Faturamento da indústria farmacêutica cresce 62% em cinco anos

Faturamento da indústria farmacêutica cresce 62% em cinco anos

O faturamento da indústria farmacêutica acumula avanço de 62% nos últimos cinco anos, saltando de R$ 90,5 bilhões em vendas para a marca inédita de R$ 146,7 bilhões. Os dados fazem parte de uma análise da Interfarma.

O aumento mais significativo ocorreu no chamado mercado institucional, formado por governos, clínicas e hospitais, que cresceu 74,1% no período especialmente com impulso dos medicamentos antineoplásicos e imunossupressores. Já no varejo farmacêutico, em que 75% das compras são realizadas pelo público final, a evolução foi de 55,1%.

Incremento da indústria farmacêutica em cinco anos (em bilhões de R$)

Mas na visão da entidade, os números ainda revelam gargalos no acesso, tanto que o Brasil aparece no 32º lugar entre os países com maiores gastos com medicamentos mesmo sendo o oitavo mercado farmacêutico do mundo. “Muitas doenças poderiam ser evitadas ou mais bem controladas. Mas para que isso aconteça, é essencial repensar em estratégias de políticas públicas que incluam programas específicos de combate a doenças mais prevalentes e redução da carga tributária, que hoje está entre as mais altas do mundo”, defende Eduardo Calderari, presidente executivo da Interfarma.

Faturamento da indústria farmacêutica por canais

A comercialização dos medicamentos via planos de saúde teve alta de 114,2% nos últimos cinco anos, chegando a R$ 27,6 bilhões. Mesmo assim, o segmento privado do mercado institucional apresenta grande defasagem frente a outros países com sistemas de saúde semelhantes.

Para a entidade, o acesso a remédios por meio da saúde suplementar também pode ser aprimorado, o que passa pela ampliação da cobertura mínima obrigatória estipulada pela ANS, com a inclusão de mais opções terapêuticas.

“Desde outubro de 2021, a atualização dos procedimentos mínimos que todo plano de saúde deve oferecer deixou de ocorrer a cada dois anos e passou a ser realizada semestralmente. Isso representa uma mudança positiva para os pacientes que detêm planos de saúde, pois medicamentos inovadores poderão ser incorporados com mais rapidez”, avalia.

Já as compras públicas de medicamentos registraram crescimento de 52,3% no mesmo período, índice bem abaixo ao segmento privado, embora 75% da população brasileira dependa totalmente do SUS para ter acesso a tratamentos.

Incorporações de medicamentos na Conitec

Há uma grande variação na taxa de incorporação de tecnologias pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) demandadas pela indústria farmacêutica ou pelo setor público ao longo dos últimos cinco anos.

Em média, a taxa de incorporação de tecnologias demandadas pelo setor público é maior do que aquelas solicitadas pelos laboratórios – 57% versus 44%, respectivamente. As sociedades médicas e de pacientes apresentam números bem menores de pedidos. Entretanto a taxa média de aprovação nos últimos cinco anos é de 70%.

Licitações para farmácias e distribuidoras aumentam dois dígitos

Oferta de licitações para farmácias e distribuidoras aumenta dois dígitos

Mesmo em um ano de restrições por conta do período eleitoral, a oferta de licitações para farmácias e distribuidoras aumentou dois dígitos em 2022. Na comparação com o ano anterior, o volume de concorrências públicas disponíveis para o setor teve incremento de 11,7%.

Considerando União, governos estaduais e municipais, a administração pública abriu no ano passado 65.694 editais com foco na compra de medicamentos e insumos farmacêuticos, contra 58.804 de 2021. O levantamento foi conduzido pela RHS Licitações, que desde maio de 2020 é parceira do Panorama Farmacêutico em uma seção exclusiva, dedicada a difundir oportunidades de compras públicas.

As cotações online continuam a se destacar entre as principais modalidades. No total, o pregão eletrônico e a cotação eletrônica de preços responderam por 89% das concorrências – somando 58.780 licitações.

Licitações para farmácias e distribuidoras por modalidade

Nova Lei estimulou licitações para farmácias

“Os pregões online tornaram-se possíveis graças à Lei 14.133/21, conhecida como Nova Lei de Licitações. Essas licitações em ambiente virtual vêm se firmando como alternativas para pequenas e médias farmácias ou atacadistas se tornarem fornecedoras de medicamentos e serviços farmacêuticos. Isso porque contemplam contratos de pequeno valor e estão livres dos cronogramas licitatórios de praxe”, avalia Marcilio Gomes, analista da RHS.

Os pregões e cotações eletrônicas caracterizam-se por ter data e horário de início predefinidos, quando todos os participantes dão o lance. Assim que a cotação for encerrada de modo randomizado, quem tiver a proposta de menor valor ganha. “Poucas farmácias ainda enxergam as vantagens desse tipo de licitação, mas a razão para isso é puro desconhecimento. Essa lacuna acaba sendo preenchida por distribuidoras de medicamentos, mais habituadas a esses processos e com mais facilidade para consultar o status das concorrências”, acrescenta.

Para participar, basta efetuar um cadastro no Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores (SICAF) ou na Bolsa Eletrônica de Compras/ SP (BECSP). As compras têm um valor máximo de R$ 17.600 ou de R$ 50 mil, de acordo com as especificações de cada edital. Qualquer farmácia pode participar, seja para vender medicamentos, itens de higiene e até com produtos de marca própria.

Impulso do Farmácia Popular pode elevar ainda mais a demanda

Na visão de Gomes, o plano do governo federal para incentivar a produção nacional de medicamentos, usando como alavanca o programa Farmácia Popular, tende a dar impulso extra à demanda por licitações para o setor. “E por terem assumido protagonismo nos planos de contingência contra a Covid-19, as gestões estaduais e as prefeituras assumiram protagonismo na elaboração de novos editais”, complementa.

Até o ano retrasado, os municípios assinavam 40% dos editais. Agora, essa participação subiu para 44%. Já a representatividade dos estados pulou de 26% para 34%. Em contrapartida, as demandas do governo federal, órgãos e autarquias com parte do capital privado e de outras instituições com acesso a verbas públicas – como o Sistema S – despencou de 34% para 22%.

“Como grande parcela das empresas do varejo e da distribuição farmacêutica têm uma essência de atuação regional, elas conseguem atender com mais eficiência as exigências impostas pelas licitações”, finaliza.

Medicamento 2021

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Febrafar Day apresenta estratégias comerciais a executivos do setor

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Febrafar Day

 

A segunda edição do Febrafar Day acontece no dia 7 de fevereiro, das 9h às 11h30, em formato online. No evento, serão apresentadas oportunidades comerciais para indústrias, distribuidoras e prestadores de serviço. A entidade também apresentará uma análise das estratégias que fizeram com que as 13 mil farmácias associadas obtivessem um posicionamento de destaque no mercado, fechando 2022 com crescimento de 20,7%, resultado acima do mercado farmacêutico, que cresceu 16,2% no ano, com um faturamento de R$ 184,22 bilhões.

Já para 2023, as perspectivas de crescimento são promissoras, principalmente diante de um cenário de ampliação da população sênior e da oferta de novos produtos, mas o grande diferencial para crescer em um mercado muito concorrido continuará sendo a boa gestão.

“Viemos em um constante crescimento muito robustos nos últimos 20 anos sem interrupção, independentemente dos governos. Não temos nada que reclamar do nosso modelo, temos só que entender que o formato deu certo e nossa proposta de trabalho também. Contudo, estamos sempre olhando para o futuro, tentando entender a dinâmica do que pode acontecer e tentando nos adequar. Por isso, acreditamos que em 2023 cresceremos acima de 50% do mercado”, avalia Edison Tamascia, presidente da Febrafar.

Febrafar Day apresentará as perspectivas para 2023

Na visão da entidade, 2023 vem sendo considerado como um ano de busca da excelência. Exemplo é a busca por otimizar a digitalização 360° das redes e farmácias, a partir de ferramentas de inovação que estão sendo desenvolvidas e que possibilitam otimizar os resultados.

O evento contará com a participação especial de César Betim, diretor de relacionamento da IQVIA, que apresentará os resultados do mercado farmacêutico em 2022, as perspectivas para o ano de 2023 e uma novidade que será apresentada pela gerente de trade marketing da Febrafar, Sara Luiza Amaral.

As inscrições podem ser realizadas na página do evento.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

CVS e Walmart reduzem horário por falta de farmacêuticos

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falta de farmacêuticos

 

A CVS e o Walmart vão reduzir, nos próximos meses, o horário de funcionamento das farmácias em função da falta de farmacêuticos no mercado. As informações são do Drugstore News e Forbes. Cerca de dois terços das 9 mil farmácias da rede CVS já estarão ajustando o horário em março.

“Como parte do curso normal dos negócios, revisamos periodicamente o horário de funcionamento para garantir que estamos abertos durante o pico de demanda dos clientes. De tempos em tempos, isso pode resultar em uma mudança no horário de abertura das lojas”, disse a CVS em um comunicado.

Já as farmácias do Walmart começarão a fechar às 19h, em vez das 21h na maioria das suas 4.600 unidades também em março. “O Walmart tem uma equipe de farmácia forte e incrível, e estamos fazendo essa mudança não apenas para melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mas também para manter o melhor nível de serviço para os nossos clientes”, afirmou a varejista em nota.

Falta de farmacêuticos é problema nacional

Não apenas as cadeias de lojas estão enfrentando escassez de farmacêuticos, mas dois terços das farmácias comunitárias também estão lidando com falta de mão de obra e lutando para preencher as vagas abertas, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional de Farmacêuticos Comunitários.

A oferta de vagas de emprego para farmacêuticos tem projeção de crescimento de apenas 2%, muito mais lento do que outras ocupações, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, que também relata que a demanda por farmacêuticos aumentou à medida que expandem suas funções além do preenchimento de prescrições.

A escassez levou a ambientes de trabalho altamente estressantes para os farmacêuticos, de acordo com um relatório do National Pharmacists Workforce Study, com problemas que vão desde equilíbrio entre vida pessoal e trabalho a cargas de trabalho pesadas que contribuem para o esgotamento físico e mental. De acordo com o estudo, os farmacêuticos que relatam ambientes de alta carga de trabalho vieram de redes de farmácia (91%) e estabelecimentos de comércio em massa (88%).

Onde estão os farmacêuticos?

Farmácias independentes que responderam a uma pesquisa dizem que a escassez está levando a custos mais altos com a folha de pagamento e tempos de espera mais longos para os pacientes que procuram aviar suas receitas. Os dados também mostram que os empregos em farmácias comunitárias e em cadeia diminuem à medida que mais pessoas preenchem suas receitas online ou pelo correio.

Algumas redes, como a Walgreens, estão buscando robôs automatizados para preencher prescrições, pois lidam com a escassez de farmacêuticos e reduzem sua carga de trabalho em 25% e economizam US$ 1 bilhão para a empresa. Outro estudo também descobriu que os farmacêuticos mais jovens são mais inquietos em seus cargos e mais propensos a procurar outras oportunidades de trabalho.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

União responde por medicamentos não incorporados ao SUS

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medicamentos não incorporados ao SUS

 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou ao Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira, dia 31, um parecer no qual defende que a União pode ser ré em processos sobre fornecimento de medicamentos não incorporados ao SUS. As informações são do Conjur.

A manifestação do PGR se deu no recurso extraordinário que discute se a União é responsável solidária em ações contra governos estaduais com pedidos de fornecimento de medicamentos. O julgamento do caso pode impactar um grande número de processos que tramitam no Judiciário brasileiro.

A análise de Aras levou em conta normas como a Lei do SUS, os princípios que organizam esse sistema e o federalismo adotado pela Constituição. Ele indicou que o Ministério da Saúde é responsável por analisar a segurança, a eficácia e a qualidade de qualquer medicamento antes de autorizar seu registro e comercialização, avaliar seu custo e sua efetividade antes de incorporá-lo à lista do SUS, identificar possíveis pontos de aprimoramento do sistema e apontar a existência de tratamentos alternativos.

Porém, o PGR destacou que o governo federal não necessariamente deve ser responsabilizado de forma isolada. Caso tenham alguma atribuição na cadeia de fornecimento, os governos estaduais e as prefeituras também precisarão figurar como réus.

Entenda o caso sobre medicamentos não incorporados ao SUS

A ação foi ajuizada por um cidadão contra o Governo de Santa Catarina, na qual foi solicitado o fornecimento de um medicamento não padronizado no SUS, para tratamento de sua epilepsia refratária.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina confirmou a condenação do governo estadual, que  tentou incluir a União na demanda como responsável solidária, mas a Justiça Federal rejeitou o recurso e devolveu a ação à Justiça Estadual.

Ao STF, o governo catarinense alega que o processo deve tramitar na Justiça Federal, pois, em outro caso, a corte já decidiu que a União deve necessariamente ser ré em demandas sobre medicamentos não padronizados. Em sua defesa, o governo federal alega que só pode ser incluída em ações sobre medicamentos sem registro na Anvisa.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Farmácias esperam novo aumento de testes positivos de Covid

testes positivos

 

Segundo estimativas da Abrafarma, o mês de janeiro contabilizará uma nova alta de testes positivos de Covid. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o levantamento mais recente, referente a dezembro, aponta uma alta acima de 70% na comparação com novembro.

Foram mais de 150 mil casos detectados pelas farmácias no último mês de 2022. O número é 19 vezes o resultado de outubro, segundo a Abrafarma.

Aumento de testes positivos é sinal de alerta

A incidência de positivos no total de testes de farmácia subiu do patamar de 13% em outubro para quase 35% em dezembro, portanto, acima da média histórica. Desde que o serviço começou a ser oferecido pelo varejo farmacêutico, em abril de 2020, foram mais de 20 milhões de testes, sendo aproximadamente 24% positivos.

“O contingente de atendimentos teve alta 60% [em dezembro], bem abaixo dos 72% de incremento nos casos, o que representa um sério sinal de alerta para a resiliência da doença. O estoque das lojas segue elevado para absorver essa demanda”, diz Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, em nota.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Histórico de compra em farmácia pode ajudar a prever câncer

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histórico de compra

 

Um estudo do Imperial College London, no Reino Unido, envolvendo quase 300 mulheres revelou que o histórico de compra de medicamentos para dor e indigestão foram maiores entre aquelas que foram posteriormente diagnosticadas com câncer de ovário, em comparação com as mulheres que não tinham a doença. As informações são da BBC.

A pesquisa, publicada na revista JMIR Public Health and Surveillance, mostrou uma mudança no hábito de compras até oito meses antes da descoberta da doença. “O diagnóstico precoce do câncer de ovário é fundamental para melhorar as chances de sobrevivência, esperamos que esta pesquisa ajude detectar os sintomas com mais antecedência e melhorar as opções de tratamento das pacientes”, afirma James Flanagan, Departamento de Cirurgia e Câncer do Imperial College London e autor principal do estudo.

Os sintomas do câncer de ovário podem não ser claros nos estágios iniciais da doença, que geralmente incluem perda de apetite, dor de estômago e inchaço. Cerca de 93% das mulheres diagnosticadas com câncer de ovário podem sobreviver por cinco anos ou mais se diagnosticadas no estágio inicial, em comparação com apenas 13% quando a doença já estiver em estágio avançado.

Análise do histórico de compras do cartão fidelidade

No estudo, financiado pela Cancer Research UK, os pesquisadores analisaram os dados do cartão de fidelidade de duas farmácias utilizados por 283 mulheres durante seis anos. Dessas participantes, 153 foram diagnosticadas com câncer de ovário.

As participantes também foram solicitadas a preencher um breve questionário sobre os fatores de risco do câncer de ovário, juntamente com os sintomas que experimentaram – se houvesse – e o número de visitas ao médico. Os resultados mostraram que mulheres com câncer de ovário começaram a reconhecer seus sintomas cerca de quatro meses e meio antes do diagnóstico. Daqueles que visitaram um clínico geral para verificar seus sintomas, a primeira visita ocorreu cerca de três meses e meio antes do diagnóstico.

Os especialistas disseram que mais pesquisas são necessárias para confirmar suas descobertas, mas como parte das próximas etapas, a equipe também está investigando se as compras de produtos sem receita podem ser usadas de maneira semelhante para outros tipos de câncer, como estômago, fígado e bexiga.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Tarcísio sanciona lei que garante cannabis medicinal no SUS

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cannabis medicinal
Foto: Ciete Silvério/Governo do Estado de SP

 

O governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou nesta terça-feira, dia 31, a Lei 17.618/2023, que institui a política estadual de fornecimento gratuito de cannabis medicinal. A sanção ocorreu após a Assembleia Legislativa ter aprovado a proposta, em dezembro do ano passado. A norma é de autoria do deputado estadual Caio França.

“Esta lei garante que São Paulo esteja na vanguarda desse assunto aqui no Brasil. É uma grande vitória, principalmente para as famílias com pessoas que precisam do medicamento, tais como autistas, pacientes com síndromes raras, idosos com Parkinson, epilepsia ou Alzheimer”, comenta França.

Durante a assinatura da sanção, o governador disse que o momento representa uma grande vitória e que São Paulo está dando um passo importante. Ele fez menção a crianças de sua família que dependem de medicamento à base de cannabis e disse saber que essa realidade é a de muitas pessoas. “É triste ver uma criança, que deveria estar brincando, tendo uma convulsão atrás da outra”, enfatizou, dizendo que reconhece a luta enfrentada pelas famílias.

Como ter acesso à cannabis medicinal 

A nova legislação estabelece que a rede estadual pública de Saúde e a rede privada conveniada ao SUS fornecerão, de forma gratuita, medicamentos com canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC) – dois derivados da cannabis – para pacientes com prescrição médica.

De acordo com o documento, a distribuição ocorrerá em situações excepcionais indicadas pela medicina. Os produtos poderão ser nacionais ou importados e precisarão estar em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (Abicann), a cannabis medicinal pode impactar tratamentos e pesquisas clínicas em dezenas de especialidades médicas e beneficiar milhares de pessoas. Em São Paulo, o número de pacientes autorizados pela Anvisa a importar produtos de cannabis já ultrapassa 40 mil pessoas. Entretanto, o alto preço dessas fórmulas limita o acesso de muitos pacientes.

Impacto nas famílias

Juliana Aparecida Caixeiro é uma das mães que comemoraram a conquista. Usando medicamentos à base de cannabis há um ano, o seu filho Gabriel, de 5 anos, diagnosticado com epilepsia, apresentou melhora significativa em seu quadro de saúde. “Os medicamentos convencionais não faziam efeito. Depois de várias tentativas e de ter ficado na UTI, ele começou a usar canabidiol e, desde então, não teve mais crises”, explicou a mãe.

Juliana conta que o primeiro pedido que fez para importar a medicação foi negado. Só depois de submeter o processo a uma farmácia especializada é que conseguiu o acesso, mas com custo alto. “Gasto em torno de R$ 800 por mês com o remédio. Levando em conta que sou mãe solteira e arco sozinha com todas as outras despesas, como convênio e médico particular, tiro, às vezes, de onde não tenho para não faltar o tratamento para o meu filho”.

Além de celebrar a conquista para a sua família, ela disse esperar que cada vez mais pessoas sejam beneficiadas. “É uma notícia libertadora. Em geral, muitas pessoas ainda têm vendas nos olhos em relação ao assunto. Há muito preconceito e falta de informação. Mas aos poucos a sociedade vai se conscientizando sobre a importância e o efeito”, completou.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Pacientes relatam falta de Ritalina nas farmácias

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Ritalina

 

Desde dezembro, pacientes têm relatado a falta da Ritalina (cloridrato de metilfenidato) nas farmácias, segundo reportagem do Estadão. O medicamento, da Norvartis, é utilizado para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças e adultos e também para o tratamento de narcolepsia.

A farmacêutica informou que houve um atraso na liberação de novos lotes do remédio nas apresentações de 10 mg, 20 mg e 30 mg. “Devido à alta demanda pelo medicamento em 2022, a companhia teve seu estoque de segurança zerado, e subsequentemente, enfrentou um atraso na liberação de novos lotes. O produto em questão é importado dos Estados Unidos, e o processo de desembaraço e liberação dos lotes para comercialização é complexo e demorado”, afirmaram.

Novartis informou nesta segunda-feira, dia 30, que a sua comercialização já foi restabelecida. No entanto, ainda há um período do processo logístico para que o remédio chegue aos pontos de vendas dos consumidores nos próximos dias. O cenário de desabastecimento foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comunicado aos profissionais de saúde.

Para que serve a Ritalina

A Ritalina é medicamento controlado vendido somente com prescrição médica, utilizada para o tratamento do Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e para o tratamento da narcolepsia.

O TDAH é um distúrbio de comportamento que afeta cerca de 3% das crianças. Os jovens com o transtorno podem ter dificuldades para aprender e fazer tarefas escolares. Os adultos com TDAH frequentemente têm dificuldade de se concentrar e costumam se sentir inquietos, impacientes, desatentos e ficam entediados com facilidade.

Já narcolepsia é um distúrbio do sono. Os pacientes com o transtorno vivenciam repetidos ataques de sonolência durante o dia, mesmo após uma noite adequada de sono.

No TDAH, a Ritalina melhora a concentração e atenção, além de reduzir o comportamento impulsivo. Na narcolepsia, o medicamento alivia a sonolência diurna excessiva.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Governo de SP adia mudança do ICMS sobre medicamentos

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icms sobre medicamentos

 

Após reuniões com representantes da indústria farmacêutica, a Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP) prorrogou em mais um mês a aplicação da nova base de cálculo do ICMS sobre medicamentos. As informações são do R7 e da Folha de S.Paulo.

A alteração dos valores, inicialmente prevista para ocorrer em agosto de 2022, tinha sido prorrogada para 1° de fevereiro, e agora entrará em vigor a partir de 1º de março. “Neste período, a Sefaz-SP vai analisar as informações e os questionamentos apresentados pelo setor”, informou a secretaria em nota.

Uma portaria publicada no último dia do ano passado fixou a base de cálculo para cobrança do ICMS sobre medicamentos na nova lista de Preço Médio Ponderado a Consumidor Final (PMPF). Segundo o setor, o estado superestimou valores de insumos e medicamentos para a base de cálculo do tributo estadual, o que deve levar a um aumento nos preços dos produtos.

O Grupo FarmaBrasil pediu o adiamento da entrada em vigência da portaria, para que distorções sejam esclarecidas e solucionadas. Segundo a entidade, a nova lista impõe o preço máximo para alguns medicamentos, e o PMPF atribuído atinge até 100% do preço máximo autorizado pela CMED. Já a PróGenéricos pediu a suspensão da vigência da portaria e se reuniu com representantes da Sefaz-SP nesta terça-feira, dia 31.

O Sindusfarma explica que a lista de PMFP de São Paulo traz valores incorretos para diversos produtos, de acordo com os cálculos do sindicato e de empresas associadas. “Este problema distorce a apuração do imposto a pagar e resulta em valores irreais, fazendo com que, para muitos medicamentos, o custo total de produção supere o Preço Máximo ao Consumidor autorizado pela CMED. Considerando a dinâmica do mercado farmacêutico, no qual o preço final ao consumidor é controlado e reajustado uma única vez ao ano, a cobrança de ICMS em valores exagerados poderia inviabilizar a oferta comercial de medicamentos, com potencial de provocar até desabastecimentos pontuais, com grandes prejuízos para a saúde individual e coletiva”, afirma a entidade.

Sem inconsistências na alteração do ICMS sobre medicamentos

O secretário estadual da Fazenda, Samuel Kinoshita, afirmou que acha difícil que existam inconsistências na portaria, pois a metodologia da subsecretaria de Receita tem bastante checagem, mas que quer vai usar esse período de prorrogação para ouvir as contribuições do setor que possam melhorar o trabalho.

“É muito importante ouvir o setor corporativo e a sociedade. O time técnico da Secretaria da Fazenda tem bastante convicção na metodologia, que é bem robusta. No entanto, vamos protelar por um mês para que representantes da indústria farmacêutica possam submeter algumas evidências que dizem ter. A protelação me parece mais que suficiente, e tenho esse acordo com as organizações que representam o setor”, afirma.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico