Em novembro, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, aprovou a comercialização do Hemgenix (etranacogene dezaparvovec), medicamento desenvolvido pela farmacêutica CSL Behring.
Trata-se da primeira terapia genética para tratar a hemofilia B, a forma menos comum e mais perigosa da doença que dificulta a coagulação do sangue, para ser administrada em dose única por infusão intravenosa.
Remédio mais caro do mundo
O medicamento teve o preço fixado em US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 18,3 milhões), o que faz dele, o remédio mais caro do mundo. Ele desbancou outras terapias genéticas de dose única como o Zynteglo (betibeglogene autotemcel), da Bluebird bio, indicado para talassemia beta maior e que custa US$ 2,8 milhões; e o Zolgensma (onasemnogeno abeparvoveque-xioi), da Novartis, que tem valor de US$ 2,1 milhões, para atrofia muscular espinhal (AME).
A CSL Behring diz que o custo é justificado. Em comunicado, a empresa disse que, mesmo a um custo de US$ 3,5 milhões, o Hemgenix poderia economizar de US$ 5 milhões a US$ 5,8 milhões para o sistema de saúde dos EUA por pessoa tratada ao diminuir ou eliminar a necessidade de injeções regulares de fator IX.
Futuro? Para as farmácias brasileiras, a implementação de hubs de saúde nos PDVs já se tornou prioridade. É o que indicou a última enquete do Panorama Farmacêutico.
Questionamos os leitores sobre qual serviço tende a ser o motor do crescimento do modelo de assistência farmacêutica no Brasil, entre vacinação, testes rápidos e telessaúde. Mas somente 35% dos assinantes do portal indicaram uma única alternativa. A maior parte – 65% – entende que todas essas práticas são estratégicas e deveriam figurar em uma plataforma integral de orientação clínica.
O grande varejo farmacêutico vem encabeçando a mobilização do setor para se posicionar como um ecossistema de atenção primária. Para o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a capilaridade das farmácias poderia transformar a realidade de acesso e adesão aos tratamentos no país – só as 26 maiores redes do setor administram 9,3 mil lojas em 100% do território nacional e contam com 30,2 mil farmacêuticos.
“Nos últimos 12 meses até outubro, registramos 1,06 bilhão de atendimentos, como se cada brasileiro visitasse pelo menos cinco vezes as farmácias. Temos capacidade para ampliar em até sete ou oito vezes a capacidade de imunização no país, e de promover pelo menos 40 tipos de testes laboratoriais”, reforça.
Regulamentações podem dar fôlego aos hubs de saúde
A entidade, inclusive, defende a colocação em prática de resoluções para regulamentar a atividade de assistência farmacêutica e acelerar a implementação de hubs de saúde. Uma das reivindicações diz respeito à Consulta Pública 911, lançada em 2020 pela Anvisa, e à RDC 44 de 2009.
“Essas medidas já representaram importantes avanços ao reconhecerem os serviços prestados em farmácias como serviços de saúde. Mas é necessária uma revisão para ampliar a regulamentação de novos testes e serviços como o de telessaúde”, complementa. Além dessas resoluções, o setor trabalha para aprovar o Projeto de Lei 1940/2020, que regulamenta a extensão da oferta de testes.
Na visão de Cassyano Correr, coordenador do programa de assistência farmacêutica avançada da Abrafarma, a tendência é que os pacientes comecem a buscar por outros tipos de serviços farmacêuticos, após o boom de demandas relacionadas à Covid-19. Isso acontece à medida que estabilizar a curva de casos de coronavírus.
“Um exemplo é o teste Beta HCG, que registrou aumento nas requisições nos últimos meses. Os testes de perfil lipídico e hemoglobina glicada também são serviços clínicos relevantes e podem ser uma fonte de receita para a farmácia”, acredita.
Nova enquete
A nova enquete que está no ar propõe reflexões sobre os maiores desafios para a gestão das farmácias em 2023. Qual deve ser o principal ponto de atenção para o setor? O cenário econômico, a queda na renda do consumidor, a concorrência ou o nível de relacionamento colaborativo com a indústria? Participe e contribua para o debate.
Iniciativa interessante das farmácias da França. O presidente Emmanuel Macron anunciou que, a partir de 1º de janeiro de 2023, jovens entre 18 e 25 anos terão direito a preservativos gratuitos nas lojas do varejo farmacêutico. As informações são do O Globo.
“É uma pequena revolução na prevenção”, declarou o presidente, durante uma reunião do Conselho Nacional de Refundação (CNR). O departamento de Segurança Social já reembolsa preservativos desde dezembro de 2018, mediante apresentação de receita.
Farmácias da França podem ajudar a combater problema crônico
Macron avalia que a saúde sexual dos jovens representa um problema crônico, que pode ser combatido por meio da capilaridade e capacidade de atendimento das farmácias da França. Ele defendeu ainda o aprimoramento de professores para garantir educação sexual de qualidade para os estudantes. Ele também ressaltou a importância da vacinação de adolescentes contra o vírus do papiloma humano e cogita, inclusive, a vacinação obrigatória desses jovens.
O governo também pretende tornar os anticoncepcionais de emergência gratuitos para todas as mulheres, sem receita, de acordo com o projeto orçamentário aprovado na semana passada. Outra intenção é a realização gratuita de testes para detectar doenças sexualmente transmissíveis em pessoas abaixo de 26 anos.
Esq.: Tiago Sganderla, diretor da rede associativista Vida Farmácias Dir.: Leonardo Queiróz Gomes de Oliveira, supervisor da Central de Atendimento da Droga Rede, com sua equipe de atendentes
As vendas no WhatsApp já respondem por 50% das movimentações digitais das farmácias brasileiras e vêm contribuindo para mudar o patamar financeiro de algumas redes regionais. Segundo a Pedbot, plataforma de chatbot para o varejo farmacêutico, as empresas que aderiram à sua ferramenta conseguiram dobrar o faturamento médio anual.
“Ao conectar o número de celular da loja no Pedbot, a varejista tem acesso a uma série de benefícios. A farmácia pode atender simultaneamente uma diversidade de clientes com o mesmo número de WhatsApp, mandar mensagem para todos os clientes, controlar as vendas e até gerenciar a ruptura e falta de produtos. Além disso, é possível configurar chatbots para aumentar a precisão no pré-atendimento e direcionamento ao profissional, o que diminui o tempo de espera do consumidor”, explica o CEO Rudy Tedeschi.
Presente em cerca de 1,3 mil PDVs de 24 estados, o Pedbot organiza as mensagens recebidas por ordem cronológica, dando prioridade ao cliente que chegou primeiro, além de mostrar há quanto tempo ele está esperando para ser atendido. O sistema também conta com uma triagem, onde é possível dividir os atendimentos de maneira automática, direcionando o chamado para o departamento correspondente, seja o financeiro ou para falar com um farmacêutico.
Novo patamar de faturamento com vendas no WhatsApp
Com uma venda mais assertiva, a ferramenta tem contribuído para elevar a receita das varejistas. Tiago Sganderla, diretor da rede associativista Vida Farmácias e proprietário de três lojas nas cidades gaúchas de Tenente Portela e Palmitinho, viu o faturamento das suas unidades aumentar em 30% nos 18 meses em que está usando a plataforma.
“Testamos diversas ferramentas e nenhuma delas tinha um pós-venda na qual pudéssemos ter informações sobre os medicamentos de uso contínuo do consumidor ou um feedback se ele recebeu as mensagens enviadas. O Pedbot foi a virada de chave na televenda, o que facilitou a gestão das entregas”, explica.Segundo o executivo, o número de atendimentos aumentou em 300%, com uma média de 35 a 40 clientes por dia. “Hoje conseguimos criar uma estruturação mensal de campanhas ou disponibilizar uma pesquisa de satisfação ao final do atendimento”, ressalta Sganderla. O próximo passo será montar uma central de atendimento a fim de facilitar as demandas e viabilizar o investimento em redes sociais.
Já para a mineira Droga Rede, que conta com 12 farmácias nos municípios de Divinópolis, Nova Serrana e Barbacena, o chatbot conseguiu organizar as mais de 7.400 mensagens recebidas mensalmente no aplicativo.
“Inclusive, uma média de 500 clientes que deixavam de ser atendidos no telefone fixo por conta do grande fluxo de ligações acabou migrando para o WhatsApp pelo fator agilidade. Nesse cenário, com o apoio do PedBot, aumentamos em 100% as vendas por meio de delivery, em menos de dois anos”, afirma Leonardo Queiróz Gomes de Oliveira, supervisor da central de atendimento da drogaria, que mantém oito atendentes e prevê contratar mais seis em 2023.
Entre as vantagens que o executivo enfatiza está a possibilidade de selecionar o tipo de serviço prestado ao final do atendimento, com inserção do valor da venda. “Com isso conseguimos mensurar o faturamento específico que ocorreu dentro da plataforma. Hoje, a minha venda é praticamente a receita de uma loja física”, acrescenta Oliveira.
As farmácias interessadas em conhecer a Pedbot devem enviar um e-mail para vendas@pedbot.com.br ou enviar uma mensagem para o WhatsApp 14/99129-5361.
A Wella apresenta mais uma aliada para os cuidados com os cabelos. A linha Elements Free From chega ao mercado com até 95% de ingredientes de origem natural, sem silicone, sulfatos e parabenos.
A coleção foi desenvolvida com um pH ideal para todos os tipos de cabelos. Sua fragrância suave e marcante é inspirada na flora da Região Amazônica. São dois xampus, sendo um para cabelos oleosos e normais e um para ressecados e sensíveis.
A novidade contempla também um condicionador e máscara hidratante, que promete renovar a maciez, proporcionar brilho e proteger contra quebras, graças ao blend de ingredientes com aloe vera, vitamina E e essência de oliva.
A crise da falta de medicamentos com qual o Brasil conviveu na pandemia ligou o sinal de alerta na Anvisa. Em entrevista ao portal, um dos diretores da agência, Alex Campos, afirmou que a intenção é criar um sistema para debater novas ações regulatórias e medidas para prevenir problemas de abastecimento.
O primeiro passo teve início com a criação da Comissão Técnica de Crises em Saúde (CTCS), que integrará diretores da Anvisa, membros do Ministério da Saúde, da indústria e de agências reguladoras internacionais que já contam com sistemas do gênero. “Alguns países usam algoritmos que ajudam a prever a falta de insumos, esse é um exemplo de ferramenta que podemos explorar. Tudo será discutido de acordo com o cenário brasileiro”, comentou.
Plano contra falta de medicamentos: início ainda em 2022?
A primeira reunião da comissão para debater um plano preventivo contra a falta de medicamentos deve acontecer entre o fim de dezembro e o início de janeiro. O processo tende a se estender por todo o próximo ano.
A autarquia também já abriu canais de discussão com a equipe de transição do governo eleito. “Todos sinalizaram a preocupação com o desabastecimento, por isso vemos esse momento propício para ter conversas com o Ministério da Saúde. Queremos parcerias para produzir dados técnicos sólidos e realizar avaliações sobre o tema que consideramos de extrema importância para o país”, afirmou.
Expedientes já utilizados para conter falta de medicamentos
Campos relembra de alguns expedientes empregados pela agência para conter a falta de medicamentos, a exemplo das medidas regulatórias para facilitar as importações de produtos em falta no país, entre os quais a hemoglobina e os radiofármacos.
“Também tivemos ações da CMED, que liberou o preço de medicamentos em falta no setor, outra medida que nos auxiliou. Mas precisamos de mais manuais, ferramentas e ações regulatórias para serem usadas antes de entrarmos em situações graves”, completou.
O primeiro centro de pesquisa da Nestlé na América Latina, baseado em Santiago (Chile), terá o comando de uma brasileira. Aline Mor foi escalada para liderar o desenvolvimento de inovações voltadas às necessidades e preferências dos consumidores regionais.
Nos mais de 20 anos na companhia, acumulou experiência em gestão de negócios e pesquisa em diversas categorias de alimentos e produtos nutricionais. Já atuou no Brasil, na Inglaterra e na Suíça.
É formada em engenharia de alimentos pela Universidade Estadual de Campinas e tem MBA em negócios pela Universidade de Bradford, na Inglaterra.
A oferta de vagas de emprego no varejo farmacêutico segue em alta mesmo em ritmo menor na comparação com o início do ano. As farmácias mantêm atualmente quase 3,7 mil oportunidades, segundo dados da plataforma InfoJobs, parceira do Panorama Farmacêutico em uma seção dedicada à divulgação de oportunidades de trabalho no setor.
Atualmente, 3.695 vagas estão disponíveis nas drogarias de redes e nos PDVs independentes, sendo a grande maioria dos postos de trabalho (58%) voltados para auxiliares e assistentes de farmácia. Outros 37% do total de empregos têm como alvos os farmacêuticos e os técnicos de farmácia.
A maior fatia de oportunidades para assistentes está relacionada ao contexto da pandemia, que ampliou a demanda por serviços clínicos nas lojas. Só o volume de testes rápidos da Covid-19 ultrapassou 19 milhões desde a implementação do serviço, em abril de 2020.
O cenário acelerou a contratação de profissionais com maior nível de especialidade – com os farmacêuticos na linha de frente e os técnicos em tarefas como monitoramento de estoque e dispensação, manipulação e controle de qualidade de medicamentos. “Mas com esse grupo empenhado no atendimento aos pacientes, a contratação de equipes de apoio também se faz necessária”, destaca Ana Paula Prado, gerente nacional da Infojobs.
Empregos em farmácias com melhora na remuneração
Outra boa notícia é a melhora na remuneração média dos profissionais recrutados. Até meados deste ano, os salários até R$ 2 mil – menor faixa de renda presente no levantamento – correspondiam a 10% das vagas para farmacêuticos. Agora representam apenas 2% dos empregos. No caso dos técnicos, esse percentual caiu de 39% para 9%.
Faixa salarial máxima por área (em %)
R$ 2 mil
R$ 5 mil
R$ 10 mil
+R$ 10 mil
A combinar
Assistente/auxiliar
27
24
2
–
36
Balconista
15
–
85
–
–
Farmacêutico
14
29
9
1
47
Gerente
–
21
8
1
70
Técnico
7
29
2
1
61
Vagas de emprego para altos executivos
A procura por líderes também segue no radar do setor farmacêutico. A consultoria de recrutamento Robert Walters vem detectando um aquecimento na demanda por altos executivos. “A pandemia serviu de estímulo para aquecer esse processo especialmente em praças como Minas Gerais, base de muitas redes associativistas e distribuidoras”, relata o gerente sênior Lucas Padilha. Entre os executivos mais requisitados estão aqueles capazes de unir atributos técnicos com um olhar cuidadoso para a gestão de pessoas.
Estudo inédito da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) indicou que 88% dos consumidores 60+ já incorporaram as compras online às suas rotinas. E a maioria (84%) utiliza o smartphone para efetivar essas transações. A utilização desse dispositivo era uma realidade para 17% cinco anos atrás.
O levantamento envolveu 500 entrevistados e contou com a parceria da AGP Pesquisas. “É o sexto ano em que realizamos esse estudo para analisar os fatores que levam este público a comprar, que aspectos eles mais valorizam em sua jornada de compra e a presença digital desse público no varejo”, comenta Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Ainda segundo a pesquisa, 85% dos consumidores 60+ afirmaram que eles mesmos são os responsáveis pelo controle das finanças e decisões de compra.
Farmácias têm percepção positiva para consumidores 60+
Para 74% dos consumidores 60+, a comodidade de não sair de casa é uma dos fatores decisivos para a decisão de comprar por canais digitais. E as farmácias e drogarias oferecem as melhores experiências para esse cliente – 84% dizem que a jornada de consumo nesses estabelecimentos são positivas.
O estudo também avaliou o potencial do metaverso como canal de relacionamento e vendas. Para 32% dos consumidores 60+, o metaverso certamente ou provavelmente será utilizado nas operações de e-commerce no futuro – apenas 23% dizem que não usariam. “Vale ficar muito atento ao desenvolvimento dessa tecnologia, pois ela encontrará aceitação pelo consumidor”, ressalta Terra.
Para o consultor, pelo tamanho que esta parcela da população irá representar nos próximos anos, é importante cada vez mais o varejo entender e buscar soluções para esse público. “Negócios online focados no público sênior devem levar em conta usabilidade dos sites e uma natural desconfiança a respeito da segurança das informações”, acrescenta.
A RaiaDrogasil firmou um contrato com a Helexia Brasil, subsidiária do grupo francês Voltalia, o que viabiliza acelerar o fornecimento de energia solar para a rede. As informações são do Valor Econômico.
O contrato da empresa também prevê o fornecimento para a TIM e a Vibra. Somadas as três companhias, aproximadamente mil pontos de consumo serão instalados em quatro estados – Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo.
As obras das unidades solares devem ter início no primeiro trimestre de 2023 e devem ser concluídas até o fim do próximo ano. O investimento total gira em torno de R$ 76 milhões. Por meio desse modelo de contrato, a energia produzida será revertida em crédito para as empresas, que terão, em média, 10% de desconto na aquisição. Segundo o CEO da Helexia, Aurélien Maudonnet, a RaiaDrogasil deve ficar com 2,2 MW.
Energia solar já está no radar da varejista desde 2021
Em meados do ano passado, a RaiaDrogasil apresentou seu plano de investir em energia solar. A rede projetou ter 1,7 mil lojas atendidas com energia renovável, a partir do modelo de geração distribuída. Por esse conceito, a geração de energia ocorreria nas proximidades do local de consumo e atenderia consumidores com potência igual a 75 kW.
A rede também prevê a migração de todos os centros de distribuição para o mercado livre de energia, com compra antecipada e custos menores.
Para acelerar esse meta, a RaiaDrogasil fechou acordos de comodato com 54 unidades, pequenas centrais hidrelétricas e de biogás, o que totaliza 44 megawatts de potência instalada.