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Startup mira farmácias de bairro com R$ 5,5 milhões

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farmácias de bairro
Miriam Retz e Renato Tano, sócios da startup. Divulgação: Covalenty

As farmácias de bairro representam o principal alvo da startup Covalenty, que acaba de atrair um aporte de R$ 5,5 milhões em uma rodada pré-seed.

Segundo informações do Pipeline, do Valor Econômico, a captação dos recursos foi conduzida pela Iporanga Ventures e atraiu os fundos Domo Invest, 1616 Ventures e Aimorés Investimentos, além de investidores-anjo.

A plataforma digital propõe auxiliar o pequeno e médio varejo na conexão com distribuidoras e fabricantes. E a pulverização que caracteriza o mercado farmacêutico, com 54 mil PDVs independentes, torna o setor uma das prioridades da Covalenty.

“As farmácias menores ainda têm um processo ainda bastante analógico para fazer o pedido, pesquisar preços e montar o estoque. Nosso objetivo é usar a tecnologia para conectar de forma mais eficiente as duas pontas desse mercado, gerar valor e trazer competitividade para o varejo menor frente às grandes concorrentes”, ressalta a cofundadora e CEO Miriam Retz.

Farmácias de bairro poderão agilizar pedidos de produtos

Por meio da plataforma, as farmácias podem comparar preços aplicados pelas distribuidoras e agilizar a emissão de pedidos por via eletrônica. Com apenas quatro meses de atuação, a startup já soma 50 clientes do segmento e prevê 300 lojas ainda este ano. Para sustentar esse crescimento, a meta é dobrar a equipe com foco nos especialistas de tecnologia e da área comercial. Outro plano é atrair indústrias farmacêuticas e de bens de consumo.

A Covalenty também planeja ampliar o rol de funcionalidades, o que inclui uma ferramenta de controle de estoque com sugestões de mix direcionadas para cada perfil de farmácia. A oferta de produtos e serviços financeiros também está no radar e essa solução, em particular, foi uma das que mais despertou atenção dos investidores.

“A oportunidade aqui não é só comercial, tem um caminho lógico de vir a intermediar a jornada financeira. Isso é uma tendência: quando se tem uma relação tão importante, próxima e frequente com o cliente é possível passar a estender crédito com uma percepção melhor de risco”, observa Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures.

Solução foca em digitalização das farmácias de bairro

A startup busca suprir uma das principais lacunas na gestão das farmácias de bairro.  E números de uma pesquisa sobre transformação digital no setor revelam um fosso entre os PDVs independentes e as redes do varejo farmacêutico.

Levantamento do Instituto Axxus, que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, ouviu 420 proprietários de pequenas farmácias e trouxe conclusões impressionantes.

O uso de canais online para adotar programas de fidelidade, por exemplo, inexiste em 99% dos estabelecimentos. Já 83% dos gestores do PDV sequer utilizam as redes sociais como canais de propaganda.

“A situação é ainda mais crítica entre empreendedores das regiões Norte e Nordeste. E as justificativas para não investir em inovação digital passam por restrições orçamentárias e mais dificuldades para rentabilizar as vendas”, relata Rodnei Domingues, responsável pelo estudo.

As farmácias independentes também convivem com barreiras para definir uma política padronizada de descontos. Em 99% das lojas, esses benefícios são definidos e concedidos aos clientes pelos atendentes ou por um superior. Em apenas 1% dos casos, eles são parametrizados pelo sistema.

Farmácias de bairro têm delivery caseiro

Outro indicador relevante aponta que 92% das farmácias independentes não utilizam qualquer plataforma de marketplace. Por outro lado, com relação às modalidades de entrega, 92% afirmaram prestar esse serviço com entregador próprio. As captações de pedidos se dão prioritariamente por telefone (96%).

Sem integração com distribuidoras

A pesquisa também constatou que 86% das farmácias independentes ainda registram manualmente os produtos esgotados. Além disso, em 95% dos PDVs, o sistema não está conectado com as distribuidoras. “A falta de integração eletrônica com o atacado culmina em uma compra baseada apenas em relacionamento e persuasão do que em aspectos técnicos”, ressalta.

Quase a totalidade (99%) das lojas não utiliza sistemas de cotação para auxiliar na decisão da melhor compra. Já 97% dos gestores afirmaram que o módulo financeiro não está integrado ao ERP. “Esse é o ponto mais crítico, pois inviabiliza qualquer análise mais profunda do desempenho da loja”, pontua.

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