norte-americanos usufruam dessa inovação em seis estados – Arizona, Arkansas, Flórida, Texas, Utah e Virgínia.

O vice-presidente sênior de inovação e automação, David Guggina, foi um pouco mais comedido na meta. “Podemos entregar mais de 1 milhão de pacotes em um ano”, afirmou ao portal Drug Store News. A expansão dos drones acompanha uma tendência seguida de perto pela direção da companhia, que vai ao encontro do próximo normal do varejo global.

Drones no varejo: de MIPs a pães

Entre 8 e 20h, os clientes do Walmart poderão encomendar desde medicamentos isentos de prescrição, como Tylenol, até fraldas e pães para hot dog – disponíveis também nas farmácias locais. A entrega por drones giraria em torno de 30 minutos, com US$ 3,99 de taxa de entrega e compras a partir de US$ 10.

Os PDVs que aderirem à entrega por drones abrigarão um hub de entrega DroneUp, incluindo uma equipe de pilotos certificados, operando de acordo com as diretrizes da Força Aérea Americana.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Consulta pública reabre discussão sobre MIPs em supermercados

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MIPs em supermercados

A transformação de remédios em mercadoria volta ao centro das discussões. A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento da parlamentar Adriana Ventura (Novo-SP) e deu aval para uma consulta pública sobre a venda de medicamentos isentos de prescrição – MIPs em supermercados.

A consulta discutirá o teor do Projeto de Lei nº 1774/19, de autoria do deputado goiano Glaustin Fokus (PSC). O texto prevê acrescentar o inciso 2º ao artigo 6º da Lei nº 5.991/1973, com a intenção de autorizar os supermercados e estabelecimentos similares a dispensar medicamentos isentos de prescrição. Sim, é isso mesmo. Até quitandas poderiam comercializar MIPs.

Reações à nova tentativa de viabilizar MIPs em supermercados

A nova tentativa de viabilizar os MIPs em supermercados já gerou reações de entidades como o Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA). A entidade manifestou-se oficialmente por meio da vice-presidente e farmacêutica Carolina Heitmann.

“Medicamento não é mercadoria, tem que ser dispensado por um profissional, e o farmacêutico é o mais qualificado para isso. Uma simples vitamina C ou dipirona, pode causar uma intoxicação e pode levar o paciente a óbito, se você não souber usar. Até porque, há várias sintomatologias, interação medicamentosa, pode trazer graves consequência a saúde”, afirmou, em entrevista ao jornal O Liberal.

Novela antiga, mas persistente

Mesmo depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir pela proibição definitiva dos MIPs em supermercados, em 2004, o Parlamento insiste em reverter esse cenário. Veja abaixo os inúmeros movimentos para retomar o tema.

  • Em 2009, o deputado Sandro Mabel tentou autorizar novamente a liberação por meio da MP 549/11, mas esta foi rejeitada na Câmara dos Deputados e vetada em 2012 por Dilma Rousseff.
  • Em fevereiro de 2018, o projeto de lei de Ronaldo Martins (PRB-CE) foi encaminhado para a mesma Comissão de Seguridade Social. No entanto, saiu da pauta pelo fato de o parlamentar não ter sido reeleito. O então presidente Michel Temer sinalizou apoio à iniciativa depois de analisar um pedido da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para agilizar a votação
  • Em junho de 2019, foi a vez de o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) sugerir a alteração da lei. Uma das alegações foi baseada justamente em um encontro com executivos da entidade supermercadista
  • A Câmara Municipal de São Paulo ensaiou um movimento similar em 2020, mas no fim aprovou um projeto do vereador Gilberto Natalini (PV-SP) para vetar os remédios isentos de prescrição não apenas em supermercados, como também em bares, lanchonetes, hotéis e restaurantes
  • Em junho de 2021, foi a vez de o governo federal estudar a possibilidade de lançar uma medida provisória para autorizar os MIPs em supermercados. O ministro da Economia Paulo Guedes chegou a defender publicamente a venda nesses estabelecimentos justamente no maior fórum do setor supermercadista

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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Farmácias convivem com falta de medicamentos para inalação

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falta de medicamentos

A onda de frio da última semana agravou as dificuldades que farmácias vêm enfrentando com a falta de medicamentos. Dessa vez, a maior escassez envolve remédios para inalação, entre os quais anti-inflamatórios, broncodilatadores e soro fisiológico.

As informações são da Folha de S.Paulo, com base em testemunhos das duas maiores redes do varejo farmacêutico nacional. Na RaiaDrogasil, as barreiras para ter acesso a broncodilatadores arrastam-se desde o fim do ano passado, em função da resiliência da pandemia no Brasil. Segundo a rede, o mercado não estava preparado para a onda de frio atípica.

Essa é a mesma argumentação do Grupo DPSP, que vem negociando compras adicionais com a indústria farmacêutica e também com distribuidoras.

Lockdown na China estimula falta de medicamentos

Para especialistas como Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, a imposição de lockdown na China por conta da alta de casos da Covid ajuda a explicar esse cenário.

“Quase 95% dos medicamentos no país dependem de matéria-prima originária principalmente da China, que teve as exportações afetadas pelo lockdown. Além da maior dificuldade para a chegada de insumos ao país, tivemos uma espécie de efeito dominó, pois outros produtos que estavam faltando exigiram mais dedicação da indústria, acarretando a redução na fabricação de outros produtos”, avalia.

O governo federal, inclusive, decidiu autorizar a suspensão do teto de preços de medicamentos, após sofrer pressões pela falta de medicamentos na rede pública. A medida estendeu-se para a iniciativa privada.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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Decisão final sobre rastreabilidade de medicamentos está com a Anvisa

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Rastreabilidade de medicamentos

Após o presidente Jair Bolsonaro sancionar a lei que cria a bula digital, no início de maio, a regulamentação da rastreabilidade de medicamentos fica agora a cargo da Anvisa.

Segundo reportagem do Portal Jota, a lei 14.338/2022 extinguiu o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), previsto para ser implantado pela Anvisa a partir de 28 de abril após 13 anos desde a lei que determinou seu desenvolvimento. Em substituição ao sistema, a nova lei determina que a responsabilidade pelo rastreamento será do detentor do registro.

O laboratório precisará manter sistema de registros que permita a elaboração de um mapa de distribuição de medicamentos, contendo a identificação dos quantitativos comercializados e distribuídos para cada lote, além dos destinatários de cada remessa.

A lei prevê que, após a regulamentação pela Anvisa, haverá prazo de 12 meses para que a implementação do mapa seja cumprida. A adoção tanto da bula digital quanto do mapa de rastreabilidade irá obedecer a cronograma estipulado pela Anvisa na regulamentação.

Rastreabilidade de medicamentos dependerá de regulamentação

Portanto, para que as regras passem a valer efetivamente para os laboratórios – e usuários, farmácias e hospitais comecem a sentir as mudanças nas bulas – será ainda necessário aguardar proposta regulatória da Anvisa, a realização de consulta pública (geralmente, com prazo de dois meses para colaborações), a publicação da nova regulamentação e até 12 meses de adequação.

O sistema previsto anteriormente estabelecia que todos os medicamentos comercializados no país viessem com uma identificação, que permitiria ao produto ter seu trajeto controlado desde a produção até a venda ao consumidor. O objetivo era evitar falsificações ou roubo de cargas, por exemplo. Além disso, facilitaria recolher produtos que tivessem efeitos colaterais ou problemas identificados somente depois de deixar a fábrica.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Vacina contra câncer de próstata, pulmão e ovário começa a ser testada

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Com o objetivo de avançar nos tratamentos de diversos tipos de câncer, pesquisadores britânicos iniciaram os testes da vacina contra câncer OVM-200, criada pela Oxford Vacmedix – empresa desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O imunizante está sendo testado em pacientes com câncer de próstata, pulmão e ovário.

Apenas no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somando as três neoplasias, é esperado que se tenha 90,2 mil casos diagnosticados em 2022.

Através da nova alternativa de tratamento que vem sendo estudada, seria possível direcionar o sistema imunológico do paciente a reconhecer uma proteína, chamada de survivina, que se encontra em altas concentrações na superfície da célula cancerosa. Em grandes quantidades, a survivina, além de desregular a célula cancerosa, funciona também como um inibidor do sistema imunológico.

Testada pela primeira vez em pessoas, a vacina contém a forma sintética da survivina, capaz de estimular respostas do sistema imunológico. O estudo está sendo realizado em 35 pacientes com câncer no University College Hospital, em Londres, e em outros quatro centros de pesquisa no Reino Unido.

“De modo geral, nosso sistema imunológico é ‘programado’ para destruir pequenos cânceres quando começam a se desenvolver.

No entanto, as células cancerosas podem contornar a situação e permitir que a doença se espalhe, criando estratégias para evitar serem atacadas pelo organismo. Uma dessas táticas é a produção da survivina – proteína capaz de ajudar o câncer a se esconder do sistema imunológico”, explica Bernardo Garicochea, oncologista do Grupo Oncoclínicas.

No organismo, a survivina combate a morte celular programada, aumenta a taxa de divisão da célula e também fica na superfície dela, impedindo que o sistema imunológico ataque a célula. “A survivina existe em todas as células humanas.

Nas do câncer, é produzido mais survivina do que as normais, pois elas não querem morrer de jeito nenhum, querem viver o máximo que podem e se dividir o mais rápido possível”, destaca o médico.

Além disso, Bernardo Garicochea comenta que, na vacina, os cientistas criaram uma proteína bastante semelhante à survivina. “Essa proteína é injetada no paciente e, justamente por ser apenas levemente diferente, o organismo começa a produzir anticorpos contra a survivina.

Com isso, ela passa a atacar, por efeito colateral, a proteína que está nas células do câncer em grande quantidade. Já nas células normais, por apresentarem uma baixa quantidade de survivina, o sistema imunológico não se mostra interessado em destruí-las.

Com isso, essa inibição que a survivina estava provocando vai começar a desaparecer e o sistema imunológico vai tirar o ‘freio de mão’ que estava puxado e passar a atacar as células do câncer”.

Para o especialista, os avanços trazem esperança para o tratamento de diversos pacientes ao redor do mundo. “Apesar de ainda ser cedo para afirmar os resultados dessa vacina, esse é um momento de muito otimismo na ciência. Acredito que em um futuro não tão longe ela possa ajudar milhares de pessoas”, comenta.

Como a vacina contra câncer funciona?

Durante a fase de testes, os voluntários irão receber três doses da vacina, com duas semanas de intervalo. Em seguida, serão monitorados por seis meses, checando alterações em seu câncer e também efeitos colaterais do medicamento.

Vale lembrar que apesar de focar apenas nos três tipos de câncer (próstata, pulmão e ovário), é esperado que a vacina seja eficaz contra as demais neoplasias.

Apesar do termo “vacina”, a droga em estudo tem o objetivo de ajudar o sistema imunológico de quem já tem o diagnóstico da doença a ganhar mais força para combater o inimigo – neste caso, o câncer.

Um dos grandes desafios da oncologia é conseguir criar medicações que combatam as neoplasias. Geralmente, as drogas usadas são capazes de atuar nas células cancerígenas, mas, por outro lado, também causam efeitos colaterais.

“Embora o sistema imune possa prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e evitar que sejam destruídas.

Assim, o papel dessa nova geração de terapias avançadas, que têm surgido nos últimos anos para ampliar o leque de alternativas de tratamento no combate ao câncer, é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de estímulo para que o corpo consiga identificar as células cancerígenas com mais facilidade – e assim ele seja capaz de combater a doença.

Ou seja, o estímulo que essa vacina gera faz com que o sistema imunológico volte a reconhecer o tumor como um agente externo, promovendo assim uma resposta extremamente específica, e, consequentemente, de elevada eficácia”, comenta o oncologista da Oncoclínicas.

Novas frentes no combate ao câncer

Felizmente, as novas medicações têm avançado no combate ao câncer, pois quanto mais se conhece sobre a doença, mais se sabe que as células cancerosas, ou câncer humano, dependem basicamente que certos sistemas do organismo funcionem adequadamente.

“O que aprendemos é que esses sistemas – que são as proteínas que se ativam umas com as outras e levam um efeito final na célula – são redundantes. Isso significa que, às vezes, uma conversa com a outra.

Então, imagine que a célula está vivendo um momento muito ruim na vida dela, porque a quantidade de oxigênio no meio não está boa. Ela precisa começar, em primeiro lugar, a economizar oxigênio, em segundo lugar evitar a formação de radicais livres, até que se comece a diminuir o metabolismo.

Essa célula vai receber o sinal, que vem do meio ambiente, dizendo que tem pouco oxigênio e vai ativar uma série de proteínas, que vão seguir em cascata, até darem um sinal para o núcleo da célula, diminuindo a atividade metabólica”, diz Bernardo Garicochea.

De modo geral, uma proteína pode ser usada tanto para um caminho, como para outro. Ou seja, a célula espertamente se utiliza de uma mesma proteína para várias coisas, conseguindo ser condutora de diversos efeitos.

“É removido um material do tumor para o estudo do DNA das células ou delas propriamente ditas. Com isso, conseguimos definir o que há de errado na célula cancerosa e é possível bloquear o problema através dos medicamentos que estão surgindo”, explica.

Quanto aos benefícios dos novos tratamentos, o oncologista comenta os principais pontos. “A toxicidade do tratamento é muito menor do que quando se usa quimioterapia ou radioterapia. Além disso, vale destacar também o aprendizado em se descobrir coisas novas, como os fatores de funcionamento das vias de sobrevivência da célula e entendimento do sistema imunológico. Isso vai fazer com que comecemos a tratar os distúrbios metabólicos das células. É esse o futuro que nos espera”.

Dose de esperança

Apesar dos avanços promissores, o especialista explica que ainda é cedo para afirmar que a nova descoberta seria a chave para a cura do câncer ou que seja aplicável a todos os casos.

De toda forma, os passos já trilhados são observados com otimismo e lançam boas perspectivas para tratamentos de cânceres metastáticos e que não respondem às medicações convencionalmente indicadas, tais como quimioterápicos e drogas alvo-moleculares.

“Passamos a encontrar caminhos para aqueles casos em que não haviam respostas para outros tratamentos disponíveis no momento. Isso abre novas portas. Essas respostas têm se mostrado promissoras no que seria efetivo para vencer o câncer”, finaliza Bernardo Garicochea.

Fonte: Medicina S/A

Farmácias São João investe em reformulação de lojas

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Na última sexta-feira (20), a rede de Farmácias São João reinaugurou três lojas no município de Canguçu, no Rio Grande do Sul. Segundo a varejista, os objetivos são modernizar sua operação, proporcionar mais comodidade aos clientes e ampliar os serviços de cuidados com a saúde.

Os espaços passaram por reforma na estrutura interna e oferecem, agora, conexão de wi-fi grátis, tele entrega e salas de serviços farmacêuticos. Atualmente, a São João possui quatro lojas em Canguçu. Ao todo, são mais de 900 unidades na região Sul.

Fonte: Canal Executivo