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Terapia de RNA é alvo de startup

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Terapia de RNA
Rafael Bottos e Caio Leal (Foto: Divulgação)

A nova terapia de RNA desenvolvida pela Aptah Bio tem potencial de impactar significativamente a vida de milhões de pessoas. A biotech realiza pesquisas de novos medicamentos voltados para o tratamento de patologias relacionadas ao envelhecimento, especialmente cânceres e doenças neurodegenerativas.

Com sedes no Brasil e na Califórnia, a startup realiza pesquisas com foco no processo de transformação do RNA. Mesmo sem alterações no DNA, a síntese proteica pode ser afetada por fatores epigenéticos, como a idade e o estresse, que podem provocar erros no processamento do RNA, produzindo proteínas tóxicas que se acumulam nas células, o que está relacionado a várias doenças neurodegenerativas e cânceres, como Alzheimer e o Glioblastoma Multiforme (câncer cerebral).

Para corrigir isso, a Aptah Bio desenvolveu uma molécula única, capaz de reprogramar as células para controlar a produção de diversas proteínas, possibilitando assim o tratamento de várias desordens com um único medicamento.

“Nossos estudos em células (in vitro) e em animais (in vivo) mostram que a nossa molécula é capaz de corrigir de forma inédita os erros de processamento do RNA e alterar significantemente vários marcadores dessas enfermidades ao mesmo tempo,” afirma Rafael Bottos, cofundador e CEO da Aptah Bio.

Com o objetivo de finalizar os estudos em animais e iniciar as pesquisas em humanos, a startup iniciou uma nova rodada de captação de US$ 8 milhões.  “Os estudos de farmacocinética e toxicologia irão determinar a ação da molécula no organismo das pessoas. Nesta primeira etapa, chamada de Fase Zero, o foco será em pacientes terminais diagnosticados com Glioblastoma Multiforme”, explica o cofundador e cientista chefe da empresa, Caio Bruno Leal.

A Vesper Ventures, uma builder venture da qual a Aptah Bio faz parte, já se comprometeu com cerca de 10% da rodada e negocia com investidores americanos, europeus e importantes players brasileiros do setor de saúde para completar o restante do valor. A nova captação deve ser finalizada até o final de 2023, e os ensaios em humanos então planejados para iniciar na segunda metade de 2024.

Fundada em 2018, a empresa teve seu primeiro seed round em 2021 e recebeu um aporte de US$ 3,8 milhões. A Vesper Ventures liderou a rodada, tornando-se sócia da empresa.

“Todo o portfólio da Vesper tem como princípio biotecnologias disruptivas em nível global. Acreditamos que a Aptah Bio tem o potencial de impactar drasticamente a vida de quem sofre com comorbidades debilitantes, as quais reduzem muito a qualidade de vida e levam ao óbito. Queremos ser pioneiros nessa área e os nossos avanços mostram que estamos no caminho certo.”, explica Pedro Moura, sócio da Vesper Ventures.

A Aptah Bio já possui três patentes registradas no Brasil e nos Estados Unidos e conta com uma equipe altamente especializada. O conselho administrativo é presidido por Dieter Weinand, ex-CEO global da Bayer.

Terapia de RNA 

A terapia de RNA é considerada o futuro para tratamentos de doenças até o momento sem solução. Por isso se tornaram um mercado em ampla ascensão, avaliado em US$ 6,16 bilhões em 2022 e que deve alcançar quase US$ 30 bi até 2031, segundo a consultoria InsightAce Analytic.

“Estamos vendo apenas a ponta do iceberg. O valor médio de uma molécula para um target oncológico é avaliada em torno de US$ 1,8 bilhão, enquanto para a doença de Alzheimer teria um valor de US$ 43 bilhões. Imagine que somente a doença de Alzheimer é mais prevalente nas pessoas que todos os tipos de câncer somados. Pergunto: quanto valeria uma molécula capaz de endereçar várias dessas doenças ao mesmo tempo? Esse é o tamanho do potencial da Aptah Bio”, finaliza Bottos.

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