A hidratação nasal ganha evidência no portfólio da Libbs. A farmacêutica brasileira apresenta o Maxidrate, atenta às ondas de tempo seco que assolaram o país em 2024.
O produto é um aliado no tratamento e prevenção de sintomas como o ressecamento, sangramento e ardência ao respirar. Cria uma espécie de filme protetor na mucosa nasal, promovendo sua hidratação e trazendo mais conforto ao usuário.
O lançamento pode ser utilizado por pacientes que têm reações adversas a tratamentos com isotretinoína, betabloqueadores, alprazolam, perfenazina, amitriptilina e tioridazina. O período pós-radioterápico também torna recomendável o Maxidrate.
Hidratação nasal com formulação inovadora
Uma das grandes novidades trazidas pela Libbs está na formulação. Diferentemente dos tradicionais soros fisiológicos, que contêm apenas cloreto de sódio, o novo produto conta com o ringer lactato.
O ringer lactato é uma mistura de água, cloreto de sódio, cloreto de potássio, lactato de sódio e cálcio, o que facilita sua fixação e prolonga os efeitos.
Distribuição: Sistema próprio de distribuição Responsável pelo produto: Gabriel Vieira – gabriel.vieira@libbs.com.br
O mercado farmacêutico viveu uma onda de notícias quentes em 2024, revelando um setor dinâmico e ao mesmo tempo repleto de contrastes. Na indústria farmacêutica, o ano começou com a guerra da ressaca e terminou com uma proposta de fusão turbulenta. E não faltou generosidade ao BNDES para turbinar investimentos dos laboratórios nacionais, de olho no fim das patentes.
Já o varejo farmacêutico testemunhou a consolidação das grandes redes, com direito à compra milionária; e o crescente sucesso do associativismo, cujas histórias inspiradoras fazem a roda girar. Repercutimos pesquisas de mercado com análises exclusivas, indicando tanto a velocidade de aberturas como o volume de fechamento de lojas.
As distribuidoras de medicamentos também confirmaram sua representatividade em uma das maiores feiras do setor. Em contrapartida, a recuperação judicial ainda assombra o segmento e estende-se às farmácias.
O mercado farmacêutico em 60 fatos
Resumir esse ano do mercado farmacêutico foi desafiador. Mas a redação do Panorama Farmacêuticoconseguiu compilar 60 notícias que mais impactaram nossa audiência. Certeza de um 2025 ainda mais vibrante!
Nomes como Lady Gaga associaram sua imagem à indústria farmacêutica neste ano / Foto: Divulgação
A propaganda de medicamentos convive com restrições legais no mercado brasileiro e limita-se aos MIPs. Em contrapartida, foi marcada por polêmicas nos maiores celeiros da indústria farmacêutica mundial.
Em 2024, os laboratórios baseados nos Estados Unidos investiram como nunca na diversidade em suas campanhas publicitárias, com direito à participação de celebridades globais. Repercussões positivas não faltaram, mas puxões de orelha dos órgãos reguladores aumentaram na mesma proporção.
O portal norte-americano Fierce Pharma elencou algumas das iniciativas mais diferenciadas do setor em 2024 e destacou outras que provocaram turbulências institucionais nas companhias.
Um panorama da propaganda de medicamentos no exterior
Sanofi acolheu colaboradores com câncer
Começamos com um exemplo de ação que poderia ser replicada pelo mercado nacional. A Sanofi anunciou um programa que garantiu apoio e um ano de salário para os colaboradores diagnosticados com câncer. A inciativa teve ótima repercussão especialmente por coincidir com as ativações de marketing durante as Olimpíadas de 2024 na França, terra natal da farmacêutica.
Parceria entre Lady Gaga e Pfizer: sucesso e problemas
Não foi só o dueto de Lady Gaga com Bruno Mars que fez sucesso no ano. Outra colaboração da cantora e atriz, dessa vez com a Pfizer, também deu o que falar. Isso porque ela foi escolhida como a garota-propaganda do Nurtec ODT (rimegepant), medicamento para combate à enxaqueca.
Gaga promoveu o remédio usando sua experiência pessoal. Mas a dor de cabeça não passou e estendeu-se para a Pfizer. Após uma série de publicações nas redes sociais, a farmacêutica foi acusada de violar as regras para a propaganda de medicamentos na Europa.
Pfizer também “apelou” para outras celebridades
Se a imagem de Lady Gaga provocou enxaqueca para a Pfizer na Europa, a companhia decidiu revisitar o passado durante o Super Bowl. A farmacêutica promoveu um comercial reforçando seu papel na história da humanidade, utilizando imagens da banda Queen e do físico Albert Einstein. A campanha foi considerada por especialistas uma atitude de “tudo ou nada” para tentar reverter a queda de sua receita, motivada pelo recuo brusco na demanda por medicamentos e vacinas contra a Covid-19.
AstraZeneca e GSK também tiveram problemas
As britânicas AstraZeneca e GSK também tiveram problemas com suas campanhas. Ambas foram repreendidas pelo órgão fiscalizador local por uma prática similar. Colaboradores das duas empresas curtiram nas redes sociais, mais precisamente no LinkedIn, postagens referentes a medicamentos de prescrição.
Segmento de Rx gerou R$ 80,2 bilhões em vendas no varejo farmacêutico nos últimos 12 meses até outubro deste ano | Foto: Freepik gerado com IA
Os medicamentos de prescrição novamente firmaram-se como carros-chefes do mercado farmacêutico em 2024. Segundo estudo da Close-Up International, a categoria foi responsável por 53,3% do volume de negócios registrado nas farmácias nos últimos 12 meses até outubro deste ano.
Segundo a consultoria, dos R$ 150,6 bilhões contabilizados pelo setor como um todo, R$ 80,2 bilhões foram provenientes dos remédios Rx. O crescimento dessa categoria em relação ao mesmo período anterior foi de 9,8%, bem próximo do avanço geral de 10,6% nas vendas.
Mas a exemplo de outros segmentos do canal farma, a concentração é um ponto chamativo. Os dez medicamentos de prescrição que mais movimentaram o varejo foram responsáveis por 11,8% da receita do segmento, sendo que o líder já abocanha quase 0,5% do total.
Medicamentos de prescrição mais vendidos: Ozempic dispara na liderança
Os dez medicamentos de prescrição mais vendidos movimentaram, sozinhos, R$ 8,9 bilhões. O grande líder dessa relação não poderia ser outro. O Ozempic (semaglutida da Novo Nordisk) disparou na primeira colocação com R$ 3,1 bilhões em vendas. O montante é mais que o dobro registrado pelo segundo colocado, o Forxiga (dapagliflozina da AstraZeneca).
Outra mostra da força da injeção para o tratamento do diabetes é quando se compara suas vendas com a de outros campeões do setor. A soma dos produtos elencados entre a sexta e a décima colocação não atinge o montante movimentado pela comercialização do Ozempic.
“Embora o Ozempic tenha se tornado referência no combate ao diabetes, seu uso off-label vem sendo mais difundido que a função primária, graças aos seus supostos benefícios para a perda de peso”, avalia Wilton Torres, fundador da plataforma Farmaindex.
Esse fenômeno contribuiu para a falta de disponibilidade do líder de mercado ao longo deste ano. Mas a Novo Nordisk não tem do que se queixar, tendo em vista que o Wegovy alçou pela primeira vez o top 10 em vendas. Juntos, os dois “queridinhos” da fabricante dinamarquesa somam R$ 3,59 bilhões.
Para Sandro Angélico, CEO e fundador da farmácia digital Qualidoc, os dados indicam a relevância de medicamentos inovadores para o tratamento de doenças cuja incidência tem viés de aumento, como é o caso do diabetes. “Essa classe de remédios cumpre um importante papel científico. E após o vencimento das patentes, cabe aos genéricos a função de ampliar o acesso a produtos inovadores”, avalia.
Quanto cada medicamento vendeu… (Milhões de reais no MAT até outubro de 2024)
Fonte: Close-Up International
… e quanto isso representa no TOP 10 (Participação no total movimentado no MAT até outubro de 2024 entre os 10 medicamentos Rx mais vendidos)
Fundador do Grupo Jorge Batista, o empresário Jorge Batista da Silva faleceu na madrugada desta sexta-feira, dia 27, aos 94 anos. O varejo farmacêutico perde um de seus mais longevos empreendedores, que já vinha enfrentando vários problemas de saúde em função da idade.
O empresário estava internado em um hospital particular em Teresina (PI), mas retornou a Floriano (PI) nos últimos dias para ficar perto da família. Ele deixa dois filhos, Jairon Batista e Jorge Batista Filho, que atualmente conduzem os negócios. Sua esposa Josefa Teles Batista havia falecido em 2021.
O jovem que chegou a Floriano em 1947, vindo da cidade de Dourados (Mato Grosso do Sul), ergueu um império do mercado farmacêutico e da economia regional. Além da rede de farmácias, o Grupo Jorge Batista administra três distribuidoras de medicamentos, produtos hospitalares e de higiene pessoal – Alto Miudezas, Nazária (presente em seis estados) e Jorge Batista.
Fundador do Grupo Jorge Batista: de caixeiro-viajante a patrimônio bilionário
O fundador do Grupo Jorge Batista detinha o comando de 14 empresas, incluindo ramos como papelaria, material de construção, postos de combustíveis, hotelaria e churrascaria. Gera 1.500 empregos diretos e mais de 7 mil indiretos. Está entre os três maiores contribuintes de ICMS do estado do Piauí.
Mas a primeira empresa que lhe garantiu reconhecimento foi a Drogaria Globo, que iniciou operações em 1969 na cidade de Floriano (PI), hoje com 62 mil habitantes. Tornou-se uma das maiores redes de farmácias do Norte e Nordeste brasileiros, com cerca de 145 lojas nos estados da Bahia, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Norte. De acordo com o ranking da Abrafarma, ocupa a 12ª colocação em faturamento entre as maiores varejistas do segmento.
Jorge Batista da Silva começou sua vida profissional como caixeiro-viajante. Mas sua inquietude e vontade de se superar alimentaram a veia empreendedora. Em 1954, o então estabelecimento comercial Casa São Jorge tornou-se uma atacadista de mercadorias. A chegada ao setor farmacêutico foi natural, como parte da estratégia de diversificação das atividades.
O empresário era considerado um dos cinco homens mais ricos do Piauí, com patrimônio avaliado em quase R$ 2 bilhões. Mais do que patrimônio, ele deixa um legado de perseverança e senso empreendedor para as atuais e futuras gerações do varejo e da distribuição.
A EMS anunciou o que seria o primeiro concorrente do Ozempic no Brasil, após obter o aval para produzir dois medicamentos à base de liraglutida. O anúncio levou a dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante original do remédio, a se posicionar publicamente por meio de nota oficial. Segue o documento na íntegra.
A Novo Nordisk, empresa líder global em saúde, esclarece que os medicamentos Ozempic®, Rybelsus® e Wegovy®, que têm como princípio ativo a semaglutida, foram desenvolvidos e estudados para o tratamento de populações e condições específicas e estão sob proteção de patente, que foi depositada no ano de 2006 para análise do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e concedida em 2019 com validade até o ano de 2026 no Brasil, sendo que a patente da tecnologia SNAC, de Rybelsus®, expira no ano de 2031. Suas formulações, doses e aprovações são distintas dos medicamentos que contêm liraglutida como princípio ativo, como Victoza® e Saxenda®. Assim, medicamentos recentemente aprovados que utilizam liraglutida não pertencem à mesma classe terapêutica da semaglutida.
Este ano, a patente do Saxenda® (liraglutida 3 mg) perdeu sua exclusividade, permitindo a entrada de novas opções no mercado. No entanto, parte do dispositivo de injeção do medicamento, que gera cerca de R$ 600 milhões anuais, ainda possui patentes válidas até 2026 e 2029. A patente principal expirou em 2021, após decisão do STF, e a patente da formulação foi encerrada em 18/11/2024. A liraglutida, desenvolvida pela Novo Nordisk, está no mercado há mais de 10 anos. Comprovadamente segura e eficaz, a molécula biológica é usada por milhões de pessoas ao redor do mundo, com alta tolerabilidade e efeitos colaterais reduzidos, conforme estudos clínicos revisados.
Vale reforçar que o Victoza® (liraglutida 1,8 mg), indicado para o tratamento de adultos e crianças acima de 10 anos com diabetes tipo 2, está em processo de descontinuação da produção e comercialização, conforme informado previamente às autoridades sanitárias. O encerramento definitivo da comercialização do medicamento está previsto para o último trimestre de 2025. Esta é uma decisão global inclui todos os países onde a Novo Nordisk opera, inclusive o Brasil.
No Brasil, a Novo Nordisk tem autorização da Anvisa para comercializar o Saxenda® e o Wegovy® (semaglutida 2,4mg) como opções de tratamento para adultos com obesidade e sobrepeso com alguma comorbidade associada e adolescentes acima de 12 anos com obesidade. A empresa também comercializa o Rybelsus® (semaglutida oral 3mg, 7mg e 14mg), indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, disponível no Brasil desde março de 2022. O Ozempic® (semaglutida 1mg), por sua vez, não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade, sendo essencial que qualquer tratamento seja realizado exclusivamente sob orientação médica. O medicamento foi aprovado pelas autoridades regulatórias do Brasil em agosto de 2018 para o tratamento do diabetes tipo 2 e começou a ser comercializado no primeiro semestre de 2019.
O Wegovy® (semaglutida 2,4 mg) é o único tratamento para obesidade com benefício cardiovascular comprovado, além de ser, no Brasil, o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso. Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal)¹.
Referências
Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and Cardiovascular Outcomes in Obesity without Diabetes. N Engl J Med. 2023; 389:2221-2232.
Os novos produtos da EMS são o Lirux, voltado ao tratamento do diabetes; e o Olire, para combate à obesidade. A patente da liraglutida caiu este ano no Brasil e a comercialização dos concorrentes terá início em 2025. A produção será 100% interna, com uso da tecnologia UltraPurePep, que viabiliza uma nova geração de análogos de GLP-1 com alto grau de pureza e rendimento.
“Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto”, ressalta Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração da farmacêutica.
A exemplo do Ozempic, a aplicação dos novos medicamentos ocorrerá por meio de injeção subcutânea. Porém, a liraglutida da EMS deverá ser ministrada diariamente, diferentemente do seu concorrente, prescrito para uma vez por semana.
O Lirux terá dosagem diária de até 1,8 mg e estará disponível em embalagens com uma, duas, três, cinco e dez canetas. Já o Olire foi concebido para até 3 mg por dia e caixas com uma, três e cinco canetas. Cada caneta contém 3 ml da solução com concentração de 6 mg/ml.
Concorrente do Ozempic no Brasil aumentará mercado de R$ 3 bilhões
O novo concorrente do Ozempic no Brasil promete ampliar rapidamente um mercado dominado pela Novo Nordisk. De acordo com a Close-Up International, o medicamento da farmacêutica dinamarquesa gerou R$ 3,1 bilhões em vendas no país nos últimos 12 meses até outubro, quase R$ 2 bi à frente do segundo colocado – o Forxiga, da AstraZeneca. O montante que o Ozempic movimenta corresponde a 58% do faturamento da Novo Nordisk no Brasil.
A EMS produzirá os medicamentos em sua recém-inaugurada fábrica em Hortolândia (SP). A operação da planta custará R$ 70 milhões ao laboratório, mas quase 70% dos recursos saíram de um financiamento do BNDES.
Patente do Ozempic também mobiliza outras farmacêuticas
A Novo Nordisk ainda tentou estender a proteção da patente do Ozempic até 2029, valendo-se do artigo 40 da Lei de Propriedade Industrial (LPI). Mas a declaração de inconstitucionalidade dessa norma pelo STF, impondo o prazo-limite de 20 anos a partir da data em que o pedido de análise foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, abriu os olhos da concorrência.
A Hypera Pharma também admite publicamente o interesse de ter uma versão biossimilar. “Com a entrada de novos competidores nesse mercado, será possível democratizar o acesso ao tratamento de pacientes que hoje não conseguem adquirir o produto patenteado”, ressalta o CEO Breno Oliveira. Estima-se que, no início de 2025, os testes de bioequivalência sejam apresentados à Anvisa. Até a Cimed já demonstra apetite pelo medicamento. O presidente João Adibe declarou em evento recente que terá uma “canetinha amarela”.
A Biomm, por sua vez, fechou em abril um acordo com a indiana Biocon, o que viabiliza a importação da semaglutida. “Espera-se que similares de GLP-1 que a companhia vai comercializar representem uma participação significativa no mercado de produtos para doenças metabólicas”, observa o diretor financeiro Renato Arroyo.
Enquanto as brasileiras iniciam movimentações, companhias estrangeiras partem para as vias de fato. A norte-americana Nexus Pharmaceuticals produzirá o genérico do Ozempic no interior paulista, em sua nova fábrica no Parque Tecnológico de Sorocaba. As obras do complexo já tiveram início no fim deste ano, com aporte inicial de R$ 20 milhões. Em até dois anos, outros R$ 40 milhões deverão ser investidos nas linhas de produção.
Pedro Fittipaldi assume o cargo de diretor de comunicação e operações da Febrafar. Com ampla experiência em funções de liderança, o executivo está no setor farmacêutico há 23 anos.
Ele começou sua carreira como vendedor no interior de São Paulo. Nas áreas comercial e de operações, destaca-se sua passagem pelo Grupo SantaCruz, onde atuou por 18 anos e foi diretor comercial por quase uma década.
“Estou muito motivado para integrar a equipe da Febrafar e ajudá-la na missão de fomentar o desenvolvimento do varejo farmacêutico nacional”, declara Fittipaldi, que é graduado em gestão de marketing pela Universidade Paulista.
O mercado de cannabis medicinal em 2024 viveu um ano de avanço e consolidação. Enquanto decisões judiciais apontam para um setor mais democrático, as farmácias vão ganhando protagonismo como dispensadoras desses produtos.
Para fechar esses 365 dias com chave de ouro o Panorama Farmacêutico organiza um balanço com o que de mais importante aconteceu no setor, seja nos tribunais, na indústria, Anvisa ou nas drogarias.
Mercado de cannabis movimentou milhões
Com crescimento de 22%, o mercado de cannabis medicinal no Brasil saltou de R$ 699 milhões em 2023 para R$ 852 milhões em 2024. Os dados fazem parte do anuário produzido pela Kaya Mind. O avanço fez até mesmo o governo olhar com bons olhos para o setor. O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), inclusive, estruturou uma linha de crédito exclusiva para empresas do setor.
Importantes decisões judiciais e regulatórias
A cannabis medicinal esteve na alça de mira do Judiciário em 2024. Em um marco histórico, o STJ autorizou o plantio da cannabis para fins medicinais e, em 2025, prevê dar continuidade ao processo de regulamentação da prática. Já o STF definiu que o porte de até 40 gramas ou seis plantas deve ser tratado com penas administrativas.
A decisão foi considerada uma vitória por especialistas no combate ao preconceito que cerca o uso da planta. A PEC 45 foi vetada, impedindo um endurecimento das penas. A Anvisa também deu protagonismo ao setor. Além de atualizar a Nota 327, a agência também autorizou o uso de cannabis para a medicina veterinária.
Acesso mais democrático
O mercado canábico se aproxima cada vez mais do paciente. E uma das decisões que possibilitou isso foi a do SUS paulista em distribuir produtos à base da planta gratuitamente. Apesar de a iniciativa ter sido uma das pioneiras no país, a abrangência (apenas três doenças) foi criticada. Além de São Paulo, outros estados como Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraíba também tiveram decisões do gênero.
A Paraíba, aliás, ganhou um laboratório especialmente dedicado a esses itens. A Abrace Esperança inaugurou em julho uma nova planta produtiva na capital João Pessoa. O número de licitações de canabidiol registradas de janeiro até os dez primeiros dias de outubro, que já representava um avanço de 100% sobre a demanda de 2023, é outro sinal relevante do amadurecimento do setor.
Presente em 26 mil pontos de venda, esses itens registraram a venda de 494 mil unidades nos 12 meses que antecederam abril, segundo dados da IQVIA. No mesmo período, foram emitidas 248 mil prescrições, provenientes de 45 mil médicos.
Já contabilizando o primeiro semestre como um todo, as vendas cresceram 240% para aqueles produtos que contam com todos os compostos originais da planta e 87% para aqueles que contêm menos substâncias extraídas.
Em meio ao avanço, a cannabis medicinal também sofreu alguns revezes. Um deles foi a descoberta de uma fraude que movimentou R$ 3,5 bilhões em 35 países diferentes. De acordo com a força policial da Espanha, uma quadrilha atraia investidores interessados no mercado nas feiras especializadas.
O contrabando também foi outra pedra no caminho do setor. Farmácias localizadas no Mato Grosso do Sul sofreram com a concorrência desleal de produtos ilegais vindos do Paraguai.
Primeira loja no novo formato fica em Canela (RS) / Foto: Divulgação
Focada na experiência do cliente, a nova loja conceito da Panvel em Canela (RS) inaugura um modelo inovador para a rede de farmácias. Agora, a varejista passa a contar também com unidades focadas em categorias como beleza, saúde e bem-estar. As informações são do Mercado & Consumo.
Para criar o projeto, a companhia contou com o apoio da consultoria de marca e experiência Gad. A capital gaúcha Porto Alegre deverá receber os dois próximos PDVs com essa proposta já em 2025. Ao todo, o projeto levou nove meses para sair do papel.
“Esta nova loja é a materialização de nossa visão estratégica de oferecer uma experiência completa e diferenciada na Panvel”, argumenta o CEO Julio Mottin Neto. O objetivo, segundo ele, é promover uma experiência de compra mais fluída e sem atritos para o consumidor.
Loja conceito da Panvel como uma one stop shop
Com especial foco na prevenção e no autocuidado, a loja conceito da Panvel é parte da missão da rede de investir no formato one stop shop. “Nossa abordagem integrou arquitetura, design, tecnologia e comportamento do consumidor, resultando em um espaço que dialoga com a jornada híbrida e não-linear do cliente, valorizando conveniência e curadoria de produtos, especialmente em beleza e marca própria”, comenta o head de experiência da Gad, Leonardo de Araujo.
Expansão somará 60 novas lojas
Além do novo conceito que será replicado em Porto Alegre (RS), a Panvel também planeja abrir 60 novos PDVs, com especial foco no Sul do país. A rede de farmácias destinará recursos de R$ 160 milhões para cumprir essa meta. A previsão de aberturas foi compartilhada pelo diretor executivo financeiro, Antônio Napp, em novembro.
A indústria brasileira de cannabis ganhou holofotes em 2024, favorecida tanto por farmacêuticas tradicionais como pelo movimento de startups. O setor intensificou o ritmo em suas linhas de pesquisa e produção, o que alimenta as expectativas de faturamento acima de R$ 1 bilhão em 2025 – o que representaria um incremento de 17% sobre este ano.
Atualmente, mais de 2.180 produtos à base de canabidiol estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas. O Brasil conta com 672 mil pacientes que utilizam tratamentos com cannabis medicinal em 80% dos municípios. Os dados sustentam os planos da Endogen, healthtech especializada em produtos de nutrição clínica e cannabis medicinal e fundada em 2020.
Com a meta de atender à demanda prevista com a revisão da RDC 327, a empresa firmou parceria com a Cellera Pharma para desenvolver um portfólio com insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da Colômbia, que contém alta concentração de canabinoides. A fabricação será 100% nacional.
“A partir da cannabis colombiana, podemos desenvolver e fabricar produtos de maior valor agregado a um custo muito menor em relação ao da Suíça, país de onde importamos o produto final atualmente”, destaca o CEO Lukas Fischer.
A Endogen também busca fortalecer a cadeia de distribuição. Uma das novidades é parceria com a Abrafarma, que viabiliza a oferta do seu portfólio no grande varejo farmacêutico. Outra frente é o investimento em ferramentas digitais, tais como a plataforma desenvolvida em parceria com a Cann Doc, onde os pacientes podem se cadastrar e obter descontos na linha de cannabis da marca, por meio de um programa de benefícios de medicamentos (PBM).
Indústria brasileira de cannabis quer produto com baixo custo final
Uma das estratégias da indústria brasileira de cannabis passa por lançamentos a custos mais acessíveis para o consumidor final. Um dos exemplos é o da Prati-Donaduzzi, primeira farmacêutica a ter aprovação da Anvisa para produtos do gênero no país, em 2019.
A companhia desenvolveu uma versão em gotas, com concentração de 20 mg no frasco de 10 ml e com toda produção nacionalizada. O produto chega ao mercado com preço final inferior a R$ 90, aplicável para todos os pacientes acima de dois anos de idade. O lançamento complementa o portfólio que já conta com três apresentações nas soluções 20 mg/30 ml, 50 mg/30 ml e 200 mg/30 ml.
“Apenas importamos o canabidiol isolado da Europa, mas a produção foi totalmente internalizada”, revela o CEO Eder Maffissoni. O suporte de 30 centros de distribuição próprios permitirá o escoamento das linhas para o varejo farmacêutico, principal alvo da Prati-Donaduzzi. “Oferecemos garantia de entrega em até 24 horas em escala nacional e sem a necessidade de compor estoque”, complementa.
As grandes redes já contam com o lançamento disponível, mas o modelo de negócios da farmacêutica brasileira abre também um campo promissor para o pequeno e médio varejo.