Promoção Farmarcas movimenta mais de R$ 450 milhões

Promoção Farmarcas movimenta mais de R$ 450 milhões
Campanha gerou emissão de mais de 65 milhões de cupons em 1.443 lojas
Foto: Divulgação

Uma compra no valor de R$ 20 foi responsável pelo prêmio principal da Promoção Farmarcas – 1 Real em Compras, um Montão de Prêmios. Com quatro meses de duração, a campanha registrou números superlativos para as farmácias associativistas que integram o grupo, ao movimentar R$ 459,4 milhões e engajar mais de 4 milhões de consumidores.

A vencedora foi uma cliente da Ultra Popular de Sorriso, no Mato Grosso, que ganhou uma casa no valor de R$ 500 mil. E o atendente da loja que efetuou a venda também levou uma bonificação de R$ 50 mil.

A campanha envolveu 1.443 lojas de 11 bandeiras associadas à Farmarcas, distribuídas por 25 estados e que emitiram mais de 65 milhões de cupons durante a ação.

“A iniciativa não só consolidou o status de maior promoção do varejo farmacêutico, como também se mostrou cada vez mais estratégica para todas as redes associadas. A ação estimula o associativismo a trabalhar uma venda agregada, com resultados imediatos e, em médio e longo prazo, cultivando a fidelidade de nossa base de clientes”, enaltece Ângelo Vieira, diretor de Comunicação e Operações da Farmarcas.

Angelo
Ângelo Vieira, da Farmarcas: “ação estimula associativismo a trabalhar venda agregada”

Promoção Farmarcas distribuiu 600 prêmios

A Promoção Farmarcas distribuiu, ao todo, 600 premiações em três etapas. Os dois primeiros sorteios tiveram 300 ganhadores, cada um recebendo R$ 500. O terceiro e último sorteio distribuiu 11 prêmios de R$ 20 mil e outros 11 de R$ 50 mil, além de uma casa no valor de meio milhão de Reais. Os resultados podem ser conferidos no site da campanha.

O período de participação na promoção, de 2 de outubro de 2023 até 31 de janeiro de 2024, foi estrategicamente alinhado com a extração da Loteria Federal, garantindo transparência e imparcialidade aos sorteios. “A promoção não só oferece a chance de ganhar prêmios atraentes, mas também reforça os diferenciais das nossas farmácias, destacando o excelente atendimento e preços acessíveis”, ressalta Vieira.

Incentivo à digitalização

Além dos prêmios, a campanha impulsionou a digitalização entre os participantes. “A promoção também aumentou a visibilidade nacional da Farmarcas, que mantém lojas em locais remotos do país, permitindo a participação de PDVs de todos os portes. “A iniciativa reforçou a importância de adaptar estratégias para inclusão e reconhecimento das diversas realidades das farmácias em todo o Brasil’, finaliza Vieira.

Hemobrás vai produzir medicamento para Hemofilia A

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Hemobrás
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O Governo Federal inaugura nesta quinta-feira, dia 4, a unidade fabril da Hemobrás, empresa pública de hemoderivados e biotecnologia, no município de Goiana (PE). É um marco para o início das operações do parque industrial da estatal, que já distribuiu e passará a produzir o Fator VIII Recombinante (Hemo-8r), utilizado no tratamento da Hemofilia A.

A inauguração tem forte impacto na geração de empregos da região, com previsão de dois mil novos postos de trabalho, sendo 1,4 mil diretos e 600 indiretos. O processo de nacionalização do Hemo-8r ocorreu a partir de uma parceria com a empresa japonesa Takeda para transferência de tecnologia e segue um cronograma de implementação. Ainda neste ano, começa o processamento do produto, rotulagem e embalagem local. O cronograma culmina na produção brasileira dos insumos, chamados de IFA, em dezembro de 2025. Todas as etapas serão submetidas à análise prévia da Anvisa.

Toda a demanda do SUS será atendida pela Hemobrás

A Hemofilia é uma condição genética rara que afeta a coagulação do sangue, resultando na falta de proteínas necessárias para essa função. No caso da Hemofilia A, o fator sanguíneo deficiente é o Fator VIII. Atualmente, o Brasil é o quarto país com mais hemofílicos do mundo, com cerca de 12 mil portadores da doença. O medicamento Hemo-8r, que será produzido pela Hemobrás, é crucial para o tratamento desses pacientes.

A produção ocorre por engenharia genética, utilizando a tecnologia do DNA recombinante a partir de células geneticamente modificadas que contêm o gene humano do Fator VIII de coagulação. A nacionalização da produção do medicamento trará benefícios significativos para os hemofílicos do Brasil, garantindo o acesso a um tratamento essencial para sua saúde e qualidade de vida, além do atendimento de 100% da demanda do SUS pela Hemobrás.

Estratégia é fortalecer produção nacional

O investimento, que totalizou R$ 1,2 bilhão, representa o maior aporte em biotecnologia na área da saúde no Nordeste brasileiro até o momento. Essa iniciativa faz parte da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, com recursos provenientes do Novo PAC. A maior parte desses recursos já foi executada, consolidando a posição central da Hemobrás nesse contexto.

Além disso, ao nacionalizar a produção de insumos farmacêuticos, o país deve gerar uma economia anual de até US$ 200 milhões, contribuindo para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e para a redução da dependência externa de produtos médicos. Esse avanço visa reduzir a vulnerabilidade do SUS frente a emergências de saúde pública e fortalecer a cadeia produtiva nacional de alta complexidade.

A inauguração da planta industrial representa não apenas um passo em direção à soberania sanitária e tecnológica do país, mas também a concretização de um compromisso renovado com a industrialização inclusiva e sustentável. Com essa iniciativa, espera-se não só reduzir a dependência externa de produtos de saúde, mas também gerar empregos e promover o abastecimento do SUS.

O Projeto Hemobrás envolve duas plantas em seu parque fabril, com mais R$ 1,2 bilhão de orçamento para produtos derivados do plasma, totalizando R$ 3,2 bilhões. Os projetos, incluídos no eixo Saúde do Novo PAC, visam finalizar a construção da fábrica de hemoderivados, especialmente para a produção de imunoglobulina, medicamento crucial para o SUS.

As fábricas resultarão na geração de empregos durante sua implantação e a partir do início da operação. A previsão é que a obra seja concluída em 2025 e o fornecimento de produtos comece em 2026, com investimentos na qualificação da Hemorrede iniciando ainda neste ano. Serão R$ 100 milhões para hemocentros e núcleos de hemoterapia garantindo que o plasma excedente seja destinado à produção de medicamentos.

A fábrica de hemoderivados em construção será a maior e mais moderna da América Latina, com capacidade para produzir seis medicamentos para o SUS, incluindo imunoglobulina. A Hemobrás projeta atender a uma porcentagem significativa das necessidades do SUS em diversos medicamentos.

Bayer investe 3,5 bilhões de euros em terapias celulares e gênicas

terapias celulares e gênicas
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As terapias celulares e gênicas trazem novas abordagens potencialmente transformadoras de tratamentos que podem, em última análise, impedir ou reverter doenças com uma intervenção única na vida. Desde 2020, a Bayer já investiu mais de 3,5 bilhões de euros na construção de plataformas tecnológicas para a descoberta e desenvolvimento de medicamentos nestes dois campos.

As informações foram divulgadas durante a edição de 2024 do “Pharma Media Day”, evento anual com jornalistas – que contou com a participação do Panorama Farmacêutico – em que a Bayer Pharmaceuticals apresenta uma revisão dos avanços da indústria no tratamento de doenças.

Portfólio líder em terapias celulares e gênicas

A farmacêutica, junto com suas subsidiárias BlueRock e AskBio, avança em um portfólio líder do setor em terapias celulares e gênicas pré-clínicas e clínicas. O portfólio de desenvolvimento compreende sete programas de terapia celular e terapia gênica em diferentes estágios de desenvolvimento clínico, e está focado em áreas de maior necessidade médica não atendida.

“Avançamos significativamente no aumento do valor de nosso pipeline, demonstrando claramente que nossa estratégia de P&D revisada está dando frutos. Ao mesmo tempo, estamos ampliando ainda mais nossa presença em áreas terapêuticas chave, fazendo progressos importantes na realização do pleno potencial de nossos ativos de lançamento atuais”, afirma Stefan Oelrich, membro do Conselho de Administração da Bayer AG e presidente da Divisão Farmacêutica da Bayer.

A empresa fortaleceu sua capacidade de inovação com um claro foco em pesquisa em quatro áreas terapêuticas principais (doenças cardiovasculares, oncologia, imunologia e neurologia e doenças raras), expandindo suas capacidades por meio de colaborações e aquisições de empresas, e aumentou a qualidade de seu pipeline por meio de uma reavaliação rigorosa do portfólio.

Como resultado, avançou seu pipeline com oito solicitações de um novo medicamento em investigação em 2023. Além disso, espera-se que quatro ativos façam a transição para a Fase II até o final deste ano, todos com potencial para serem pioneiros em sua classe.

Mulheres na menopausa

A Bayer também está investindo em ampliar as opções terapêuticas e elevar o padrão de atendimento para mulheres na menopausa.

Em estágio avançado, o elinzanetant é o primeiro antagonista dual do receptor neurocinina-1,3 (NK-1,3) em desenvolvimento como tratamento oral não hormonal de sintomas vasomotores moderados a graves associados à menopausa.

A empresa relatou, consistentemente, resultados positivos em três estudos de Fase III. Diante disso, a Bayer submeterá os dados dos estudos OASIS 1, 2 e 3 às autoridades de saúde, com os primeiros lançamentos esperados para 2025.

Oncologia: continuidade no crescimento

A Bayer está fazendo progressos importantes em seu caminho para se tornar uma empresa líder em oncologia. Neste campo, e com a molécula darolutamida, a companhia está pronta para um crescimento contínuo no tratamento do câncer de próstata, a caminho de alcançar o status de sucesso ainda este ano (apenas cinco anos após seu primeiro lançamento).

Este é o inibidor de receptor de andrógeno de maior crescimento nos Estados Unidos. Nos demais países do mundo, espera-se para ainda este ano os resultados do estudo ARANOTE, com uma nova e importante indicação para o medicamento.

A Bayer investiu significativamente em inovação direcionada para esses pacientes, concentrando-se em expandir o conjunto de alvos farmacológicos que representam uma verdadeira vulnerabilidade ao câncer e acelerando o processo de desenvolvimento de medicamentos.

Com a aquisição da Vividion e sua plataforma líder em química proteômica, a companhia fortaleceu sua pesquisa farmacêutica e seu portfólio no campo de pequenas moléculas e terapias de precisão.

A tecnologia inovadora da Vividion permite a identificação de bolsos de ligação previamente desconhecidos em alvos não suscetíveis a medicamentos, para gerar novos candidatos a medicamentos em indicações com alta necessidade médica não atendida.

Nos últimos seis meses, a Vividion avançou os dois primeiros programas de câncer de alto perfil, um ativador de KEAP 1 e um inibidor de STAT3, para o desenvolvimento da Fase I.

Expandindo presença em áreas terapêuticas chave

Após a aprovação do aflibercept 8 mg em mercados-chave como a União Europeia, Japão, Canadá e Reino Unido no início deste ano, a Bayer está confiante em continuar sua liderança no tratamento de doenças da retina.

Como o único medicamento com intervalos de tratamento sem precedentes de até cinco meses, o produto da Bayer aborda a alta necessidade não atendida dos pacientes e oftalmologistas por intervalos de aplicação mais longos, com menos injeções e visitas à clínica em comparação com seu tratamento anterior – que tinha doses a cada 8 semanas. 

Outro impulsionador chave do crescimento é finerenona, que está aprovado para o tratamento da doença renal crônica associada à diabetes tipo 2 em mais de 85 países em todo o mundo. Finerenona tem o potencial de se tornar a opção de tratamento fundamental para grupos de pacientes ainda mais amplos com doença renal e/ou insuficiência cardíaca.

O produto tem demonstrado uma boa aceitação contínua no lançamento na doença renal crônica associada à diabetes tipo 2, impulsionada principalmente por países como EUA, China e México.

Vendas da Natulab sob nova gestão

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Natulab, Guilherme Vilaverde
Foto: Divulgação

A Natulab, farmacêutica baiana especializada em MIPs, anunciou a contratação de Guilherme Vilaverde para o cargo de gerente divisional de vendas sênior. O executivo assume a nova função após atuar por dois anos como gerente de contas regionais na Medley.

Formado em administração de empresas pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Vilaverde se especializou com um MBA em gestão de pessoas e liderança na Faculdade de Educação São Luís. Seu currículo conta, também, com uma passagem de mais de sete anos pela EMS, onde era gerente de grandes contas.

Contato: guilhermevilaverde@natulab.com.br

Farmacêutica chinesa cria biossimilar do Ozempic

biossimilar do ozempic

A farmacêutica chinesa Hangzhou Jiuyuan Gene Engineering desenvolveu o primeiro biossimilar do Ozempic (semaglutida), medicamento para diabetes da Novo Nordisk. O laboratório submeteu às autoridades o pedido de aprovação para a comercialização do medicamento no país. As informações são da Reuters.

A empresa destaca que “é a primeira semaglutida biossimilar nacional a ser submetida para comercialização”, e possivelmente do mundo, já que as patentes do Ozempic ainda estão vigentes.

Biossimilar do Ozempic gera briga de patente

Na China, a patente da semaglutida acaba apenas em 2026, o que significa que, mesmo se aprovado, o biossimilar não poderia ser vendido neste ou no próximo ano.

No entanto, há uma briga judicial no país, iniciada pela Jiuyuan Gene, para tornar a patente da Novo Nordisk inválida, o que abriria caminho para a comercialização imediata do medicamento.

De acordo com a mídia local, a patente chegou a ser considerada inválida em 2022 pelas autoridades chineses, porém a farmacêutica dinamarquesa recorreu da decisão. O processo ainda está em andamento.

No comunicado, a farmacêutica chinesa não menciona a questão da propriedade sobre a molécula, mas já destaca planos de levar o biossimilar a outros países. Diz que vai “se esforçar para levar biossimilares de semaglutida a muitos pacientes necessitados na China o mais rápido possível “ao mesmo tempo em que “realizará ativamente pedidos de registro no exterior”.

Pátria Investimentos anuncia venda da Natulab

Pátria Investimentos anuncia venda da Natulab
Divulgação: Natulab

Em junho de 2023, a redação do Panorama Farmacêutico teve acesso a informações sobre a possível venda da Natulab. Não demoraram nove meses para a notícia de bastidor virar realidade.

O Pátria Investimentos, fundo de private equity que detinha 80% das ações da indústria farmacêutica brasileira desde 2013, repassou o controle para o Pettra. Formado no ano passado, o grupo de family office é especializado em negócios nos setores de varejo e consumo e conta com a participação acionária de Ronnie Motta, ex-CEO da Bombril.

Segundo apuração do portal InvestNews junto a fontes do mercado financeiro, a compra da Natulab seria efetivada com 100% de recursos próprios. Os valores permanecem em sigilo e o cash-out, como é chamado o pagamento ao vendedor, aconteceria apenas depois de três anos. Todo o aporte até esse período seria destinado para investimentos no laboratório.

Os demais 20% do capital da farmacêutica pertenciam a 16 famílias italianas, que também venderam sua participação com base em uma cláusula que garantia autonomia ao acionista majoritário nessas negociações.

O CEO do laboratório, Guilherme Maradei, mostrou-se muito animado com a negociação. “A transação envolveu um múltiplo acima da média do mercado, graças ao sólido crescimento que vínhamos acumulando. Trata-se de um novo capítulo na trajetória da Natulab. O Pettra e a experiência de Ronnie Motta no mercado de bens de consumo contribuirão para termos uma visão de investimento de médio e longo prazo”, avalia.

Fatores que estimularam a venda da Natulab

Quando o portal repercutiu a possibilidade de venda da Natulab, os números da indústria farmacêutica fundada em 2000 pareciam animadores. O faturamento consolidado em 2022 havia chegado a R$ 500 milhões, contra R$ 200 milhões de 2013 – ano em que o Pátria desembolsou R$ 130 milhões pela companhia.

De acordo com dados da IQVIA, o laboratório foi o que mais cresceu em vendas em 2022, considerando o preço de compra em farmácia (R$ PPP). Saltou 11 posições no ranking da indústria farmacêutica. Em volume de unidades, alcançou a 15ª posição.

De suas 150 marcas de fitoterápicos, medicamentos isentos de prescrição e suplementos, 16 eram líderes em suas respectivas categorias, entre as quais Maxalgina (dipirona monoidratada), Seakalm (Passiflora incarnata L.) e Viter C (ácido ascórbico). Mas a decisão de se desfazer da Natulab está diretamente associada ao interesse do Pátria Investimentos em olhar para outros segmentos.

O movimento seguiria a cartilha cumprida em outras empresas que integram o fundo. A investidora anunciou, em maio de 2023, que faria uma oferta de sua participação na Smart Fit com a expectativa de arrecadar R$ 550 milhões, quando as ações da rede de academias registravam valorização acumulada de 24%. No mês anterior, vendeu 10,1 milhões de papéis da construtora Tenda, cujo valor das ações já aumentou 73% desde janeiro.

Com essas operações, o grupo planeja ganhar corpo para investir em setores que são “a China dentro do Brasil”, conforme afirmou o sócio e country manager da Pátria, Daniel Sorentino, em entrevista ao portal Neofeed.

A meta seria obter ganhos de US$ 50 bi até 2025, com foco em “segmentos que crescem acima do PIB e vão muito além das tendências macroeconômicas”. Entre essas atividades estariam agronegócio, alimentos e bebidas, energia renovável e tecnologia.

A saúde estaria entre as prioridades, porém mais atrelada a soluções inovadoras do que a indústrias tradicionais como a farmacêutica. Exemplo é o investimento na Athena Saúde, rede de saúde suplementar que usa a tecnologia para mapear os hábitos de beneficiários de planos médicos e odontológicos, especialmente no Norte e Nordeste. O Pátria também passou a ter participação minoritária na Kamaroopin, holding da qual faz parte a plataforma Dr. Consulta.

Natulab mirava R$ 2 bi de faturamento

A marca atual de meio bilhão em faturamento ainda estava distante da projeção de R$ 2 bilhões que a Natulab, baseada em Santo Antônio de Jesus (BA), havia lançado em 2019. A ambição era alçar as cinco primeiras posições no ranking da indústria farmacêutica, com direito a centro de distribuição em São Paulo e avanço especialmente no eixo Sul-Sudeste.

Considerando indicadores da Close-Up International dos últimos 12 meses até fevereiro de 2024, o número de unidades vendidas em farmácias caiu 15% na comparação com o mesmo período anterior – de 107 milhões para 91 milhões. A farmacêutica passou a ocupar a 23ª posição geral. Porém, Guilherme Maradei reitera que essa queda em volume atendeu a uma decisão da Natulab de mirar atenções para produtos de maior valor agregado e rentabilidade.

O valor movimentado no varejo farmacêutico (R$ desconto) subiu 2,03%, o que mantinha a Natulab na 54ª colocação.

Grupo Boticário atinge R$ 30,8 bi em vendas em 2023

Grupo Boticário
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As vendas totais (GMV) do Grupo Boticário ultrapassaram R$ 30,8 bilhões em 2023, crescimento de 30,5% em relação a 2022. O desempenho histórico é quase o dobro do GMV registrado em 2021, quando a empresa atingiu R$ 18 bilhões em vendas.

O resultado – o maior já anunciado pela companhia – foi marcado especialmente por avanços importantes na estratégia multicanal e multimarcas com entrada em novos canais, expansão dos números de parceiros em multimarcas e consolidação em categorias.

Farmácia é destaque no B2B do Grupo Boticário

A operação B2B, que reúne distribuição em farmácias, perfumarias, lojas de departamento e redes alimentares, dobrou de tamanho em 2023. No ano passado, os produtos do Grupo Boticário passaram a estar presentes em cerca de 100 mil pontos de venda em todo território nacional, com destaque ao setor de farmácias, que se tornou o principal canal de distribuição de B2B.

A aceleração nesse canal também foi marcada pela aquisição de Truss Professional, marca nacional dentre as líderes no segmento de produtos capilares com ampla presença em salões de beleza no Brasil e no mundo.

A operação permitiu ao Grupo Boticário fortalecer sua presença na categoria de cabelos e estrear no segmento profissional, com presença em 26 mil salões no Brasil, fortalecendo o relacionamento com profissionais cabeleireiros. Já entre as categorias, as de maior crescimento foram cabelos, perfumaria e cuidados pessoais.

“A sólida performance de 2023 confirma a potência das alavancas internas e consistência no nosso desenho estratégico de longo prazo. Estamos formatando um ecossistema de beleza que expande nossa presença junto aos consumidores brasileiros, por meio de parceiros sólidos, atuando com diversas marcas, em diversas categorias, presentes nos mais diversos canais”, afirma Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário.

“Nosso crescimento não diz respeito a apenas uma marca, categoria ou canal. Temos um conjunto de ações que corroboram o desempenho de uma estratégia robusta, bem executada e com geração de valor a todos os clientes do ecossistema”, destaca.

Em 2023, canais como lojas e venda direta seguiram em crescimento. No ano passado, a companhia apresentou a maior expansão de lojas reformadas e se consolidou como a maior rede omnichannel do Brasil, com mais de 4 mil pontos de Clique e Retire e cerca de mil Espaços do Revendedor. “O Brasil é muito relacional. Nesses canais, a relação humana é mais calorosa e faz a diferença. São nossos templos de experimentação e permitem a interação humana de forma direta”, ressalta Grynbaum.

Investimentos estratégicos reforçam alto grau de inovação

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e marcas sustentaram um alto patamar de inovação com cerca de 4 mil novos produtos desenvolvidos e outros 2 mil reformulados. Cerca de 26% das vendas totais (GMV) do Grupo Boticário foram provenientes de produtos lançados há menos de um ano.

Na dimensão de marcas, o desempenho foi impulsionado por complementaridade entre marcas, mix de produtos e produtividade do portfólio. Em 2023, Eudora se consolidou como a segunda maior marca do Grupo Boticário. Vult e O Boticário também apresentaram desempenho expressivos.

Além da sólida performance das marcas proprietárias, destaque para marcas terceiras, comercializadas via e-commerce Beleza na Web, e licenciadas como Pampers. A parceria entre Grupo Boticário e P&G resultou no lançamento da primeira linha de baby care de Pampers do mundo. No ano passado, o Grupo Boticário também ingressou no segmento pet care com o lançamento de Au.Migos, primeira linha de produtos para pets da empresa.

Clientes no centro de tudo

Em 2023, a base ativa e identificada de consumidores cresceu 13% e chegou a 24 milhões de pessoas, que realizaram pelo menos uma compra no último ano.

“Em um mundo cada vez mais volátil, decidimos mirar no consumidor, que é cross-marcas e cross-canal. Tão importante quanto o aumento no número de clientes identificados é o tratamento adequado dessas informações, que nos permite construir fundamentos e sistemas para uma experiência personalizada e de excelência, o que se traduz em maior ticket e frequência de compra”, destaca o vice-presidente do Conselho.

“Nosso profundo conhecimento sobre nossos clientes nos permite uma entrega de valor integrando marca, canal, categoria e parceiro. A cada quatro itens do setor de higiene e beleza que chegaram às mãos dos consumidores no Brasil, um passou pelo ecossistema do Grupo Boticário”, conclui.

A importância da liderança na farmácia independente

liderança na farmácia

A liderança na farmácia independente impõe muito mais do que competências técnicas do gestor. E um estudo internacional ajuda a mostrar o impacto dessa atuação para o funcionamento da operação.

Estudo da OC Tanner revela que 79% dos trabalhadores do setor farmacêutico dos Estados Unidos já se desligaram de alguma empresa devido à falta de valorização dos seus líderes.

Outra pesquisa, da consultoria Robert Half, mostra que 89% das corporações reconhecem que o desempenho e o sucesso estão intrinsecamente relacionados à motivação e à felicidade dos seus colaboradores. Além disso, 94% dos colaboradores acreditam que a satisfação no ambiente de trabalho é diretamente influenciada pela função.

O papel da liderança na farmácia no ambiente corporativo

Diante desse cenário, a liderança na farmácia desponta como um fator crucial para a construção de um bom ambiente de trabalho, e o treinamento corporativo surge para fortalecer esse pilar.

“Líderes eficazes são aqueles que conseguem inspirar, motivar e extrair o melhor potencial de suas equipes, garantindo um ambiente harmonioso e produtivo. Trata-se de um catalisador para o crescimento das organizações e o desenvolvimento dos colaboradores”, explica o especialista em gestão de empresas André Minucci.

Ele ainda ressalta que líderes devem estar atentos às demandas emocionais de suas equipes, promovendo um ambiente acolhedor e respeitoso. Por meio do diálogo aberto, do reconhecimento e do apoio, eles podem contribuir para a construção de uma cultura organizacional saudável, onde o estresse e a pressão são minimizados, e a colaboração é incentivada.

“Contudo, para que a liderança produza os resultados desejados é fundamental que a alta direção esteja comprometida em fomentar uma cultura de aprendizagem e aprimoramento contínuos. A implementação de programas eficientes de treinamento e desenvolvimento deve ser uma prioridade estratégica das empresas”, acrescenta.

Quatro maneiras de ser um líder eficaz

‍1 – Ouça a equipe

Um líder eficaz estabelece confiança entre si e sua equipe. Eles são abertos e receptivos ao feedback, apoiando-se na experiência de outras pessoas. Um gerente da farmácia pode tomar as decisões finais, mas é importante mostrar à equipe que ele aceita sugestões e comentários.

2 – Olhe para frente, mas pense no panorama geral

Manter a cabeça fria é essencial ao trabalhar na farmácia, especialmente como proprietário ou gerente independente. Algumas maneiras de fortalecer a longevidade da farmácia independente incluem:

  • Investir em novas tecnologias
  • Observar as pesquisas de mercado
  • Fornecer opções de serviços clínicos, tais como vacinas ou testes rápidos

3 – Dê o exemplo

As ações falam mais alto que as palavras e grandes líderes abrem caminhos exatamente com esse ditado. A maneira como se lida com clientes irritados, uma carga de trabalho elevada e todas as outras tarefas diárias da farmácia moldarão a forma como a equipe enxerga o líder

4 – Não espere ser apreciado por todos

Dizem que é melhor ser temido do que amado. Não tente incutir medo nos funcionários ou clientes em nome de uma liderança forte. Por outro lado, é importante reconhecer a necessidade de tomar decisões difíceis em algumas situações. Disciplinar os outros é um ato difícil, mas é preciso para se estabelecer como um líder forte, que não hesitará em mudar as coisas quando houver essa exigência

Farmácias devem atualizar o porte econômico junto à Anvisa

porte econômico

A comprovação do porte econômico da farmácia junto à Anvisa é uma tarefa que deve ser realizada anualmente. Esse porte é determinado de acordo com o faturamento anual bruto da empresa e, para isso, deve ser considerado o montante do ano faturado pela matriz e suas filiais, se houver.

No caso de a empresa manter uma filial, mesmo que o faturamento seja inferior ao da matriz, a Receita Federal considera o faturamento somado das lojas.

Porte econômico gera desconto nas taxas de fiscalização

“A comprovação do porte econômico da empresa é importante para obter descontos nas taxas de fiscalização e vigilância sanitária (TFVS) previstos na legislação. Inclusive, esse item é levado em consideração na aplicação de multas administrativas”, explica Flávio Mendes Benincasa, sócio do Benincasa & Santos Sociedade de Advogados.

Ele alerta que, caso não seja efetivada essa declaração junto à Anvisa, a empresa será classificada como de Grande Porte, o que incorrerá em impostos pagos a maior.

Classificação da Anvisa

A classificação utilizada pela Anvisa obedece aos seguintes grupos

Grupo I – Empresa de grande porte – Faturamento anual superior a R$ 50 milhões

Grupo II – Empresa de grande porte – Faturamento anual igual ou inferior a R$ 50 milhões e superior a R$ 20 milhões

Grupo III – Empresa de médio porte – Faturamento anual igual ou inferior a R$ 20 milhões e superior a R$ 6 milhões

Grupo IV – Empresa de médio porte – Faturamento anual igual ou inferior a R$ 6 milhões

Empresa de pequeno porte (EPP) – Faturamento anual igual ou inferior a R$ 4,8 milhões e superior a R$ 360 mil

Microempresa – Faturamento anual igual ou inferior a R$ 360 mil

Para o enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, a Anvisa aceita certidões simplificadas emitidas no ano vigente com autenticação digital.

Para isso, é necessário que a certidão simplificada seja emitida em meio eletrônico no site da Junta Comercial, contendo o número do protocolo/código para confirmação da autenticidade.

Fique atento aos prazos

O prazo para a comprovação do porte econômico para microempresas e empresas de pequeno porte é até o dia 30 de abril de cada ano.

Para as grandes e médias empresas dos grupos II, III e IV, a comprovação deve ser feita até o último dia útil de julho de cada ano.

É necessário encaminhar o comprovante do porte da empresa por via eletrônica, por meio do sistema “Solicita”, que ocorre da seguinte forma:

  1. Acesse o sistema com o login e senha do gestor de segurança
  2. Selecione a opção “Rascunho”, “Novo”, “Petição Inicial”
  3. Clique na lupa que permite a busca pelos assuntos de petição
  4. Selecione “Atividade/Tipo de produto”, “Empresas”
  5. Digite no campo “Código” o número 70571
  6. Anexe os documentos e envie a petição

Quais os documentos devem ser anexados?

  • As grandes empresas do grupo I estão dispensadas da comprovação do porte
  • Para os grupos II, III e IV deve ser encaminhado um arquivo em PDF, que permita a realização de busca textual e cópia, com a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) completa (contendo todas as páginas do Relatório de Impressão de Pastas e Fichas) referente ao ano-calendário imediatamente anterior, juntamente com o recibo de entrega. A ECF deve ser legível e completa, considerando as informações necessárias para correta classificação do porte econômico
  • A microempresa ou empresa de pequeno porte (EPP) deverá encaminhar à Anvisa o original ou cópia autenticada da Certidão Simplificada atualizada emitida pelo Cartório de Registro de Empresas Mercantis (Junta Comercial) ou a Certidão atualizada emitida pelo Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. A farmácia deve inserir a informação de microempresa ou empresa de pequeno porte, atualizada até 30 de abril de cada exercício

A certidão da Junta Comercial emitida eletronicamente é válida para fins de comprovação de porte, uma vez que tal documento tem numeração específica, podendo-se verificar a sua autenticidade por meio de consulta.

“É de extrema importância que a farmácia fique atenta aos prazos para informação do porte, pois caso não seja comprovado dentro dos prazos legais, a empresa será automaticamente classificada no grupo I. Com isso, ela fica sujeita ao pagamento da TFVS em seu valor integral, sem direito a posterior ressarcimento”, finaliza Benincasa.

Siga as dicas para aprimorar a experiência no m-commerce

m-commerce

O m-commerce responde por 73% do comércio eletrônico global, de acordo com análise da Statista. E segundo reportagem da Buildfire, as transações via celular devem movimentar US$ 418,9 bilhões (R$ 2,07 trilhões) em 2024. No Brasil, 68% dos consumidores digitais acessam exclusivamente dispositivos móveis para acessar a internet.

Se sua farmácia ainda não observa esses números potenciais, está perdendo uma oportunidade para captar mais negócios e cativar, de fato, seus clientes.

Para Victor Perez, gerente de desenvolvimento do Cosmos Pro, a venda via m-commerce também visa a atingir um público diferente daquele que costuma frequentar a loja física. “Essa necessidade de estar o tempo inteiro conectado com o dispositivo móvel é muito mais latente em uma determinada idade ou em perfis profissionais específicos. Portanto, a experiência também será diversa”, explica.

E um dos maiores equívocos dos gestores está relacionado ao marketing, quando pensam que fazer a divulgação do aplicativo dentro do PDV irá alcançar esse público que compra via mobile.

“Não basta colocar panfletos dentro da farmácia ou encher o local de bandeirolas e banners quando este consumidor não frequenta a loja física. É preciso investir em marketing digital e na divulgação massiva em redes sociais e grupos de mensagem, para atingir o cliente que está fora da sua área de atuação”, ressalta.

Benefícios do m-commerce

Adotar a operação de m-commerce oferece diversas vantagens para as empresas e melhora a experiência do cliente, que incluem:

  • Conveniência
  • Experiência aprimorada do consumidor
  • Aumento da retenção de clientes
  • Mais opções de pagamento, como o Apple Pay e Samsung Pay
  • Serviços baseados em localização, que permitem campanhas de marketing direcionadas à melhor navegação do usuário

Dicas para aumentar as vendas do comércio móvel

Perez elenca dicas adicionais para a farmácia capitalizar mais resultados com o comércio móvel:

  • Otimização – Priorize designs compatíveis com fontes fáceis de ler e velocidade no carregamento de página
  • Checkout rápido – Implemente opções de checkout expresso ou com um clique para tornar a experiência mais ágil e intuitiva
  • Crie experiência omnicanal – Ofereça uma integração de contas e rastreamento de compras em todos os canais de vendas
  • Foco em comércio social e chatbots – Aproveite plataformas de mídia social para comércio e empregue chatbots para aprimorar o suporte ao cliente
  • Recomendações personalizadas – Faça sugestões de produtos personalizadas com base nas preferências do cliente e no histórico de compras
  • Fidelização – Utilize programas de acúmulo de pontos para gerar fidelização do cliente
  • Vitrine personalizada – O app permite criar vitrines personalizadas de acordo com o consumidor que está logado, fazendo com que ele visualize apenas produtos que são do seu interesse de acordo com o histórico de compras
  • Inteligência artificial – O uso da IA ajudará o consumidor a tirar dúvidas sobre características de um determinado produto, relacionadas à indicação, posologia, composição, reações adversas ou apresentação.
  • Estoque de segurança – Não há experiência mais desagradável do que finalizar uma compra e descobrir que ela foi cancelada porque o produto está indisponível. “Ao definir um estoque de segurança que zera o produto no digital quando se atinge um limite de itens, o gestor da farmácia evita a ocorrência de vendas duplicadas no ambiente físico e no online”, acrescenta