Novas regras são mais severas do que o setor esperava – Foto: Canva
A mais nova RDC da Anvisa, a RDC 954, surpreendeu o setor ao alterar as normas que pautavam o registro simplificado de medicamentos. O novo texto substitui uma resolução que já completou mais de uma década e entrará em vigor no próximo dia 21. As informações são do portal Jota.
A atualização da regulamentação começou a ser discutida em 2017, passando ainda por uma consulta pública em 2020. No entanto, os termos abordados em ambas as oportunidades eram mais brandos dos que os implementados pela autarquia.
Nova RDC da Anvisa altera regras de registro
O texto anterior previa a possibilidade de uma empresa protocolar pedidos de registro “clone” com base em um processo “matriz” previamente aprovado, dispensando a repetição de dossiês técnico-clínicos, desde que mantida a equivalência entre os produtos, salvo em aspectos como rotulagem e marca.
A ideia era oferecer um processo mais eficiente e menos custoso para todas as partes durante o registro de fármacos equivalentes dentro de um mesmo grupo econômico.
A RDC 954/2024 funciona em uma estrutura similar, mas se difere ao permitir que apenas medicamentos vinculados a processos matriz ou secundários já registrados por empresa do mesmo grupo econômico, segundo critérios da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), poderão se beneficiar da via simplificada. A decisão também engloba solicitações de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e transferência de tecnologia.
O novo texto impacta principalmente empresas que operam em parceria com terceiros fora de seu grupo econômico ou que explorem estratégias comerciais mediante licenciamento ou joint ventures. Os critérios da CMED citados anteriormente podem levar à exclusão de fármacos desenvolvidos por meio de parcerias.
Anvisa reconheceu reclamações e transferiu responsabilidade
Durante seu voto, o diretor relator da Anvisa reconheceu que a determinação preocupava membros do mercado, mas ressaltou que potenciais efeitos anticompetitivos extrapolam a competência da autarquia, sendo matéria de análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Expectativa ainda é positiva no longo prazo – Foto: Canva
O mais recente reajuste de medicamentos, aprovado pela CMED na última sexta-feira, dia 28, coloca pressão sobre as margens de lucro das varejistas brasileiros. É o que sinalizam analistas da Fitch Ratings. As informações são do Valor Econômico.
A adequação nos preços foi, em média, de 3,83%, número inferior à da inflação acumulada em 2024. Esse deságio acaba afetando diretamente a rentabilidade dessas companhias, já que os valores não são totalmente repassados ao consumidor final.
“Ainda que o impacto isolado desta variável seja de baixo a moderado para os ratings, ela pode intensificar os efeitos negativos associados a um ambiente de taxas de juros elevadas, inflação crescente e competição acirrada no setor”, explicam os analistas da agência de classificação de risco.
Reajuste de medicamentos tende a ser benéfico no longo prazo
A conclusão final dos profissionais, no entanto, é de que, apesar dos momentos inicias de instabilidade, as empresas do varejo farmacêutico continuem sólidas, principalmente devido à consolidação da demanda de consumo.
A Fitch ainda classificou as companhias que devem ter maior facilidade e dificuldade para lidar com a situação. A RD Saúde foi considerada a mais flexível delas, enquanto a Pague Menos e a Nissei foram apontadas como as mais afetadas.
Pelo terceiro ano consecutivo, a venda de suplementos nas farmácias será tema de um fórum exclusivo durante o Arnold Sports Festival South America. A feira, considerada a maior vitrine do mercado fitness na América do Sul, acontecerá entre os dias 4 e 6 de abril no Expo Center Norte, em São Paulo (SP).
Mais uma vez, o varejo farmacêutico contará com um espaço dedicado ao segmento e apoio de algumas das principais entidades setoriais. Assim como nas edições anteriores, o Panorama Farmacêutico será a mídia oficial do evento.
O 3º Fórum de Suplementos no Canal Farma acontecerá neste sábado, dia 5, das 9h às 10h30, na área Bem-Estar. O encontro realçará o papel do varejo para potencializar as vendas do segmento, trazendo informações relevantes sobre inovações em gestão e resultados expressivos que atestam o crescimento da categoria no canal farma.
“Reuniremos os melhores especialistas que compartilharão seus conhecimentos e experiências práticas. E no final reservamos uma palestra imperdível sobre assuntos regulatórios que nortearão o mercado de suplementos nos próximos anos”, afirma Leka Vital, curadora do fórum e profissional com mais de 28 anos de especialização em relações institucionais no mercado farmacêutico.
Confira a programação das palestras sobre suplementos nas farmácias
A abertura do 3º Fórum Suplementos no canal farma terá a participação de Leka Vital e Angelica Saldeira, gerente e coordenadora de Comunicação do Sincofarma-SP. Jair Beloube, fundador e atual conselheiro deliberativo do Grupo Total, falará sobre a diferença em focar na venda de suplementos, ao invés de somente vendê-los. O executico apresentará um case real sobre marca própria.
Ricardo Coutinho, fundador e CEO da Visão Group debaterá a importância do suplemento no mix da farmácia. Na sequência, Mariane Morelli, co-fundadora e atual CEO do Grupo Supley discorrerá sobre os desafios e oportunidades com venda de supementos no canal farma.
Guilherme Barros, gerente comercial no Grupo Ultra MT, apresentará um case de sucesso da Ultra Popular com a venda de suplementos. Já Domingos S.S. Junior, fundador da DSJ Capital America LLC e que acumula 20 anos como especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa, explicará sobre a regulamentação do estudo de estabilidade em suplementos: risco ou oportunidade?
E, para finalizar, o fórum contará com um debate com todos os convidados, sob mediação de Leandro Luize, editor-chefe do Panorama Farmacêutico. A programação de palestras conta com apoio institucional da Abcfarma, Abradilan, FecomercioSP, Sincamesp e Sincofarma-SP.
Suplementos em farmácias movimentam R$ 723 milhões
O mercado de suplemementos esportivos nas farmácias movimentou R$ 723 milhões (preço consumidor) nos últimos 12 meses até janeiro de 2025, segundo estudo da Close-Up International. O crescimento foi de 66,6% em relação ao mesmo período, especialmente impulsionado por produtos como creatina, barrinhas e proteínas.
A Research Dive, empresa de pesquisa de mercado, sediada em Pune, na Índia, projeta uma margem mundial de negócios no setor que pode chegar a US$ 6.5 trilhões (R$ 36,94 trilhões) até 2026.
3º Fórum de Suplementos no Canal Farma
Data: 5 de abril (sábado), das 9h às 10h30. A feira ocorrerá entre os 4 e 6 de abril
Local: Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333, Auditório Vila Guilherme, 1º andar (São Paulo-SP)
Murilo Alvarez, do trade marketing da Bayer: “Queremos sair do vínculo de sazonalidade e caminhar para um cenário de uso contínuo” | Foto: Divulgação
Marca líder em vendas no mercado de vitamina C, o Redoxon, um dos carros-chefes da divisão de Consumer Health da Bayer, detém market share de 18%. Mesmo na liderança de um segmento extremamente concorrido, a estratégia da farmacêutica para a linha é desvincular a ideia de que esses produtos são mais direcionados para uso no inverno ou somente para prevenção de gripes e resfriados.
Com um awareness de marca que chega a 92%, a família Redoxon constitui-se como a maior referência dentro da categoria, contabilizando uma média de 550 mil unidades comercializadas por mês. “Atualmente, a marca está muito atrelada ao que se chama de consumo reativo da vitamina C, que ocorre quando a pessoa sente que está ficando doente. Queremos sair do vínculo de sazonalidade e caminhar para um cenário de uso contínuo”, afirma Murilo Alvarez, responsável pelo trade marketing da Bayer para vitaminas, analgésicos e anti-histamínicos.
Para isso, a companhia desenvolveu uma campanha de comunicação no PDV que explora justamente os benefícios obtidos por meio da utilização contínua da vitamina C no dia a dia. “Buscamos reforçar como o sistema imunológico funciona não apenas como defesa contra doenças, mas também como um agente ativo na manutenção da saúde geral do organismo durante o ano inteiro, melhorando o funcionamento das suas articulações, ajudando na recuperação muscular e na absorção de nutrientes”, explica Alvarez.
Parede de Redoxon nas farmácias
Pela própria força da marca Redoxon e por ser uma capitã de categoria, a Bayer busca trabalhar o portfólio de forma que ele fique blocado, formando uma parede exclusiva do produto na farmácia. Trata-se de uma tática desenvolvida por conta do posicionamento de algumas varejistas em segmentar a categoria em função da formulação.
“Com isso conseguimos garantir a visibilidade imediata de toda a linha por parte do consumidor. Dessa maneira, não incorremos na prática de algumas farmácias de dispor os produtos dentro da categoria por formulação – gotas, efervescente, tripla ação –, o que deixaria nosso portfólio muito fragmentado”, ressalta.
“Com um espaço próprio no planograma, queremos que o shopper consiga navegar facilmente pela loja, encontrando na gôndola exatamente o que ele precisa, de acordo com a sua necessidade”, acrescenta. A comunicação com o consumidor é complementada com um material educacional que reúne informações sobre indicação, concentração, apresentação e os benefícios da ingestão de vitamina C nas diversas fases da vida.
Campanha com o Google PMax
Em 2023, a Bayer e o Google desenvolveram uma campanha O2O (online-tooffline) da marca Redoxon. Por meio do Google Ads, ao clicar na peça publicitária, a pessoa era direcionada ao Google Maps, apontando o endereço da farmácia mais próxima à sua localização.
Em dois meses, a ação direcionou mais de 1 milhão de consumidores qualificados para 900 farmácias do estado de São Paulo, uma média de 18 clientes por dia e por loja. A campanha omnichannel teve como base o PMax Offline do Google, ferramenta que utiliza inteligência artificial para identificar os consumidores com interesse em vitaminas e suplementos.
A estratégia permite um conhecimento avançado sobre o comportamento do consumidor dessa categoria. “Hoje mantemos uma parceria com as Farmácias Pague Menos, rede muito forte no Nordeste, região que tem uma cultura de consumo de vitamina C bastante elevada, semelhante ao Sudeste”, reforça Alvarez. E ao contrário da suposição de que os estados do Sul geram mais vendas por estarem localizados em áreas mais frias, a realidade é exatamente a oposta.
“Para reverter essa condição, a Bayer tem como meta para 2025 fortalecer a venda no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul por meio de parcerias com a Panvel, que tem um tíquete um pouco mais alto; e a São João, pela sua capilaridade”, complementa. A Bayer já conta com um portfólio completo de vitamina C, em formatos variados e com indicações para bebês, crianças e adultos.
E-Book Saúde da Família
E com o objetivo de oferecer uma ferramenta de apoio educacional para profissionais da farmácia aprimorarem o atendimento aos pacientes que buscam cuidar da sua saúde, o Panorama Farmacêutico lançou, em setembro, um e-book da coleção Saúde da Família sobre os poderes das vitaminas C, D e zinco. O conteúdo conta com o apoio técnico de especialistas da Bayer.
Inscrições estão abertas até o dia 20 de junho – Foto: Freepik
Um novo concurso para farmacêuticos está com inscrições abertas. A Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (EsFCEx) busca profissionais para 13 posições na corporação. As informações são do portal Estratégia Concursos.
As vagas são distribuídas entre dois setores. O curso de formação de oficiais farmacêuticos contempla sete oportunidades e o de formação de oficiais do quadro de saúde tem cinco posições.
Interessados poderão se inscrever no processo seletivo entre os dias 4 de abril e 20 de junho, mediante pagamento de uma taxa de R$ 150. A prova está marcada para o dia 20 de julho e a janela para solicitação da isenção de taxas ficará aberta entre os dias 4 e 11 de abril.
Confira os requisitos para participar do concurso para farmacêuticos
Ser brasileiro nato
Ter, no mínimo, 1,60m de altura, no caso do sexo masculino; ou 1,55m de altura, para mulheres
Não se apresentar grávida ou com filho nascido há menos de seis meses
Idade máxima de 32 anos para candidatos das áreas de farmácia, completados até 31 de dezembro do ano da matrícula
COOP Drogaria conta com 69 lojas no país – Foto: Guilherme Balconi
A Coop divulgou os resultados financeiros e contábeis referentes ao exercício de 2024. O faturamento total da rede foi de R$ 2,6 bilhões, sendo 21,48% proveniente da divisão de varejo farmacêutico, o que corresponde a R$ 550 milhões.
O EBITDA da cooperativa atingiu R$ 91 milhões, recuperando padrões históricos devido a ganhos de produtividade e recuperações tributárias proporcionadas pelo novo sistema de gestão. Para aprimorar a experiência dos cooperados e manter a qualidade dos serviços, a Coop investiu R$ 73 milhões em tecnologia, inovação, reformas, manutenção e novas farmácias.
Coop investe em expansão e estratégia centrada no cliente
O diretor-geral da Coop, Pedro Mattos, destacou que os investimentos na eficiência operacional foram intensificados em 2024. “Concluímos a migração para um sistema de gestão único, cobrindo todas as áreas da empresa e resolvendo gargalos de abastecimento. Seguimos priorizando as necessidades dos consumidores e fortalecendo nossa cultura de atendimento”, afirmou. Esse esforço refletiu-se no Net Promoter Score (NPS) da Coop, que cresceu 37% em relação ao final de 2023.
Com 70 anos de história, cerca de 6 mil colaboradores e 1,1 milhão de cooperados ativos, a Coop mantém 69 drogarias. Por ser uma cooperativa, seu principal objetivo é oferecer os melhores serviços a preços justos, além de reverter benefícios aos cooperados e à comunidade.
Em 2025, a Coop Drogaria ampliou presença na região do Grande ABC com a inauguração de sua 69ª unidade, na cidade de São Bernardo do Campo. A nova loja, inaugurada em março, representa um investimento de R$ 950 mil. Com uma área de 250 metros quadrados de autoatendimento, a drogaria-modelo oferece um portfólio de 12 mil itens, incluindo medicamentos genéricos, dermocosméticos e suplementos.
De acordo com Gustavo Ramos, diretor do Negócio Drogaria, a inauguração marca o início do plano de expansão da rede para este ano. “Até dezembro, planejamos abrir outras unidades dentro do nosso raio de atuação”, afirmou o executivo.
Programa de saúde alcança a marca de 277 mil atendimentos
Com o compromisso de promover a saúde e o bem-estar da população, a Coop tem consolidado sua atuação por meio do programa Blitz da Saúde. Desde sua criação, em 2012, a iniciativa já contabiliza 277 mil atendimentos gratuitos, com avanço de 43% no ano passado em comparação com 2023.
Foto: Guilherme Balconi
O programa oferece serviços como aferição de pressão arterial, teste de glicemia e cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Recentemente, passou a incluir também o ecocardiograma, exame que permite avaliar detalhadamente o ritmo cardíaco dos pacientes.
Em abril, a van personalizada da Blitz da Saúde, equipada com estrutura semelhante à de um consultório e contando com um farmacêutico e um balconista de drogaria, percorrerá as unidades Coop das cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires, Sorocaba, São José dos Campos e Tatuí.
Eurofarma, Cimed e Hypera são algumas das investidoras no setor – Foto: Canva
Grandes farmacêuticas estão voltando suas atenções para mercado de dermocosméticos, que convive com crescimento acelerado. O segmento movimentou em torno de R$ 7 bilhões em 2024 e protagonizou diversos episódios de fusões e aquisições. As informações são do Valor Econômico.
Essas companhias vêm ampliando apostas no setor ao realizar investimentosem pesquisa e desenvolvimento e na incorporação de empresas e produtos aos seus portfólios. Alguns exemplos recentes incluem a Eurofarma, que finalizou a aquisição de 60% da Dermage no último dia 24, e as farmacêuticas Cimed e a Hypera, que expandiram seus mix de produtos nos últimos meses.
O mercado ainda recebeu novos produtos da Natura, que relançou a linha Chronos (agora como Chronos Derma), e da Monange, que começou a vender um kit de uso diário com gel de limpeza e hidratantes no último ano. “A nossa entrada no segmento de dermocosméticos com a linha Chronos Derma foi impulsionada por oportunidades claras no mercado”, explica Denise Coutinho, diretora de marketing e comunicação da Natura Brasil.
Mercado de dermocosméticos movimentou bilhões em 2024
Dados disponibilizados pela IQVIA indicam que o mercado de dermocosméticos gerou receita de R$ 6,8 bilhões no ano passado. Já estudos da consultoria Statista estimam que o país movimente US$ 3,53 bilhões (R$ 20,11 bilhões) em 2028.
O bom momento do mercado é baseado principalmente na expansão do cuidado da população, como explica Denise. “Notamos uma conscientização crescente do consumidor sobre saúde e cuidados com a pele, tendência apoiada por recomendações de dermatologistas e profissionais de saúde. Esse cenário gerou uma demanda por produtos de skincare de alta performance”, afirma.
A presença em diferentes canais de vendas tornou-se condição de sobrevivência para o varejo farmacêutico. No entanto, a omnicanalidade impõe um desafio extra para o setor. O obstáculo pode parecer grande, mas uma análise acurada sobre os hábitos do consumidor em cada plataforma e para cada gênero de produto permite extrair os melhores resultados.
“Quando tomo a decisão de comprar um tênis, gosto de ir à loja e provar. Porém, quando adquiro um suplemento, prefiro comparar o preço de diferentes fornecedores no marketplace. É fundamental captar essas nuances para potencializar a operação multicanal”, exemplifica Felipe Castanheira, diretor do Cosmos Pro, unidade de negócio da Procfit.
Canais de venda minimizam dores diferentes
Sob o ponto de vista do varejo farmacêutico, o executivo utiliza-se de outro exemplo para explicar como cada canal de venda minimiza uma dor específica do consumidor. “O paciente que precisa de um medicamento de prescrição e vai à loja física, habitualmente, recorre ao farmacêutico para esclarecer dúvidas adicionais. Já o marketplace é uma opção para nutracêuticos e artigos de HPC. E os superapps como iFood, Uber ou Rappi, a depender da região, atendem à demanda por agilidade. E isso se reflete na escolha do mix que a farmácia vai apresentar”, afirma.
O especialista ainda explica que um mesmo cliente pode fazer compras em diferentes canais com objetivos distintos. “Ela irá recorrer ao canal mais conveniente para aquele momento, o que gera um novo desafio”, alerta.
Experiência precisa ser coerente
Considerando o consumidor que compra tanto na loja física como no digital, Castanheira explica que é necessário replicar as boas práticas de atendimento nas diferentes plataformas. “O cliente já conhece o seu atendimento e a experiência de compra na loja física. O digital deve simular essa sensação, mas sem perder as particularidades que fazem dele uma plataforma única”, aponta.
Ele também estabelece um parâmetro com o varejo de moda. “As marcas desse setor entenderam que as lojas físicas podem funcionar como showrooms. No setor farmacêutico podemos aplicar o mesmo conceito, transformando o PDV em um centro de experiência”, acrescenta. Recursos como atendimento humanizado pro chat, recomendações personalizadas e um checkout eficiente ajudam a replicar essa jornada no ambiente virtual.
Equilíbrio passa por reconhecer pontos fortes
Castanheira explica que, para a convivência harmoniosa dos diferentes canais de venda, é preciso reconhecer os pontos fortes de cada um deles e evitar o conflito. “Se uma categoria vende melhor na loja física do que no online, é melhor fortalecer sua atuação nesse canal do que querer dar tração para ela no marketplace ou nos superapps”, aconselha.
A adoção de soluções tecnológicas, como CRM e ferramentas de business intelligence (BI), é outro aspecto fundamental para consolidar a estratégia omnichannel e garantir que todos os canais trabalhem de forma complementar e não concorrencial.
Além disso, o especialista reforça a importância do acompanhamento dos resultados. “Assim, você poderá pensar estrategicamente, para corrigir a rota quando necessário e intensificar as ativações que estão dando certo”, finaliza.
O uso de sistemas de automação no SAC vem se tornando uma rotina no varejo. Segundo o estudo Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral, até 2030, inúmeras profissões correrão riscos de desaparecer com o advento da tecnologia. E como essa tendência impacta as farmácias?
A automação deve alterar consideravelmente as atribuições dos profissionais responsáveis pelo atendimento ao cliente, de acordo com Laurent Delache, CEO da Foundever, especializada em experiência do cliente. “Não há risco de extinção na carreira, mas sim a evolução do papel dos balconistas para uma função consultiva”, acrescenta.
Ainda conforme a pesquisa, o avanço da tecnologia é visto como maior motor de transformação do varejo, na visão de 60% dos executivos entrevistados. Os setores de inteligência artificial e processamento de informações (86%); além de robótica e automação (58%), devem ser os mais afetados.
“O mercado de consumo sempre existirá e, com ele, as atividades que demandam olhar e da intervenção humana. Ferramentas de automação servem de apoio para aprimorar o atendimento, permitindo que colaboradores das farmácias aloquem mais tempo para atividades analíticas”, alerta Delache.
IA revolucionou ferramentas de automação no SAC
A evolução dos modelos de inteligência artificial também colabora para lapidar os sistemas de automação no SAC. Em um futuro não tão distante, espera-se que as habilidades dos assistentes virtuais se estendam para uma ampla variedade de canais.
“Essa mudança obrigaria os profissionais do setor a enxergarem a IA como uma força-motriz para a evolução das carreiras nessa área, utilizando-a como meio para a resolução de problemas mais específicos de maneira mais eficiente”, complementa.
Movimento é mais um capítulo de ofensiva de Sanchez sobre concorrente / Foto: Divulgação
A carteira de ações da Hypera sob a posse de Lírio Parisotto engordará no mês de abril, segundo apurações do Valor Econômico. Isso porque o investidor, que é amigo pessoal de Carlos Sanchez, teria o objetivo de deter 5% do capital da farmacêutica até a próxima assembleia geral ordinária (AGO), marcada para o dia 25 de abril.
Por meio de seu fundo de investimentos, a L.Par, o empresário já detém cerca de 4% do controle acionário da laboratório. Ele é apontado como um dos grandes aliados do controlador da EMS. Esta, por sua vez, enfatiza que não tem qualquer relação com Parisotto.
Compra de ações da Hypera possibilitaria chamada por voto múltiplo
Durante a última semana, a L.Par já indicou três candidatos ao conselho da Hypera, entre eles o próprio Parisotto. Mas caso atinja os 5% de participação, o fundo poderá recorrer ao voto múltiplo, expediente que permite ao acionista minoritário direcionar todos os seus votos para um único candidato.
Com o movimento, seria possível garantir sozinho uma cadeira no board. Em carta enviada a farmacêutica, a L.Par justificou o interesse pelo “potencial superior à média” do setor. No mesmo documento, destaca ainda o fato de que apenas nove cadeiras se encontram ocupadas no conselho, quando o estatuto permite 11 membros.
Conselho da farmacêutica é palco de recentes disputas
O conselho da Hypera, aliás, tornou-se palco cativo da disputa de poder entre Carlos Sanchez e João Alves de Queiroz Filho (Júnior), fundador da Hypera. Ambos vêm se articulando para ter maior representação no board.
Segundo apurações do Brazil Journal, o controlador da EMS vem buscando apoio junto a investidores da Hypera para conseguir indicar conselheiros. Um desses indicados seria Parisotto.
Já Júnior quer voltar ao conselho, ainda como parte de seu plano para blindar aproximações do empresário rival. O fundador já figura como candidato oficial.
Disputa foi parar no Cade
Sanchez resolveu apelar ao Cade na última semana. Mesmo com a recusa da Hypera em se fundir com a EMS, o empresário recorreu ao órgão para adquirir mais ações e ganhar fôlego para uma futura aquisição.
Em resposta, a Hypera acionou o conselho, pontuando inconsistências no pedido do concorrente e solicitando acesso aos autos. Ontem, dia 1º de abril, esse pedido foi indeferido, mas o Cade determinou a criação de autos destinados ao acesso da companhia, para sua análise e manifestação.