Preço dos medicamentos reduz adesão a tratamento nos EUA

preço dos medicamentos

O preço dos medicamentos vem sendo fator determinante para reduzir a adesão ao tratamento nos Estados Unidos. É o que aponta um novo relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). As informações são da IstoÉ Dinheiro.

Segundo o levantamento, a maior parte dos adultos entre 18 e 64 anos tomou ao menos um medicamento prescrito em 2021. Porém, mais de 8%  – o que corresponde a 9,2 milhões de norte-americanos – revelaram que tentaram diminuir gastos pulando doses, consumindo quantidades menores do que as receitadas ou atrasando a ingestão.

Embora o custo médio dos medicamentos não tenha aumentado em 2021, o número total de prescrições registrou alta, o que incorreu em mais gastos. De acordo com a IQVIA, o volume de despesas alcançou US$ 63 bilhões, montante 5% superior ao de 2020. Mais de um terço dos adultos entrevistados ingeriu pelo menos três medicamentos.

Preço dos medicamentos impactou sobretudo pacientes crônicos

O preço dos medicamentos apresentou maior impacto entre pacientes crônicos. Cerca de um em cada seis norte-americanos que convivem com diabetes afirmaram ter cultivado o hábito de racionar o uso de insulina.

“A principal conclusão é que 1,3 milhão de pessoas racionaram insulina nos Estados Unidos, um dos países mais ricos do mundo”, ressaltou o Dr. Adam Gaffney, pneumologista da Harvard Medical School e da Cambridge Health Alliance.

A ausência de cobertura de saúde também pesa nessa decisão, já que 23% dos adultos sem plano contratado optou por não consumir medicamentos para reduzir custos. Já entre os que têm seguro privado, o percentual caiu para 7%.

Pessoas com deficiência apresentaram três vezes mais propensão a diminuir a medicação. Mulheres também estavam mais inclinadas a não consumir remédios do que os homens, que em média têm maior poder aquisitivo.

Inflação traz desafios extras

O peso da inflação traz preocupações extras para o mercado farmacêutico. De acordo com a pesquisa da GlobalData sobre “O Estado da Indústria Biofarmacêutica – 2023”, realizada de 26 de outubro de 2022 a 23 de novembro de 2022, aproximadamente 40% dos profissionais do setor ​​acreditam que, entre as tendências regulatórias e macroeconômicas, a inflação terá o impacto mais negativo  no setor farmacêutico em 2023.

Os resultados do estudo também revelam que os preços dos medicamentos e as restrições de reembolso serão a segunda maior preocupação, dificultando o crescimento do setor, conforme indicado por 30% dos entrevistados. Ao longo dos anos, legisladores e formuladores de políticas em vários mercados introduziram novas estruturas e leis que facilitam as negociações e a regulamentação dos preços dos medicamentos. Por exemplo, embora se espere que a Lei de Redução da Inflação dos EUA, recentemente introduzida, reduza os custos dos remédios, ela pode desencorajar a indústria farmacêutica a investir em inovação.

Indústria terá que compensar pressões advindas da inflação

A indústria farmacêutica há muito é rotulada como à prova de recessão – a demanda estável por medicamentos e novas opções de tratamento atuam como uma barreira protetora. No entanto, enquanto o setor farmacêutico costuma ser menos prejudicado por crises econômicas, o segmento ainda enfrenta desafios constantes, como aumento dos custos operacionais, rivalidade do setor, expiração de patentes, demandas crescentes para se tornar mais sustentável e enormes pressões de preços de medicamentos por parte de reguladores preocupados com os custos.

Isso significa que a indústria terá que lidar com um complexo equilíbrio entre riscos financeiros e estratégicos, já que as tendências regulatórias e macroeconômicas emergentes influenciarão uma queda substancial nos preços líquidos dos medicamentos.

Adaptar-se é a única maneira de prosperar. O setor farmacêutico precisará encontrar novas formas de compensar as pressões regulatórias e inflacionárias. Inovar pela modernização dos modelos de P&D; abordando questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG); alavancando tecnologias emergentes; e incentivar colaborações interfuncionais ou entre empresas pode ser o caminho a percorrer.

Drogal inaugura 1ª loja fora de São Paulo

Drogal
Os sócios Ricardo Cançado, Marcelo Cançado e Roberto Lessa

A Drogal, 10ª maior rede do grande varejo farmacêutico nacional, cumpre um passo importante em seu plano de expansão. A rede iniciou nesta segunda-feira, dia 5, operações da primeira loja fora do estado de São Paulo.

Minas Gerais marca a estreia da rede fora do perímetro paulista. A cidade escolhida foi Monte Sião, na região sul do estado. Para marcar a inauguração, a empresa promoveu a doação de 5 mil fraldas geriátricas ao município, entregues ao prefeito José Pocai Júnior. No sábado, dia 10, os clientes também contarão com programação especial.

Só a filial de Monte Sião recebeu R$ 1 milhão de investimentos e conta com 15 postos de trabalho, entre atendentes e farmacêuticos.

Junto ao mix de medicamentos, produtos de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, linhas especiais, acessórios e conveniência, os clientes contam também com a oferta de serviços farmacêuticos do programa Momento Saúde, voltado a doentes crônicos.

Drogal tem plano robusto de expansão orgânica

O início da atuação em Minas Gerais integra um plano robusto de crescimento para 2023, com a previsão de abertura de 50 farmácias até o fim do ano. A rede já atua em 107 cidades do interior paulista, com 292 unidades.

O calendário de inaugurações tem sido intenso desde o início do ano. Em fevereiro, por exemplo, a rede abriu quatro PDVs em um intervalo de apenas 15 dias.

“Temos 90 anos de história no ramo farmacêutico, sempre com atuação focada no interior do estado de São Paulo e agora chegando no Sul de Minas Gerais. Calibramos nosso planejamento estratégico e decidimos expandir fronteiras. Vamos reforçar todos os cuidados para levar aos mineiros o nosso tradicional padrão de qualidade, atendimento personalizado e muito respeito ao cliente”, reforça o diretor administrativo Marcelo Cançado.

O empresário também ressalta que a expansão orgânica vem acompanhada de um esforço intenso em torno da operação multicanal.

“Nossas plataformas on e off estão interligadas. Isso possibilita efetuar uma compra pelo site oficial e retirar em uma unidade física, optar pelo delivery, usar o app exclusivo Drogal, pedir pelo 0800, comprar pelos aplicativos Ifood Farmácias e Rappi ou visitar a loja física”, complementa.

De farmacêutico a dono após 1.900 quilômetros

De farmacêutico a dono após 1.900 quilômetros

Talvez o jovem farmacêutico Aristides Daniel Ortiz não imaginasse como uma distância de 1.900 quilômetros percorrida de ônibus poderia transformar sua trajetória. Mas a coragem do profissional recém-formado ao sair pela primeira vez da casa dos pais, do interior do Paraná com destino ao Mato Grosso, já indicava uma incansável veia empreendedora.

Como resultado dessa decisão, ele tornou-se proprietário de 22 farmácias da Ultra Popular e da Maxi Popular – duas das principais bandeiras que integram a Farmarcas e mais simbolizam a ascensão do associativismo no Brasil. As redes têm sede nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará.

Era dezembro de 2005 quando Ortiz teve acesso a uma oportunidade de trabalho que considerou imperdível – ser responsável técnico imediatamente após concluir a graduação em Farmácia pela Universidade Paranaense (Unipar), em Umuarama. O endereço seria a cidade de Guarantã do Norte (MT), a 725 quilômetros da capital Cuiabá.

O jovem farmacêutico não pensou duas vezes. Topou o desafio e seguiu uma verdadeira jornada com apenas R$ 100 no bolso. “O mercado em Umuarama já estava muito saturado e ainda tinha metade do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) para pagar”, relembra.

Farmacêutico comprou primeira loja aos 27 anos

Foram dois anos trabalhando dia e noite, de domingo a domingo, na Drogaria Catarinense e na Drogaria São Lucas. Foi então que, em 2007, aos 27 anos, Ortiz juntou suas economias e comprou a Drogaria São João, o pontapé inicial da sua carreira de empresário.

Ultra Popular ganhou vida a partir de 2014
Ultra Popular ganhou vida a partir de 2014

Mas foi em maio de 2014 que ocorreu a virada de chave. “Já era proprietário de três lojas quando transformei a minha primeira farmácia em Ultra Popular. Por questões estratégicas relacionadas à concorrência, acabei fechando uma loja e meses depois converti a bandeira da terceira unidade”, comenta.

Deste então o crescimento orgânico passou a ser companhia inseparável do empresário, abrangendo as duas bandeiras. Ele fincou unidades em vários municípios mato-grossenses até chegar em Santarém, no Pará, onde atualmente fica o centro de distribuição e a sede da empresa. Foi a primeira Maxi Popular aberta no município, distante 1.233 quilômetros de Belém.

Maxi Popular tornou-se modelo de megaloja com mais amplitude e mix diversificado
Maxi Popular tornou-se modelo de megaloja com mais amplitude e mix diversificado

A expansão estendeu-se para Parintins, no Amazonas, a partir da abertura da primeira megaloja da Ultra Popular. Seguindo a cartilha do mercado, Ortiz concebeu a ideia de um PDV com mais vagas de estacionamento e um sortimento ampliado, pautado pela maior oferta de dermocosméticos, artigos de higiene pessoal e perfumaria.

O engajamento com a comunidade também é uma marca registrada, tanto que essa unidade-modelo conta com comunicação de fachada inspirada nas tradições do boi-bumbá – harmonizando as cores vermelha, do Boi Garantido, e azul, do Caprichoso

A alavanca do associativismo

Olhando para trás, Ortiz relembra da época em que o faturamento das suas três farmácias girava em torno de R$ 70 mil mensais. Hoje, cada unidade comercializa cerca de R$ 20 mil por dia, um faturamento mensal que deve fechar em R$ 8,5 milhões. “Ainda temos previsão de chegar a 20 lojas em Santarém, entre bandeiras Ultra e Maxi. Meu propósito é dobrar o número de lojas”, ressalta.

O resultado excepcional também conta com o apoio que o associativismo proporciona às redes. “A Farmarcas nos disponibilizou um acervo de ferramentas preciosas para permitir que tenhamos um olhar sistêmico sobre o negócio. Com a Bússola, por exemplo, temos uma visão aprofundada dos produtos mais comercializados em cada cidade, o que contribui para criar estratégias de preços assertiva e uma gestão de estoque mais eficiente”, finaliza o empresário, que parece desconhecer qualquer distância rumo ao sucesso.

Quem lidera o acesso a remédios em países pobres?

Quem lidera o acesso a remédios em países pobres?

O acesso a remédios e vacinas em países pobres foi tema de um relatório gobal da organização sem fins lucrativos Access to Medicine Foundation. O documento elencou as 20 farmacêuticas mais comprometidas com esse subsídio, na contramão dos medicamentos super caros do mundo.

A GSK e a Novartis encabeçam o ranking e foram as únicas a superar a nota 4 na pontuação de 0 a 5. Mas um porém: com 27 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, quase 13% da população, o Brasil é muito pouco contemplado nessas ações.

Com sete edições, o estudo avalia como esse compromisso está inserido na governança corporativa, na área de pesquisa & desenvolvimento e na entrega efetiva de produtos às nações mais pobres. Esses países somam 83% da população mundial.

Pandemia ampliou atenção com acesso a remédios

Primeira colocada em todos os relatórios, a GSK conta com 81 pipelines de projetos voltados a ampliar o acesso desses grupos a medicamentos contra doenças como tuberculose, malária e vírus da imunodeficiência humana. Iniciativas durante a pandemia da Covid-19 também contribuíram para essa posição. No entanto, no Brasil, a farmacêutica se limitou a um investimento de R$ 8,5 milhões, com doações de vitaminas e produtos para hospitais de campanha e comunidades carentes.

No segundo posto, a Novartis vem se destacando por ações de combate ao coronavírus. Por meio da subsidiária Sandoz, 15 medicamentos genéricos estão sendo comercializados a preço de custo para países em desenvolvimento. Foram beneficiadas 79 nações, mas o Brasil ficou de fora da relação.

O top 5 conta também com a Pfizer, Johnson & Johnson e Sanofi. Confira o ranking na íntegra.

Pesquisa avalia redes sociais da indústria farmacêutica

Pesquisa avalia redes sociais da indústria farmacêutica
Divulgação: Canva

As redes sociais da indústria farmacêutica global estimularam a agência Ogilvy Health a elaborar uma pesquisa inédita. O estudo avaliou os laboratórios que apresentam maior nível de maturidade nessas mídias, considerando não somente o engajamento digital, mas principalmente as estratégias para mobilizar seus seguidores e as comunidades onde atuam.

O relatório, também divulgado pelo Fierce Pharma, apontou Bristol Myers Squibb (BMS), Boehringer Ingelheim e Roche como as farmacêuticas mais maduras na rede social.

A agência avaliou o uso da mídia social por dez empresas com base no fluxo de postagens no Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e LinkedIn entre 2021 e 2022. AstraZeneca, Bristol Myers Squibb, Boehringer Ingelheim, Gilead Sciences, GSK, MSD, Novartis, Pfizer, UCB e Roche foram classificadas em uma escala de pontuação até 30.

A norte-americana Bristol Myers Squibb ficou em primeiro lugar com uma pontuação de 20,6, seguida de perto da farmacêutica alemã Boehringer, com 20,3. Fechando o top 3 vem a Roche, com 19,5.

Redes sociais da indústria farmacêutica: avaliação em seis áreas

Essas pontuações são baseadas em seis áreas que a Ogilvy acredita serem fundamentais para avaliar o uso de mídia social das empresas, que são identidade corporativa social; estratégia de conteúdo social; experiência social e design; social pago; influência social; e comunidade social, cada uma com peso de pontuação de cinco pontos no total.

A BMS teve, de longe, a melhor estratégia de conteúdo social com uma pontuação de 4,3 (a próxima pontuação mais alta foi de apenas 3, alcançada tanto pela Pfizer quanto pela GSK). Já Boehringer, que por mais de uma década investiu muito tempo e dinheiro em projetos de mídia digital, teve a melhor identidade corporativa social – com índice de 3,8, muito superior à pontuação de 2,8 da BMS.

A Boehringer também superou a experiência social e o design, com uma pontuação de 3,5. A Roche, terceira colocada, foi a melhor nas redes sociais pagas, com uma pontuação impressionante de 4,2, e também ficou em primeiro lugar na comunidade social (nota 4).

A Gilead teve uma exibição geral ruim, ficando em último lugar com uma pontuação total de 13,1 e marcando zero na comunidade social. Mas os autores do relatório observam que “embora as três principais empresas estivessem maduras na maioria das categorias, é importante observar que não havia líderes claros em todos os setores”.

Eles apontam que mesmo a BMS “tinha espaço para melhorias” quando se tratava de sua identidade corporativa e trabalho social pago, enquanto a Roche se classificou abaixo em experiência e design social e em influência social em identidade corporativa e social pago.

Já a Gilead ficou em terceiro lugar na categoria de experiência social e design, mas, junto com a nona colocada UCB, demonstrou “menos maturidade” em outras categorias, incluindo identidade corporativa.

Relançamento do Farmácia Popular já tem data

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Farmácia Popular

O novo Farmácia Popular deve sair do papel nesta quarta-feira, dia 7. Segundo informações do Jornal do Commercio (PE), o presidente Lula relançará o programa oficialmente durante visita a Pernambuco.

O anúncio acontecerá durante evento no Combaz Eduardo Campos. Segundo a equipe ligada ao presidente, a expectativa é que Lula também visite pelo menos uma unidade do Farmácia Popular no estado.

Varejo farmacêutico quer mudanças no Farmácia Popular

O novo Farmácia Popular vem tendo um acompanhamento intenso do varejo farmacêutico. As grandes redes do varejo articulam mudanças para trazer mais segurança ao programa. O objetivo seria dar perenidade à iniciativa, tornando-a uma política de estado, assim como o Bolsa-Família.

Na tarde da última terça-feira, dia 30, a Abrafarma apresentou sua agenda legislativa e um dos principais eixos das propostas da entidade envolve o programa.

Farmácia Popular como política de estado soluciona financiamento

Na opinião da entidade, tornar o programa uma política de estado seria uma forma de solucionar a carência orçamentária que a iniciativa sofre. Nos últimos governos, os fundos destinados a ele foram registrando sequencias de redução, que quase inviabilizaram sua manutenção.

Outro ponto indicado pela Abrafarma para o fortalecimento do programa é a inclusão de testes rápidos, vacinas e outros serviços de saúde dentre as coberturas da iniciativa, o que democratizaria o acesso da população a eles.

Acesso à Farmácia Popular é desigual

Com o objetivo de fortalecer o programa, o Tribunal de Contas da União apresentou um relatório com sugestões para a iniciativa e apontou uma distribuição desigual de PDVs.

De acordo com o documento, os pontos de atendimento estão mais concentrados nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, em detrimento das regiões Norte e Nordeste. Além disso, o TCU também apontou uma “gestão frágil”, passível de fraudes e desvios.

Agenda legislativa aponta necessidades do setor

O fortalecimento do Farmácia Popular foi uma das principais requisições apresentadas pela Abrafarma para as autoridades presentes na apresentação de sua agenda legislativa. Mas não foi a única. A entidade busca fortalecer as farmácias como polos de saúde e atenção primária.

“A pandemia deu ainda mais vazão à importância das grandes redes de farmácias, que estão nas 1.200 maiores cidades do Brasil, executam mais de 1 bilhão de atendimentos por ano e ministraram 20 milhões de testes da Covid-19, por meio da atuação de 30,8 mil farmacêuticos. Temos capilaridade e qualificação para mudar a realidade de acesso à saúde no país”, acredita Sergio Mena Barreto, CEO da associação.

Dentre as requisições estão o fortalecimento da indústria de IFAs em solo nacional, a manutenção do reajuste anual de medicamentos, uma alíquota própria para o setor na reforma tributária, entre outras medidas, que você pode conferir na matéria completa sobre o tema.

Fracionamento de remédios volta à pauta do Senado

fracionamento de remédos
Foto: Canva

O fracionamento de remédios volta à pauta do Senado Federal. O parlamentar Carlos Viana (Podemos-MG) anunciou nesta semana a apresentação do PL 2881/2023, que propõe a venda obrigatória de medicamentos por meio desse sistema.

As informações são da Agência Senado. Viana ressalta que a RDC 80/2006 da Anvisa, embora permita a prática do fracionamento, “não pegou porque, na verdade, abriu a possibilidade, mas não tornou o fracionamento obrigatório”.

“Com alguma frequência nos deparamos com esta realidade: o médico prescreve sete dias de tratamento com dois comprimidos por dia. Mas, ao comprar o medicamento, a caixa é vendida lacrada com 25 comprimidos, ou seja, muitas vezes pagamos pela quantidade de que não precisamos”, argumenta.

O senador afirma ainda que a indústria farmacêutica acondicionaria o medicamento em uma embalagem fracionável desenvolvida para esse fim, com aprovação da agência sanitária. “Contudo, nem todas as apresentações farmacêuticas podem ser fracionadas, como cápsulas e comprimidos de dosagem única”, pondera.

Na sua visão, o custo-benefício do fracionamento favoreceria o consumidor e também os cofres públicos, contribuindo para estancar a alta inflacionária. Mas quem atua no setor contesta esse argumento.

Fracionamento de remédios está em mais dois projetos de lei

O fracionamento de remédios também integra a agenda da Câmara dos Deputados. O PL 491/2015, de autoria de Jorge Solla (PT-BA), estabelece a dispensação fracionada de medicamentos. A matéria aguarda parecer do deputado Celso Russomano (Republicanos-SP) na Comissão de Defesa do Consumidor.

Já o PL 709/2006 veio do Poder Executivo e dispõe sobre registro e fracionamento de medicamentos para dispensação. A proposta aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Varejo farmacêutico vê fracionamento como pouco eficiente

Apesar de reconhecer o mérito da iniciativa, o varejo farmacêutico vê como pouco eficiente o modelo de fracionamento. Para a Abrafarma, que representa as 30 maiores redes de farmácias do país, a simples abertura da embalagem do medicamento pode afetar a sua estabilidade química com a exposição à umidade e luminosidade. Com isso, prejudica a eficácia do seu princípio ativo e afeta a segurança dos medicamentos.

“A premissa de que o fracionamento de medicamento evitaria o desperdício deste ou diminuiria a sobra de medicamentos na residência do paciente não se comprova quando observamos o mercado farmacêutico norte americano, no qual tal prática é realizada”, reforça Sergio Mena Barreto, CEO da entidade, que inseriu esse tema na agenda legislativa do setor para 2023, entregue a parlamentares em evento nesta semana, em Brasília (DF).

“Naquele país, esforços estão sendo realizados no sentido de entregar medicamentos previamente listados aos pacientes, extinguindo a antiga prática de separação unitária de cápsulas, um processo de alta contaminação e baixa eficiência”, complementa.

Barreto também entende que a sobra de remédios em casa é consequência de maus hábitos dos usuários, como a interrupção do tratamento por conta própria. “Esse comportamento foi identificado em pesquisa realizada em 2019 pelo Instituto Datafolha e pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), no qual 44% dos entrevistados admitiram que não levam o tratamento até o final. O levantamento aponta ainda que 57% deles relataram já terem alterado a dosagem prescrita pelo médico”, aponta.

SBVC mapeia o papel do varejo

SBVC
Foto: Reprodução site SBVC

De acordo com o estudo O Papel do Varejo na Economia Brasileira, realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o chamado Varejo Restrito (varejo de bens de consumo, exceto automóveis e materiais de construção) fechou 2022 com uma expansão nominal de 7,7%, movimentando R$ 2,14 trilhões e representando 21,6% do PIB do país. O Varejo Ampliado (incluindo automóveis e materiais de construção) avançou 8,4% no ano passado, para R$ 2,61 trilhões, e corresponde a 26,4% do PIB.

Mais uma vez, o resultado do varejo foi superior ao do país: o PIB brasileiro teve em 2022 uma expansão de 2,9%, marcando uma desaceleração sobre os 4,6% do ano anterior. Este foi o sexto ano consecutivo de expansão do varejo, que desde 2016 vem superando o desempenho da economia como um todo.

Na avaliação de Eduardo Terra, presidente da SBVC, os números do varejo mostram que a transformação digital do setor vem capacitando as empresas a entender melhor os consumidores e aumentar sua força em um ano desafiador. “As empresas que reforçaram seu relacionamento digital com os consumidores ampliaram suas possibilidades de interação e conhecimento dos clientes. Com isso, têm conseguido aproveitar melhor as oportunidades de mercado e se proteger das turbulências da economia”, analisa.

Um dos aspectos em que a importância do varejo é mais relevante é o volume de empregos gerados pelo setor. A taxa de desemprego medida pelo IBGE recuou para 7,9% em dezembro (o menor patamar desde 2016), impulsionada pelo fortalecimento do varejo, que continua a ser o maior empregador privado do país. “Em 11 dos 12 meses de 2022, o varejo contratou mais do que demitiu, em um sinal claro de expansão dos negócios e da força empreendedora do setor”, afirma Terra.

De acordo com o estudo, o varejo emprega 23,26% dos trabalhadores com carteira assinada, ou aproximadamente 9,93 milhões de pessoas. “O varejo é um setor muito resiliente e flexível, que responde rapidamente ao comportamento dos consumidores. Por isso, qualquer movimento de recuperação da economia brasileira aparece rapidamente no desempenho do setor e mostra sua capacidade de inovação”, comenta.

SBVC traz radiografia completa do varejo

A 10ª edição do estudo da SBVC faz uma radiografia completa do setor varejista no País, analisa em detalhes sua participação na economia nacional, a capacidade de geração de empregos, traz números por segmento de atuação, mostra como a macroeconomia influenciou seu desempenho e revela os impactos da Covid-19 sobre o setor no ano passado.

O estudo alinha e estrutura conceitos, definições, classificações, estatísticas e números a respeito do varejo na economia brasileira e mostra em detalhes um retrato do passado recente do setor, com uma análise da situação atual. “É fundamental que o segmento que é o maior empregador privado e gera um grande impacto econômico seja cada vez mais estudado e analisado, para que toda sua cadeia de valor e os diversos órgãos dos poderes Executivo e Legislativo possam conhecê-lo e compreendê-lo mais profundamente”, afirma Terra.

Para o estudo, as principais entidades que representam o varejo nacional contribuíram com a formulação dos conceitos, definições e classificações, trazendo para o estudo seus dados e estatísticas para que, organizados, possam dar um entendimento mais claro e detalhado do papel de cada uma na economia brasileira. Na visão de Eduardo Terra, esse alinhamento de conceitos e definições é fundamental. “Dessa maneira, conseguimos unificar alguns conceitos e estabelecer números mais alinhados e comuns a todo setor”, afirma. “Isso traz uma visão mais ampla da força do varejo e de sua importância para a economia brasileira”, acrescenta.

O estudo da SBVC levou em consideração os números e levantamentos das entidades representativas dos seguintes segmentos: Franchising, Shopping Centers, Hiper e Supermercados, Bares e Restaurantes, E-commerce, Material de Construção, Farmácias e Drogarias, Livrarias, Perfumarias e Pet Shops. O levantamento mostra o cenário atual que caracteriza um novo ciclo para o setor varejista, desafiando empresas a continuar seu processo de expansão, perseguindo simultaneamente mais eficiência e competitividade.

Ozonioterapia: conheça a multifuncionalidade do ozônio

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Ozonioterapia

Com diversos destinos, a ozonioterapia é uma forma de tratamento que evidencia a multifuncionalidade do ozônio. Sim, o gás que compõe a atmosfera, que ao ser misturado com oxigênio pode ser aplicado em diferentes regiões do corpo humano. O trabalho estimula a oxigenação dos tecidos, elimina microrganismos que podem causar infecções e ainda por cima fortalecem o sistema imunológico, ponto muito importante para a saúde do organismo como um todo.

A ozonioterapia pode ser indicada para cuidar de vários tratamentos diferentes. Segundo a ANVISA, é destinada inicialmente para complementar procedimentos estéticos e na prevenção de doenças dentárias. Porém, nos últimos anos passou a ser estudado o seu uso no tratamento de doenças como câncer, HIV, esclerose múltipla e DPOC.

A terapia não tem muitos efeitos colaterais, e é associada a um tratamento tranquilo. Entretanto, deve ser feita e recomendada apenas por profissionais da saúde do setor, podendo ser médicos ou dentistas. Procure sempre o seu profissional de confiança e vá atrás do máximo de informação possível antes de iniciar o tratamento. Ficou interessado? Conheça abaixo o que é, para que serve e como é feita a ozonioterapia.

Funções da ozonioterapia

Segundo indicações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o tratamento com ozônio pode ser indicado nas seguintes situações:

  • Tratamento de cárie

A cárie é causada por bactérias que podem ser facilmente eliminadas pela ozonioterapia. Isso porque o ozônio tem ação antimicrobiana, sendo fundamental contra as cáries.

  • Doenças periodontais

Doenças periodontais também podem ser tratadas através da ozonioterapia. A gengivite e a periodontite, por exemplo, são neutralizadas com a ação antimicrobiana do gás e os estímulos do sistema imunológico presentes na terapia.

  • Tratamento de canal no dente

Mais uma vez no ramo dos dentistas, o tratamento de canal também tem a opção de ser realizado através da aplicação de ozônio. A substância previne o florescimento de bactérias e afasta infecções na região durante o a realização do procedimento.

  • Cirurgias odontológicas

O processo de cicatrização das feridas deixadas após uma cirurgia dentária pode ser auxiliado pela ozonioterapia. O procedimento estimula a circulação sanguínea, diminui a inflamação local, e promove maior regeneração do tecido em questão.

  • Procedimentos estéticos

Uma das indicações mais comuns da ozonioterapia está nos procedimentos estéticos. Isso porque a aplicação ajuda na limpeza e assepsia cutânea junto a sua função antimicrobiana.

Benefícios da ozonioterapia

São diversos os possíveis benefícios da aplicação de ozônio. Exemplos como o tratamento em asma, DPOC, bronquite, HIV, cânceres, hérnia de disco, esclerose múltipla, complicações da diabetes, distúrbio da articulação temporomandibular evidenciam a multifuncionalidade da ozonioterapia. A ANVISA ainda não aprovou todas essas indicações para o tratamento, porém é esperado que com o passar dos anos só avance mais.

A terapia está sendo cada vez mais estudada para ficar pronta a demonstrar realmente todas suas funções. O problema é que ainda não há evidências cientificas o bastante que comprovam todos os seus benefícios, e por conta disso ainda estão em segundo plano. A decisão do Conselho Federal de Medicina também influencia negativamente na aprovação da regulamentação da aplicação de ozônio, já que o CFM não recomendou seu tratamento.

Realização do tratamento

A ozonioterapia pode ser realizada por meio de aplicação cutânea ou por aplicação bucal. A primeira é utilizada com gás, compressas, óleos ou água com ozônio, tudo aplicado sobre a pele. Já na segunda, são utilizados água, gás ou óleos com ozônio na mucosa da boca do paciente.

Ambas têm seus destinos de tratamento, mas para as regulamentações, já são consideradas importantes. Desde que seja realizada por um profissional de confiança, a ozonioterapia deixará claro seus benefícios que vão além de apenas a saúde dentária ou a estética.

Efeitos colaterais

Alguns efeitos colaterais podem surgir com a ozonioterapia. Apesar de não serem muitos, a aplicação pode causar irritação da pele no local em que foi inserida. No caso do tratamento na forma de gás, podem surgir sintomas como vômitos, náusea, tosse e dor de cabeça ao inalar a substância.

É válido lembrar que, caso feito da maneira correta e com um profissional seguro, os efeitos colaterais são mínimos.

Quando não realizar a ozonioterapia

O tratamento não é indicado para mulheres grávidas ou em amamentação, crianças, e nem para pessoas que tem infarto agudo do miocárdio, intoxicação alcóolica, problemas sanguíneos (trombocitopenia) ou hipertireoidismo não controlado.

Consequências do narguilé para a saúde

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Narguilé

Muitas pessoas pensam que o narguilé não faz tão mal para a saúde quanto o cigarro ou outras drogas inaláveis. Isso porque a fumaça passa por um processo de filtração ao passar pela água presente no vaso do objeto, remetendo à ideia de que não faria mal. Porém, isso não é verdade, tendo em vista que não é completamente filtrada como deveria para ser considerada como uma droga que não faria mal. Só uma pequena parcela das substâncias nocivas da fumaça do narguilé fica na água, como o monóxido de carbono e a nicotina, devendo ter atenção com o restante.

Chamado também de hookah, cachimbo árabe ou cachimbo de água, o narguilé é bastante utilizado por jovens em encontros, reuniões de amigos, e ocasiões em que seu consumo perdure por um bom tempo (mais de uma hora). Sua diversidade de sabores, cores e a inovação com a possibilidade de um tabaco especialmente aromatizado fizeram com que o público de usuários aumentasse, já que, apesar de perigosos, são fatores que chamam a atenção. Além disso, muitos fumantes viram nessa ideia a possibilidade de ser uma escapatória para o tabaco, que é amargo, optando pelo narguilé.

Você que é fumante de narguilé, quer parar de fumar, ou quer iniciar esta prática, essa matéria é especialmente para você. Mostraremos todos os riscos que a droga licita pode trazer, a potência de seu vírus e mais. Confira abaixo:

Riscos do narguilé para a saúde

Os produtos liberados na queima do tabaco utilizando o carvão são os principais responsáveis pelos riscos proporcionados pelo fumo do narguilé. Alguns exemplos dessas substâncias liberadas são o monóxido de carbono e outros metais pesados, muito presentes na composição que envolve o hookah. Esses produtos são preponderantes no destaque ao aparecimento de doenças, e por isso preocupam ao uso.

O tempo de exposição do narguilé é bem maior do que de um cigarro ou outra droga. Isso aumenta as possibilidades de maior número de toxinas serem absorvidos, e a partir disso algumas doenças se tornam mais incidentes. Dentre elas:

  • Doenças relacionadas ao sangue (pressão alta ou trombose);
  • Doenças cardíacas;
  • Câncer de pulmão, intestino, bexiga, laringe, boca, esôfago ou rins;
  • Impotência sexual;

Além disso, os riscos de ser contaminado por ISTs como candidíase oral e herpes aumentam relativamente, já que em boa parte das vezes essa é uma droga compartilhada, e a boca de muitas pessoas têm contato ao mesmo tempo.

Como é bastante comum em festas, e, especificamente em locais fechados, o narguilé gera muitos riscos para fumantes passivos. Por exemplo, pessoas no mesmo ambiente de quem está fumando acabam inalando a fumaça em boa quantidade, mesmo que sem querer. O fato de que as substâncias ficam no ar por um bom tempo mesmo após o ato também preocupa, já que aumenta o risco de crianças, bebês, ou grávidas a inalarem aquilo.

Pessoas portadoras de doenças no sistema respiratório não devem ficar próximas e muito menos fumar o narguilé. Se você tiver doenças pulmonares ou respiratórias, tenha em mente que não é recomendado ficar nem próximo a um ambiente em que tem narguilé.

No mercado do tabagismo existe uma resistência do narguilé que esquenta o carvão, que faz com que não precise acendê-lo diretamente com fogo ou que promova a sua queima dessa maneira. Mesmo assim, os danos são os mesmos, já que os restos da queima do carvão não dependem de como será aceso e atrapalham os sistemas do organismo dessa forma.

Narguilé ou cigarro: qual vicia mais?

O vício do narguilé pode ser equivalente ao do cigarro. Apesar do tabaco nele presente parecer inofensivo, ou exista a errada afirmação de que a filtração de água auxilia nos danos, a nicotina na composição faz o papel perfeitamente de viciar o usuário – substância esta que é uma das mais viciantes para o organismo. Sendo assim, por conta da nicotina, ambos os vícios são existentes exigindo atenção para quem não quer se contaminar com esse problema.

Pode ser afirmado que fumar narguilé é até pior do que fumar cigarro, já que ambos oferecem as mesmas substâncias e prioridades em relação aos danos no organismo, porém a quantidade do narguilé é muito maior. O cigarro é unitário, então não é inalada tanta fumaça em pouco tempo, causando riscos em menor quantidade.