Vice-presidente da Raia Drogasil nas áreas de relações com investidores e novos negócios, Eugênio De Zagottis anunciou sua saída da diretoria executiva. Segundo informações do Brazil Journal, ele deixa o cargo para assumir uma posição no conselho da rede de farmácias líder em faturamento no país.
Com essa decisão, a companhia reduzirá de sete para seis o número de integrantes da vice-presidência, já que as funções de Eugênio serão repassadas a outros executivos. Flávio Correia, hoje diretor de RI e assuntos corporativos, foi promovido a diretor executivo estatutário e se reportará diretamente ao CEO Marcilio Pousada, que por sua vez deverá estar mais presente na relação com investidores.
Os temas relativos a planejamento corporativo ficarão a cargo do vice-presidente financeiro Antônio Coelho. A integração com empresas e planos de saúde estará sob a alçada de Marcelo De Zagottis, que conciliará essa função com a liderança na operação de marcas próprias. Já Renato Raduan, VP de operações, supply chain e expansão, comandará o corporate venture capital da companhia.
“Até pelo tempo que estou na empresa, acho que minhas contribuições daqui para a frente são muito mais importantes do ponto de vista estratégico do que operacional. Também quero começar a ter uma vida fora da RD. Fazer outras coisas”, declarou Eugênio, que revelou que essa transição já está sendo alinhada há mais de um ano.
Saída de vice-presidente da Raia Drogasil encerra ciclo de 25 anos
Eugênio era vice-presidente da Raia Drogasil desde 2000, após vivenciar experiências em grandes consultorias como Arthur Andersen e McKinsey. Bisneto do fundador da Droga Raia, João Baptista Raia, ele liderou uma série de ações estratégicas como a captação de private equity com a Gávea Investimentos e a Pragma, além do IPO e da fusão com a Drogasil.
Depois da formação da Raia Drogasil, o executivo comandou em 2015 a compra da 4Bio, focada em medicamentos de especialidades. Em 2019, foi um dos responsáveis pela aquisição da Onofre. Todas essas transações contribuíram para que o valor das ações da rede se tornasse o maior entre as varejistas listadas na Bolsa de Valores.
Além das atividades na Raia Drogasil, Eugênio foi presidente do conselho diretivo da Abrafarma entre os anos de 2018 e 2021. Pipponzi por parte de mãe, ele faz parte do grupo detentor de 30% do capital da companhia, que inclui também as famílias Pires – netos do fundador da Drogasil – e Galvão, acionista da Drogasil.
A saída de Eugênio coincide com outro movimento similar da concorrência. No início deste mês de dezembro, Mário Queirós, CEO das Farmácias Pague Menos e membro da família fundadora, deixa oficialmente o cargo em janeiro de 2024.
Uma mudança de mentalidade está incitando farmacêuticos não sindicalizados e outros profissionais de saúde a protestarem nos Estados Unidos. Em outubro e novembro, dezenas de trabalhadores da CVS e da Walgreens organizaram uma série de greves e ações trabalhistas para aumentar a conscientização sobre o problema de escassez de funcionários.
Agora, os organizadores das paralizações estão atuando em prol da sindicalização, uma ação trabalhista que historicamente nem era considerada, já que os profissionais de saúde costumavam sentir-se imunes à hierarquia de gestão-trabalho.
Tensão entre farmacêuticos e empregadores
Mas, nos últimos anos, tem havido uma tensão crescente entre patrões e empregados, à medida em que os profissionais da saúde se sentem como engrenagens de uma roda em meio a um crescente senso de consciência de classe ou a uma desconexão entre seus anseios e os interesses de seus empregadores.
A importância de métricas de desempenho rigorosas superou a satisfação e os lucros gerais, afirmaram vários profissionais de grandes redes varejistas. A CVS afirmou que está ouvindo seus funcionários e investindo em sua força de trabalho. Já Walgreens disse no final de 2022 que estava removendo métricas baseadas em tarefas.
O Conselho de Médicos, o maior e mais antigo sindicato de médicos assistentes do país, está agora atendendo chamadas de farmacêuticos pela primeira vez desde a sua criação na década de 1970.
Um novo estudo sobre tíquete médio na farmácia atesta o quão relevante é a fidelização de clientes para o setor.
Segundo a consultoria Bnex, nos últimos 12 meses até agosto deste ano, o tíquete médio dos consumidores leais totalizou R$ 67,05 – contra R$ 43,32 dos não fidelizados, ou seja, 35,4% maior. O levantamento reuniu 2 mil entrevistados de todas as regiões do país.
O montante também é 22,26% maior do que o tíquete médio geral, que ficou em R$ 52,13 no período.
Tíquete médio na farmácia de fidelizados impulsionou faturamento
O tíquete médio maior dos clientes fidelizados trouxe também um impacto positivo no faturamento do varejo farmacêutico. A receita foi 5,08% maior em comparação com o intervalo entre setembro de 2021 e agosto de 2022. Só que nem todos os insights são tão animadores.
Itens na cesta caíram
Apesar de o gasto médio nos últimos 12 meses até agosto ter sido 9,35% superior ao do mesmo período anterior, o número de itens na cesta dos consumidores sofreu redução. A quantidade média de produtos adquiridos no PDV foi 1,03% menor.
E a inflação dos medicamentos pode ter sido a principal causadora. “A inflação dos medicamentos e gastos com saúde saltou de 22% para 30%, empatando na segunda posição com “preço de combustíveis”. E chega a 37% na faixa etária de 60 anos ou mais”, destaca o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE).
É tradição em vários lugares do mundo encerrar o ano com uma contagem regressiva. Na indústria farmacêutica não será diferente, mas o que estará no “0” não será o “feliz ano novo”, e sim o fim de patentes de medicamentos.
Segundo levantamento do portal BioSpace, nove remédios verão sua patente vencer em 2024 e players do mercado olham atentamente oportunidades para produzir suas versões genéricas.
2024 marca o fim das seguintes patentes de medicamentos
Venvanse – Takeda
Começamos a lista com o Venvanse, da Takeda. O dimesilato de lisdexanfetamina do laboratório japonês detém duas patentes que se encerram em 2024. A primeira, para uso adulto, vence em fevereiro. Já a segunda, para o uso pediátrico, perderá exclusividade em agosto.
O medicamento é uma anfetamina oral indicada para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
O fármaco gerou mais de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,2 bilhões) para os cofres da companhia, o que fez com que laboratórios como Mylan, Sandoz e Teva planejem fabricar sua versão genérica.
Segundo Sean Tu, professor de direito da Universidade de West Virginia, o impacto da perda da patente para a Takeda não deve ser grande, devido ao portfólio mais diversificado mantido pela farmacêutica.
Eraxis – Pfizer
A situação do antifúngico intravenoso Eraxis, da Pfizer, é um pouco mais complexa. A patente original do remédio venceu em 2020, mas uma cláusula de exclusividade para o tratamento de um novo público estendeu esse período para até setembro do próximo ano.
No Brasil, já é possível encontrar alguns genéricos com o princípio ativo, mas, nos Estados Unidos, essa ainda não é a realidade. Com base nessa informação, Tu aponta que, inicialmente, o impacto para o laboratório norte-americano não será tão elevado.
Stelara – Johnson & Johnson
Aplicado no tratamento da doença de Crohn e da psoríase, o Stelara, da Johnson & Johnson, perderá a patente de uma das moléculas presentes em sua composição na segunda quinzena de setembro.
Para aliviar o impacto inicial, o laboratório de Nova Jersey (EUA) fechou um acordo com a Alvotech e com a Teva para que ambas não produzam biossimilares de ustekinumab antes de 2025.
Tal acordo tem um motivo. Apesar de não ser o único motor de vendas da farmacêutica, em 2022 o remédio foi responsável por mais de 10% da receita da companhia. A expectativa já para 2024 é que as vendas do Stelara cairão US$ 2 bilhões com possíveis concorrentes genéricos.
Isentress – Merck
Utilizado no tratamento do HIV, o antirretroviral Isentress, da Merck, arrecadou US$ 633 milhões (R$ 3,1 bilhões) em 2022, mesmo com as vendas em queda com o iminente acirramento da concorrência
Algumas das patentes que protegiam o raltegravir já se encerraram no começo do ano e outras duas vencem no próximo mês de outubro. Um genérico produzido pela Hetero Labs já recebeu, inclusive, uma aprovação provisória.
Zonkinvy – Eiger/Merck
A californiana Eiger Biopharmaceuticals tinha como carro-chefe o Zokinvy, tratamento inédito contra progéria – síndrome rara que causa o envelhecimento acelerado.
O laboratório vendeu o medicamento para a Merck, que faturou US$ 12 milhões (R$ 58,7 milhões) em 2022 e US$ 4,1 milhões (R$ 20 milhões) no primeiro semestre deste ano. A primeira patente que protege o remédio expirou no último mês de outubro e a próxima vence em julho de 2024.
Myrbetriq – Astellas
Apenas em 2022, a Astellas arrecadou US$ 1,35 bilhão (R$ 6,61 bilhão) com o medicamento para incontinência urinária Myrbetriq. Mas o domínio de mercado começou a cair já neste ano.
No último mês de novembro, a primeira patente venceu e as adicionais acabam em maio. A farmacêutica tentou estender a patente na Justiça para até 2030, mas não teve sucesso. Os genéricos de mirabegron já estão muito próximos de se tornar realidade, uma vez que laboratórios como Lupin Labs e Zydus Cadila observam de perto a situação.
Entresto – Novartis
Combinando sacubitril e valsartan, o Entresto, da Novartis, é destinado ao tratamento da insuficiência cardíaca. Suas patentes começaram a expirar no começo do ano e, até o primeiro semestre de 2024, todas terão vencido.
Para piorar a situação da farmacêutica, a Justiça invalidou uma patente adicional que daria mais tempo de exclusividade, adicionando mais um ano de “tranquilidade”. O genérico do combinado está na alça de mira da Mylan. Em paralelo, a Novartis vem buscando acordos com fabricantes para preservar sua “fatia do bolo”.
Otezla – Amgen
Voltado ao tratamento da psoríase, o Otezla, da Amgen, viveu um 2023 difícil, com várias patentes se encerrando em março e uma perda de exclusividade em dezembro. Com tal cenário, vários genéricos de apremilast começaram a receber aprovações provisórias, mas o laboratório conseguiu bloquear as comercializações até 2028.
Victoza e Saxenda – Novo Nordisk
Entre o final de 2023 e o primeiro semestre de 2024, as patentes que protegem as injeções recombinantes de liraglutida da Novo Nordisk chegarão ao fim.
Em 2022, tanto o Victoza, quanto o Saxenda, registaram arrecadação bilionária, respectivamente US$ 1,8 bilhão (R$ 8,8 bilhões) e US$ 1,5 bilhão (R$ 7,3 bilhões).
Falando do primeiro, a expectativa é que Mylan, Pfizer, Sandoz e Teva lancem versões genéricas já no primeiro semestre de 2024. Já sobre o segundo, a farmacêutica processou laboratórios que tentaram comercializar versões genéricas em 2022.
A Novo Nordisk não vem esquentando tanto a cabeça com a perda dessas patentes, uma vez que já tem uma nova menina dos olhos, o Ozempic.
A título de comparação, o fármaco faturou US$ 2,9 bilhões (R$ 14,2 bilhões) no primeiro trimestre deste ano, contra US$ 898 milhões (R$ 4,4 bilhões) das injeções recombinantes somadas.
A rede de farmácias Drogal fechará 2023 com um total de 329 novas filiais. A meta para o próximo ano é somar outras 41 lojas ao montante da empresa piracicabana. As informações são do Piranot.
“Nós tínhamos como meta chegar a 325 filiais e estamos encerrando o ano com a marca de 329 farmácias espalhadas pelo interior paulista e, pela primeira vez, fora do estado de São Paulo também”, comemora o diretor de expansão da varejista, Thiago Cançado.
Antes de fechar o ano, a companhia tem mais sete inaugurações agendadas.
Rede de farmácias interestadual
Um dos pontos altos do ano para a Drogal foi a inauguração de sua primeira farmácia fora de São Paulo. Minas Gerais marca a estreia da rede fora do perímetro paulista.
A cidade escolhida foi Monte Sião, na região sul do estado. Para marcar a inauguração, a empresa promoveu a doação de 5 mil fraldas geriátricas ao município, entregues ao prefeito José Pocai Júnior.
Só a filial de Monte Sião recebeu R$ 1 milhão de investimentos e conta com 15 postos de trabalho, entre atendentes e farmacêuticos.
O calor pode ser uma dor de cabeça, literalmente, para os 30 milhões de brasileiros que sofrem com enxaqueca. Isso porque fatores comuns das estações mais quentes, como a desidratação, a claridade e a maior exposição ao sol, podem favorecer as crises da doença.
Beber bastante água e evitar se expor ao sol são maneiras de prevenir as dores, mas não é incomum que, durante a primavera e o verão, aqueles que sofrem com o problema acabem utilizando com mais frequência medicamentos anti-hipertensivos, antidepressivos e antipsicóticos para lidar com as dores.
O problema é que essas medicações que geralmente compõem o tratamento da doença, quando usadas de maneira contínua, podem causar efeitos colaterais como náuseas, tonturas, fraqueza muscular e até mesmo úlceras no estômago e alterações gastrointestinais.
Cirurgia de enxaqueca é uma alternativa
Uma alternativa para reduzir as crises nas estações quentes sem precisar recorrer aos medicamentos é a cirurgia de enxaqueca, que é uma das formas mais eficientes para reduzir a intensidade, frequência e duração da doença.
“Se bem indicado, o procedimento pode eliminar ou diminuir a necessidade do uso contínuo dessas medicações”, explica o cirurgião plástico Paolo Rubez. Segundo o especialista, a cirurgia de enxaqueca é hoje realizada por diversos grupos de cirurgiões plásticos ao redor do mundo e em mais de uma dezena das principais universidades americanas, como Harvard.
“Os resultados positivos e semelhantes das publicações dos diferentes grupos comprovam a eficácia e a reprodutibilidade do tratamento”, afirma o cirurgião médico, que ressalta que, assim como o uso das medicações, o tratamento deve ser indicado por um especialista.
“A cirurgia para enxaqueca pode ser indicada para qualquer paciente que tenha diagnóstico de migrânea (enxaqueca) feito por um neurologista, e que sofra com duas ou mais crises severas de dor por mês que não consigam ser controladas por medicações; ou em pacientes que sofram com efeitos colaterais das medicações para dor ou que tenham intolerância a estas medicações; ou ainda em pacientes que desejam realizar o procedimento devido ao grande comprometimento que as dores causam em sua vida pessoal e profissional”, diz o médico.
Pouco invasiva, a cirurgia tem como objetivo descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor. “Os ramos periféricos destes nervos, responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo, podem sofrer compressões das estruturas ao seu redor, como músculos, vasos, ossos e fáscias (tecido de conexão onde se fixam os músculos).
Esse cenário gera a liberação de substâncias (neurotoxinas) que desencadeiam uma cascata de eventos responsável pela inflamação dos nervos e membranas ao redor do cérebro, que irão causar os sintomas de dor intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som”, diz o especialista.
Ao todo, são sete tipos principais da cirurgia para migrânea. Para cada um dos tipos de dor existe um acesso diferente para tratar os ramos dos nervos, sendo todos nas áreas superficiais da face ou couro cabeludo, ou ainda na cavidade nasal.
“Cada cirurgia foi desenvolvida para gerar a menor alteração possível na fisiologia local. Mas em todos estes tipos o princípio é o mesmo: descomprimir e liberar os ramos do nervo trigêmeo ou occipital, que são irritados pelas estruturas adjacentes ao longo de seu trajeto”, destaca o cirurgião plástico.
Ele ainda explica que as cirurgias são realizadas em ambiente hospitalar sob anestesia geral e, em alguns casos, sob anestesia local. “A duração da cirurgia, para cada nervo, é de cerca de uma a duas horas, e o paciente tem alta no mesmo dia para casa”, finaliza.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação.
Após pedir recuperação judicial em 2015 e fechar totalmente as portas em 2022, os funcionários da São Bento ainda buscam chegar a um acordo para receber seus direitos. As informações são do Midiamax.
Procurada pela reportagem, uma ex-funcionária relatou que, devido a uma demissão sem justa causa, espera desde 2019 pelo pagamento de R$ 28 mil. “Quando fui demitida, não me pagaram o salário do mês e nenhum acerto trabalhista”, relata.
A profissional em questão entrou com uma ação judicial, cujo processo já foi encerrado. Ela aguarda o pagamento, mas a rede alega não ter fundos para arcar com o compromisso.
Fazendas foram a leilão para pagar funcionários da São Bento
Um dos capítulos da crise da Drogaria São Bento foi o leilão de fazendas da família Buainain, proprietária do grupo. A ação foi uma exigência do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, situado no Mato Grosso do Sul.
Os imóveis estariam avaliados em R$ 23,6 milhões e a transferência ajudaria a quitar as dívidas, estimadas em R$ 88 milhões até o ano passado.
Segundo o plano de recuperação judicial, as maiores fontes de endividamento estão concentradas em bancos e credores com bens em garantia (R$ 36,9 milhões) e créditos trabalhistas (R$ 11,8 milhões).
O advogado de um ex-funcinário afirmou que, na segunda praça, houve compradores, mas que esse ainda não será o desfecho da história.
“Acredito que ainda teremos uma longa batalha judicial. Não há como prever quando os valores serão liberados, pois ficam suspensos até o julgamento dos recursos, e caso prossiga até o TST, pode demorar vários meses”, analisa.
Rede chegou a ter 80 lojas
Nos áureos tempos, a Drogaria São Bento atingiu a marca de 80 farmácias, distribuídas em 23 cidades. No ano passado, o montante era de apenas duas, que também já foram fechadas.
Para tentar evitar a falência, a rede entrou com um pedido de recuperação judicial em 2015 quando tinha R$ 75 milhões em dívidas e aproximadamente 2 mil credores.
A anedonia manifesta-se como a perda de interesse e prazer em atividades que antes eram gratificantes, como interações sociais, hobbies e trabalho. Ela é um dos sintomas mais marcantes da depressão, um transtorno de humor grave e complexo, que envolve uma interação de fatores psicológicos, biológicos, genéticos e ambientais.
Trata-se de uma doença mental prevalente em todo o mundo, afetando mais de 300 milhões de pessoas. Infelizmente é a principal causa de suicídio, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nem todas as pessoas com depressão apresentam anedonia
Segundo Maria Teresa de Almeida Fernandes, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Santa Marcelina, é importante ressaltar que nem todas as pessoas com depressão apresentam anedonia.
“Além disso, existem diversos fatores que podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento da depressão, como traços de personalidade, altos níveis de estresse, luto, perdas significativas e o abuso de substâncias como drogas e álcool. Doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia, e alterações endócrinas também podem ser fatores de risco”, explica.
Os sintomas da depressão incluem não apenas a anedonia, mas também o isolamento, dificuldades nas interações sociais e profissionais, sentimentos de desvalorização, dificuldades de adaptação a diferentes ambientes e perda de libido. Além disso, a pessoa pode experimentar cansaço, fadiga, dificuldade de concentração, desânimo e falta de energia. Em casos de anedonia, a pessoa não sente tristeza ou dor, mas, em vez disso, uma sensação de vazio e embotamento emocional.
Tratamento
O tratamento da depressão geralmente envolve uma abordagem multifacetada. Inicialmente, é essencial realizar uma avaliação clínica para um diagnóstico diferencial preciso. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos antidepressivos, combinado com psicoterapia. A psicoterapia ajuda os indivíduos a identificarem os gatilhos emocionais da depressão e a desenvolver estratégias para lidar com eles, promovendo mudanças de pensamento e comportamento positivas.
“Buscar ajuda é fundamental para lidar com a depressão. Se você reconhece esses sintomas em si mesmo, não hesite em procurar ajuda profissional. Da mesma forma, se você perceber esses sinais em alguém próximo, ofereça apoio e orientação para que eles também busquem ajuda. A depressão é uma doença tratável, e quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de recuperação para os pacientes”, finaliza a psicóloga.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação.
O uso frequente do computador tornou-se uma parte indispensável da rotina para muitas pessoas. Embora seja extremamente útil, os dispositivos eletrônicos podem ocasionar sérios danos à visão, além de outros problemas que afetam o bem-estar geral.
O que pode causar danos à visão?
Em primeiro lugar, é crucial observar que a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos, como computadores, celulares, iPads, televisões e monitores de videogame, pode ser prejudicial à saúde ocular. Embora seja benéfica para a melhoria da visibilidade, a exposição prolongada a essa luz pode resultar em danos significativos.
Além disso, o brilho excessivo, letras pequenas ou a ausência de iluminação adequada durante as atividades diárias podem prejudicar a visão.
Como evitar possíveis danos à visão?
Existem diversas maneiras de prevenir problemas de visão relacionados ao uso de dispositivos eletrônicos. Uma delas é evitar exposição prolongada à luz, fazendo pausas regulares. Controlar o brilho das telas e manter uma distância apropriada do rosto também são práticas recomendadas.
Manter a postura e a posição corretas é essencial, pois isso evita dores de cabeça e fadiga ocular. Utilizar uma cadeira confortável e ajustável para que a altura dos olhos esteja alinhada com o monitor do computador é um exemplo prático.
Ademais, é recomendável utilizar fontes de letra maiores para prevenir a fadiga visual. Descansar os olhos periodicamente e fazer pausas regulares durante a utilização do dispositivo são medidas importantes.
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como computadores, pode ter impactos negativos na visão. Portanto, é crucial adotar medidas preventivas, como o uso de óculos de proteção, controle do brilho, manutenção de uma postura adequada, utilização de fontes de letra apropriadas e a prática de pausas regulares, a fim de preservar a saúde visual.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação.
O corpo humano tem um limite para aguentar as ondas de calor, podendo sofrer consequências como estresse, insuficiência cardíaca e lesão renal aguda por desidratação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a temperatura elevada tem relação direta com o aumento de mortes. Ela responde por 7% das internações do Sistema Único de Saúde (SUS).
As ondas de calor provocam um aumento de mediadores inflamatórios no organismo humano, afetando, principalmente, os extremos de idade, gestantes, obesos e pessoas com doenças crônicas, agravando as doenças alérgicas, prioritariamente as alergias respiratórias, como asma e rinite, e de pele, como dermatite atópica.
“Ao contrário de outros eventos climáticos extremos, como tornados e enchentes, o calor passa a sensação de ser menos agressivo ou mais tolerável pelas pessoas. É essa falsa percepção que faz com que ondas de calor sejam extremamente perigosas para a saúde humana”, explica Raphael Coelho Figueredo, membro da Comissão de Biodiversidade, Poluição e Clima da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Ondas de calor aumentam risco de mortalidade cardiovascular
Segundo o especialista, há um aumento no risco de mortalidade cardiovascular e respiratória em dias de ondas de calor em comparação com dias quando a temperatura está mais amena. Há risco também de causar estresse térmico significativo em todos os organismos vivos como em plantas, afetando a fotossíntese, a respiração, o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução.
As ondas de calor também afetam os animais, levando a alterações fisiológicas e comportamentais, como redução da ingestão calórica, aumento da ingestão de água e diminuição da reprodução e do crescimento.
“Cinco mecanismos fisiológicos podem ser deflagrados pela temperatura elevada: isquemia, citotoxicidade, inflamação, coagulação intravascular disseminada e rabdomiólise”, alerta Figueiredo.
Acima de 39°C, 40°C, enzimas fundamentais para o metabolismo sofrem uma queda abrupta na velocidade das reações químicas necessárias à vida. O corpo começa a parar de quebrar proteínas e açúcares para obter nutrientes e energia.
Como o organismo controla a temperatura?
O especialista conta que o ser humano controla sua temperatura de duas formas. A primeira é por meio dos vasos sanguíneos que se dilatam para levar mais sangue até a pele, para que o calor possa ser irradiado para fora do corpo. O segundo é por meio do suor, que refresca a pele por evaporação. O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração, intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas.
O corpo também perde muito líquido na tentativa de se aliviar pelo suor, o que leva à desidratação e torna o sangue viscoso, afetando os rins e o coração, que são mais exigidos. A desidratação também causa vasoconstrição, que eleva o risco de trombose e de acidente vascular cerebral.
“O calor extremo mergulha o corpo no caos. Compreender os efeitos dos eventos extremos na saúde é uma questão central para o desenvolvimento de políticas climáticas focadas na saúde da população”, finaliza Figueiredo.
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