A FDA anunciou nesta terça-feira, dia 3, que vai autorizar a comercialização de pílulas abortivas nas farmácias norte-americanas. A agência permitirá que a mifepristona, a primeira das duas drogas usadas por clínicas de aborto para interromper uma gravidez, esteja disponível em farmácias em estados onde o aborto é autorizado.
Para obter as pílulas será necessária a apresentação de receita e os pacientes também precisarão preencher um formulário de consentimento.
Mifeprex é a versão de marca da mifepristona, fabricada pela Danco Laboratories, que em combinação com um segundo medicamento chamado misoprostol que tem vários usos, incluindo controle de aborto espontâneo, induz um aborto até 10 semanas de gravidez em um processo conhecido como aborto medicamentoso.
Farmácias avaliarão se farão a venda de pílulas abortivas
As farmácias terão que avaliar se devem ou não oferecer a pílula e determinar onde podem fazê-lo. A CVS, uma das maiores redes dos EUA, disse que estava revisando os requisitos de certificação. Um porta-voz da Walgreens disse que a empresa também estava revisando a mudança regulatória da FDA.
A mudança regulatória, no entanto, não fornecerá acesso igual a todas as pessoas, disse a GenBioPro, que fabrica a versão genérica da mifepristona, em um comunicado. Ela acontece em um momento em que pílulas abortivas, já usadas em mais da metade de interrupções de gravidez nos EUA, se tornam ainda mais procuradas após a decisão da Suprema Corte do ano passado que revogou o direito federal ao aborto.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) realiza no dia 14 de março o I Workshop Nacional Mulheres Farmacêuticas, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento será gratuito e presencial no auditório do CFF, em Brasília, para até 200 participantes, e transmitido em tempo real pelo canal do conselho no Youtube.
Os temas a serem tratados estão sendo elaborados pelo Grupo de Trabalho Mulheres Farmacêuticas do CFF, de acordo com a linha de atuação do GT, que definiu em seu planejamento estratégico para 2023.
A atuação será em quatro eixos prioritários: Violência contra a Mulher; Saúde Integral da Mulher; Mulher no Mercado de Trabalho; e Mulher na Política.
Mulheres farmacêuticas representam 70% da categoria
A vice-presidente do CFF e integrante do GT, Lenira da Silva Costa, ressaltou a importância e necessidade de realização de workshops como esse, já que a categoria farmacêutica é formada em sua maioria por mulheres. “Nós representamos mais de 70% de todos os profissionais farmacêuticos em atividade no país e muitas farmacêuticas sofrem com a discriminação de gênero”.
A coordenadora do GT e conselheira federal de Farmácia pelo Mato Grosso do Sul, Márcia Saldanha, diz que um dos objetivos do GT com a realização desse evento é tratar temas que possam ajudar a proporcionar o empoderamento feminino, em especial das farmacêuticas, sob temas que envolvem as esferas moral, do trabalho, economia, qualidade de vida e autonomia.
Também participam do GT Mulheres Farmacêuticas, as conselheiras federais de Farmácia Hortência S. Muller (SC), Maria de Fátima C. Aragão (SE), Maely Peçanha F. Retto (RJ), Marttha de A. Franco Ramos (TO), Mônica Meira L. Rodrigues (AL), Ernestina Rocha de S. e Silva (GO), Isabela Sobrinho (AC), Gizelli Lourenço (MA), e Gilcilene El Chaer (DF) e Elaine Baptista (MG).
Uma medida de US$ 6 bilhões que está paralisada no Congresso norte-americano há anos está recebendo mais atenção recentemente. Apelidado como um “modelo Netflix”, a Lei Pasteur visa estabelecer um programa para combater a falta de antibióticos. As informações são do The New York Times.
Segundo a reportagem, o mercado falido para novos medicamentos antimicrobianos provocou debates sobre o Projeto de Lei, que reconfiguraria drasticamente a maneira como os antibióticos são descobertos e vendidos nos Estados Unidos.
Separar lucros do volume de vendas no combate à falta de antibióticos
A medida derrubaria o modelo convencional que vincula os lucros dos antibióticos ao volume de vendas, criando um sistema semelhante a uma assinatura que forneceria às empresas farmacêuticas um pagamento adiantado em troca de acesso ilimitado a um medicamento assim que for aprovado pela FDA.
Ao separar os lucros do volume de vendas, os defensores do projeto esperam que os prescritores economizem novos medicamentos para pacientes cujas infecções são resistentes aos medicamentos existentes. Limitar seu uso, dizem os especialistas, pode ajudar a prolongar a vida de um novo antibiótico antes que a pressão evolutiva crie uma “superbactéria” praticamente imune aos antimicrobianos disponíveis.
O projeto de lei, que levou uma década para ser elaborado, tem apoio bipartidário e é amplamente apoiado por pesquisadores, especialistas em políticas de saúde e executivos de empresas farmacêuticas. Mas, à medida que o projeto de lei ganhou força, surgiu a oposição de um pequeno grupo de médicos e defensores da saúde. Eles dizem que o projeto de lei é uma oferta da indústria farmacêutica – e é improvável que resolva o problema da resistência a antibióticos.
Programa que teve seu primeiro ano completo em 2022, o Panorama Talks cumpriu uma função importante de traçar uma radiografia e análise da realidade do mercado de medicamentos de especialidades no Brasil.
Por conta disso, consolidou-se como uma alternativa de informação de qualidade sobre o segmento, sempre ressaltando a importância de integração entre todos os players do setor para a ampliação do acesso.
Confira as três melhores audiências do Panorama Talks em 2022:
1º – Distribuidoras protagonistas no acesso a medicamentos
A pandemia e um redirecionamento estratégico da indústria farmacêutica trouxeram novos protagonistas na compra de medicamentos de especialidades no Brasil, que abrangem os remédios de alta complexidade e para doenças raras. A mudança evidenciou o peso das distribuidoras, que assumiram a liderança inédita nesse gênero de remédios e ganharam espaço como prestadoras de serviços de saúde. Vilson Schvartzman, presidente do conselho de administração da Abradimex e vice-presidente de Distribuição e Operações da Viveo, analisa esse cenário.
2º – A vez dos genéricos de especialidades
Após 23 anos de implementação no Brasil, os genéricos já proporcionaram economia de cerca de R$ 200 bilhões para o consumidor em gastos com medicamentos. Mas o que falta para essa categoria transformar também a realidade do acesso a medicamentos de especialidades e alta complexidade? A nova lei de patentes pode ser um empurrão, na visão de Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.
3º – Specialty care na visão de uma gigante asiática
Gigante da indústria farmacêutica asiática, a Daiichi Sankyo vem reforçando a aposta no Brasil com foco em medicamentos de especialidades e áreas terapêuticas como a oncologia. Gabriela Prior, diretora da operação no país, analisa a visão de uma multinacional sobre o nosso ecossistema de saúde.
A versão pote, com capacidade para 440 gramas, é a mais nova apresentação do Klaviê Clinical, da TheraSkin. O produto atua na restauração e hidratação da barreira cutânea.
“Desenvolvemos essa embalagem no intuito de adequar sua utilização e facilitar o manuseio. Pacientes com sensibilidade ou lesões nas mãos, por exemplo, têm dificuldade pra apertar pumps ou bisnagas”, comenta o gerente de marketing da farmacêutica, Márcio Tinelli.
A praticidade e economia são outros dois atributos destacados pelo executivo. O produto é indicado para adultos, crianças e bebês que possuem pele seca, extrasseca, sensível, sensibilizada e irritada.
O efeito calmante, propiciado pelo alívio da coceira e redução da irritação, é resultado da ação dos complexos SymRepair e SymCalmin. O lançamento é hipoalergênico, livre de conservantes, fragrâncias e corantes. A nova versão está disponível pelo preço médio de R$ 119,90
Distribuição: Principais distribuidores e redes do varejo que têm CDs próprios Gerente de produtos: Juliana Wirkowski
Marieli Machado foi promovida pela Hertz Farma, nova marca da Kley Hertz, ao cargo de gerente de estratégia comercial. No novo desafio, ela será responsável por “traduzir a estratégia de produto em estratégia de canal”.
A executiva acumula oito anos de atuação profissional com foco em marketing para o mercado farmacêutico e trabalhou também na distribuidora Gauchafarma. É professora convidada na Faculdades Oswaldo Cruz para a disciplina de conceitos e criação de campanhas no curso de MBA de marketing farmacêutico.
Formada em comunicação social, com ênfase em publicidade e propaganda, tem MBA em marketing estratégico e especialização em marketing farmacêutico, além de mestrado em gestão, negócios e administração. Atualmente, cursa um novo MBA voltado a e-commerce e negócios digitais.
A imagem acima ajuda a ilustrar a retrospectiva de 2022 das farmacêuticas brasileiras. Com foco em categorias como a de remédios de prescrição e cannabis medicinal, o setor manteve a evolução nas vendas na casa de dois dígitos. No entanto, passou a enfrentar desafios inéditos que escancararam carências da indústria nacional e dificultam a visualização de novos horizontes.
A convivência com a falta de medicamentos ganhou notoriedade a partir da explosão de casos da ômicron. A escalada da variante da Covid-19, entre o fim de 2021 e o início deste ano, forçou a China a restringir exportações de matérias-primas. Juntamente com a Índia, o gigante asiático responde por quase 95% dos insumos farmacêuticos ativos (IFAs) importados pelo Brasil.
Não encontrar antibióticos e antigripais tornou-se uma cena comum especialmente no pequeno e médio varejo. Estimativas do setor indicam que cinco a cada dez medicamentos tiveram escassez nas farmácias independentes, contra apenas um a cada dez nas grandes redes.
Nelson Mussolini (Sindusfarma): necessidade urgente de reforma fiscal
“Estamos diante de um país que importa 95% de IFAs, mas responde apenas por 3% do consumo global. Fabricamos em tonelada para vender em miligrama”, enfatiza Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.
Para o dirigente, a indústria brasileira não conseguirá vencer essa batalha sozinha. “Ela precisa ter a ambição de olhar para além de suas fronteiras, pensando em parcerias estratégicas com mercados maduros como Canadá e Estados Unidos”, aponta. Ao mesmo tempo, deve cobrar firmemente do poder público uma reforma fiscal capaz de incentivar nossa atividade. “Mas não se trata de pedir isenção ou benefício. O que buscamos é um modelo que desonere a produção, pois já pagamos impostos antes mesmo de comprar um tijolo”, critica.
Norberto Prestes (Abiquifi): nacionalização de medicamentos é prioridade
Norberto Prestes, CEO da Abiquifi, também defende uma política de contingência que una governo e indústria. “Os Estados Unidos estão nacionalizando 180 moléculas consideradas estratégicas a toque de caixa para manter a soberania de produção. O mesmo ocorre com a Índia, que está investindo US$ 8 bilhões na nacionalização de 30 moléculas. Ou seja, uma das maiores fabricantes de insumos e medicamentos percebeu a fragilidade desse processo. Mas não vemos movimentos nesse sentido no Brasil”, diz.
Dados da Close-Up International, referentes aos últimos 12 meses até setembro, revelam um faturamento de R$ 169,5 bilhões em vendas dos laboratórios nas farmácias. O avanço foi de 14% sobre o mesmo período anterior. Mas Mussolini pondera que o reajuste de medicamentos de 10,8% compôs boa parte desse crescimento. “Não bastassem as restrições de insumos, a guerra na Ucrânia comprometeu ainda mais os custos, principalmente com fretes”, lembra.
Movimento das multinacionais favorece farmacêuticas brasileiras
Por outro lado, um movimento das multinacionais iniciado pouco antes da pandemia vem servindo de atalho para o maior apetite das farmacêuticas brasileiras. “As empresas estrangeiras estão se desfazendo de seus portfólios maduros em favor de medicamentos de alta complexidade, o que abre campos promissores para as nacionais no mercado tradicional de prescrição”, acredita Nelson Mussolini.
A Hypera Pharma é uma das que pega carona nessa tendência. “Somos a quarta maior do país no segmento Rx, sendo que há três anos sequer ocupávamos o top 10”, observa o CEO Breno Oliveira. Entre as marcas que mais puxaram esse incremento estão Alivium, Dramin e Rinosoro. O pipeline de inovação reúne 90 produtos voltados à cardiologia e ao sistema nervoso central.
O Aché planeja um agressivo investimento em inovação, na casa dos R$ 200 milhões – equivalente a 15% do Ebitda. A farmacêutica mira segmentos com poucas opções terapêuticas disponíveis, como é o caso da puberdade precoce e do vitiligo. “Esse remédio será produzido com base em uma molécula extraída da flora brasileira”, afirma a presidente Vânia Alcântara Machado, que viu a receita do laboratório crescer 18,2% nos últimos 12 meses até setembro.
Internacionalização também marcou o ano da indústria
Outra estratégia para driblar os desafios estruturais passa pela internacionalização, que teve dois protagonistas neste 2022. O Grupo NC, do qual faz parte a EMS, comprou três farmacêuticas mexicanas que pertenciam a uma holding japonesa. E a Eurofarma obteve o aval da FDA para ser o primeiro laboratório nacional com operação própria nos Estados Unidos.
* Fonte: Close-Up International
P&D no alvo das farmacêuticas brasileiras
Outra resposta ao nebuloso cenário global é o investimento em P&D. “Segundo o último estudo do gênero compilado pelo IBGE, em 2017, saíram das fábricas de laboratórios nacionais 76% dos gastos com pesquisa de medicamentos. O percentual era de 52% em 2008”, destaca Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil.
Reginaldo Arcuri (Grupo FarmaBrasil): aposta em fábricas de P&D
Desde 2013, os aportes da indústria em plantas dedicadas a P&D no Brasil totalizam R$ 11 bilhões. A Blanver, por exemplo, prevê destinar R$ 231,6 milhões na nacionalização de medicamentos até 2025. O alvo são medicamentos contra HIV, hepatite e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A Geolab concentra atualmente as atenções na capacidade de produção de colírios, ampliada em seis vezes a partir da construção da segunda planta em Anápolis (GO). A Herbarium, por sua vez, praticamente dobrou de tamanho nos últimos três anos ao priorizar remédios inovadores e, em dezembro, iniciou incursão no mercado de cannabis.
“Esses fatos são mostras do poderio da indústria farmacêutica nacional, que domina 43% do mercado latino-americano e fatura mais do que a soma de México, Colômbia e Argentina”, exalta Arcuri.
Genéricos e biossimilares: dobradinha do futuro
Telma Salles (PróGenéricos): política nacional para os biossimilares
Nesse contexto, a dobradinha entre genéricos e biossimilares é encarada como rota natural para a indústria brasileira. Entre dezembro de 2021 e novembro de 2022, foram comercializadas 1,4 milhão de unidades de biossimilares genéricos no Brasil, um aumento de 24,03% quando comparado ao período anterior. Os biossimilares são usados hoje por 15 laboratórios para o tratamento de mais de 50 patologias.
A partir de 2023, um número significativo de patentes de medicamentos de base biológica chega ao fim. Isso abre a oportunidade ao país de ampliar o acesso da população a produtos inovadores, na visão de Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.
“A criação de uma Política Nacional de Biossimilares, que propusemos ao governo eleito, trará as diretrizes e a segurança jurídica necessárias àqueles que pretendem investir na produção desses medicamentos. Seria o mesmo que aconteceu com os genéricos, hoje presentes em 15 dos 20 remédios mais vendidos no país, em 72% das prescrições para ansiedade e 64% para depressão”, defende.
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos não cumpriu suas próprias orientações e práticas internas durante o processo de aprovação do medicamento para Alzheimer Aduhelm, fabricado pela Biogen. As informações são da Reuters.
Segundo relatório do Congresso americano, o processo de aprovação do medicamento apresentou uma série de irregularidades por parte da FDA, como não ter seguido o protocolo de documentação da agência. A investigação levou 18 meses e foi conduzida por dois comitês da Câmara dos Deputados.
A FDA aprovou o Aduhelm em junho de 2021 em um processo de aprovação acelerada, apesar das objeções de seu painel de consultores externos, que não acreditavam que os dados provassem definitivamente o benefício do medicamento para os pacientes.
A autorização foi concedida com base em evidências de que o medicamento poderia reduzir as placas cerebrais, um provável contribuinte para a doença de Alzheimer, em vez da prova de que retardava a progressão da doença.
A Biogen estabeleceu um preço “injustificadamente alto” ao definir inicialmente o preço do Aduhelm em US$ 56 mil por ano, apesar da falta de benefício clínico demonstrado em uma ampla população de pacientes. “As descobertas levantam sérias preocupações sobre lapsos de protocolo da FDA e desconsideração da eficácia e acesso da Biogen no processo de aprovação do medicamento”, informa o relatório.
Os documentos obtidos pelos comitês do Congresso mostram que a equipe da FDA e a Biogen realizaram pelo menos 115 reuniões, ligações e trocas de e-mail durante um período de 12 meses a partir de julho de 2019. O número total de reuniões é desconhecido porque a FDA falhou em manter um registro claro de reuniões informais e interações entre sua equipe e os representantes da farmacêutica. A investigação identificou mais 66 ligações e trocas de e-mail que não foram registradas.
Entre os muitos itens do relatório estão detalhes sobre como a Biogen e a FDA trabalharam juntas para preparar documentos informativos para o Comitê Consultivo do Sistema Nervoso Periférico e Central, que acabou votando contra a aprovação de Aduhelm. De acordo com o relatório, a Biogen recebeu informações avançadas sobre as respostas da FDA e orientação direta para redigir suas próprias seções. No entanto, algumas seções foram redigidas pela FDA e depois incluídas na parte do documento da Biogen.
“O uso de um documento de briefing conjunto forneceu à Biogen informações avançadas sobre as respostas da FDA e orientação direta da agência na elaboração das próprias seções da empresa”, diz um trecho da investigação.
Aprovação acelerada de medicamento para Alzheimer
Quando nenhum dos membros do painel consultivo votou para aprovar o Aduhelm, a FDA passou a usar seu caminho de aprovação acelerada – normalmente utilizado para doenças raras ou pequenas populações de pacientes que não têm acesso a tratamentos eficazes – apesar de ter considerado o medicamento sob o caminho de aprovação tradicional por nove meses, disse o relatório.
Ela fez isso em um cronograma substancialmente abreviado, aprovando-o após três semanas de revisão e para uma ampla indicação de rótulo de “pessoas com doença de Alzheimer” que não foi apoiada por dados clínicos, disse o relatório.
Documentos internos obtidos pela investigação mostraram que a FDA aparentemente pressionou por uma indicação ampla na bula que permitiria que o medicamento fosse usado em todos os estágios do Alzheimer, embora não houvesse dados para apoiar o uso além do comprometimento cognitivo leve e do Alzheimer leve. A Biogen tinha reservas internas sobre a falta de evidências e um perfil de segurança desconhecido, mas concordou mesmo assim.
Com atuação no associativismo, a Rede Farmes anunciou sua nova diretoria, que atuará de janeiro de 2023 a dezembro 2026. Com mais de 200 lojas espalhadas em mais de 30 municípios capixabas, a Assembleia Geral da rede ocorreu em 2 de dezembro.
De acordo com o CEO da Farmes, Jefferson Jardim, a Farmes, que cresceu em vendas 93% nos últimos quatro anos, tem o segundo maior sell out do Espírito Santo, vendendo, em média, 35 milhões por mês. “A rede se aperfeiçoou em várias frentes, como por exemplo na ampliação do mix e da competitividade da Distribuidora Farmeslog; criação do crediário próprio FarmesCred; e a mudança para uma sede mais ampla com uma capacidade de armazenamento superior a 3 mil m²”, ressalta.
Já para o presidente eleito Braz Luiz Bosi, a notória transformação que a Farmes teve nesses últimos quatro anos se deve muito à uma gestão profissional e competente que teve aval e autonomia de toda diretoria para uma transformação 360° da instituição.
“Vamos permanecer crescendo, buscando a excelência com simplicidade, pé no chão e muito foco naquilo que almejamos. Se chegamos até aqui vitoriosos é porque temos associados engajados e uma equipe qualificada. O céu é o limite”, conclui Bosi.
A nova diretoria da Rede Farmes ficou assim:
Presidente – Braz Luiz Bosi
Vice-Presidente – Elder Gasperazzo
Diretor Financeiro – Bruno Souza
Diretora ADM – Ariane Delevedove
Diretora de TI – Renata Tavares
Diretor de RH – Filipe Morgado
Diretor de MKT – Marcelo Frisso
Diretor Comercial – Elder Marques
Diretor Suplente – Thiago Goddinho / Heverton Barros
Conselho fiscal – Luiz Moscon / Alex Soares / Rafael Pezzin
Suplente Conselho Fiscal – Matheus Vieira
Conselho de Ética – Leandra Zambon / Ronald Barcellos / Igo Borges
Suplente Conselho de Ética – Pedro Pezzin
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira, dia 2, o Wegovy (semaglutida 2,4 mg), primeiro tratamento semanal para obesidade e sobrepeso (com comorbidades) no Brasil.
O medicamento, da Novo Nordisk, foi o primeiro produto biológico aprovado pela Anvisa pelo mecanismo de reliance, que dispõe sobre o aproveitamento de análise realizada por Autoridade Reguladora Estrangeira Equivalente (AREE), neste caso a agência europeia (EMA).
O aval foi baseado nos resultados do programa de ensaios clínicos STEP (Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity), onde foi revelado que pacientes que utilizaram Wegovy® (semaglutida 2,4mg) conseguiram uma perda de peso corporal média de 17%, em 68 semanas, contra 2,4% do grupo placebo.
Além disso, um em cada três pacientes perdeu 20% de seu peso corporal e 83,5% dos pacientes alcançaram uma redução de 5% ou mais com a utilização do Wegovy (semaglutida 2,4mg) vs. 31,1% para placebo. Outro destaque dos estudos STEP é a melhora dos índices cardiometabólicos, como redução da circunferência abdominal, hemoglobina glicada, triglicérides e pressão arterial.
Tratamento semanal para obesidade é uma conquista para pacientes
“A aprovação de Wegovy (semaglutida 2,4mg) no Brasil representa importante conquista para as pessoas que convivem com a obesidade e excesso de peso. Trata-se de uma doença crônica, progressiva e multifatorial e que exige uma série de cuidados durante todo o tratamento. Nesse sentido, a Novo Nordisk fica extremamente satisfeita em oferecer para esses pacientes o melhor e mais seguro medicamento já produzido e que é capaz de melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, explica a diretora médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar.
Ainda não há uma data definida para que ele chegue ao mercado visto que, após a análise de conformidade pela Anvisa, deve-se aguardar a finalização de outros processos, como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
“Com essa aprovação, entramos oficialmente numa nova era no tratamento da obesidade, com resultados de redução de peso nunca antes vistos”, reforça Bruno Halpern, médico endocrinologista e presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).
O Wegovy (semaglutida 2,4mg) já é comercializado nos Estados Unidos desde 2021, com resultados consistentes e animadores entre os pacientes. O medicamento é um agonista receptor do GLP-1 (GLP-1 RA), com 94% de semelhança com o hormônio humano GLP-1 que é produzido naturalmente. A molécula induz a perda de peso, reduz a fome, aumenta a sensação de saciedade, contribuindo para que o indivíduo coma menos e, consequentemente, reduza a ingestão calórica.
Ele é indicado como coadjuvante à redução de calorias e aumento da atividade física em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 kg/m2 (obesidade) ou maior ou igual a 27 kg/m2 (excesso de peso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada com o peso.
A posologia inicial é de 0,25mg, uma vez por semana, e deve ser titulado gradualmente ao longo de um período de 16 semanas, até atingir a dose de manutenção recomendada de 2,4mg uma vez por semana.
Segurança e tolerabilidade
A molécula semaglutida já está disponível no mercado brasileiro desde 2018, quando foi liberada pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2 com o lançamento de Ozempic. No início de 2022, houve também o lançamento de sua versão oral, Rybelsus, também para o tratamento do diabetes tipo 2.
Durante os ensaios clínicos, o Wegovy apresentou eventos colaterais leves e transitórios, sendo os mais comuns gastrointestinais, como náuseas, diarreia, vômitos, constipação e dores abdominais.
A semaglutida não deve ser utilizada com outros produtos que contenham a mesma substância ou outros medicamentos agonistas receptores de GLP-1.
O medicamento não é recomendado para grávidas ou pessoas que estejam amamentando e deve ser descontinuado pelo menos 2 meses antes de uma gravidez planejada, devido à sua longa meia-vida.