Startup mira farmácias de bairro com R$ 5,5 milhões

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farmácias de bairro
Miriam Retz e Renato Tano, sócios da startup. Divulgação: Covalenty

As farmácias de bairro representam o principal alvo da startup Covalenty, que acaba de atrair um aporte de R$ 5,5 milhões em uma rodada pré-seed.

Segundo informações do Pipeline, do Valor Econômico, a captação dos recursos foi conduzida pela Iporanga Ventures e atraiu os fundos Domo Invest, 1616 Ventures e Aimorés Investimentos, além de investidores-anjo.

A plataforma digital propõe auxiliar o pequeno e médio varejo na conexão com distribuidoras e fabricantes. E a pulverização que caracteriza o mercado farmacêutico, com 54 mil PDVs independentes, torna o setor uma das prioridades da Covalenty.

“As farmácias menores ainda têm um processo ainda bastante analógico para fazer o pedido, pesquisar preços e montar o estoque. Nosso objetivo é usar a tecnologia para conectar de forma mais eficiente as duas pontas desse mercado, gerar valor e trazer competitividade para o varejo menor frente às grandes concorrentes”, ressalta a cofundadora e CEO Miriam Retz.

Farmácias de bairro poderão agilizar pedidos de produtos

Por meio da plataforma, as farmácias podem comparar preços aplicados pelas distribuidoras e agilizar a emissão de pedidos por via eletrônica. Com apenas quatro meses de atuação, a startup já soma 50 clientes do segmento e prevê 300 lojas ainda este ano. Para sustentar esse crescimento, a meta é dobrar a equipe com foco nos especialistas de tecnologia e da área comercial. Outro plano é atrair indústrias farmacêuticas e de bens de consumo.

A Covalenty também planeja ampliar o rol de funcionalidades, o que inclui uma ferramenta de controle de estoque com sugestões de mix direcionadas para cada perfil de farmácia. A oferta de produtos e serviços financeiros também está no radar e essa solução, em particular, foi uma das que mais despertou atenção dos investidores.

“A oportunidade aqui não é só comercial, tem um caminho lógico de vir a intermediar a jornada financeira. Isso é uma tendência: quando se tem uma relação tão importante, próxima e frequente com o cliente é possível passar a estender crédito com uma percepção melhor de risco”, observa Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures.

Solução foca em digitalização das farmácias de bairro

A startup busca suprir uma das principais lacunas na gestão das farmácias de bairro.  E números de uma pesquisa sobre transformação digital no setor revelam um fosso entre os PDVs independentes e as redes do varejo farmacêutico.

Levantamento do Instituto Axxus, que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, ouviu 420 proprietários de pequenas farmácias e trouxe conclusões impressionantes.

O uso de canais online para adotar programas de fidelidade, por exemplo, inexiste em 99% dos estabelecimentos. Já 83% dos gestores do PDV sequer utilizam as redes sociais como canais de propaganda.

“A situação é ainda mais crítica entre empreendedores das regiões Norte e Nordeste. E as justificativas para não investir em inovação digital passam por restrições orçamentárias e mais dificuldades para rentabilizar as vendas”, relata Rodnei Domingues, responsável pelo estudo.

As farmácias independentes também convivem com barreiras para definir uma política padronizada de descontos. Em 99% das lojas, esses benefícios são definidos e concedidos aos clientes pelos atendentes ou por um superior. Em apenas 1% dos casos, eles são parametrizados pelo sistema.

Farmácias de bairro têm delivery caseiro

Outro indicador relevante aponta que 92% das farmácias independentes não utilizam qualquer plataforma de marketplace. Por outro lado, com relação às modalidades de entrega, 92% afirmaram prestar esse serviço com entregador próprio. As captações de pedidos se dão prioritariamente por telefone (96%).

Sem integração com distribuidoras

A pesquisa também constatou que 86% das farmácias independentes ainda registram manualmente os produtos esgotados. Além disso, em 95% dos PDVs, o sistema não está conectado com as distribuidoras. “A falta de integração eletrônica com o atacado culmina em uma compra baseada apenas em relacionamento e persuasão do que em aspectos técnicos”, ressalta.

Quase a totalidade (99%) das lojas não utiliza sistemas de cotação para auxiliar na decisão da melhor compra. Já 97% dos gestores afirmaram que o módulo financeiro não está integrado ao ERP. “Esse é o ponto mais crítico, pois inviabiliza qualquer análise mais profunda do desempenho da loja”, pontua.

Consolidação de mercado freia inovação nas farmácias

Consolidação de mercado freia inovação nas farmácias

A inovação nas farmácias pode encontrar uma ameaça na consolidação de mercado liderada pelas grandes redes. É o que sinaliza uma pesquisa do Ibevar. Especialista do instituto acredita que esse movimento não apenas freia o avanço do varejo independente, como também dificulta o surgimento de novos entrantes no setor, fechando o campo para soluções disruptivas.

O estudo A vitalidade no Varejo avaliou o mercado varejista brasileiro em 91 setores, considerando os dados financeiros das empresas, os níveis de satisfação dos clientes,  o volume de vendas e a evolução percentual do setor em relação aos anos anteriores.

“Optamos por acompanhar como principal fator da análise de vitalidade do setor o saldo anual acumulado entre a abertura e fechamento de novas empresas, uma vez que ele pode indicar o crescimento ou declínio dos segmentos observados”, afirma o presidente do Ibevar, Cláudio Felisoni.

Segundo ele, é uma forma de medir a competitividade do mercado e a capacidade de atrair novos negócios. Outra medida menos canônica que pode ser adotada é taxa de falência de lojas, um indicador da estabilidade do varejo.

Os 91 setores foram classificados em cinco grupos, considerando o potencial das empresas:

  • Grupo 1 – Crescimento
  • Grupo 2 – Resilientes instáveis
  • Grupo 3 – Instáveis e não promissores
  • Grupo 4 – Índice baixo de vitalidade
  • Grupo 5 – Absolutamente não promissores

Inovação nas farmácias convive com índice baixo de vitalidade

A inovação nas farmácias convive com um índice baixo de vitalidade. “Obviamente, o varejo farmacêutico vem ganhando protagonismo e rentabilidade. E redes como Raia Drogasil e Farmácias Pague Menos vêm se movimentando para abrir mais unidades e se conectar com startups. Mas o resultado tende a ser ganho de escala para as grandes, mas sensível redução de espaço para a concorrência e uma maior acomodação setorial”, contextualiza Felisoni.

O executivo ressalta que o termo baixa vitalidade não se refere às empresas e suas gestões, e sim ao fato de o setor não absorver novas operações com a mesma intensidade que outros segmentos. “Trata-se de uma dificuldade em função da própria competição, uma vez que a expansão das grandes redes ocupa um espaço geoeconômico bastante amplo, sinalizando uma dificuldade de inserção de novos players”, explica.

Conveniência pode compensar freio na inovação

A inovação nas farmácias, porém, pode ser atenuada pela venda de produtos de bomboniere. Isso porque o estudo enquadrou as lojas de conveniência no Grupo 1, que relaciona os setores do varejo em franco crescimento. De acordo com um relatório recente da Euromonitor, o número de lojas do gênero em todo o mundo aumentou mais de 20% nos últimos cinco anos, sendo o Brasil um dos mercados de crescimento mais acelerado.

Apesar de ser um CNAE diferente, as farmácias em função de sua capilaridade podem incorporar itens de conveniência em seu sortimento e aproveitar esse segmento em ascensão. “O importante é o estabelecimento planejar o quanto da loja ele pode disponibilizar para a acomodação desses produtos”, finaliza.

Novo medicamento contra diabetes ganha aval da Anvisa

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medicamento contra diabetes
Divulgação: Canva

Um novo medicamento contra diabetes tipo 2 recebeu a aprovação da Anvisa. O Jardiance® Duo (empagliflozina + cloridrato de metformina) foi desenvolvido a partir de uma parceria entre as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly.

O novo medicamento é uma combinação fixa de empagliflozina e metformina, em adição a dieta e exercício físico. Destina-se a pacientes cuja glicemia não foi adequadamente controlada com metformina ou empagliflozina isoladamente ou em combinação com outros medicamentos redutores de glicose, quando o tratamento com ambos os remédios for apropriado ou quando os pacientes já utilizam os fármacos de forma separada .

“Jardiance® Duo chega para completar o portfólio da Boehringer Ingelheim de medicamentos focados no sistema cardio-renal-metabólico. Com isso, reforçamos nosso compromisso de levar novas e modernas opções terapêuticas para os vários tipos de paciente.“, ressalta Dra. Thais Mello, diretora médica da Boehringer Ingelheim.

A empagliflozina é um inibidor de cotransportador sódio-glicose 2 que demonstrou redução de 38% no risco de mortalidade cardiovascular e de 35% em mortalidade por todas as causas em pessoas com diabetes tipo 2 e doença cardiovascular aterosclerótica. Em análise posterior, demonstrou também redução no risco de início ou piora da nefropatia em 39% com empagliflozina.

Já a metformina é amplamente recomendada nas diretrizes para o tratamento de pessoas com diabetes tipo 2 desde o diagnóstico inicial. “Além de todos os benefícios, é preciso destacar que com essa nova opção terapêutica proporcionamos uma maior aderência ao tratamento e, claro, uma posologia ainda mais adequada”, afirma a Dra. Fernanda Pimentel, diretora médica da Eli Lilly do Brasil.

Medicamento contra diabetes tipo 2: previsão de vendas

Disponível nas doses de 5mg/850mg, 12,5/850 e 12,5/1000 de empagliflozina/metformina, Jardiance®Duo segue para aprovação de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos e posterior importação. A previsão é que esteja disponível nas farmácias e drogarias de todo o país nos próximos meses.

Radiografia do diabetes tipo 2

  • É o tipo mais comum da doença, responsável pela grande maioria (cerca de 90%) dos casos de diabetes em todo o mundo.
  • Está frequentemente associado à obesidade e ao envelhecimento. É caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células pancreáticas
  • Diabetes e glicemia elevada estão associados a uma duplicação do risco de doenças cardiovasculares
  • Pacientes com diabetes tipo 2 têm a incidência de doença cardiovascular e de acidente vascular isquêmico aumentada em duas a quatro vezes, e a mortalidade aumentada em 1,5 a 3,6 vezes

Prescrição de receitas inspira campanha do CFF

prescrição de receitas
Divulgação: Canva

A prescrição de receitas inspirou a concepção da campanha Uma Letra Ilegível pode ser Fatal. De autoria do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a ação tem o objetivo conscientizar os profissionais da saúde e a população sobre a importância da escrita legível na hora de indicar os medicamentos.

A campanha repete o roteiro bem-sucedido da ação promovida em 2016. “Mas essa edição da campanha surge em um momento em que a prescrição de medicamentos vem sendo cada vez mais digitalizada. Entretanto, farmacêuticos de todo o Brasil ainda recebem, diariamente, prescrições ilegíveis nos balcões das farmácias”, adverte o presidente do CFF, Walter Jorge João.

Ao longo deste mês de maio, o CFF planeja veicular novas informações e alertas, incluindo notícias sobre automedicação e autocuidado, para estimular a conscientização sobre o tema. A legibilidade das receitas é obrigatória desde 1973 e consta da Lei Federal nº 5.991.

Prescrição de receitas: Brasil na contramão?

A prescrição de receitas com problemas de escrita poderia ser uma realidade superada no Brasil com modelos digitais. Mas uma proposta na Câmara dos Deputados suspende a obrigatoriedade de receituário eletrônico no Farmácia Popular, que havia sido decidida pelo governo federal.

Segundo a autora da proposta, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a nova regra, determinada por um dos artigos da Portaria 3.677/22, do Ministério da Saúde, vai dificultar o acesso da população aos serviços do Programa Farmácia Popular, principalmente da parcela mais vulnerável atendida pela rede pública que não está informatizada.

“O acesso a medicamentos essenciais à manutenção da saúde dos beneficiários do programa não pode estar condicionado a um tipo de prescrição inacessível para muitos”, disse Jandira.

Pela portaria ministerial, a regra passa a valer no prazo de 180 dias a partir da publicação, ocorrida em setembro, período que o governo afirma ser necessário para adaptar os sistemas para a emissão das receitas eletrônicas.

Eucerin lança olhar para o Sul

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Eucerin

A escolhida para a gerência regional da Eucerin é Katia Martinicorena, que conduzirá o projeto de expansão da fabricante de higiene e beleza na Região Sul. Ela tem 15 anos de experiência na indústria farmacêutica, dos quais 12 dedicados à área de gestão e desenvolvimento de pessoas.

Ela tem passagens por grandes empresas do setor como Bristol-Myers-Squibb, Galderma, GSK, Merck e MSD. Formada em administração de empresas, é pós-graduada em gestão empresarial pela Fundação Getulio Vargas e em liderança estratégica de negócios e pessoas pela ESPM.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Encontro de Negócios da Abrafad atrai 39 indústrias

Encontro de Negócios da Abrafad
Divulgação: Abrafad

O Encontro de Negócios da Abrafad mobiliza 56 empresas a partir desta quarta-feira, dia 13. E a segunda edição do evento ganhou agenda extra com a incorporação de mais um dia à programação. A rodada acontecerá também no dia 14 (quinta-feira) no espaço Imensitá, em São Paulo.

Do total de companhias participantes, 39 representam a indústrias farmacêutica. As outras 17 são as redes que integram a associação. Somadas, elas computaram R$ 5 bilhões de faturamento no ano passado.

Segundo Nilson Ribeiro, diretor executivo da Abrafad, foi lançado no final do ano passado com o objetivo de ampliar o relacionamento entre as redes associadas, presentes em 20 Estados do país, com distribuidores e a indústria. Mais do que networking, a ideia é que ele possa gerar negócios a curto e médio prazos.

“Não pensamos em números, mas na qualidade do encontro. O objetivo é que o varejo e a indústria possam discutir projetos de trade e estabelecer metas de resultados para o segundo semestre”, reforça.

Encontro de Negócios da Abrafad: conheça a dinâmica

 Em dois dias do Encontro de Negócios, em horários definidos, fornecedores inscritos terão de 20 a 40 minutos em cada mesa com uma rede associada com atendimento exclusivo e personalizado. Nas 17 mesas estão gestores e equipe comercial das redes associativistas para traçar, por exemplo, estratégias de vendas, ações no PDV e programas de acompanhamento.

“É um momento ímpar para a geração de negócios. Por isso o evento desperta a procura pela indústria e distribuidores e temos um planejamento totalmente coberto com a participação de todas as associadas”, revela o diretor da Abrafad.

Uma terceira edição do Encontro de Negócios ocorrerá em novembro, também em dois dias.

Compras do SUS têm menos farmacêuticas nacionais

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compras do SUS
Divulgação: Canva

As compras do SUS vêm reduzindo a participação das farmacêuticas brasileiras. A conclusão é de um estudo do Grupo FarmaBrasil, que não esconde a preocupação com essa tendência.

O levantamento compara o fluxo de importação de medicamentos nos anos de 2010 e 2020. De dez anos para cá, a participação de produtos estrangeiros no volume de compras da rede pública saltou de 35,7% para 48,4%. E a situação claramente se agravou a partir da pandemia.

“Essa diminuição está atrelada à pressão por medicamentos de alta complexidade e pelos custos crescentes nas compras governamentais. Em paralelo, convivemos com a ausência de políticas públicas para desenvolver as farmacêuticas brasileiras frente às novas técnicas”, comenta o presidente da entidade, Reginaldo Arcuri.

Como consequência, o dirigente enxerga defasagens crônicas na viabilização de medicamentos avançados com uso de tecnologia nacional. “Por outro lado, percebemos um empenho da indústria brasileira na concepção de medicamentos que utilizam engenharia genética nas células. Os anticorpos monoclonais podem abrir caminho para o tratamento de diversas doenças como o câncer”, ressalta.

O Grupo FarmaBrasil também vê avanços no desenvolvimento de vacinas por RNA mensageiro. Essa inovação possibilitaria a formação de um sistema nacional para produção de imunizantes.

Compras do SUS desperdiçam R$ 1 a cada R$ 3

As compras do SUS não apenas colocam as farmacêuticas brasileiras em segundo plano, como também se revelam ineficientes.

Estudo realizado pela equipe do parlamentar Daniel Soranz (PSD-RJ) mostra que a falta de centralização na compra de medicamentos no país representa prejuízo bilionário para os cofres públicos.

De acordo com o levantamento, dos R$ 21,4 bilhões gastos em compras de medicamentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), R$ 6,5 bilhões – ou seja, quase 1/3 – poderiam ser economizados anualmente, considerando todos os remédios comprados de forma não centralizada.

Isso significa dizer que quase R$ 1 em cada R$ 3 é desperdiçado. Se considerar apenas os medicamentos genéricos, a economia seria de R$ 1,2 bilhão. “São quase 5 mil licitações por ano para comprar o mesmo produto. Isso acaba com o poder de compra do Estado, o que é muito grave, porque torna a compra ineficiente e mais cara”, considera o deputado.

O levantamento mostra que em alguns itens a variação de preço pode chegar a até 20 vezes na compra de medicamentos genéricos. O deputado cita o caso do Atenolol, remédio usado para o controle da hipertensão. Entre as licitações que foram realizadas para a compra do produto, o preço mínimo encontrado foi de R$ 0,03, e o máximo, de R$ 0,74, uma variação de 2.366%. O valor médio, por sua vez, foi de R$ 0,08, e a mediana, de R$ 0,07.

A variação de preço da Dipirona, medicamento usado frequentemente para tratar dores e febre, chega a 1.566%, com mínimo de R$ 0,03 e máximo de R$ 0,49. O preço médio é de R$ 0,15, e a mediana, de R$ 0,13. Para o parlamentar, a variação de preço entre os cerca de 5 mil compradores é muito grande e poderia ser eliminada se o Estado usasse seu poder de compra.

Governo quer insumos nacionais para otimizar compras públicas

A otimização de compras públicas, na visão do governo federal, passa pelo fortalecimento da produção nacional de insumos de saúde. Para isso, o Ministério da Saúde recriou o Geceis,- Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

O objetivo é estimular o sistema produtivo de bens e serviços ligados à saúde, como medicamentos, vacinas e equipamentos hospitalares. A meta do governo, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é produzir 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do país em até dez anos.

“Para isso precisaremos da inovação, além de reforçar o campo da regulação. Isso se fará numa visão voltada não só para o país, mas para nosso papel na região e na cooperação para uma saúde global efetiva”, declarou.

Prejuízo da Pague Menos é o primeiro em três anos

prejuízo da Pague Menos
Divulgação: Pague Menos

O prejuízo da Pague Menos no primeiro trimestre é um fato inédito em três anos. Para completar o cenário, a rede anunciou uma redução nada suave no plano de abertura de lojas.

No balanço da companhia apresentado nesta segunda-feira, dia 8, a Pague Menos anunciou prejuízo líquido de R$ 55,3 milhões, bem distante dos R$ 24,4 milhões de lucro dos três primeiros meses do ano passado. E longe também dos R$ 192 milhões de lucratividade da Raia Drogasil.

Em entrevista ao Exame In, Luiz Renato Novais, vice-presidente financeiro e de RI, define o cenário como “mais um efeito pontual do que regra para o restante do ano”. Os fatores que teriam motivado esse prejuízo incluem o aumento das despesas de marketing e custos operacionais associados à aquisição da Extrafarma.

“Consideramos atípico o resultado operacional do trimestre em decorrência de eventos concentrados no período de mais fraca sazonalidade do ano, que tendem a ser compensados nos próximos trimestres. A partir do 2T23 projetamos início de normalização do ciclo de caixa, com redução importante no PME e início de ciclo de desalavancagem financeira, que deve contribuir para reduzir a pressão das despesas financeiras no resultado”, afirmou a companhia durante o balanço.

Prejuízo da Pague Menos pode não ser efeito pontual

O prejuízo da Pague Menos, no entanto, está longe de ser uma onda passageira na visão de especialistas ouvidos pelo Panorama Farmacêutico. E um dos fatores que alimenta esse sentimento é a revisão drástica do plano de inaugurações. A projeção divulgada para este ano seria de 60 novas lojas. Agora, a meta mudou para 20.

Outro fator contraria o “efeito pontual”. O reflexo da falta de medicamentos chegou também à rede de origem cearense. A companhia projetava compras de R$ 180 milhões para reforçar o estoque da Extrafarma em 2022, mas Novais afirma que “não foi isso que a indústria entregou”.

Os fornecedores teriam destinado à Pague Menos somente metade do que a rede demandou para absorver os estoques necessários para absorver os estoques das lojas que a empresa incorporou após a compra da Extrafarma. Mas um detalhe: esse valor de R$ 180 milhões já representou o dobro do que a varejista estimou antes de concluir a aquisição.

Para conter impactos da falta de medicamentos, a Pague Menos vem recorrendo a negociações com a indústria para estender prazos de pagamento. Dos 24 dias acordados no quarto trimestre de 2021, o limite passou para 34 dias nos três últimos meses de 2022.

Mas aparentemente, não só esse desabastecimento motiva esse alongamento. A rede se viu obrigada a aprimorar o controle sobre as despesas após pagar R$ 737,7 milhões pela Extrafarma. A aquisição fez dobrar a alavancagem da dívida, que saltou de R$ 535,5 milhões para R$ 1,1 bilhão em um intervalo de apenas 12 meses.

Cenário da falta de medicamentos no Brasil

Uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF), referente ao ano passado, revelou que 98% dos PDVs farmacêuticos ainda conviviam com a falta de medicamentos.

O levantamento teve a contribuição de farmacêuticos de 683 estabelecimentos de todos os estados e do Distrito Federal, sendo 68% da iniciativa privada e os 32% restantes da rede pública. Deste total, 671 registraram relatos de falta de medicamentos, especialmente das classes de antimicrobianos – categoria que inclui antivirais – e mucolíticos (expectorantes).

Na análise das motivações para a falta de medicamentos, a escassez no mercado foi apontada por 86,6% dos entrevistados. A alta demanda inesperada recebeu menções de 43,1%, enquanto 38,6% indicaram falhas do fornecedor.

Dos 671 profissionais que relataram desabastecimento, 470 (70%) disseram não conseguir alternativas. Para os demais 201, as opções citadas incluíram substituição, compra direta, manipulação, contato com o prescritor para apresentação das opções disponíveis e orientação ao paciente para retorno ao médico.

Quanto a alternativas possíveis para contornar a situação, 65,9% relataram não haver alguma medida, plano ou protocolo de mudança de procedimento ou de uso racional de medicamentos adotados pela instituição. Já 34,1% afirmaram haver alguma medida, como substituição do medicamento, uso racional, reforço nos pedidos e limite da quantidade por paciente.

Votorantim estreia no setor e compra 5,1% da Hypera

Votorantim estreia no setor e compra 5,1% da Hypera
Crédito: Divulgação Hypera Pharma

A Votorantim, tradicional companhia da família Ermírio de Morais, estreia no setor farmacêutico e anuncia a compra de 5,1% de participação no capital da Hypera Pharma.

O grupo não divulgou o valor do negócio. Mas levando em conta o preço de R$ 37,45 das ações da farmacêutica na última sexta-feira, dia 5, a transação ultrapassou R$ 1,2 bilhão.

Segundo informações do Valor Econômico, a operação é parte de uma estratégia da Votorantim para diversificar seus campos de atuação. Consolidada como líder na produção de cimento no Brasil e entre as dez maiores fabricantes mundiais de alumínio e zinco, a companhia investiu nos últimos anos em segmentos como o financeiro e o de energias renováveis.

Com vendas ao varejo superando a marca de R$ 184 bilhões em 2022, a indústria farmacêutica era um dos alvos mais cobiçados pela empresa. Analistas do mercado entendem que a aposta na Hypera Pharma representava um movimento natural, em função do crescimento acima da média do setor e do modelo multimarcas adotado pela farmacêutica.

A Votorantim assegurou que não planeja alterar a composição acionária atual da farmacêutica, que tem o empresário João Alves de Queiroz Filho como principal acionista, com 21% do controle. Fundada em 2001, a Hypera tem valor de mercado próximo de R$ 24 bilhões e teve receita recorde no ano passado, com faturamento de R$ 7,2 bilhões. Em 2022, rumores apontavam para uma possível fusão com o Grupo NC, controlador da EMS, mas a negociação teria esbarrado no valuation.

Votorantim investirá em uma empresa com alta de dois dígitos

A Votorantim lança suas fichas em uma empresa que teve crescimento de 13,7% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2022. O movimento de R$ 1,69 bilhão representou um avanço três pontos percentuais acima da performance geral da indústria farmacêutica.

As chamadas power brands, definição da IQVIA para as marcas que superaram R$ 100 milhões em vendas nos últimos 12 meses, puxaram o incremento da Hypera Pharma. Presente em 96% das farmácias brasileiras, a companhia dobrou de dez para 20 o volume de produtos blockbusters desde 2018. A relação abrange Buscopan, Dramin, Engov e Vitasay.

A receita líquida da Hypera Pharma também é respaldada pelo ritmo de lançamentos, especialmente no segmento de especialidades. “Somos a quarta maior do país nessa classe de medicamentos, sendo que há quatro anos sequer ocupávamos o top 10”, ressalta o CEO Breno Oliveira.

Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento somaram R$ 158,1 milhões, montante 28,1% superior ao aporte contabilizado entre janeiro e março do ano passado.

Os resultados da Hypera Pharma vêm respaldando o objetivo do grupo de alcançar a liderança setorial. Segunda colocada no ranking nacional e cada vez mais próxima da EMS, a companhia cresceu acima da média do setor em todas as categorias no ano passado.

Farmácias estão aptas a aplicar 50 testes rápidos

testes rápidos
Divulgação: Canva

A liberação dos testes rápidos em farmácias pela Anvisa abre caminho para o setor consolidar seu posicionamento como hubs de saúde e atenção primária. E as grandes redes já saem na frente.

Esse nicho de farmácias já tem estrutura para aplicar pelo menos 50 testes rápidos nos estabelecimentos. A Abrafarma, com apoio da plataforma Clinicarx, relacionou os exames que já podem ser ministrados. A agência aprovou no último dia 3 a atualização da resolução que substituirá a RDC 302/2005.

Antes dessa decisão da Anvisa, as grandes redes já aplicavam parte desses exames por meio de decisão judicial e amparadas pela Lei 13.021/2014 – legislação que definiu as farmácias como estabelecimentos de saúde.

No entanto, a falta de uma resolução sobre esses serviços estimulava diferentes interpretações das vigilâncias sanitárias municipais no momento de fiscalizar as farmácias, criando empecilhos para a expansão dessa oferta em todo território nacional. Agora, o setor ganha a devida segurança jurídica para ampliar esses serviços.

Porém, no caso de farmácias que ainda não contam com esses exames, o recomendável é esperar o prazo fixado pela Anvisa para 1º de agosto. O prazo é necessário para que esses estabelecimentos estruturem áreas específicas para esse atendimentos e capacitem os farmacêuticos de acordo com os protocolos da resolução.

“As testagens para diagnóstico da Covid-19 revelaram-se fundamentais para direcionar o poder público nas estratégias de contenção do coronavírus e ampliar o acesso da população brasileira a um diagnóstico mais rápido e seguro. Pela capilaridade e pelo preparo dos farmacêuticos, as drogarias têm potencial para transformar a realidade do acesso à saúde e da adesão aos tratamentos no país”, ressalta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

Testes rápidos que as farmácias estão aptas a realizar

  • Exame Beta-hCG
  • Exame de Dengue Antígeno NS1
  • Exame de Hemoglobina Glicada A1c
  • Exame PSA Teste Rápido
  • Teste Rápido Covid-19 Antígeno
  • Avaliação de Controle da Asma
  • Check-up Pós Covid Anticorpos Anti-Spike
  • Exame Ácido Úrico Teste Rápido
  • Exame de Chikungunya Teste Rápido
  • Exame de Colesterol Total
  • Exame de Dengue Anticorpos IgG IgM
  • Exame de Glicemia
  • Exame de Glicemia e Pressão Arterial
  • Exame de Hepatite C Teste Rápido
  • Exame de HIV Teste Rápido
  • Exame de Hormônio Luteinizante (LH)
  • Exame de Lactato Teste Rápido
  • Exame de Malária Teste Rápido
  • Exame de Sífilis Teste Rápido
  • Exame de Toxoplasmose
  • Exame de Troponina Cardíaca Teste Rápido
  • Exame de VSR – Vírus Sincicial Respiratório
  • Exame Ferritina – Teste Rápido
  • Exame Mioglobina Teste Rápido
  • Exame Proteína C Reativa Teste Rápido
  • Exame Rubéola Teste Rápido
  • Exame Streptococcus Grupo A Molecular Teste Rápido
  • Exame Streptococcus Grupo A Teste Rápido
  • Exame Vitamina D – Teste Rápido
  • Exame VSR Molecular – Vírus Sincicial Respiratório
  • Exame Zika Vírus Anticorpos
  • Exames do Coração Check-up Completo
  • Medição da Pressão arterial
  • Teste de Glicemia e Perfil Lipídico
  • Teste de Imunidade Covid-19 Anticorpos Anti-Spike
  • Teste de Intolerância Alimentar
  • Teste Rápido Adenovírus
  • Teste Rápido Covid-19 Anticorpos
  • Teste Rápido Covid-19 Antígeno + Anticorpos
  • Teste Rápido Covid-19 Molecular
  • Teste Rápido de Alergia Alimentar
  • Teste Rápido de Dímero-D
  • Teste Rápido Dengue Antígeno e Anticorpos
  • Teste Rápido Febre Amarela
  • Teste Rápido Helicobacter Pylori
  • Teste Rápido Influenza Molecular
  • Teste Rápido Tipo Sanguíneo

Testes rápidos e serviços clínicos podem fortalecer indústria nacional

A regulamentação dos serviços clínicos e dos testes rápidos garante a segurança jurídica necessária para que mais farmácias implementem essa operação, incluindo as associativistas.

“Além disso, os efeitos positivos estendem-se às fabricantes nacionais, que já têm know-how para viabilizar esses exames em larga escala. O Brasil pode se tornar um hub global na produção e comercialização dos testes, favorecido pelas múltiplas experiências no combate a doenças como HIV e o próprio coronavírus”, argumenta Paulo Gomes, vice-presidente de relacionamento com o mercado da consultoria Retail Farma Brasil e consultor da Wama Diagnóstica.

Para  Vinícius Pereira, diretor executivo da Eco Diagnóstica, a aprovação da norma vai ampliar os pontos de testagem fazendo uso da capilaridade das farmácias uma vez que a grande maioria das cidades brasileiras não têm Unidades Básicas de Saúde. “O paciente poderá contar com a orientação do farmacêutico para a realização dos testes com resultados em 30 minutos e com os mesmos equipamentos que existem nos hospitais e laboratórios”, ressalta.

A mesma opinião é compartilhada por Fernando Marinheiro, diretor Comercial e Marketing da MedLevensohn. “Trata-se de um ganho imenso para a população. Afinal são mais de 85 mil farmácias no país e os consumidores terão acesso a essa parte importante que é a prevenção da saúde, que é onde a gente mais precisa intensificar os cuidados.