Criada recentemente, a IA da Panvel começou a ser utilizada em cinco farmácias da rede em abril e já está presente em 400 lojas. O Serviço de Orientação Farmacêutica com Inteligência Artificial foi batizado como Sofia, e desenvolvido a partir dos modelos generativos ChatGPT, da OpenAI e Claude, da Anthropic.
Assim como a maioria das inteligências artificiais, a Sofia é constantemente abastecida por novas informações e tende a se tornar cada vez mais eficiente. Nas farmácias a IA assimila conteúdos como bulas de medicamentos e normas da Anvisa para auxiliar os farmacêuticos.
Enquanto o número de lojas que contam com inovação cresce, seu volume de uso também aumenta. Em um recorte de dois dias do mês de junho, por exemplo, a Sofia recebeu 1,8 mil mensagens, sendo 800 em um dia e mil no outro.
IA da Panvel foi desenvolvida internamente
A tecnologia que, segundo a empresa, deve estar presente em todas as suas unidades até o final do mês, foi construída a partir de uma parceria entre as equipes da área de IA e ciência de dados da Panvel.
“Nosso trabalho foi fazer com que a ferramenta gerasse não apenas respostas relevantes, mas tecnicamente corretas e úteis para os colaboradores atenderem cada vez melhor nossos clientes”, explica Alexandre Arnold, diretor de tecnologia e inovação da Panvel.
Na manhã desta quinta-feira, dia 20, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Counterfeit, contra uma quadrilha suspeita de vender R$ 11 milhões em medicamentos falsos. Os suspeitos comercializaram a imunoglobulina falsificada para órgãos públicos do Paraná.
Segundo a PF, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão, além de outros de prisão preventiva e sequestro de bens. Além do Paraná, a investigação também teve alvos na Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
Na operação, a polícia encontrou embalagens do medicamento, que usava a marca da Bayer, e também exemplares do fármaco falsificado. O produto seria produzido na Bolívia e comercializado por dois estrangeiros locados no Brasil.
“Após a apreensão dos medicamentos, a Polícia Federal confirmou a falsificação completa dos remédios, desde as caixas, falsamente identificadas, até a sua composição, na qual se constatou a ausência de imunoglobulina, como deveria conter”,diz nota da Polícia Federal.
Secretaria se diz vítima de quadrilha que vendia medicamentos falsos
Um dos órgãos públicos que adquiriu medicamentos com a empresa acusada de vender imunoglobulina falsa foi a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) do Paraná. Em nota, a pasta afirmou que foi vítima do golpe.
Em investigação realizada em setembro, a Polícia Civil apontou que cerca de seis mil frascos foram adquiridos pela secretaria. Segundo a Sesa, nenhuma complicação na saúde dos pacientes foi detectada. “Os envolvidos estão sendo investigados por crimes como associação criminosa, fraude à licitação e falsificação de medicamentos”, afirma a PF.
As Farmácias Associadas anunciaram um plano de recuperação das lojas atingidas pelas enchentes no RS. Após auditar os prejuízos, a rede associativista fará um investimento de R$ 1,5 milhão para auxiliar os empreendedores mais afetados. As informações são do O Sul.
O aporte será utilizado para repor estoque, comprar novo mobiliário e, também, para recuperar as fachadas. Ao todo, 72 lojas foram atingidas, sendo 43 delas com perda total. Até o momento, 20 unidades já foram recuperadas e estão em funcionamento.
Além do auxílio financeiro, a rede também está disponibilizando um kit de produtos de marca própria para os associados, com o objetivo de acelerar sua rentabilidade no curto prazo. Para garantir melhores condições de compras, a equipe comercial da companhia está em negociações com parceiros da indústria e do atacado farmacêutico.
Outras ações das Farmácias Associadas
Desde o começo da catástrofe climática, as Farmácias Associadas têm oferecido para todos os atingidos um serviço de acolhimento psicológico emergencial e gratuito. Por meio do programa + Saúde, os pacientes podem se consultar por telefone ou vídeo com psicólogos contratados pela rede.
Em bairros como Menino Deus e Sarandi, em Porto Alegre (RS), a varejista estabeleceu postos físicos na frente dos PDVs. A companhia também realizou a entrega de 170 mil unidades de EPIs e medicamentos de uso contínuo, além de disponibilizar suas lojas como ponto de recolhimento de doações para às vítimas.
Enchentes no RS mobilizaram o setor
O mercado farmacêutico não poupou esforços para arrecadar fundos e mantimentos para os afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Para conhecer outras iniciativas, confira nossas matérias completas.
José Araújo, o Zé das Camisinhas, ao lado do filho Denis Foto: Divulgação
Por meio da fabricante Inaltex, a família do fundador da Olla relança uma importante marca de preservativos e aposta nas farmácias para impulsionar as vendas em até 40%. Adquirida pela empresa em 2020, a linha Prosex voltou a ser comercializada no ano passado, está disponível em 3 mil PDVs do varejo farmacêutico e já conquistou engajamento representativo na mídia social do momento.
Atualmente a marca reúne 11 SKUs. Outros nove lançamentos estão previstos ainda para este ano. De capital 100% brasileiro, a indústria ampara sua meta de crescimento na planta fabril de 16 mil m² em São Roque (SP). O complexo tem capacidade produtiva de 12 milhões de unidades por mês. “Mas com a estrutura atual, podemos elevar nossa capacidade produtiva para 30 milhões”, ressalta o CEO José Araújo, mais conhecido como Zé das Camisinhas.
Para entender os movimentos da empresa, é fundamental resgatar a história que começou com os pais do atual executivo, Adriano Dias Araújo e Emília Gonçalves. De origem portuguesa, a família Araújo desembarcou no Brasil no fim dos aos 1950 e, na década seguinte, passou a trabalhar para um casal de judeus iugoslavos que comandava uma distribuidora de preservativos em São Paulo.
Em 1969, os portugueses foram convidados para ser sócios do empreendimento, o que resultou na abertura de uma pequena loja. Em 1978, porém, a Johnson & Johnson adquiriu todo o maquinário do principal fornecedor da distribuidora para reforçar a produção de sua marca – a Jontex. O avanço da multinacional exigiu da família Araújo uma escolha. Era sair do mercado ou usar os conhecimentos acumulados para investir em uma fábrica própria.
A decisão foi erguer uma nova empresa. Nascia a INAL – Indústria Nacional de Artefatos de Látex, que se tornaria a maior fabricante de preservativos da América Latina por meio das marcas Olla, Lovetex e Microtex. Em 2009, o negócio despertou o interesse da Hypermarcas (hoje Hypera Pharma), que oficializou a compra da INAL por US$ 120 milhões.
Na transação, foi definido que as instalações da fábrica permaneceriam sob a propriedade da família, sendo alugadas para a farmacêutica brasileira. A Hypera aproveitou a capacidade produtiva da planta também por conta da aquisição da Jontex, o que a fez deter 45% da venda de preservativos no Brasil.
Fundador da Olla sai e volta ao mercado após decisões de multinacional
Em 2011, enquanto atuava como consultor, o fundador da Olla foi chamado de volta pelos compradores para ajudar a sanar alguns gargalos no processo produtivo. Seguiu no cargo até agosto de 2017, quando uma nova aquisição mudaria novamente o mercado de preservativos.
Em negociação iniciada no ano anterior, a multinacional britânica Reckitt Benckiser comprou a divisão de preservativos da Hypera por R$ 675 milhões. Na época, o segmento já registrava mais de R$ 100 milhões de faturamento. Em 2019, a nova dona da Olla resolveu fechar a planta de São Roque como estratégia de redução de custos, passando a importar os produtos da China e da Tailândia.
Com a demissão abrupta de 300 profissionais e o fim da indústria nacional de preservativos, Zé das Camisinhas recebeu diversos apelos para retornar ao mercado. Em resposta, uniu forças com o filho Denis e criou a Inaltex em 2020. “É imperativo manter a produção nacional de um item de primeira necessidade como os preservativos, especialmente após a pandemia escancarar a excessiva dependência de importações no setor farmacêutico”, explica o sócio-diretor Denis Araújo.
A Inaltex adquiriu a marca carioca Prosex, cujas vendas estavam paralisadas, e trabalhou durante dois anos e seis meses para recolocar o produto no mercado. “Foi um período importante para equipar a planta e tramitar os processos de licença, registro e estruturação da marca, além de se reconectar com os parceiros do atacado e do varejo”, explica.
Com apoio de uma rede de 60 distribuidoras, a companhia intensificou presença no varejo farmacêutico, que hoje concentra 80% das vendas. “Agora queremos conquistar representatividade nas farmácias independentes e também estamos fazendo um trabalho com promotores nos PDVs, para auxiliar o varejista na divulgação de nossos produtos”, comenta o gerente executivo Marcelo Freire.
Marca é a principal do segmento no TikTok
Atenta ao consumidor mais jovem, a Inaltex entendeu a importância de fortalecer a marca nas mídias sociais e deu início, em 2023, a um trabalho com foco no TikTok. “Já temos 108 mil seguidores. Somos um empreendimento novo, mas que une essa modernidade com a tradição que temos no mercado e a figura emblemática do Zé das Camisinhas”, finaliza Freire.
Publicado na revista Nature, um estudo revelou que um novo exame de sangue pode auxiliar no tratamento da esclerose múltipla (EM). A doença, que ainda não tem uma causa clara, pode estar cada vez mais próxima de uma compreensão, segundo informações do portal Olhar Digital.
No cenário atual, a comunidade científica aponta o vírus Epstein-Barr (EBV), conhecido também como febre gandular ou mononucleose infecciosa, como o principal culpado pela evolução da enfermidade.
O EBV é contraído por grande parte da população durante a infância, onde apresenta inicialmente sintomas similares aos de um resfriado e é tratado, mas não deixa o organismo de forma definitiva. Capaz de se manter dormente por muitos anos, o vírus acaba não causando problemas para a maior parcela da população, mas pode ser fatal para as pessoas com esclerose múltipla.
Esses indivíduos costumam apresentar um sistema imunológico mais comprometido, que pode chegar a ser 32 vezes mais suscetível à infecção do micro-organismo.
Estudo ajudará a criar antivirais para o tratamento da esclerose múltipla
O principal objetivo do teste é analisar e estimar como o sistema imunológico dos portadores de EM ataca determinados tipos de vírus. A partir desse estudo, os cientistas acreditam ser possível a criação de antivirais mais eficazes contra a doença.
Os atuais meios de tratamento utilizam fármacos imunossupressores, que acabam por causar muitas dores de cabeça e problemas gastrointestinais, além do enfraquecimento dos organismos de defesa do paciente.
Uma nova molécula brasileira, ainda não nomeada, foi uma das principais atrações do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco). No evento, realizado em Chicago (EUA), Moacyr Bighetti, CEO da PHP Biotech, dona dos direitos de exploração da inovação, se reuniu com representantes de grandes farmacêuticas para detalhar o seu funcionamento. As informações são da revista Veja.
Com DNA nacional, a substância foi desenvolvida a partir de uma proteína presente no veneno de uma espécie local de cascavel. A crotoxina, caracterizada por sua atividade antitumoral, precisou ser reproduzida pelos cientistas da startup para que pudesse ser introduzida em organismos humanos sem causar intoxicação.
Método de funcionamento da molécula brasileira surpreende
Durante testes de laboratório a molécula apresentou um comportamento promissor. Ao contrário dos atuais métodos de tratamento contra o câncer, como a quimioterapia, que mata as células tumorais por necrose, gerando inflamação e reações adversas aos pacientes, a nova substância induz os organismos cancerígenos a um suicídio programado. O processo, conhecido como apoptose, é capaz de eliminar corpos indesejados sem afetar os elementos saudáveis do organismo.
“Descobrimos que nosso peptídeo ativa a p53, proteína produzida pelo gene supressor de tumores. Nenhum tratamento aprovado no mundo, hoje, tem essa ação seletiva”, conta Bighetti.
“O p53 é um gene que codifica uma proteína encontrada no núcleo das células. Ela monitora o DNA em busca de danos induzidos por diferentes fatores, como radiação, tabagismo, álcool, vírus, entre outros. Quando certas alterações no DNA são detectadas, a proteína é capaz de interromper o ciclo celular e impedir que essa célula se replique até que o dano seja corrigido. Agora, se o dano for muito grave, ela induz à apoptose. Assim, evita que células danificadas se multipliquem e formem tumores. Por isso, o gene é conhecido como o guardião do genoma”, explica Eduardo Braun, oncologista e membro do conselho da PHP Biotech.
Ainda, segundo o médico, mais da metade dos casos de câncer registrados atualmente podem ser atribuídos a uma mutação no gene p53. Essas células com funcionamento anormal acabam se multiplicando, abastecendo os tumores.
Contratempo nas pesquisas gerou nova inovação
O maior obstáculo no desenvolvimento desse potencial fármaco foi a definição de uma maneira de entrega da molécula. Era necessário encontrar um modo de fugir da circulação, cheia de células de defesa contra organismos estranhos, e se conectar as estruturas cancerígenas alvejadas.
Para lidar com esse contratempo, os pesquisadores da empresa brasileira desenvolveram um novo nanocorpo, construído a partir de células comuns ao camelídeos (família da qual fazem parte os camelos, dromedários e lhamas) adaptadas para o organismo humano.
“Uma vez dentro da célula, ele libera vias de sinalização que estimulam a ativação do p53 e chamam a atenção do sistema imunológico”, conta Bighetti. “A ideia é testá-lo em tumores sólidos agressivos, entre eles o câncer de mama triplo-negativo. Inclusive, observamos que ele consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro, podendo ser uma opção no tratamento de tumores do sistema nervoso”, complementa o CEO.
Expectativas futuras
Segundo a PHP, detentora da patente do fármaco, o início das pesquisas clínicas, com seres humanos, está previsto para até 2026. O lançamento definitivo, no entanto, ainda é longínquo, uma vez que os testes precisarão confirmar sua segurança, eficácia, dosagem e possíveis aplicações e contraindicações.
A comitiva brasileira foi um dos destaques da BIO Convention 2024, um dos principais hubs de biotecnologia dos Estados Unidos. O evento ocorreu no início do mês e contou com uma delegação composta por executivos de 70 empresas e startups, além de 50 membros de órgãos públicos.
A missão faz parte de uma série de ações do projeto Brazilian Pharma & Health, por meio do convênio da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abifiqui), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O Pavilhão Brasil, de quase 300 m², destacou a biodiversidade do país. Foram realizadas mais de 1.300 reuniões, pautadas por possíveis cooperações, investimentos e transferências de tecnologias.
“A participação do Brasil este ano foi excepcional, com um pavilhão robusto, parceiros importantes e atividades paralelas muito importantes para as empresas, startups e membros do governo presentes conosco nessa convenção. Esse evento, com certeza, foi um marco para a consolidação do Brasil no mercado internacional e no radar da inovação global”, afirma Jéssica Cerqueira, gestora do projeto Brazilian Pharma & Health.
Abertura da BIO Convention 2024 reuniu a comitiva brasileira
A programação da convenção manteve uma tradição. Na manhã anterior ao início da feira, a delegação brasileira se reuniu no Summit Brasil, que completou sua 9° edição em 2024. No painel tópicos como o complexo econômico-industrial da saúde e o fortalecimento do SUS foram abordados por especialistas moderados por Norberto Prestes, presidente da Abifiqui.
O encontro deu a oportunidade para dez startups apresentarem os projetos desenvolvidos para investidores internacionais. Durante o evento foi realizado um painel sobre Investimento em Biotech e a apresentação das startups Aptah Bio, Bioptamers, gen-t, Mirscience Therapeutics, Naiad Drug Design, Peptidus Biotech, Science Valley, Vyro, Wecare Skin e a Xeno BR.
Houve também a estreia do evento BiodiversiTx, encontro criado para discutir as possibilidades de acesso sustentável ao potencial farmoquímico da biodiversidade brasileira. Pela primeira vez aconteceu também o Treinamento de ICTs e Unidades Embrapii durante o evento. Os acadêmicos puderam discutir sobre boas práticas laboratoriais e de pesquisa na Universidade da Califórnia San Diego.
A comitiva brasileira também aproveitou para conhecer um dos laboratórios do campus, dirigido pelo brasileiro Alysson Muotri, cientista que desenvolve pesquisas com células cerebrais na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês). Além disso, os brasileiros participaram de visitas técnicas a importantes indústrias de biotecnologia de San Diego.
O caso que julga a existência de vínculo empregatício entre um colaborador contratado como PJ pela distribuidora SantaCruz teve um novo desdobramento. Por quatro votos a um na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o acórdão da 10ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região foi cassado. As informações são do Jota.
O relator André Mendonça votou que o caso deveria ser enviado para a Justiça Comum, ao que os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Nunes Marques concordaram. Apenas Edson Fachin foi contra, pois considerou que a decisão trabalhista reconhecendo o vínculo era correta e fundamentada em fatos.
O profissional entrou na justiça para que seu contrato como prestador de serviço, assinado em 2016, fosse anulado e reconhecido o vínculo, com assinatura de carteira e pagamento de verbas trabalhistas.
Apesar de julgar procedente a reclamação, Mendonça analisou que o caso deve passar pelo crivo da Justiça Comum. Para ele caberá à esfera “a solução desses litígios, sem prejuízo de outras medidas eventualmente cabíveis”.
Procurada pelo Panorama Farmacêutico, a SantaCruz não se posicionou até a publicação desta matéria.
Colaborador alega presença de requisitos para vínculo empregatício
De acordo com o reclamante, em declaração na Justiça Trabalhista, a relação mantida com a SantaCruz continha os requisitos que caracterizam o vínculo empregatício. São eles a pessoalidade, habitualidade, subordinação ao poder diretivo e onerosidade.
No entendimento do TRT15, a distribuidora de medicamentos teria usado o modelo contratual PJ para fraudar a legislação trabalhista. No STF, a empresa se defendeu, afirmando que o tribunal não levou em conta constitucionalidade de outras formas de contratação.
A defesa, sob responsabilidade do escritório Rossi, Maffini, Milman & Grando Advogados afirma que “é necessário flexibilizar a postura estanque com que os tribunais trabalhistas vêm analisando a questão”. Ela também afirma que “é desproporcional e fortalece a insegurança jurídica a decisão”.
O self-checkout nas farmácias está incorporado ao discurso de boa parte dos gestores do setor, mas a prática não traduz a teoria. Largamente aplicado em canais como o alimentar e o têxtil, o sistema de autoatendimento no caixa ainda é pouco explorado no varejo farmacêutico.
“Trata-se de uma experiência amplamente difundida no mercado mundial, justamente por proporcionar mais agilidade na jornada de compra e assegura autonomia para o cliente”, enfatiza Fernanda Oliveira, gerente de desenvolvimento da Procfit.
Mas qual o motivo para a solução ainda não ter deslanchado nas drogarias? Para a especialista, a limitação do espaço físico e o perfil de negócio ajudam a explicar essa realidade. “Muitos gestores querem oferecer um atendimento personalizado. Para isso, acreditam na interação olho no olho em todo processo. Em paralelo, lojas com menor área no autosserviço podem não ver vantagem em aderir ao autoatendimento, pois teriam que sacrificar espaço das gôndolas”, aponta.
Fernanda também destaca que muitos administradores ainda enxergam a farmácia como um estabelecimento de dispensação. “Além disso, alguns proprietários se preocupam com o risco de aumento de perdas por causa de furtos”, complementa.
Self-checkout nas farmácias reforça conveniência do PDV
Mesmo com esses entraves, a tecnologia do self-checkout nas farmácias ainda é uma solução viável para o segmento e reforça o posicionamento dos PDVs como espaços de conveniência. “Os consumidores visitam a loja física para comprar uma fralda, um xampu ou chocolate na hora do almoço. Por que fazer esses clientes desperdiçarem um tempo precioso apenas para concluir a compra?”, provoca.
“A experiência deve ser individualizada, correto? Então ela deve prever também aquele cliente que está só de passagem no PDV, sem interferir negativamente em sua rotina”, avalia. Quanto à possibilidade de furtos, Fernanda recomenda escalar um colaborador para ficar alocado próximo ao autoatendimento, embora entenda que os riscos sejam baixos. “As perdas por furto já ocorrem e a implementação da tecnologia não faz essas ocorrências aumentarem”, afirma.
“Farmácia do futuro” já usa a tecnologia
Em novembro, o Panorama Farmacêutico visitou, com exclusividade, a S2 Farma, em São Paulo (SP). Apelidada de “farmácia do futuro”, a unidade exibe inúmeras tecnologias em sua operação, dentre elas o self-checkout.
Segundo o vice-presidente de serviços, sistemas e operações da Procfit, Marcos Vinícius Consoli, a tecnologia possibilita uma melhora na experiência do cliente. “O self-checkout torna o atendimento mais dinâmico, principalmente no autosserviço. Ele também viabiliza a redução de custos ao eliminar a necessidade de um caixa adicional”, afirma.
Os exames clínicos nas farmácias deram mais um passo em direção à liberação no único estado brasileiro que ainda não permite a prática. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou o projeto que estabelece condições seguras para a realização desses atendimentos no varejo farmacêutico. As informações são do ND Mais.
A proposta tem como base a RDC 786/23, da Anvisa, que já libera a prática em todo o território nacional. Na opinião do autor, Pepê Collaço (Progressistas-SC), o projeto facilitará o acesso da população à saúde.
A medida prevê que órgãos de Vigilância Sanitária ficarão responsáveis pela fiscalização dos estabelecimentos. Dentre os requisitos para operar estão o uso de equipamentos adequados e de materiais descartáveis.
Exames clínicos nas farmácias foram parar na Justiça
Em outubro, a Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFarma) entrou com uma ação contra o governo de Santa Catarina para garantir a realização desses atendimentos nas farmácias. Na ocasião, a 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital julgou procedente o pedido de tutela de urgência antecipatória.
Por meio de um Ofício Circular (nº6/23), o estado catarinense impediu que as drogarias oferecessem os serviços de exames de análises clínicas (EAC).